sexta-feira, abril 28, 2006

Merda Por Um Euro

"O Centro Cultural Vila Flor apresenta, a partir do próximo dia 28 de Abril, a exposição de Alexandre Estrela (...). A exposição foi criada em torno de uma personagem que, desde os anos 80, pinta a palavra 'MERDA', de 15 em 15 metros, em toda a extensão da Estrada de Benfica, em Lisboa. O 'Livro Merda' é um livro desta recolha exaustiva, um livro que se centra única e exclusivamente na palavra 'merda' (...)".

28 de Abril a 2 de Julho (Excepto segundas-feiras)
Exposição “Alexandre Estrela” Palácio Vila Flor

Preços: 1,00 Eur. - 0,50 Eur. C/ Desconto


IN Portal Oficina (www.aoficina.pt)


Sem comentários...

A Novela Continua

Aqui fica mais um episódio de... "Os Professores"! Tal como diz um qualquer anúncio da actualidade, os boatos como eles são: ontem ouvi uma "estória" espantosa, que dava conta de que as listas de colocação dos professores já tinham saído, e que apenas 3 mil, do total de 123 mil tinham ficado sem colocação. Como é óbvio, os milagres não existem, e nesta fase tal acontecimento não poderia passar de um disparate completo. Disparate este que pode no entanto ser facilmente percebido através do alarido gerado pelo facto de um bronco cujo nome não vou referir, mas começa por Valter e acaba em Lemos, vir a público contratular-se a si próprio pelo facto de (e agora vem a notícia real) das 123 mil candidaturas, apenas 3 mil terem sido excluídas das listas de ordenação (o que para já não diz nada concretamente em relação às colocações). Eu se o visse na rua também o congratulava, e até era gajo para lhe dar uma palmadinha nas costas, que até havia de espirrar um bocado de pulmão. A meu ver as únicas pessoas a congratular são os professores, pelo facto de tão poucos serem eliminados por um sistema burocratizado e defeituoso, que decide o seu futuro de forma puramente imbecil. Outra coisa que me enerva é que, quando saem estas notícias bombásticas relativamente e informação importante disponível no site do organismo X (neste caso do Ministério da Educação), uma pessoa tenta aceder e nunca consegue porque o servidor está completamente atolado. Meus amigos administradores de sistema, companheiros, palhaços, na qualidade de informático devo referir que, ainda que vos custe a acreditar, é possível evitar tal constrangimento com uma infraestrutura adequada. Mas enfim, assim se adivinha mais um dia de "stress" para... "Os Professores", na sua saga de descobrir se foram os felizes contemplados com a exclusão da sua candidatura, ou não. Boa sorte a todos.

quarta-feira, abril 26, 2006

Novas da Sinistralidade

Segundo um estudo da GNR, 9 em cada 10 acidentes rodoviários são provocados por "erro humano". A única coisa que me ocorre dizer sobre esta conclusão é: uau... Foi preciso elaborar um estudo e organizar um seminário para expor esta conclusão brilhante, sobre a influência do factor humano nos acidentes rodoviários. Eu não me considero propriamente um génio, mas sinceramente não estou a ver que outra grande causa poderia existir. Isto porque, ainda que as estradas em Portugal sejam uma bosta, as inspecções períodicas continuem a não retirar os verdadeiros "chaços" da estrada, todos esses factores podem ser colmatados por juízos de valor adequados sobre a capacidade (ou não) e a forma como se anda na estrada. Na realidade estes senhores da GNR são um bocado "secantes". É que já não há pachorra para os ouvir mais a sua "cassete", nos fins de semana prolongados, a dar entrevistas na televisão. "Recomenda-se o uso do cinto de segurança... A maior causa de acidentes é o excesso de velocidade e o álcool... Blá blá blá..." Qualquer dia são piores que os jogadores de futebol: "A equipa está motivada... Vai ser um jogo difícil... Vamos dar tudo por tudo... Vamos jogar para ganhar...". Ainda um dia gostava de ouvir um caramelo qualquer dizer "Vamos jogar para perder...". Isso sim, era de homenzinho. Ou então um GNR a dizer que a principal causa da sinistralidade era comer amendoas na Páscoa. Caramba, o resto já toda a gente sabe!

