domingo, dezembro 30, 2007

Boas... Entradas?

E depois do postalito de Natal, seguido de um breve interregno de posts, chegou a altura de deixar aqui uma vez mais os meus desejos de um feliz ano novo, com tudo o que cada um tem direito. Espero que consigam ler a mensagem no postal, pois sei que é preciso alguma concentração para juntar as letras... O final deste ano, para mim, foi cheio de mudanças. Até agora parece que todas essas mudanças foram para melhor, mas 2008 será a prova dos nove neste sentido. Espero que todos os meus amigos tenham também um ano repleto de mudanças ou pelo menos de continuação de coisas boas, e aos que gostam menos de mim, oxalá tenham o triplo daquilo que me desejarem. Para abreviar a lengalenga, quero que todos os desejos das misses se concretizem!

sábado, dezembro 22, 2007

Ho Ho Ho

Agora que se aproxima mais uma quadra natalícia, não podia deixar de aqui vir desejar um feliz Natal a todos, com um singelo postalito. Os meus amigos certamente agradecem, e as minhas amigas podem sempre apreciar a indumentária e eventualmente tentar reproduzir em casa para os seus mais-que-tudo. Assim até se pode responder originalmente à pergunta: o que queres para o natal? É óbvio: uma mãe Natal (sim, que a história do Pai Natal já está um bocado "demodé"). Depois deste pequeno aparte, procedo então com os mais sinceros desejos de felicidades para todos, e de uma véspera e dia de Natal recheados de alegria com família e amigos. Beijinhos e abraços!

domingo, dezembro 16, 2007

Teorias da Conspiração

Durante este fim de semana li alguns artigos de opinião e assisti a acontecimentos na televisão, que de alguma forma levantaram a questão que ultimamente, consciente ou inconscientemente, nos afecta a todos: a confiança. Desde o pormenor mais insignificante como um concurso de blogs em que um leitor questiona a idoneidade de Nuno Markl como júri, quando o seu próprio blog ficou num dos primeiros lugares, à intrigante intervenção da polícia numa mega operação intitulada "Noite Branca", que mais pareceu uma acção de propaganda a contrariar os que se queixam de que nada se faz quanto ao problema das guerras de gangs de seguranças da noite portuense. O que é um facto é que, de uma forma ou outra, temos de admitir que nesta altura do campeonato somos o povo mais desconfiado do mundo. Transpiramos pelos poros teorias da conspiração. Falando por mim, confesso que hoje em dia acredito em muito pouca coisa (felizmente acredito bastante em mim próprio e julgo que é isso que me permite sobreviver). Hoje em dia, se saímos à rua e alguém que não conhecemos nos dá o bom dia, ficamos desconfiados e olhamos em volta pensando no que estará para acontecer. Se alguém nos cede a entrada num autocarro ou num elevador, suspeitamos das suas intenções. Estamos a ficar geneticamente treinados para caminhar na rua de olhar no chão, de forma a evitar o contacto visual com terceiros. Praticamos na acção mais insignificante, o debate mais acérrimo para levar uma opinião avante, mesmo que não seja a nossa. Utilizamos "gadgets" para comunicar, se possível por escrito, por imagens ou códigos, de forma a evitar constrangimentos ou emoções. Que se lixe isso tudo! Se tivermos de levar na cabeça uma quantas vezes para poder ser felizes noutras tantas, vale a pena! Se existem coisas que não conseguimos mudar, podemos sempre sentir-nos pessoas melhores ao tentar, ainda que seja só numa ou outra ocasião. A desconfiança é para nós, pelos motivos anteriormente descritos, inevitável. No entanto, não pode ser essa desconfiança a ditar quem somos. Alguém está comigo para contrariar esta tendência?

quarta-feira, dezembro 12, 2007

Profundo Disparate!

Ultimamente tem estado muito em voga falar (sobretudo mal) da ASAE. Eu próprio já descarreguei por aqui uns quantos desabafos relativamente a acções levadas a cabo por este organismo. Mais recentemente surgiu até uma petição online, classificada como "profundo disparate" pelos visados, que pretende não deixar avançar medidas como a proibição da comercialização de produtos alimentares sem os mesmos estarem embalados, ou até mesmo a venda de café em chávenas de porcelana, entre outros. Continua a parecer-me efectivamente que "profundo disparate" são estas medidas, porque são uma espécie de extremismo aplicado ao consumo. Nem tudo aquilo que "metemos para o bucho" tem o único objectivo de subsistência. Por incrível que pareça, actos como tomar um café estão tradicional e culturalmente muito mais relacionados ao prazer pessoal do que a qualquer tipo de necessidade fisiológica. Caso contrário e dados os actuais avanços científicos, a ASAE poderia saltar uns passos na evolução (ou regressão, dependendo do ponto de vista), e passar a dosear uma série de proteínas e nutrientes, em saquinhos de soro, devidamente aplicados a todas as pessoas, por autoridades competentes, através de material esterilizado. Assim deixaríamos de nos sentar à mesa para almoçar ou jantar e poderíamos passar o dia de trabalho sentados com um saquinho de soro ao lado e uma intravenosa. Esta é só a minha opinião pessoal, ainda que talvez não passe de um "profundo disparate".

segunda-feira, dezembro 10, 2007

Alguém Viu Um Motor de Arranque?

Finalmente, ainda que após pouco mais que uma semana de trabalho, sinto que estou a fazer algo de útil para além de estar sentado ao lado de alguém a olhar para um monitor. Escrevo isto porque, este tipo de mudança profissional que estou a (re)experimentar, é sempre uma seca (pelo menos para quem, como eu, não gosta de estar de braços cruzados). Raras são as organizações (curiosamente, pois não me parece que deva ser assim) que estão preparadas para receber um novo colaborador em perfeitas condições. Mesmo assim, parece-me que neste caso em particular até vai ser mais rápido do que estou habituado (da última vez estive aproximadamente 6 meses à espera de ter um computador, algo que para o cargo de analista/programador que ocupei, se revela bastante interessante). Desta feita apareceu-me logo na secretária um telefone VoIP no primeiro dia, seguido de um PC no segundo e outro que está para vir. Atribuição de tarefas é que vai ter de ser com mais calma... mas hei-de ganhar a minha quota parte (e algo me diz que ainda me hei-de fartar). Resumindo, tive um dia bom até porque de manhã consegui finalmente fazer uma viagem sentado no autocarro, o que é extremamente raro. Excepto uma meia viagem que fiz, por ceder o lugar a uma senhora que se mostrava muito débil e me pediu para se sentar, tendo logo de seguida uma explosão de energia que lhe permitiu levar uma conversa animada com a amiga do lado, durante todo o caminho. Nunca mais me fazem uma paragem de metro à porta de casa, caraças!

sábado, dezembro 08, 2007

Desintoxicação Natalícia

Finalmente, ao fim de uma semana e depois de uma mudança de ritmo radical, consigo passar por aqui para deixar umas palavras. Estou numa fase semelhante a uma espécie de ressaca, ou se quiserem desintoxicação de funcionalismo público, sobretudo no que diz respeito ao horário de trabalho. Basicamente a "boa vida" (diferente de "vida boa", note-se) acabou e chegou altura de voltar a dar a "litrada". O corpo ainda se está a ajustar às horas diferentes, aos transportes públicos, às novas funções e pessoas diferentes. O futuro parece promissor (espero que sim). Sinto que existem expectativas em relação a mim, e espero estar ou vir a estar à altura das mesmas. Ainda assim, o sol parece continuar a brilhar mais forte, dia após dia. De qualquer forma vou aproveitar este post para deixar um e-mail muito giro que recebi sobre o Natal que se aproxima. Este pode não parecer tão risonho como o esperado. Aqui vai o "aviso":

Este ano não vai haver presépio. Lamentamos, mas:
  • Os Reis Magos lançaram uma OPA sobre a manjedoura e esta foi retirada do estábulo até decisão governamental;
  • Os camelos estão todos no governo;
  • Os cordeirinhos estão tão magros e tão feios que não podem ser exibidos;
  • A vaca está louca e não se segura nas patas;
  • O burro está na escola a dar aulas de substituição;
  • Nossa Senhora e São José foram chamados à escola para avaliar o burro;
  • A estrelinha de Belém perdeu o brilho porque o Menino Jesus não tem tempo para olhar para ela;
  • O Menino Jesus está no Politeama em actividades de enriquecimento curricular e o tribunal de Coimbra ordenou a sua entrega imediata ao pai biológico;
  • A ASAE fechou temporariamente o estábulo pela falta da manjedoura e, sobretudo, até serem corrigidas as péssimas condições higiénicas do estábulo, de acordo com as normas da UE.

