terça-feira, outubro 30, 2007

The Night Train

Decorre durante o dia de hoje uma greve dos revisores da CP, que lutam por melhores condições sobretudo no que diz respeito à falta de segurança de quem trabalha correndo o risco de acabar o dia com umas costelas partidas, dedos pisados ou mesmo algumas cabeçadas. A mim parece-me existir uma solução muito fácil para erradicar de uma vez por todas a violência neste tipo de transportes. Eu pessoalmente iniciaria uma nova vaga de recrutamento de "picas", indo buscar pessoal a zonas como o Bairro Alto, Docas, 24 de Julho, etc. Mais concretamente, sugiro recrutamento de porteiros de bares e discotecas como "picas" nos comboios. Em vez do habitual percorrer de carruagens pedindo os bilhetes à malta, colocava um porteiro em cada entrada da carruagem. Depois ele é que decidia se a pessoa podia ou não entrar. Caso a pessoa fosse mais mal vestida ou tivesse um ar suspeito, ficava de fora. Depois se alguém quisesse mesmo, mesmo entrar, teria de pagar consumo mínimo (ex.: duas ou três viagens). Podia também deixar de existir passe, implementando assim um novo esquema de funcionamento baseado em "convites". Os maquinistas ou outros funcionários da CP podiam distribuir convites pelos amigos, que os apresentariam ao porteiro da carruagem, caso desejassem fazer uma viagem. Se ainda assim ocorressem problemas durante as viagens, certamente os porteiros não teriam dificuldade em pegar nos desordeiros e provocar-lhes uma espécie de "saída antecipada", por exemplo, pela janela! Aqui fica o meu conselho, esperando que a criatividade ilumine o caminho a quem de direito, para tomar este tipo de decisões.

segunda-feira, outubro 29, 2007

Analfabeto Televisivo

Apercebi-me hoje que devo ter estupidificado nos últimos anos, pois cada vez percebo menos os programas de televisão. Cerca de 80% da reduzida programação com que me cruzo durante longas sessões de "zapping" entre os 4 canais que tenho (sim, sou teimoso e continuo a recusar-me a ter TV por cabo), passa-me completamente ao lado. Não percebo os reality shows, e garanto-vos que não é pelo facto de todos os participantes serem do norte do país e possuírem o sotaque mais arrevezado que se possa imaginar. O que eu não percebo, é mesmo o formato. O Big Brother por muito mau que fosse, tinha umas regras simples: meia dúzia de tótós com a escolaridade mínima obrigatória mal feita fechados dentro de uma casa, é fácil de entender, como diriam os "The Gift". Hoje vi o título de um programa da TVI que se chama "Cantando e Dançando Por Um Casamento", que mais parece o prefácio de um livro, onde aparentemente o objectivo do jogo é ter um casório do catano, à custa de não saber cantar nem dançar. A SIC tem um outro programa que se chama "Família Superstar", onde se tentam reunir cantores medíocres com grau de parentesco, destinados ao anonimato eterno. Depois temos algumas novelas a passar na TV desde 1894, cujo enredo é fisicamente impossível tentar seguir (há uns tempos ouvi falar na reedição da Vila Faia...). Já nem falo dos programas que passam durante a manhã (onde se apanham pérolas como esta), em que a variedade da parvoíce é tanta, e as aventesmas participantes são em tal quantidade, que se torna impossível descrever o formato (basta dizer que num deles aparece o Cláudio Ramos). A história da desgraçadinha também deve render audiências, porque a grande aposta está em entrevistar pessoal tetraplégico ou pior, cuja mãe era prostituta e o pai andava no gamanço, enquanto os figurantes vão sendo instruídos para chorar copiosamente. Restam-me assim 3 programas que consigo ver (quando tenho tempo e disposição): "Diz Que é Uma Espécie de Magazine", "Conta-me Como Foi" e a cena dos "Miúdos de 10 Anos". Tirando isto, resta tornar-me viciado em anfetaminas para aguentar até às quatro da manhã, e "papar" assim dois CSI's, três Dr. House's e mais meia dúzia de programas fixes, sem sucumbir aos 45 minutos de intervalo entre cada um.

domingo, outubro 28, 2007

Dez Mandamentos do Aluno

"Justificadas ou injustificadas, as faltas dos alunos do ensino básico e secundário deixam de ter consequências, a não ser a realização de uma ou várias provas de recuperação para os estudantes que excedam os limites de faltas definidos por lei."