sexta-feira, abril 21, 2006

Injecção Comercial

"Os quatro canais portugueses em sinal aberto transmitiram, entre Janeiro e Março, mais de mil horas de publicidade, com a TVI a emitir quase metade do valor total, segundo a Marktest."
IN Público 20-04-2006

Sem grandes rigores e capacidades matemáticas para fazer cálculos, mas tanto quanto sei 3 meses rondam os 90 dias, se considerarmos que os canais transmitem 24 horas por dia... temos 2160 horas totais de transmissão. Tendo em conta que das 1320 horas totais, por exemplo a TVI transmitiu mais de metade, fica para si com um bolo de cerca de 700 horas, o que corresponde a 1/3 de tempo da sua transmissão reservado a publicidade. Exposto este breve raciocínio, espero que o caro leitor se sinta mais feliz e até mesmo aliviado. Eu pessoalmente sinto, porque já julgava ser vítima de um problema grave de saúde mental, entre um misto de Alzheimer com Narcolepsia, uma vez que me acontece frequentemente esquecer qual o programa a que estou a assistir, sendo que por vezes também adormeço durante o período de intervalo publicitário desse mesmo programa. Assim, está de alguma forma explicado o conjunto de sintomas que se apoderam de mim nesses momentos, como se perdesse o controlo das minhas funções cerebrais. Fica no entanto o alerta de que a exposição prolongada a transmissões televisivas realizadas pela TVI, tanto pela qualidade dos programas como pela duração dos períodos comerciais, pode efectivamente provocar lesões cerebrais irreversíveis, que podem resultar em estados vegetativos do espectador. Recomenda-se assim um intervalo de 15 minutos (esticar as pernas, fumar um cigarro, beber uma "jola"...), por cada 30 minutos de publicidade. Isto porque com esta média, por exemplo para assistir a um filme de 2 horas, é necessária uma "injecção comercial" de 1 hora no mínimo. Uma vez mais, parabéns e um grande bem haja à TVI, pelos serviços prestados.

quinta-feira, abril 20, 2006

Lei da Paridade

Foi hoje a votos na assembleia da república a chamada "lei da paridade". Esta lei diz respeito à inclusão de um terço de mulheres elegíveis nas listas para eleições legislativas, autárquicas e europeias e constituía um diploma que requeria uma maioria qualificada no sentido de ser aprovado. Aqui entra a parte hilariante da situação. Pois é, meus amigos. Parece que desde a vergonha do episódio "assembleia às moscas", agora o pessoal decidiu todo participar! Era vê-los todos contentes e alegres, nas bancadas cheias como o terceiro anel de um estádio num jogo de fim de semana, com o cartãozito na mão, prontos a votar! O problema é que, para uma série destes deputados ávidos de acção, o cartão não funcionou. Provavelmente já não o utilizavam há muito tempo e expirou a validade, ou então alguns nem sequer o teriam estreado... Enfim, lá foi mais uma cena típica que resultou, entre o granel da votação inicial, com as manifestações de opiniões vindas de todas as bancadas, mais a nova votação (que não foi uma nova votação, mas sim um "registo de opinião", pois isso abriria um precedente muito perigoso para a democracia), lá foram mais de duas horas para resolver o embróglio. No meio disto tudo, há que fazer sobressair o aspecto: duas horas pagas por nós. Assim, deixo aqui o meu elogio à forma como são conduzidos os trabalhos na assembleia, bem como ao "talant de rien faire" que tão bem caracteriza quem dela faz parte. Um bem haja a todos vós, cambada de energúmenos.