segunda-feira, dezembro 03, 2007

Tons de Azul

A quem se pergunta (essa massa anónima composta por duas ou três pessoas que teimam em ler este blog) o que é feito de mim, confesso que os últimos dias foram invulgarmente preenchidos, não me dando espaço nem tempo para mais nada. Na realidade, os próximos tempos provavelmente também não serão testemunha de uma escrita muito activa por estes lados, da minha parte. É que depois de muitos anos à procura de algo que se assemelhasse a um "lugar ao sol", finalmente esse dia parece ter chegado. Não vai ser um lugar ao sol pacífico nem de descanso, mas acredito que vai ser um degrau que subo e não um que desço. Efectivamente, a partir das 00h00 do dia 1 de Dezembro de 2007 mudei de camisola. Na realidade, mudei de cor: do azul marinho para o azul turquesa. Ainda é tudo uma grande novidade e aconteceu muito de repente, mas assim que a poeira assentar, tenho quase a certeza que vou ver o tão esperado sol a brilhar (mesmo que seja à custa de "alombar" todos os dias até más horas). Para já, uma lufada de ar fresco sabe sempre bem. Aos meus amigos que possam ler estas linhas, com quem ainda não tenha tido a oportunidade de falar e contar a história toda, prometo que assim que puder dou novidades. Obrigado por torcerem por mim! Até lá continuo a ver o céu ficar limpo!

quarta-feira, novembro 28, 2007

As Chávez do Poder

Durante a última semana tem sido muito comentada a reunião de "Sócras" com Chávez, como continuidade de uma onda mediática que começou com a forma como subiu ao poder, passando pelo atrito constante com Bush, e mais recentemente pela imagem do Rei de Espanha perguntando "porque não te calas?". Os GF fizeram (e muito bem) uma rábula sobre o assunto, simplesmente espectacular! Mas o que gostaria de salientar aqui é que depois destes cenários todos politicamente incorrectos, vi o "Sócras" tomar uma atitude, a meu ver, relativamente correcta (ainda que levada a cabo por motivos específicos, como negócios de petróleo e afins). Vi um dirigente português zelar pelos interesses do povo, nomeadamente a comunidade portuguesa na Venezuela, que conta com mais de 400.000 pessoas. Além disso e arriscando cair na moda de não gostar de Bush, parece-me que deixar de receber como recebemos Chávez, só para agradar à outra parte, seria do mais errado possível. Não só porque certamente não teríamos compensações de qualquer espécie por entrarmos em conflito apenas porque sim, mas também porque se formos discutir democracia, eu pessoalmente arriscaria dizer que Bush é capaz de ficar uns pontos atrás de Chávez, mesmo que de forma encoberta. Bush é criticado diariamente pelos seus e parece apenas ser reeleito pelos subterfúgios que ele próprio cria, como guerras e outro tipo de conflitos, que distraem os já de si desatentos americanos (até o amiguinho Durão "Burroso" já se sente enganado). Chávez, apesar de ter subido ao poder por golpe de estado, foi já reeleito pelo seu povo, que se sente ajudado por este. O futuro dirá se este dirigente, com as medidas preocupantes que tem tomado (como a possibilidade de ser reeleito "ad eternum"), se vai transformar mais em ditador ou mais em democrata, mas para já, parece-me não existir termo de comparação.

quarta-feira, novembro 21, 2007

Caminho Marítimo para Lisboa

O túnel do metro no Terreiro do Paço, que serve de passagem subterrânea ao pessoal que não quer ser atropelado na Infante D. Henrique, ficou inundado com as últimas chuvas. De recordar que há sete anos atrás foi muito pior, quando as obras foram interrompidas devido ao aluimento de terras. De qualquer forma este conjunto de acontecimentos que já não são novidade nenhuma, a menos de um mês da abertura da estação de metro, não auguram nada de bom... Eu cá para mim, arriscando cair nas teorias da conspiração, parece-me que aquilo foi obra da ASAE. Não contente com o encerramento da Ginjinha, lembrou-se de fechar também aquela passagem. Não se lembrou que talvez fizesse falta... Eu passo naquela zona ocasionalmente enquanto peão, mas tenho muito mais razões de queixa quando passo por lá como condutor. É que a malta que ali atravessa a estrada, parece frequentemente uma manada em fúria, contida apenas por umas frágeis placas metálicas do lado do rio, e uns blocos de cimento do lado da estrada. Ocasionalmente acontece um daqueles "gnus" saltarem estes blocos em busca da liberdade... no meio da estrada. Por isso aqui fica o meu apelo, enquanto automobilista preocupado e enquanto peão: façam um ralo na passagem ou levem para lá um desentupidor! Ah, e se por acaso a minha teoria estiver certa e aquilo tiver sido obra da ASAE, esses meninos que vão mas é encerrar o "rego do ass", como diria o Zé Berardo, para ver se não fazem tanta merda!

terça-feira, novembro 20, 2007

Adeus Ginjinha...

A última importante intervenção da ASAE em Lisboa foi encerrar a mítica Ginjinha. Parece que o local não tinha as condições adequadas ao funcionamento. Sinceramente não vejo que grandes condições são necessárias para servir ginja de uma garrafa para copos a um balcão, mas a malta da ASAE lá deve saber... Considero realmente importante este tipo de acção, porque é fundamental manter a baixa lisboeta parecida com um deserto, fora do horário de trabalho normal (sim, o Mário Lino deve ter-se enganado na margem do Tejo quando deixou escapar a bosta pelo canto da boca). Mesmo em épocas como o Natal ou outro tipo de festividades, é ver as lojas todas fechadas, tirando um ou outro "franchise" merdoso, com as pessoas a deambular pelas ruas a olhar para... nada que interesse. Agora nem estes pontos históricos e de relevo da nossa cultura e da cidade, estão a salvo das garras desta força policial. Mas se querem olhar para condições, julgo que era de fechar Portugal inteiro: as estradas não têm condições, os hospitais não têm condições, as escolas não têm condições, basicamente não há condições para nada. Por isso, feche-se! E podem começar pela Assembleia da República. É que vem um cheiro nauseabundo lá de dentro. Enfim... com isto tudo é de esperar que não se lembrem de fechar o Eduardino (caso não o tenham já feito), senão a malta deixa de beber naquela zona! Abaixo a malta que bebe (ou bebia) ginjinha, viva os putos que bebem "shots" nas discotecas!

segunda-feira, novembro 19, 2007

Um Dia Banal

Hoje acordei com o som da chuva a cair. Como não sou daquelas pessoas com o espírito maníaco-depressivo em relação ao tempo, confesso que este facto não me abalou muito. Ainda para mais porque a chuva já estava a fazer falta (segundo dizem os entendidos). Fez-me apenas pensar que talvez o trânsito estivesse um pouco mais complicado, no dinheiro que poupei por não ter ido lavar o carro durante o fim de semana, e que talvez fosse melhor levar um guarda-chuva e um casaco porque devia estar frio. A manhã decorreu na normalidade: alguns pequenos problemas para resolver, algumas orientações a dar, outras a receber, etc. A satisfação chegou quando, durante a hora do almoço e apesar de me arriscar a uma molha, fui passear até ao Chiado. Surpresa agradável: poucas pessoas na rua, bem como nos comes e bebes. Confesso que havia mais lugares livres do que ocupados, até. No final, cafézinho da FNAC seguido de ronda tradicional por entre livros e discos, e o regresso foi feito sem percalços meteorológicos. Obrigado desde já ao São Pedro. Já depois de regressar, sento-me nesta cadeira e resolvo escrever por aqui algumas palavras. Sinto-me embalado pela morna que toca duas secretárias ao lado, e intrigado pela selecção musical invulgar (ainda que agradável). Relembro os passos dados e penso no gosto que tenho em fazer esta voltinha sempre que posso. Enfim, hora de "acordar", regressar ao trabalho (que é algum) e aguardar que algo de importante aconteça. Será que vai acontecer?

segunda-feira, novembro 12, 2007

Get a Life

Nos últimos tempos tem sido abismal o aparecimento de mundos virtuais onde cada vez mais pessoas passam horas e horas por dia. Os jogos online deram um "kickoff", partindo-se daí para conceitos um pouco mais elaborados do que o de um simples jogo. Desde "World of Warcraft" até ao "Second Life", há cenários para todos os gostos. Foram até mesmo já celebrados os primeiros funerais online, para jogadores que após períodos superiores a 3 dias em frente ao computador, acabaram por não resistir e passar efectivamente para outro mundo: o do além. Assisti já a grandes reportagens que mostram jovens sem qualquer tipo de capacidade social (nem com a própria família da qual muitas vezes dependem), a não ser em ambientes online. Levantam-se de manhã, vão para a escola ou trabalho temporário, ansiando por chegar a casa o mais rapidamente possível e aproveitar o máximo de horas em frente ao computador, enquanto a família janta sozinha, deixando um prato à porta daquele hóspede desconhecido que têm em casa. Alguns reconhecem que a sua vida real é no mínimo deprimente, mas não se sentem tentados a fazer nada para mudar. O seu pequeno grande mundo virtual é suficiente... Como se pode ajudar alguém nesta situação? Como se pode mostrar que a vida real, com todas as "merdices" que implica, é ainda assim melhor do que nada? Como se pode explicar que são os problemas que, uma vez ultrapassados, fazem de nós pessoas melhores? Como se explica que um abraço, uma lágrima, uma dor profunda ou um simples sorriso são sentimentos muitas vezes opostos, que fazem parte de uma mesma experiência única: viver. Nunca antes a expressão fez tanto sentido: "get a life", meus amigos... "get a life"!

sexta-feira, novembro 09, 2007

Conversa de Malucos

Marco: Boa tarde. Pediram-me para passar aqui pelo balcão para discutir o meu pedido de revisão de spread, no crédito habituação.
Banco:
Diga-me o seu nome por favor.