Começa assim uma notícia do Público que dá conta que os alunos vão deixar de poder chumbar por faltas. Faz tudo parte do novo estatuto do aluno aprovado pela comissão parlamentar, com os votos a favor do PS e com os votos contra... de todos os outros. Confesso que desconheço o estatuto referido, mas eu próprio sentir-me-ia confiante para elaborar um documento do género. Aqui vai um "teaser" da minha proposta, à moda dos dez mandamentos:

1. Não serás obrigado a frequentar as aulas, excepto no caso de ser necessário agredir algum professor, que possa ter causado algum tipo de transtorno psicológico, como a prática ilegal de enviar trabalhos de casa;

2. Não serás obrigado a fazer testes ou exames, podendo e devendo exigir que seja feita uma avaliação à medida pelo professor responsável, cujo grau de dificuldade se deverá adequar aos teus conhecimentos actuais, nunca superiores aos de um ser acéfalo ou até monocelular;

3. Deverás usar e abusar de justificações para a não realização de quaisquer actividades propostas, como traumas psicológico ou carências sócio-culturais do teu agregado familiar;

4. Deverás usufruir do teu direito à destruição da propriedade particular de qualquer professor, que não cumpra os teus critérios de educador;

5. Deverás recorrer à utilização de armas brancas, sempre que for necessário inflingir dor a um professor ou funcionário da instituição de ensino que frequentas;

6. Poderás recorrer em casos que assim o justifiquem, ao homicídio de um professor, funcionário ou membro do conselho executivo do estabelecimento de ensino, precavendo-te antes de que te enquadras no limite de idade legal para o realizar, sem que qualquer tipo de responsabilidade te possa ser imputada;

7. Deverás tentar alcançar a paternidade de uma ou mais crianças, com um ou uma colega de escola também menor, de forma a obter os subsídios previstos por lei, sendo considerado como recomendável um número de filhos igual ou superior a 4;

8. Deves lutar sempre pelos teus direitos, comparecendo a manifestações à porta da tua escola [contacta os organismos competentes se não souberes a morada exacta], onde terás oportunidade de gritar palavras de ordem, mesmo que não as saibas escrever num cartaz;

9. Não cobiçarás os testes dos teus colegas, para copiar, pois mesmo que deixes a tua folha em branco ser-te-á dada uma classificação positiva;

10. Honra-te a ti próprio conforme entenderes, pois os teus pais não fazem mais do que a sua obrigação ao sustentarem os teus vícios, sem receberem nada em troca (como por exemplo o teu respeito).

Creio que com estes mandamentos temos traçada a sociedade do futuro. Um futuro... sempre jovem!

sexta-feira, outubro 26, 2007

Great Balls of Fire

Hoje tive de alterar um pouco a minha rotina diária e passei por casa à hora do almoço para acompanhar a minha cara metade a uma sessão de fisioterapia em que lhe uma senhora chamada Gabriela se apoia com o joelho no "nalguedo" e lhe diz para fazer força com a perna. Aproveitando a ocasião para almoçarmos juntos os deliciosos restos do jantar do dia anterior, tivemos como ruído de fundo o programa da Fátima Lopes, onde esta uma vez mais se dedicou a uma causa humanitária. Desta feita era um senhor que se vinha queixar de negligência médica numa situação que o afecta até aos dias de hoje. Independentemente da seriedade do problema relatado, que espero nunca sentir na pele, não consegui evitar um ocasional sorriso... quer dizer... mais um esgar maléfico, em vários momentos. O problema em questão estava relacionado com uma operação mal feita a um "não-sei-bem-o-quê" (não percebi a palavra porque o tipo tinha um sotaque tripeiro do piorio), que lhe estava a afectar nada mais nada menos que... um testículo. Admiro-lhe a coragem. Se tivesse sido operado aos tomates, certamente não o diria na televisão. Depois surgiram-se uma série de particularidades linguísticas na conversa que já nem sequer consigo aqui "por de pé" (pronto... lá estou eu... estão a ver como isto me afectou?). Uma delas foi que considerava não necessitar de psicólogas. Nas palavras dele, "para ter alguém a 'passar-lhe a mão', não era preciso uma psicóloga". Tenho de ir rever os meus conceitos de psicologia... e eventualmente marcar uma consulta! Ainda durante a conversa referiu que agora, o mesmo "não-sei-bem-o-quê" que levou a que lhe retirassem um dos testículos, lhe apareceu no outro. Só que dado o historial médico, e uma vez mais nas palavras do senhor, "nenhum médico lhe quer pegar...". Independentemente de ser médico ou não, até consigo perceber porquê... Não querendo fazer pouco da desgraça alheia, fico-me por aqui, desejando as melhoras ao senhor que diz ter de suportar dores horríveis diariamente. Acredito sinceramente que sim, porque eu só de ouvir também já as sentia.

quarta-feira, outubro 24, 2007

Qualificação ou Negligência?