Justiça à Portuguesa

Ouvi hoje uma notícia no mínimo caricata. Já toda a gente ouviu falar do célebre caso da menina que inicialmente se julgava desaparecida, de nome Joana. Após investigações que duraram uma eternidade (para não variar) e que se mostraram pouco conclusivas em termos de provas, mas ainda assim bastante certas relativamente à culpa da mãe e do tio quanto à acusação de assassinato. Foi isto mesmo que o tribunal decidiu, atribuíndo penas entre os 19 e 20 anos... até hoje. O supremo tribunal decidiu reduzir a sentença para 16 anos. Justificação? Parece que esse mesmo tribunal considerou que a mãe e o tio ajudaram a PJ durante o período de investigações. Ora, a minha memória pode não ser muito boa, mas se o Alzheimer ainda não me atacou em força, segundo me recordo, eles foram os maiores "enfegas" em toda a investigação. Fizeram tudo por tudo para confundir os investigadores e criar uma espécie de "dúvida provável" para ver se safavam a própria pele. Tudo bem, pois estavam no seu direito, na qualidade de assassinos que são. Ainda assim, o que me parece ridículo nesta história é a seguinte conjugação de factos: primeiro, o tribunal reduziu a pena mas não anulou a sentença, pelo que continuam a ser considerados culpados; segundo, quem no seu perfeito juízo pode considerar qualquer tipo de atenuante para uma mãe que mata a própria filha e um tio que ajuda a matar a sobrinha? Os meus parabéns a quem quer que tenha sido responsável por esta decisão. O mais certo é terem criado um fundamento que ainda possa vir a permitir a anulação do julgamento.

quarta-feira, abril 19, 2006

Educação Electrónica

"A Federação Nacional dos Sindicatos da Educação considera inaceitável a ordem da tutela para o regresso imediato às escolas de origem dos professores que foram dispensados de dar aulas e autorizados a mudar de estabelecimento de ensino por motivo de doença. A ordem foi transmitida às escolas na semana passada, através de um e-mail da Direcção Regional de Educação de Lisboa (...)".

IN Público, 18-04-2006

Eu bem sei que o actual governo tem a mania que é tecnológico, e tal... mas daí a oficializar notificações e ordens via e-mail, ainda vai um bom bocado. Ou então que nos seja permitido responder e lidar com os organismos públicos da mesma forma, em vez de ser necessário ir "gramar" com filas intermináveis em repartições de finanças, conservatórias e afins, geralmente para fazer pagamentos ou outras contribuições para os cofres do estado. Relativamente ao assunto principal do excerto apresentado, mais concretamente em relação aos professores, já só me ocorre dizer: "não batam mais no ceguinho". Qualquer dia ainda é instituída uma hora diária de auto-flagelo para os "profs", quiçá até a obrigatoriedade de celibato para quem desejar seguir a profissão. Também era boa ideia fazer as colocações por sorteio. Até se podia chamar TotoProf, e assim simplificava-se drasticamente o processo! E já que estamos numa de jogos de sorte, também se podia instituir um jogo mensal de roleta russa em cada escola. Assim estavam sempre a abrir vagas para os quadros! Tanta ideia e tão pouco poder para as implementar... acho que devia ir para ministro da educação.

Judite de Férias

Ainda durante o período pascal, ouvi (uma vez mais) a notícia de que a Polícia Judiciária se encontra de greve. Acho bem. Apenas me parece que a greve vinda dos investigadores criminais não deverá surtir um grande efeito. Passo a explicar: será que eles (os grevistas) julgam que alguém lhes vai sentir a falta? Quem no seu perfeito juízo fica à espera do resultado de qualquer investigação criminal realizada em Portugal? Então e os casos que se arrastam anos e anos a fio, sem produzir qualquer resultado? Enfim, por mim até podem tirar um ano de férias que é-me completamente indiferente. No meu caso em particular, a única vez que necessitei dos serviços da PJ, devo dizer que foram bastante rápidos... a mandar-me ir dar "uma volta ao bilhar grande". Por isso agora é a minha vez... amigos, companheiros, palhaços, vão mas é dar uma volta ao bilhar grande. E já agora levem atrás todos os juízes e funcionários de tribunais. Estes, de qualquer forma, já têm períodos de inactividade que colocam as férias escolares a um canto, por isso também não se vai sentir grande diferença. Já agora, aproveito para fazer uma pergunta que provavelmente já foi colocada, em relação a este período de encerramento dos tribunais: Porquê? Enfim, quem no seu perfeito juízo pode pedir contas em relação à produtividade em Portugal, com tão belos e excelentes exemplos a vir do topo da "cadeia alimentar"?