Alguns minutos passados a vasculhar papelada...
B: O seu pedido de revisão de spread foi aprovado para 0.8% mas terá de fazer um plano poupança e um XYZ.
O XYZ não me recordo, porque o meu cérebro estava a dar mortais encarpados à rectaguarda neste preciso momento.

M: Então e com esta revisão de spread, em quanto fica a minha prestação mensal?
Aproximadamente após 5 minutos de escrita frenética no teclado do computador...
B: Fiz uma estimativa à taxa actual da Euribor e... fica mais ou menos no mesmo valor.
M:
Então e quais são as condições do plano poupança que tenho de fazer?

B: Então, paga 15 euros por mês durante 8 anos e 1 dia. Este período é uma forma de se fidelizar connosco.
M: Fidelizar? Mais do que os 40 anos de empréstimo que tenho pela frente? Mais que aquilo que pago por ser associado e mais ainda que o cartão de crédito que fui obrigado a fazer?
B:
Mas repare... tem filhos? Não tem filhos... mas se ocorrer uma fatalidade, a sua esposa recebe um valor de XYZ.
M: Isso é muito interessante, mas... a minha ideia ao pedir uma revisão de spread que me vai custar 75 euros, era ficar a pagar menos ao final do mês, está a ver? É que o plano poupança eu faço quando e como quiser, se puder.
B: Mas a diferença é que este dinheiro a mais que vai pagar para o plano poupança, é seu!
M: Vou ter que dispor do mesmo ao final do mês durante 8 anos, para esse efeito, certo?
B: Pois... e um dia!
M: Olhe, sinceramente a revisão de 1%, que é já de si uma taxa exagerada, para 0.8% ficou muito aquém do que estava à espera, e noutros bancos que não me conhecem de lado nenhum, consigo melhor. No banco da minha esposa, oferecem condições muito melhores, inclusivamente através da possibilidade de juntar os dois créditos que temos.
B: Ah, mas isso que me está a dizer é outra coisa diferente! Não prefere juntar os dois créditos aqui no nosso banco?
M: Tendo em conta que as vossas condições são piores... NÃO!
B: Pois, mas assim fazemos uma revisão das nossas contas e depois voltamos a contactar. Dê-me os dados da sua esposa...

E foi mais ou menos assim que terminou uma conversa, em que ao invés de sentir que estava a negociar com um banco, senti que estava a negociar com uma mercearia. Talvez o espírito das fusões esteja a afectar os senhores banqueiros, e tenham sido feitas já algumas OPAs pelo comércio tradicional. Qualquer dia apanho um gajo de lápis na orelha e bloco na mão, com aspecto bonacheirão, como gestor de conta. Aguardemos desenvolvimentos...

terça-feira, novembro 06, 2007

Filme de Acção

O assassino aproxima-se lentamente, enquanto retira debaixo da sua capa uma carabina. Apenas a pouco mais de 5 metros da carruagem onde circula o Rei, dispara um tiro certeiro que lhe atravessa o pescoço, partindo-lhe a coluna vertebral num estalido e provocando-lhe a morte imediata. Enquanto se gera o pandemónio, o assassino continua concentrado, disparando um segundo tiro, desta vez no ombro, que faz o Rei tombar sobre a Rainha, que o acompanha. Um rapaz fura a segurança e, elevando-se no estribo, dispara mais dois tiros de uma Browning, sobre o Rei já sem vida. A Rainha entra em pânico e agride violentamente o rapaz. O Príncipe levanta-se, mas antes de conseguir disparar o Colt, é também atingido por uma bala no externo, perfurando-lhe um pulmão. Mesmo ferido consegue ainda disparar quatro tiros sobre o rapaz, que depois de cair no chão é trespassado à espada e a tiro pela polícia. Entretanto o assassino continua a disparar, e uma vez mais de forma certeira atinge o príncipe na face com um tiro que lhe sai pela nuca, fazendo-o tombar sobre o infante. O infante é também trespassado por uma bala perdida, no braço. O cocheiro, mesmo ferido, faz seguir a toda a velocidade a carruagem alagada em sangue, enquanto a Rainha tenta acudir aos filhos já sem vida. Um oficial presente no local derruba com uma estocada o assassino, que antes de cair lhe consegue colocar uma bala na coxa.

Peço desculpa se cometi alguma incorrecção no relato que aqui fiz, pois confesso não ser o melhor conhecedor da nossa História. Mas foi com prazer que hoje assisti, aqui bem no local onde trabalho, a uma aposta forte nessa mesma História como base para o argumento de uma produção televisiva. Não sei ao certo em que âmbito ou para que canal está a ser feita esta gravação, mas a iniciativa só pode ser de louvar. Não sei também se será relatada com este tipo de detalhe. A situação concreta: o regicídio de D. Carlos, que seguia numa carruagem acompanhado por D. Amélia e D. Luis Filipe, no Terreiro do Paço. Os assassinos: Manuel Buíça e Alfredo Costa. O ano: 1908. Aguardo para ver.

sexta-feira, novembro 02, 2007

Hollywood Versão Tuga

Estreou ontem a muito esperada (por alguns... por outros nem tanto) "média-metragem" portuguesa, intitulada "Corrupção". Esta obra cinematográfica que confesso não ter visto, nem tão pouco saber se me interessa ver, padece de uma série de males. Em primeiro lugar, é aquilo que se pode chamar de filme órfão. O suposto pai, João Botelho, mostrou-se relutante em assumir a paternidade. Diz que tem algo a ver com a censura de 17 minutos que lhe fizeram ao filme (daí passar a "média-metragem"). Depois, um problema resultante dessa censura/montagem do filme aparentemente feita enquanto se ia "tirar o pai da forca", que fez com que, diz quem assistiu à estreia, a banda sonora não batesse certo com as cenas da filme. É natural... com 17 minutos a menos! Segundo a mesma plateia, o filme pouco acrescenta ao romance cuja autora é a personagem principal do filme a que deu origem. Ah... parece que no filme a protagonista não escreve um livro intitulado "Eu, Carolina", mas sim um livro intitulado "Eu, Sofia". Tenho ainda um reparo a fazer, talvez resultante da minha ignorância: porque raio é que o cartaz do filme tem o texto todo invertido? É que ainda se fosse só o título e mais duas ou três frases... mas até os créditos estão todos com o efeito "espelhado"! Foi algum erro da tipografia ou é de propósito? No meio disto tudo foi de admirar a festa de anteestreia do filme, onde o "Jet Seis e Meio" teve oportunidade de mostrar o seu glamour ao melhor nível. Digam lá se esta gaja na foto, a trabalhar no "Calor da Noite", não valia uns bons 25 euros?