Será dada hoje a sentença no caso de Monção, em que uma mulher é acusada do homícidio, ao pontapé, de própria filha. Segundo os possíveis cenários legais, a pena será algo entre os 12 a 25 anos de prisão, caso seja provado que se está perante um caso de homicídio qualificado e não homicídio por negligência. A minha questão é: negligência, como? Se há "homicídio" que se "qualifica" na categoria, é este! O próprio Ministério Público não avançou para a pena máxima, ficando-se pelos 16 anos. Em algumas notícias como a que saiu hoje no SOL, tenho visto no âmbito deste caso, debatidos diversos pormenores que considero muito interessantes. Segundo o magistrado do MP, "a mãe não terá tido intenção de matar a filha (...) mas tinha noção de que ao desferir dois pontapés no abdómen (...) lhe poderia causar lesões irreversíveis". As carências sociais, imaturidade, ausência do marido e os quatro filhos que tinha, são também alvitrados como atenuante para o caso, o que leva o advogado de defesa a considerar que uma pena superior a 5 anos não faz sentido. Relativamente aos comentários destes "beneméritos" todos que estão a ver se safam a senhora, eu tenho algumas considerações a fazer. Em primeiro lugar, há que pensar que uma mulher capaz de matar a própria filha ao pontapé, é revelador de uma violência extrema e um forte desequilíbrio mental, que só por acaso não levará à morte de mais alguém. Em segundo lugar, existe uma clara intenção neste acto, cujo desfecho possível só poderia ser a morte da criança (não vejo aqui nenhuma negligência). Em terceiro lugar, carências e necessidades, há muita gente que as tem. A diferença é que nesse caso evitam ter quatro filhos, e mesmo quando os têm, não os tratam necessariamente ao pontapé. O único facto claro neste caso é que a Sara morreu vítima de um pontapé no fígado, desferido pela mãe, por ter entornado o leite que estava beber. Não se pode continuar a desresponsabilizar esta geração crescente de "white trash" subsidiodependentes!

segunda-feira, outubro 22, 2007

G'anda Mesada

Se ver um pai pagar uma dívida do filho no valor de 12,4 milhões de euros, não é a prova cabal de que algo de muito errado se passou, nomeadamente no caso do BCP e do "rebento" do Jardim Gonçalves, então não sei o que será. Em primeiro lugar temos um banco, para o qual aparentemente não será grande problema ficar sem os referidos 12,4 milhões de euros, a título de uma "dívida incobrável". Depois temos um dirigente desse mesmo banco, que quando vê os "calos apertados", tapa o buraco escavado pelo próprio filho, com a totalidade dessa mesma módica quantia. Depois temos uma justificação por apresentar para o sucedido, que ninguém se dá ao trabalho de solicitar. Onde estão as entidades reguladoras competentes? Qual é o papel do Banco de Portugal, no meio disto tudo? Talvez se justificasse uma intervençãozita, não? Mas devem todos estar muito ocupados a colocar pessoal em listas negras por dívidas de 100 euros. Pode parecer que me estou a repetir relativamente a um post anterior, mas não sei o que se passa com a cabeça desta gente toda... Enfim, resta-me imaginar a mesada que o jovem caloteiro recebia do pai quando era criança. Na volta, ainda recebe, mas deve estoirar tudo em "putas e vinho verde" como se costuma dizer, para ter de ser o pai a "limpar o rabinho ao bébé". Como dizia Mel Brooks no filme "Uma Louca História do Mundo", "it's good to be the king"!

sexta-feira, outubro 19, 2007

Confirma-se... Está Podre!