TVI no Seu Melhor

Após uma "piquena" ausência resultante de um bem merecido período de descanso pascal, aqui regresso à escrita e consequente ginástica nos dedos (que nos últimos tempos é a única que faço). Assim registo com agrado que poucas coisas mudam por cá. Caso concreto: não se pode confiar na TVI, mas pode-se confiar que a TVI será sempre a TVI. Então que melhor forma de fazer render o peixe senão o aproveitamento do falecimento de um actor, a bem das audiências? Até com a morte se pode fazer dinheiro! A poucas horas do falecimento de Francisco Adam, um dos ídolos dos seguidores da série Morangos com Açúcar, o que é que a referida estação televisiva faz? Imediatamente após o telejornal onde foi transmitida a notícia, toma lá "Morangos"! Exploração das audiências? Morbidez? Simples estupidez natural? Não, não... nada disso... Segundo o director de programas é... uma homenagem. Será também uma homenagem a venda de imagens do actor aos outros canais, para fins de reportagem? Possivelmente já foi criado um fundo de apoio à família para o qual todas as receitas revertem, mas ainda não se sabe... O carácter presente nesta atitude não deixa no entanto de estar de acordo com o espírito português, daqueles que, por exemplo, viajaram do país inteiro para ir ao local do acidente "coscuvilhar". Ou aqueles que praticamente sem conhecer o jovem, subitamente surgem como se de velhos amigos se tratassem. Enfim, no meio disto tudo, tenho pena da família. Haja respeito.

segunda-feira, abril 03, 2006

Paletes de Gerações

Sei que pode parecer aborrecido para alguns estar aqui a ler mais um post sobre "a vida...", mas foi hoje tema sobre a mesa de jantar, o conjunto de conceitos e ideias de certos e determinados super empresários da sociedade portuguesa, e os métodos que os mesmos aplicam aos que optam por trabalhar sob a sua alçada. Se é certo que Portugal é um país em que certas áreas estão votadas ao ócio durante o que deveria ser um dia inteiro de trabalho, outras há em que se faz bastante, e nas quais cada vez mais é exigido algo para além do que deveria ser. São assim os "yuppies", os "escravos" ou pura e simplesmente os "lambe-botas" numa vertente mais fictícia, em que se tenta agradar não se sabe quem nem porquê (ou não). A disponibilidade e o esforço exigido são cada vez maiores, sendo cada vez mais a tendência trabalhar até às tantas, trabalhar aos sábados, domingos, feríados... eventualmente sem ser preciso... sem motivo válido... fazer do trabalho a única família, sem os privilégios de uma família real. Alternativamente e como escape existem os bens materiais que se podem comprar com os trocos que se ganham durante o período de escravatura, bem como um ou outro evento de "team building" que possa ser realizado como medicamento para o esquecimento de que falta algo de importante. E porquê? Porque temos a tendência natural para esquecer que a simplicidade é das coisas mais belas na vida. Porque não vemos que uma boa conversa, numa esplanada de café no final da tarde, é o suficiente para nos fazer sentir vivos. O presente está rodeado de gerações que não compreendo, mas que são amplamente conhecidas e identificadas. A geração dos "yuppies"... a geração "kanguru", a geração dos "betos", dos "dreds", das "popstars" e do raio que os parta a todos. Porque é que têm que existir gerações para traduzir comportamentos todos eles de alguma forma anormais e aberrantes? Que tal sermos todos simplesmente pessoas focadas no que deve realmente ser importante para nós? Para mim, o que é mais importante é fácil de enumerar: são todos aqueles para os quais eu também sou importante.