segunda-feira, outubro 17, 2022

Era Uma Vez Uma Pandemia

 

Foi decretado recentemente o fim da pandemia em Portugal. Pelo menos terminaram algumas das medidas que visavam de alguma forma proteger a saúde das pessoas e minimizar o contágio do vírus. Ao ponto em que agora se uma pessoa estiver infetada com COVID mas não tiver sintomas, pode, deve e terá de ir trabalhar. Se por outro lado tiver sintomas, deverá fazer o "caminho das pedras" de quem pede uma baixa médica tradicional, deslocando-se até ao centro de saúde da sua localidade, para ter uma consulta com o médico de família que não terá, e pedir "o papel" da prescrição de um teste ou "o papel" da baixa.

Tendo em consideração o cenário que passei a observar à porta do centro de saúde da minha localidade, por onde passo todas as manhãs, se apanhar COVID e mesmo que esteja a morrer... a asfixiar... a precisar de um ventilador... ou a tossir dois pulmões cá para fora... prefiro ir trabalhar e "espalhar a magia" junto dos meus colegas.

Viva a coerência.

segunda-feira, outubro 10, 2022

Qual Papel? O Papel...

Num mundo que já é politicamente incorreto fazer coisas como beber água de uma garrafa de plástico, em virtude da preocupação ambiental, continuo diariamente a deparar-me com pequenas coisas que (ao contrário de beber água por uma garrafa de plástico) me deixam pasmado... uma delas prende-se com a cultura do "papel" para comprovar qualquer coisa que seja, nomeadamente pequenas transações comerciais. Se por um lado temos todo um cruzamento tecnológico de informação para efeitos fiscais, onde no limite o nosso histórico de atividade diário pode ser reconstruido para saber uma série de coisas que fazemos, desde onde e quando tomamos café, onde e quando almoçamos (no limite com quem), onde e quando compramos roupa, mercearias, etc., por outro lado continuamos a receber um papelinho sempre que pagamos algo. Em boa parte dos locais onde faço pagamentos indico logo à cabeça que não preciso de talão, ainda que isso na maioria dos casos vá dar ao mesmo porque quem atende o cliente do lado de lá opta por ignorar esta informação, ou simplesmente processa-a mentalmente tarde demais. Foi o caso na passada sexta-feira, quando em resposta ao simples pagamento de um café, recebi um talão que rivaliza com alguns rolos de papel higiénico disponíveis no mercado. A minha questão é: porquê? Na era dos pagamentos eletrónicos, das faturas eletrónicas, do mundo digital... porque raio temos de levar com um comprovativo do pagamento em papel, não solicitado, em que o desperdício é algo simplesmente gritante. No caso em particular, falamos de 45 cms de papel para registar o pagamento de um simples café. Meditemos.