Sexta Com Sabor a Segunda

E aquela sensação de fazermos parte dos 10% de otários que hoje foram trabalhar?

terça-feira, outubro 30, 2007

The Night Train

Decorre durante o dia de hoje uma greve dos revisores da CP, que lutam por melhores condições sobretudo no que diz respeito à falta de segurança de quem trabalha correndo o risco de acabar o dia com umas costelas partidas, dedos pisados ou mesmo algumas cabeçadas. A mim parece-me existir uma solução muito fácil para erradicar de uma vez por todas a violência neste tipo de transportes. Eu pessoalmente iniciaria uma nova vaga de recrutamento de "picas", indo buscar pessoal a zonas como o Bairro Alto, Docas, 24 de Julho, etc. Mais concretamente, sugiro recrutamento de porteiros de bares e discotecas como "picas" nos comboios. Em vez do habitual percorrer de carruagens pedindo os bilhetes à malta, colocava um porteiro em cada entrada da carruagem. Depois ele é que decidia se a pessoa podia ou não entrar. Caso a pessoa fosse mais mal vestida ou tivesse um ar suspeito, ficava de fora. Depois se alguém quisesse mesmo, mesmo entrar, teria de pagar consumo mínimo (ex.: duas ou três viagens). Podia também deixar de existir passe, implementando assim um novo esquema de funcionamento baseado em "convites". Os maquinistas ou outros funcionários da CP podiam distribuir convites pelos amigos, que os apresentariam ao porteiro da carruagem, caso desejassem fazer uma viagem. Se ainda assim ocorressem problemas durante as viagens, certamente os porteiros não teriam dificuldade em pegar nos desordeiros e provocar-lhes uma espécie de "saída antecipada", por exemplo, pela janela! Aqui fica o meu conselho, esperando que a criatividade ilumine o caminho a quem de direito, para tomar este tipo de decisões.

segunda-feira, outubro 29, 2007

Analfabeto Televisivo

Apercebi-me hoje que devo ter estupidificado nos últimos anos, pois cada vez percebo menos os programas de televisão. Cerca de 80% da reduzida programação com que me cruzo durante longas sessões de "zapping" entre os 4 canais que tenho (sim, sou teimoso e continuo a recusar-me a ter TV por cabo), passa-me completamente ao lado. Não percebo os reality shows, e garanto-vos que não é pelo facto de todos os participantes serem do norte do país e possuírem o sotaque mais arrevezado que se possa imaginar. O que eu não percebo, é mesmo o formato. O Big Brother por muito mau que fosse, tinha umas regras simples: meia dúzia de tótós com a escolaridade mínima obrigatória mal feita fechados dentro de uma casa, é fácil de entender, como diriam os "The Gift". Hoje vi o título de um programa da TVI que se chama "Cantando e Dançando Por Um Casamento", que mais parece o prefácio de um livro, onde aparentemente o objectivo do jogo é ter um casório do catano, à custa de não saber cantar nem dançar. A SIC tem um outro programa que se chama "Família Superstar", onde se tentam reunir cantores medíocres com grau de parentesco, destinados ao anonimato eterno. Depois temos algumas novelas a passar na TV desde 1894, cujo enredo é fisicamente impossível tentar seguir (há uns tempos ouvi falar na reedição da Vila Faia...). Já nem falo dos programas que passam durante a manhã (onde se apanham pérolas como esta), em que a variedade da parvoíce é tanta, e as aventesmas participantes são em tal quantidade, que se torna impossível descrever o formato (basta dizer que num deles aparece o Cláudio Ramos). A história da desgraçadinha também deve render audiências, porque a grande aposta está em entrevistar pessoal tetraplégico ou pior, cuja mãe era prostituta e o pai andava no gamanço, enquanto os figurantes vão sendo instruídos para chorar copiosamente. Restam-me assim 3 programas que consigo ver (quando tenho tempo e disposição): "Diz Que é Uma Espécie de Magazine", "Conta-me Como Foi" e a cena dos "Miúdos de 10 Anos". Tirando isto, resta tornar-me viciado em anfetaminas para aguentar até às quatro da manhã, e "papar" assim dois CSI's, três Dr. House's e mais meia dúzia de programas fixes, sem sucumbir aos 45 minutos de intervalo entre cada um.

domingo, outubro 28, 2007

Dez Mandamentos do Aluno

"Justificadas ou injustificadas, as faltas dos alunos do ensino básico e secundário deixam de ter consequências, a não ser a realização de uma ou várias provas de recuperação para os estudantes que excedam os limites de faltas definidos por lei."

Começa assim uma notícia do Público que dá conta que os alunos vão deixar de poder chumbar por faltas. Faz tudo parte do novo estatuto do aluno aprovado pela comissão parlamentar, com os votos a favor do PS e com os votos contra... de todos os outros. Confesso que desconheço o estatuto referido, mas eu próprio sentir-me-ia confiante para elaborar um documento do género. Aqui vai um "teaser" da minha proposta, à moda dos dez mandamentos:

1. Não serás obrigado a frequentar as aulas, excepto no caso de ser necessário agredir algum professor, que possa ter causado algum tipo de transtorno psicológico, como a prática ilegal de enviar trabalhos de casa;

2. Não serás obrigado a fazer testes ou exames, podendo e devendo exigir que seja feita uma avaliação à medida pelo professor responsável, cujo grau de dificuldade se deverá adequar aos teus conhecimentos actuais, nunca superiores aos de um ser acéfalo ou até monocelular;

3. Deverás usar e abusar de justificações para a não realização de quaisquer actividades propostas, como traumas psicológico ou carências sócio-culturais do teu agregado familiar;

4. Deverás usufruir do teu direito à destruição da propriedade particular de qualquer professor, que não cumpra os teus critérios de educador;

5. Deverás recorrer à utilização de armas brancas, sempre que for necessário inflingir dor a um professor ou funcionário da instituição de ensino que frequentas;

6. Poderás recorrer em casos que assim o justifiquem, ao homicídio de um professor, funcionário ou membro do conselho executivo do estabelecimento de ensino, precavendo-te antes de que te enquadras no limite de idade legal para o realizar, sem que qualquer tipo de responsabilidade te possa ser imputada;

7. Deverás tentar alcançar a paternidade de uma ou mais crianças, com um ou uma colega de escola também menor, de forma a obter os subsídios previstos por lei, sendo considerado como recomendável um número de filhos igual ou superior a 4;

8. Deves lutar sempre pelos teus direitos, comparecendo a manifestações à porta da tua escola [contacta os organismos competentes se não souberes a morada exacta], onde terás oportunidade de gritar palavras de ordem, mesmo que não as saibas escrever num cartaz;

9. Não cobiçarás os testes dos teus colegas, para copiar, pois mesmo que deixes a tua folha em branco ser-te-á dada uma classificação positiva;

10. Honra-te a ti próprio conforme entenderes, pois os teus pais não fazem mais do que a sua obrigação ao sustentarem os teus vícios, sem receberem nada em troca (como por exemplo o teu respeito).

Creio que com estes mandamentos temos traçada a sociedade do futuro. Um futuro... sempre jovem!

sexta-feira, outubro 26, 2007

Great Balls of Fire

Hoje tive de alterar um pouco a minha rotina diária e passei por casa à hora do almoço para acompanhar a minha cara metade a uma sessão de fisioterapia em que lhe uma senhora chamada Gabriela se apoia com o joelho no "nalguedo" e lhe diz para fazer força com a perna. Aproveitando a ocasião para almoçarmos juntos os deliciosos restos do jantar do dia anterior, tivemos como ruído de fundo o programa da Fátima Lopes, onde esta uma vez mais se dedicou a uma causa humanitária. Desta feita era um senhor que se vinha queixar de negligência médica numa situação que o afecta até aos dias de hoje. Independentemente da seriedade do problema relatado, que espero nunca sentir na pele, não consegui evitar um ocasional sorriso... quer dizer... mais um esgar maléfico, em vários momentos. O problema em questão estava relacionado com uma operação mal feita a um "não-sei-bem-o-quê" (não percebi a palavra porque o tipo tinha um sotaque tripeiro do piorio), que lhe estava a afectar nada mais nada menos que... um testículo. Admiro-lhe a coragem. Se tivesse sido operado aos tomates, certamente não o diria na televisão. Depois surgiram-se uma série de particularidades linguísticas na conversa que já nem sequer consigo aqui "por de pé" (pronto... lá estou eu... estão a ver como isto me afectou?). Uma delas foi que considerava não necessitar de psicólogas. Nas palavras dele, "para ter alguém a 'passar-lhe a mão', não era preciso uma psicóloga". Tenho de ir rever os meus conceitos de psicologia... e eventualmente marcar uma consulta! Ainda durante a conversa referiu que agora, o mesmo "não-sei-bem-o-quê" que levou a que lhe retirassem um dos testículos, lhe apareceu no outro. Só que dado o historial médico, e uma vez mais nas palavras do senhor, "nenhum médico lhe quer pegar...". Independentemente de ser médico ou não, até consigo perceber porquê... Não querendo fazer pouco da desgraça alheia, fico-me por aqui, desejando as melhoras ao senhor que diz ter de suportar dores horríveis diariamente. Acredito sinceramente que sim, porque eu só de ouvir também já as sentia.

quarta-feira, outubro 24, 2007

Qualificação ou Negligência?