Pois é, hoje tive mais uma confirmação daquilo que tenho observado nos últimos tempos. O mundo em geral, o nosso país em particular, está efectivamente podre até às entranhas. Podemos dizer que sofre de um cancro em fase terminal, que teima em manter o doente vivo só para testemunhar o sofrimento que provoca. Eh lá... agora acho que exagerei um bocado. Vá, digamos que está tipo merda, só para simplificar. E perguntais vós o porquê de tão horripilante utilização de figuras de estilo no meu discurso, ao que eu respondo com mais uma desventura profissional no âmbito dos concursos em que tenho estado envolvido. A última foi de um conhecido ministério que eu não vou aqui dizer o nome por causa da PIDE do "Sócras", que está a recrutar pessoal na área da informática. A "estranheza" começou na prova escrita mais estupidificante que já vi, composta por um teste de 50 questões de escolha múltipla a descontar respostas erradas: houve apenas três notas positivas, duas na casa dos 11/12 valores (a minha incluída) e uma na casa dos 18. Ultrapassada a peculiariedade de um concorrente licenciado em informática, que segundo o próprio estava neste momento "desempregado", ter uma nota destas num teste destes, chegou a altura das entrevistas (eu fui lá ontem). Entretanto descobri que afinal o meu opositor "desempregado" ocupa o seu tempo livre a trabalhar no referido ministério, nas mesmas instalações onde decorreram as provas e onde ele tão habilmente conseguiu obter um 18. Dada esta narrativa, dou um chocolate a quem adivinhar quem vai ficar com a vaga a concurso!

quarta-feira, outubro 17, 2007

Os "Incobráveis"

Finalmente uma boa notícia, no âmbito da economia e finanças em Portugal! Fiquei a saber que, tal como diz a publicidade do BES, como não tenho pais ricos nem ganhei a lotaria... o meu crédito habitação pode ser considerado "incobrável" (se a Euribor continuar a subir desta forma não é mentira nenhuma). A ver se passo pelo meu balcão para lhes comunicar que não vou poder cumprir as minhas obrigações de hoje em diante. Quer dizer, espero que noutros bancos além do BCP, esta também seja uma prática corrente. Ou talvez seja específico apenas para quem pede mais de 12 milhões de euros. Na volta as regras são feitas no momento, de acordo com a necessidade de cada um... dos filhos ou enteados de um elemento da administração, direcção ou presidência. Bem, com tantas questões começo a ponderar seriamente construir um blog, sobre os vários cenários possíveis segundo os quais uma pessoa pode deixar de pagar a prestação do crédito. Aceitam-se sugestões. Eu pessoalmente nem sabia que existiam créditos "incobráveis". Mas parece que este conceito não se aplica a pessoas que trabalhem, ou cujas dívidas sejam de umas meras centenas de euros. Já agora, pergunto-me como é que alguém considerado por muitos como uma pessoa inteligente, espera que este facto possa de alguma forma passar eternamente despercebido? Milhares de "perfeitos desconhecidos" têm hoje em dia, em virtude do seu trabalho ou funções que exercem, acesso a informação privada sobre contas bancárias e outras aplicações financeiras, de qualquer pessoa ou entidade (mais ou menos importante). Mais tarde ou mais cedo, as irregularidades vão aparecendo (se essa informação interessar a alguém). Digo eu, na minha qualidade de ignorante sobre a matéria...

terça-feira, outubro 16, 2007

Gestão de Recursos Humanos

Quem costuma dar uma espreitadela a este estaminé, já viu que ultimamente tenho relatado aqui algumas "frustrações" profissionais. Assim, decidi-me de uma vez por todas a quebrar esta onda de marasmo, e resolvi mudar de emprego! Depois de ler uma notícia no DN de ontem, já sei inclusivamente qual vai ser a minha próxima actividade: noivo contratado de imigrantes ilegais! Ao que parece é das actividades mais lucrativas que se pode ter. Os papéis tradicionais desempenhados pelas "meninas" que vêm para Portugal de forma ilegal e ficam a trabalhar em bares e casas de alterne, relativamente aos seus clientes, anda a inverter-se de alguma forma (pelo menos quem paga a quem). Uma das técnicas para se legalizarem e verem assim as portas da Europa abertas passa por casarem com um português, obtendo desta forma a nacionalidade portuguesa. Ao que parece, um tipo que vive numa localidade perto de Espanha, abundante em estabelecimentos comerciais como os referidos, já vai no terceiro casamento ultrapassando um montante total superior a 10 mil euros, pago pelas meninas com quem tem contraído matrimónio e eventualmente algumas doenças venéreas. Eu dispensava a parte das doenças venéreas, mas o "carcanhol" até dava jeito. Só tenho dúvidas em relação ao CAE que devo escolher para abrir esta nova actividade, quando me for inscrever nas finanças... se alguém me puder ajudar neste sentido, agradeço contacto por esta via! Quem também estiver interessado em entrar nesta actividade, tem aqui o "manual técnico" fornecido pelo DN.