Será dada hoje a sentença no caso de Monção, em que uma mulher é acusada do homícidio, ao pontapé, de própria filha. Segundo os possíveis cenários legais, a pena será algo entre os 12 a 25 anos de prisão, caso seja provado que se está perante um caso de homicídio qualificado e não homicídio por negligência. A minha questão é: negligência, como? Se há "homicídio" que se "qualifica" na categoria, é este! O próprio Ministério Público não avançou para a pena máxima, ficando-se pelos 16 anos. Em algumas notícias como a que saiu hoje no SOL, tenho visto no âmbito deste caso, debatidos diversos pormenores que considero muito interessantes. Segundo o magistrado do MP, "a mãe não terá tido intenção de matar a filha (...) mas tinha noção de que ao desferir dois pontapés no abdómen (...) lhe poderia causar lesões irreversíveis". As carências sociais, imaturidade, ausência do marido e os quatro filhos que tinha, são também alvitrados como atenuante para o caso, o que leva o advogado de defesa a considerar que uma pena superior a 5 anos não faz sentido. Relativamente aos comentários destes "beneméritos" todos que estão a ver se safam a senhora, eu tenho algumas considerações a fazer. Em primeiro lugar, há que pensar que uma mulher capaz de matar a própria filha ao pontapé, é revelador de uma violência extrema e um forte desequilíbrio mental, que só por acaso não levará à morte de mais alguém. Em segundo lugar, existe uma clara intenção neste acto, cujo desfecho possível só poderia ser a morte da criança (não vejo aqui nenhuma negligência). Em terceiro lugar, carências e necessidades, há muita gente que as tem. A diferença é que nesse caso evitam ter quatro filhos, e mesmo quando os têm, não os tratam necessariamente ao pontapé. O único facto claro neste caso é que a Sara morreu vítima de um pontapé no fígado, desferido pela mãe, por ter entornado o leite que estava beber. Não se pode continuar a desresponsabilizar esta geração crescente de "white trash" subsidiodependentes!

segunda-feira, outubro 22, 2007

G'anda Mesada

Se ver um pai pagar uma dívida do filho no valor de 12,4 milhões de euros, não é a prova cabal de que algo de muito errado se passou, nomeadamente no caso do BCP e do "rebento" do Jardim Gonçalves, então não sei o que será. Em primeiro lugar temos um banco, para o qual aparentemente não será grande problema ficar sem os referidos 12,4 milhões de euros, a título de uma "dívida incobrável". Depois temos um dirigente desse mesmo banco, que quando vê os "calos apertados", tapa o buraco escavado pelo próprio filho, com a totalidade dessa mesma módica quantia. Depois temos uma justificação por apresentar para o sucedido, que ninguém se dá ao trabalho de solicitar. Onde estão as entidades reguladoras competentes? Qual é o papel do Banco de Portugal, no meio disto tudo? Talvez se justificasse uma intervençãozita, não? Mas devem todos estar muito ocupados a colocar pessoal em listas negras por dívidas de 100 euros. Pode parecer que me estou a repetir relativamente a um post anterior, mas não sei o que se passa com a cabeça desta gente toda... Enfim, resta-me imaginar a mesada que o jovem caloteiro recebia do pai quando era criança. Na volta, ainda recebe, mas deve estoirar tudo em "putas e vinho verde" como se costuma dizer, para ter de ser o pai a "limpar o rabinho ao bébé". Como dizia Mel Brooks no filme "Uma Louca História do Mundo", "it's good to be the king"!

sexta-feira, outubro 19, 2007

Confirma-se... Está Podre!

Pois é, hoje tive mais uma confirmação daquilo que tenho observado nos últimos tempos. O mundo em geral, o nosso país em particular, está efectivamente podre até às entranhas. Podemos dizer que sofre de um cancro em fase terminal, que teima em manter o doente vivo só para testemunhar o sofrimento que provoca. Eh lá... agora acho que exagerei um bocado. Vá, digamos que está tipo merda, só para simplificar. E perguntais vós o porquê de tão horripilante utilização de figuras de estilo no meu discurso, ao que eu respondo com mais uma desventura profissional no âmbito dos concursos em que tenho estado envolvido. A última foi de um conhecido ministério que eu não vou aqui dizer o nome por causa da PIDE do "Sócras", que está a recrutar pessoal na área da informática. A "estranheza" começou na prova escrita mais estupidificante que já vi, composta por um teste de 50 questões de escolha múltipla a descontar respostas erradas: houve apenas três notas positivas, duas na casa dos 11/12 valores (a minha incluída) e uma na casa dos 18. Ultrapassada a peculiariedade de um concorrente licenciado em informática, que segundo o próprio estava neste momento "desempregado", ter uma nota destas num teste destes, chegou a altura das entrevistas (eu fui lá ontem). Entretanto descobri que afinal o meu opositor "desempregado" ocupa o seu tempo livre a trabalhar no referido ministério, nas mesmas instalações onde decorreram as provas e onde ele tão habilmente conseguiu obter um 18. Dada esta narrativa, dou um chocolate a quem adivinhar quem vai ficar com a vaga a concurso!

quarta-feira, outubro 17, 2007

Os "Incobráveis"

Finalmente uma boa notícia, no âmbito da economia e finanças em Portugal! Fiquei a saber que, tal como diz a publicidade do BES, como não tenho pais ricos nem ganhei a lotaria... o meu crédito habitação pode ser considerado "incobrável" (se a Euribor continuar a subir desta forma não é mentira nenhuma). A ver se passo pelo meu balcão para lhes comunicar que não vou poder cumprir as minhas obrigações de hoje em diante. Quer dizer, espero que noutros bancos além do BCP, esta também seja uma prática corrente. Ou talvez seja específico apenas para quem pede mais de 12 milhões de euros. Na volta as regras são feitas no momento, de acordo com a necessidade de cada um... dos filhos ou enteados de um elemento da administração, direcção ou presidência. Bem, com tantas questões começo a ponderar seriamente construir um blog, sobre os vários cenários possíveis segundo os quais uma pessoa pode deixar de pagar a prestação do crédito. Aceitam-se sugestões. Eu pessoalmente nem sabia que existiam créditos "incobráveis". Mas parece que este conceito não se aplica a pessoas que trabalhem, ou cujas dívidas sejam de umas meras centenas de euros. Já agora, pergunto-me como é que alguém considerado por muitos como uma pessoa inteligente, espera que este facto possa de alguma forma passar eternamente despercebido? Milhares de "perfeitos desconhecidos" têm hoje em dia, em virtude do seu trabalho ou funções que exercem, acesso a informação privada sobre contas bancárias e outras aplicações financeiras, de qualquer pessoa ou entidade (mais ou menos importante). Mais tarde ou mais cedo, as irregularidades vão aparecendo (se essa informação interessar a alguém). Digo eu, na minha qualidade de ignorante sobre a matéria...

terça-feira, outubro 16, 2007

Gestão de Recursos Humanos

Quem costuma dar uma espreitadela a este estaminé, já viu que ultimamente tenho relatado aqui algumas "frustrações" profissionais. Assim, decidi-me de uma vez por todas a quebrar esta onda de marasmo, e resolvi mudar de emprego! Depois de ler uma notícia no DN de ontem, já sei inclusivamente qual vai ser a minha próxima actividade: noivo contratado de imigrantes ilegais! Ao que parece é das actividades mais lucrativas que se pode ter. Os papéis tradicionais desempenhados pelas "meninas" que vêm para Portugal de forma ilegal e ficam a trabalhar em bares e casas de alterne, relativamente aos seus clientes, anda a inverter-se de alguma forma (pelo menos quem paga a quem). Uma das técnicas para se legalizarem e verem assim as portas da Europa abertas passa por casarem com um português, obtendo desta forma a nacionalidade portuguesa. Ao que parece, um tipo que vive numa localidade perto de Espanha, abundante em estabelecimentos comerciais como os referidos, já vai no terceiro casamento ultrapassando um montante total superior a 10 mil euros, pago pelas meninas com quem tem contraído matrimónio e eventualmente algumas doenças venéreas. Eu dispensava a parte das doenças venéreas, mas o "carcanhol" até dava jeito. Só tenho dúvidas em relação ao CAE que devo escolher para abrir esta nova actividade, quando me for inscrever nas finanças... se alguém me puder ajudar neste sentido, agradeço contacto por esta via! Quem também estiver interessado em entrar nesta actividade, tem aqui o "manual técnico" fornecido pelo DN.

sábado, outubro 13, 2007

Sossego do Lar

Pensava eu que pelo menos este fim de semana seria mais calmo do que a pseudo semana de férias que tirei (na qual entre outras coisas desagradáveis ou desinteressantes que tive de fazer, tive de passar 3 vezes pelo serviço). Nada podia estar mais longe da verdade. Hoje durante aproximadamente quatro horas tive de aguentar os meus vizinhos aos berros e a partir coisas (eventualmente uma ou duas portas devem ter ficado em muito mau estado). Ao fim destas quatro horas e depois de ver a minha vizinha vir atrás do meu vizinho para a rua com uma faca na mão (sim, este é mais um daqueles casos de violência doméstica em que ELE é que as leva), achei que estava na altura de chamar a polícia. Passados alguns minutos a polícia chegou. Foi engraçado ouvir os três marmanjos a dizerem ao casalinho para resolver as coisas a bem e com calma, enquanto os dois mesmo na presença da polícia e de uma criança continuaram aos berros e a uma curta distância da violência física. Quer dizer, rasgar a camisa do homem talvez ultrapasse uma "curta distância"? No final de cerca de mais uma hora de gritaria, a polícia resolveu ir-se embora sem fazer nada. Restou ao meu vizinho sair porta fora (provavelmente para não levar mais uma carga de porrada). Importa realçar que durante todo este tempo uma criança esteve a assistir a este filme, mas isso parece cada vez ter menos importância para os "papás" modernos. Tenho impressão que vou ter da fazer muitas chamadas como a que fiz hoje, durante os próximos tempos... ou se calhar ainda hoje.

quinta-feira, outubro 11, 2007

Leve Peso da Responsabilidade

Quem achar que esta mulher é uma beata hipócrita, ponha o dedo no ar, por favor! Assisti recentemente a mais uma onda de "declarações bombásticas" desta senhora na imprensa nacional, tal como gosta e já nos habituou, a fazer. Desde a fase inicial da procura desesperada de alguém a quem apontar o dedo sobre todos os males causados àquelas criancinhas inocentes da Casa Pia, até às últimas acusações depois de já não ocupar o cargo de provedora, só consigo pensar na palavra "hipocrisia" para descrever esta senhora e as suas atitudes. Chegou ao ponto de sair na primeira página de um jornal em letras garrafais o título "Livre Para Falar", relativamente ao facto de já não exercer as funções que lhe tinham sido atribuídas na Casa Pia. A minha pergunta é, se o momento ideal para falar, não seria precisamente quando estava lá. Este é mais um exemplo da forma impune como toda a gente neste país, se dá ao luxo de debitar "postas de pescada" para o ar da forma mais irresponsável possível, sem que ninguém lhes peça contas sobre aquilo que dizem ou fazem. Outra questão que coloco: porque é que as autoridades "competentes" não obrigam quem faz este tipo de acusações e afirmações a provar e justificar aquilo que diz? Quanto a mim, se for verdade, seria a forma mais fácil de chegar aos culpados de uma vez por todas, em vez de se andar por aí a falar por meias palavras. Mas acho que somos isso mesmo, um país de meias palavras. E quando se opta por falar sem papas nas línguas, é sempre pelos motivos e assuntos errados.

terça-feira, outubro 09, 2007

Estava Mesmo Mau

Pois é, tal como fiquei a saber na semana passada, "aquilo" estava mesmo mau. O funcionalismo público e os meandros da cunha e dos interesses deram uma vez mais mostras do seu melhor. Desta feita estava relacionado com alguém de um grupo de 5, ficar com um "lugar ao sol". Posição em causa: área das ciências informáticas. O elemento dos 5 que "conquistou" o seu direito passou toda a fase de prestação de provas a dizer-me "aquilo está feito para ti", o que só me ajudou a antever o resultado (...de que na realidade estava feito para ele). O elevadíssimo nível técnico do espécime em questão, pode ser traduzido por uma frase de uma conversa que tivemos logo no início do concurso, em que disse e passo a citar: "Java é a mesma coisa que Javascript, não é?" (para quem percebe pouco ou nada de informática, está tudo dito). O forte desempenho na componente técnica ficou desta forma garantido. Mas como a qualidade técnica dos "animais" em competição, nos quais eu me incluo, não poderia de forma alguma atrapalhar o resultado mais desejado, optou-se por eliminar essa parte da avaliação do concurso. Assim, esta prova foi substituída por questões bastante úteis, como o nome do chefe, perspectivas de futuro, etc. O resultado final certamente foi satisfatório: o concorrente que no ano anterior tinha ficado em último lugar dentro da área, saltou este ano para primeiro. Resta-me aguardar que possa vir a desempenhar as suas funções com o mesmo brilhantismo com que ganhou o "seu" lugar ao sol. Eu provavelmente vou começar a pensar noutras paisagens, onde o sol queime menos. Estas começam a ficar monótonas demais para o meu gosto, o que mais tarde ou mais cedo me levará certamente a cometer algum tipo de erro.

Estamos Quase Lá

Comecei hoje o dia a ver a notícia de que a preparação de uma acção de protesto para a visita de José Sócrates, pela parte de alguns sindicatos de professores tinha sido interrompida pela visita de dois bófias da PSP à paisa, que entraram nas instalações onde decorriam os referidos preparativos, avisando os professores para "terem cuidado com a linguagem" e levando alguns dos panfletos que tinham já sido impressos. As minhas perguntas são: Alguém tem outro nome para isto que não "censura"? Alguém tem outro nome para estes bófias que não "PIDE"? Alguém tem outro nome para o nosso regime que não "ditadura"? Mas enfim, a pouca imprensa que resolveu tocar no assunto, optou pelo nome mais politicamente correcto de "acção intimidatória". Já os partidos políticos da oposição, nem tão pouco tocaram no assunto. É por isso que escrevo este texto com muita tristeza e coloco ênfase nas três palavras mais carregadas, para fazer uma experiência. Sei que aquilo que fazemos, dizemos e escrevemos na Internet, não é isento de responsabilidade. Tão pouco tento sequer ocultar a minha identidade, relativamente ao que escrevo, pelo que assumo total responsabilidade por isso mesmo. Resta-me então aguardar que a bófia pidesca do Salazar dos tempos modernos com nome de filósofo, que já tem pessoal a monitorizar o que se passa por estas e outras "cyberandanças", me venha bater à porta. Por isso, meus caros 2/3 leitores, já sabem que se eu deixar de escrever por um período mais prolongado de tempo, certamente fui apanhado. Será que têm TV Cabo no forte de Caxias?

quinta-feira, outubro 04, 2007

Aquilo Está Mau...

Ontem o meu dia começou com um "aquilo está mau...", por parte de quem dependia uma pequena percentagem do meu "lugar ao sol". E assim, sem qualquer tipo de surpresa para mim, se adia indeterminadamente um possível cenário futuro. É engraçado que nos últimos tempos tenho sentido cada vez mais a velha máxima que muitos me diziam e eu nem sempre percebia: aquilo que não nos mata, torna-nos mais fortes. Para além de nos tornarem mais fortes, muitas destas situações (e dos pormenores que envolvem as mesmas) também nos criam uma espécie de carapaça. Assim, a partir de determinada altura deixam de nos incomodar (por muito vergonhosas, sujas e injustas que sejam) e passamos a conseguir lidar com elas através do bom humor, boa disposição e no fundo a esperança de que algum dia há-de ser o nosso dia. Eu acredito plenamente nisso. Acho que é apenas uma questão de tempo, e de estar à hora certa, no lugar certo (onde fica esse lugar e em que hora devo lá estar, resta-me descobrir). Além disso, quando olho para trás vejo quase todos os objectivos que tenho definido para mim, atingidos. Isso leva-me a crer que também serei capaz de atingir os que tenho traçados neste momento e os que possa vir a traçar. Aproveito assim esta minha boa disposição no dia de hoje, para encorajar todos a perseguirem os seus objectivos com força e determinação, mesmo que todos os dias alguém vos diga: "aquilo está mau...".

segunda-feira, outubro 01, 2007

Entre Marido e Mulher

Era uma vez um casal, que vivia na Bósnia, e que como tantos outros casais era infeliz no seu casamento. Como escape, e sem o conhecimento um do outro, começaram os dois a experimentar relacionamentos na Internet. Ela era "Sweetie" e ele era "Prince of Joy", nos seus mundos alternativos. Após algum tempo a desabafarem online os seus problemas conjugais, cada um resolveu marcar um encontro... com o outro! Este casal que era incapaz de conversar e de se relacionar em casa, frente a frente, ao ocultarem a sua identidade por trás de um teclado sob personagens fictícias criadas pelos próprios, relacionaram-se online durante algum tempo sem nunca suspeitarem que na realidade estavam a conversar um com o outro... até ao dia em que resolveram encontrar-se. O casal optou por separar-se após o episódio, no entanto acho que esta é uma história que deve ser analisada profundamente por todos nós (e também devia ter sido por eles). O que leva a que este tipo de situação aconteça? Claramente a falta de diálogo é o motivo principal. O que leva a que nem ele nem ela tenham suspeitado? A criação de personagens que não correspondem à realidade, o que deve alertar toda a gente para a facilidade com que os mais incautos podem ser enganados. O que este casal podia ter feito depois desta história? A meu ver podiam transformar isto em algo de positivo e aprender com os erros. Sobretudo podiam ter percebido o que de errado havia no casamento, o que cada um gostava e não gostava, e darem tudo por tudo para corrigir o que estava mal. Enfim... reconheço que isso era esperar demais da espécie humana nos dias de hoje, ainda para mais com o espectro da infidelidade a sobrevoar estas duas cabecinhas pensadoras.

sexta-feira, setembro 28, 2007

Gba Majay Bma

Myanmar é um país asiático, geograficamente localizado junto à China, que dava pelo antigo nome de Birmânia. A população de Myanmar é descendente dos mongóis, por quem foram invadidos no século XIII. Após esta invasão, da qual resultou uma divisão em diversos estados do país, o mesmo demorou cinco séculos até ser novamente unificado. Por volta do século XIX sofrem nova invasão pelos ingleses, sendo anexados como colónia. Durante a segunda guerra mundial são invadidos novamente pelo Japão. Três anos após o final da guerra tornam-se uma república independente. Na década de 60 ocorre um golpe militar, que dura até 1988. Nesta altura ocorre novo golpe militar, mudando assim o dirigente político, mas não a ditadura. Em 1989 o país muda de nome (Birmânia) para Myanmar. Em 1990 apesar de a oposição vencer as eleições, o governo impede a sua tomada de posse e reforça o regime ditatorial, o que beneficia as suas relações com a China.

Recentemente teve lugar uma manifestação pacífica pela parte de monges budistas no sentido de levar o governo a pedir desculpa por agressões levadas a cabo pelas forças de segurança. Rapidamente este movimento deu origem a um clamor mais alto, pela liberdade política de um país dominado há mais de 40 anos por forças militares. Esta onda de protesto pacífico, a nível nacional, conseguiu num só dia mobilizar mais de 300 mil pessoas. Numa destas acções, os manifestantes foram saudados por Aung San Suu Kyi, líder da oposição e Prémio Nobel da Paz, em prisão domiciliária há cerca de 18 anos.

Desde quarta-feira passada, a força da repressão do regime, através por exemplo do uso de armas automáticas, provocou a morte de 12 pessoas, entre as quais um fotojornalista japonês abatido por um militar. Quinta-feira, durante uma manifestação, as forças de segurança deram 10 minutos para os manifestantes dispersarem, antes de tomarem "medidas extremas". Depois de disparos e gás lacrimogéneo, o pânico gerado provocou vários feridos, e pelo menos um homem morreu.

Os Estados Unidos aplicaram sanções económicas e exortaram a China a utilizar a sua influência para pôr fim à repressão. O parlamento europeu condenou o governo de Myanmar pela repressão violenta dos manifestantes e reforça o pedido de influência pela parte da China. O Reino Unido apelou à União Europeia para endurecer a sua posição.

Que mundo é este em que os loucos podem fazer aquilo que querem, obrigando todos os outros a assistir à sua impunidade? Que mundo é este em que temos de responder à opressão e ao assassínio em massa com medidas económicas? Que mundo é este em que se revela normal a resposta violenta à manifestação pacífica? É a isto tudo que queremos chamar democracia e diplomacia? Acredito plenamente que a pena é mais forte que a espada, e mais tarde ou mais cedo, o regime vai cair. Só lamento que seja à custa do sangue derramado e ainda por derramar de milhares de pessoas que só querem viver em paz.

quinta-feira, setembro 27, 2007

Grande Nível!

Existem pessoas de quem podemos ou não gostar, mas cujos momentos brilhantes temos de reconhecer independentemente disso. Santana Lopes teve ontem um desses momentos. Raras vezes vi alguém assumir uma postura tão correcta perante a parvoíce nacional patrocinada pelos meios de comunicação. Se vir este senhor na rua dou-lhe um "g'anda bacalhau" com os meus sinceros parabéns. Mais nível não podia ter naquilo que disse e fez, com toda a educação e correcção. Aqui fica para quem não viu.


A Melhor Forma de Perder Tempo II

Parece que nem de propósito, depois de escrever sobre uma reunião da qual se aproveitou 0% das duas horas que a mesma durou, eis senão quando a "maldição da reunião" se abate novamente sobre mim. O drama, horror e tragédia, ali mesmo à minha frente... desta vez... durante quase 5 horas! Depois de sair de lá com a sensação de que me tinham aplicado uma qualquer tortura como injectarem-me 5 litros de água destilada na veia, ponderei sobre o que se tinha passado. Comecei por analisar a agenda da reunião. Claramente que uma agenda com quase 10 pontos, com uma média de 3 alíneas por ponto, resultando em aproximadamente 30 itens para discussão, é algo de ambicioso, no mínimo, para o período de uma tarde. Ainda para mais quando cada ponto e respectivas alíneas dizem respeito a 1 ou 2 pessoas no máximo. Ou seja, casa cheia com uns 15 caramelos! Ainda para mais, o objectivo não era discutirmos os tópicos entre nós, mas sim cada um fazer uma exposição ou ponto de situação dos mesmos, que é como quem diz que das 5 horas, cada um teve direito a uns 10 minutos úteis de "tempo de antena". Em oposição, as restantes 4 horas e 50 minutos foram de uma seca atroz. Ainda assim, na qualidade de bom português, quase todos conseguiram cagar a sua posta de pescada sobre aquilo que não sabiam. No final desta reunião trimestral, foi ainda referido que a mesma passará a ter uma periodicidade semestral, pelo que antevejo nuvens negras sobre a próxima edição do evento. Tenho de apontar na minha agenda, com a nota: "levar algo que permita cortar os pulsos em caso de necessidade extrema". Aguardo ansiosamente os próximos desenvolvimentos...

quarta-feira, setembro 26, 2007

Só à Pedrada

Li hoje que foi revogada recentemente uma decisão do Parque Natural da Arrábida, que impedia a alteração das cotas de exploração (leia-se, duplicação para 36 milhões de metros cúbicos de massa mineral) pela parte da SECIL, nas pedreiras do Outão. A decisão foi tomada pelo ICNB (Instituto de Conservação da Natureza e Biodiversidade) dispensando o formalismo de um estudo de impacto ambiental (acho bem, pois aquilo que é importante é desviar pontes por causa de um ninho de passarinhos), passando por cima do parecer da Comissão Directiva do Parque Natural da Arrábida, imediatamente após a reestruturação que originou a transferência dos poderes da referida comissão para o referido instituto (espectáculo...). Descobri também entretanto que o plano de ordenamento que impedia o aumento das pedreiras, foi alterado em 2003 pelo Conselho de Ministros, permitindo assim o "aumento de cotas" e dispensando avaliações de impacto ambiental. Na prática o que isto tudo quer dizer é que se eu tiver uma pedreira, posso construir um túnel daqui até à Austrália sem passar cavaco a ninguém. Por falar em Cavaco, alguém sabe por onde anda o gajo? Mas voltando ao assunto principal, há também que referir a denúncia pela parte das autarquias responsáveis, da pressão exercida sobre a comissão anteriormente responsável, para aprovação desta medida. Enfim, por isto tudo é que eu gostava de dizer a todos os países do mundo conhecidos pela sua corrupção, que até chegarem ao nosso estado avançado de decomposição, têm de comer muita papinha.

PS: juntei uma imagem de satélite obtida através do Google earth para terem uma perspectiva daquilo que parece a Arrábida neste momento.

terça-feira, setembro 25, 2007

A Melhor Forma de Perder Tempo

Quase de certeza (não tive oportunidade de consultar o meu arquivo) que já escrevi aqui sobre este assunto, mas de cada vez que passo por uma situação como a que vou descrever, dá-me vontade de escrever novamente. Sim, estou a falar da melhor forma que existe para perder tempo: a "reunião". Ontem, após um dia de trabalho, tive direito a um destes momentos que tendem a ser únicos na nossa vida, geralmente pelas piores razões possíveis. Sempre que sou convocado, tenho dentro de mim a esperança de que "desta vez é que vai ser a sério". Mas depois a desilusão acaba por ser inevitável. Estava o evento marcado para as 18h. Às 18h30, ainda por dar início à reunião e dada a pouca adesão ao evento, quem presidia sai-se com esta: "talvez tenha ficado a ideia que a reunião fosse às 18h30, por isso vamos esperar mais 5 minutos". Às 18h45 e uma vez que não chegou mais ninguém, finalmente deu-se início à reunião. Durante a primeira meia hora, o presidente, que pouco ou nada tinha a dizer, entreteve-nos com belas histórias sobre o conceito teórico disto e daquilo e com meia dúzia de piadas sobre a rivalidade Lisboa-Porto, a um ritmo aproximado de 10 palavras por minuto. Finalmente quando pelas 19h15 passou a palavra a quem teoricamente tinha algo a dizer, seguiu-se um repetir de informação em segunda-mão com pelo menos 6 meses de desactualização, durante mais 15 minutos. Quando às 19h30, olho para o relógio, penso que estou ali desde as 17h45 porque gosto de chegar a horas aos meus compromissos, e que ainda não ouvi nada de útil, interessante ou novo, a minha reacção foi a única possível: levantei-me e fui para casa. E assim se perdem cerca de 2 horas para nada.

sexta-feira, setembro 21, 2007

Notícia de Merda

As duas ou três pessoas que visitam diariamente este estaminé, sabem certamente que grande parte do que aqui escrevo é o resultado das notícias que leio e da interpretação que faço das mesmas. Hoje, na minha curta deambulação diária por jornais online, deparei-me com uma notícia que me fez alguma confusão. Um daqueles artigos que se lê e causa um certo desconforto. Não querendo dar lições a jornalistas, mas o que foi escrito aqui é no mínimo bizarro. Começa o artigo por dizer, logo no título, que o "Vocalista dos Stereophonics podia ter deixado de tocar". Epá... podia ter deixado... mas não deixou, certo? Então se não deixou, porque é que é notícia? É a mesma coisa que eu ligar a alguém e dizer: "Olá, estás bom? Olha, hoje quando atravessei a estrada podia ter sido atropelado!". Como se o título não fosse mau suficiente, no resumo reforça-se a ideia com "[...] esteve a um milímetro de deixar de poder tocar guitarra". Depois explicam que tal facto se deveu a ter sido agredido num bar e de os ferimentos terem sido próximos de um tendão importante. Mas no fim, volta a desgraça com "[...] para além dos agressores, o músico foi ainda agredido pelo porteiro do bar". Ignorando a questão do pleonasmo, podemos então concluir que o músico foi agredido por vários... agressores... e um porteiro, sendo que o porteiro não é classificado como agressor. Certamente os agressores tinham carteira profissional de agressor e o porteiro não. Será que existe algum estatuto que impeça classificar um porteiro como agressor? Enfim... não bastava o assunto da notícia ser merdoso, também a escrita tinha de ser uma merda.

terça-feira, setembro 18, 2007

Devo Ser Maluco

Na vã tentativa de conseguir garantir uma espécie de "lugar ao sol" no mundo do trabalho (eu sei que tal já não existe), volta e meia tento a minha sorte e concorro a uma qualquer vaga que vai abrindo. Desta feita e entre uma pilha de testes, exames médicos e provas físicas, ontem foi a vez dos "testes psicológicos". Para já o gajo que deu o nome a este teste devia ele próprio fazê-lo, mas enfim. Lá fui eu entreter-me durante uma tarde, respondendo a 537 perguntas (divididas em 3 testes específicos, entre os quais psicotécnicos e de personalidade). Já não é a primeira, nem a segunda, nem a terceira vez que faço este teste, e sinceramente de cada vez que passo por isto penso que realmente só um grande "apanhado do clima" é que não consegue ultrapassá-lo. Qualquer gajo com um QI superior a um dígito consegue aldrabar o seu próprio perfil psicológico com este tipo de perguntas. Vejamos alguns exemplos: Sente-se frequentemente infeliz sem motivo? Sente que a sua vida não faz qualquer sentido? Considera que todos têm mais sorte do que si? Sente-se muitas vezes cansado e sem forças para trabalhar? Etc. etc. etc. Sinceramente, para quem está a tentar obter o melhor resultado possível, em vez de tentar obter o resultado mais verdadeiro possível, quais é que serão as respostas dadas a estas perguntas? Depois acho particularmente piada às tentativas de apanhar o pessoal em falso, repetindo as perguntas ao longo do teste, reformulando-as. Ex.: Mesmo sem motivo, é frequente sentir-se infeliz? Consegue encontrar sentido para a sua vida? Considera ter mais azar que os outros? Enfim, a meu ver uma técnica infantil para a qual qualquer licenciado em psicologia é sobrequalificado para a sua realização (ou talvez não...). De qualquer forma, uma coisa é certa: no dia em que ficar inapto num teste destes garantidamente algo de errado se passa comigo. Ah... agradeço que nessa altura alguém me enfie um colete de forças e me marque uma consulta no Júlio. Ou isso ou então tento a minha sorte numa carreira política!

segunda-feira, setembro 17, 2007

Alto e Pára a Ambulância

Na passada quinta feira um homem morreu alguns minutos após entrada no hospital, depois de a ambulância que o transportava ter sido parada durante 20 minutos (numa viagem que habitualmente demora 15), pela brigada de trânsito na A28. Ao que parece, o motivo de paragem da ambulância foi... o facto de levar as luzes de emergência ligadas. Engraçado, até hoje julgava que as luzes de emergência eram normais numa ambulância e serviam para assinalar a marcha de urgência. Segundo o código de estrada o condutor de um veículo que assinale a marcha de urgência, tem de respeitar uma série de situações de paragem, incluindo os sinais dos agentes do trânsito. Ainda assim, não percebo o que leva alguém a suspeitar de forma tão forte (o suficiente para obrigar a paragem) que uma ambulância em marcha de urgência possa estar a usar essa sinalização de forma indevida (é certo que tal acontece, mas o risco ao duvidar é elevado). Não satisfeitos com a paragem, os agentes da autoridade resolveram fazer o teste de alcoolémia ao condutor... duas vezes! Julgo que é caso para perguntar quem fez os testes de alcoolémia e eventualmente drogas aos próprios agentes. Pelo menos o comportamento destes era mais que suspeito! Ainda não contentes com o resultado obtido de 0.0, os agentes resolveram escoltar a ambulância, não para compensar o tempo de paragem mas sim para... garantir que ía mesmo para o hospital. O meu desejo mais profundo é que um dia estes agentes tenham de ser transportados pela mesma ambulância e condutor, que este não assinale marcha de urgência para evitar ser parado, que respeite rigorosamente os limites de velocidade impostos, que tenha dois furos e que, se ainda assim conseguir chegar ao hospital, este tenha sido encerrado pelo nosso governo. Um grande bem haja pelo sentido de cumprimento do dever pela parte destes agentes.

sexta-feira, setembro 14, 2007

Gang da Eurobosta

Segundo informação do SOL, os ministros das Finanças de 13 estados membro da Zona Euro estão hoje reunidos no Porto. Realmente 13 deve ser o número do azar, para quem acredita nessas coisas. O brilhante "Eurogrupo", como se intitulam, admite riscos mas afasta cenário de revisão em baixa do crescimento. Segundo o presidente do "Eurobosta", "pensamos que em 2007 e 2008 as nossas economias vão crescer à volta do potencial crescimento". Para já, um ministro com funções na área das finanças, a dizer que pensa, é logo de desconfiar (sobretudo se forem tão bons como o nosso). Depois, o que raio quer dizer esta merda de frase? "Crescer à volta do potencial crescimento"... dasse! Este encontro da "Eurojorda" teve lugar a bordo de um cruzeiro pelo rio Douro, ao que eu me pergunto: como raio é que a embarcação não afundou? É que eram logo 13 coelhos de uma cajadada só! Enfim... pode ser que a próxima reunião do "Eurotreta" seja num avião ou em algum outro transporte potencialmente perigoso. Eu pessoalmente vou ficar ansiosamente à espera! Ah, e reparem no ar cansado e compenetrado destes trabalhadores, enquanto cumprem as árduas tarefas que lhes são confiadas.

quinta-feira, setembro 13, 2007

Politicamente (In)correcto

Descobri ontem uma coisa interessante: a falta de vergonha que o governo tem ao impôr medidas que nos prejudicam a todos numa base diária, é inversamente proporcional à vergonha que tem de assumir qualquer tipo de carácter e opinião a nível internacional perante o mundo inteiro. Pelos vistos o Dalai Lama, nobel da paz, não é digno de ser recebido oficialmente pelo governo português. Dizem as "más línguas" que se trata de pressão exercida pelo governo chinês. Eu digo que se trata de pressão exercida pelo nosso governo sobre si próprio, sendo que o governo chinês provavalmente pouco teve a ver com o assunto. Ainda assim recordo que noutros países pouco importantes, como por exemplo os Estados Unidos, entre muitos, o líder espíritual foi recebido pelo próprio Presidente. Mas "nós" assumimos uma postura muito mais confortável: a de sorrateiramente fazer de conta que não é nada connosco. Somos matreiros ou não? E o Dalai Lama sabiamente responde, quando confrontado pelos jornalistas com a situação, que "não é importante... o público e a comunicação social podem fazer muito mais do que qualquer governo". A nível internacional talvez, mas em Portugal com os políticos acéfalos e a quantidade de jornalistas robôs que temos, não devemos ter grande sorte. Nem para nós chega, quanto mais para o resto do mundo!

Ah, é verdade! Esqueci-me de referir que o Zé Sócras recebe hoje em São Bento o músico britânico Bob Geldof...