sábado, outubro 13, 2007

Sossego do Lar

Pensava eu que pelo menos este fim de semana seria mais calmo do que a pseudo semana de férias que tirei (na qual entre outras coisas desagradáveis ou desinteressantes que tive de fazer, tive de passar 3 vezes pelo serviço). Nada podia estar mais longe da verdade. Hoje durante aproximadamente quatro horas tive de aguentar os meus vizinhos aos berros e a partir coisas (eventualmente uma ou duas portas devem ter ficado em muito mau estado). Ao fim destas quatro horas e depois de ver a minha vizinha vir atrás do meu vizinho para a rua com uma faca na mão (sim, este é mais um daqueles casos de violência doméstica em que ELE é que as leva), achei que estava na altura de chamar a polícia. Passados alguns minutos a polícia chegou. Foi engraçado ouvir os três marmanjos a dizerem ao casalinho para resolver as coisas a bem e com calma, enquanto os dois mesmo na presença da polícia e de uma criança continuaram aos berros e a uma curta distância da violência física. Quer dizer, rasgar a camisa do homem talvez ultrapasse uma "curta distância"? No final de cerca de mais uma hora de gritaria, a polícia resolveu ir-se embora sem fazer nada. Restou ao meu vizinho sair porta fora (provavelmente para não levar mais uma carga de porrada). Importa realçar que durante todo este tempo uma criança esteve a assistir a este filme, mas isso parece cada vez ter menos importância para os "papás" modernos. Tenho impressão que vou ter da fazer muitas chamadas como a que fiz hoje, durante os próximos tempos... ou se calhar ainda hoje.

quinta-feira, outubro 11, 2007

Leve Peso da Responsabilidade

Quem achar que esta mulher é uma beata hipócrita, ponha o dedo no ar, por favor! Assisti recentemente a mais uma onda de "declarações bombásticas" desta senhora na imprensa nacional, tal como gosta e já nos habituou, a fazer. Desde a fase inicial da procura desesperada de alguém a quem apontar o dedo sobre todos os males causados àquelas criancinhas inocentes da Casa Pia, até às últimas acusações depois de já não ocupar o cargo de provedora, só consigo pensar na palavra "hipocrisia" para descrever esta senhora e as suas atitudes. Chegou ao ponto de sair na primeira página de um jornal em letras garrafais o título "Livre Para Falar", relativamente ao facto de já não exercer as funções que lhe tinham sido atribuídas na Casa Pia. A minha pergunta é, se o momento ideal para falar, não seria precisamente quando estava lá. Este é mais um exemplo da forma impune como toda a gente neste país, se dá ao luxo de debitar "postas de pescada" para o ar da forma mais irresponsável possível, sem que ninguém lhes peça contas sobre aquilo que dizem ou fazem. Outra questão que coloco: porque é que as autoridades "competentes" não obrigam quem faz este tipo de acusações e afirmações a provar e justificar aquilo que diz? Quanto a mim, se for verdade, seria a forma mais fácil de chegar aos culpados de uma vez por todas, em vez de se andar por aí a falar por meias palavras. Mas acho que somos isso mesmo, um país de meias palavras. E quando se opta por falar sem papas nas línguas, é sempre pelos motivos e assuntos errados.

terça-feira, outubro 09, 2007

Estava Mesmo Mau

Pois é, tal como fiquei a saber na semana passada, "aquilo" estava mesmo mau. O funcionalismo público e os meandros da cunha e dos interesses deram uma vez mais mostras do seu melhor. Desta feita estava relacionado com alguém de um grupo de 5, ficar com um "lugar ao sol". Posição em causa: área das ciências informáticas. O elemento dos 5 que "conquistou" o seu direito passou toda a fase de prestação de provas a dizer-me "aquilo está feito para ti", o que só me ajudou a antever o resultado (...de que na realidade estava feito para ele). O elevadíssimo nível técnico do espécime em questão, pode ser traduzido por uma frase de uma conversa que tivemos logo no início do concurso, em que disse e passo a citar: "Java é a mesma coisa que Javascript, não é?" (para quem percebe pouco ou nada de informática, está tudo dito). O forte desempenho na componente técnica ficou desta forma garantido. Mas como a qualidade técnica dos "animais" em competição, nos quais eu me incluo, não poderia de forma alguma atrapalhar o resultado mais desejado, optou-se por eliminar essa parte da avaliação do concurso. Assim, esta prova foi substituída por questões bastante úteis, como o nome do chefe, perspectivas de futuro, etc. O resultado final certamente foi satisfatório: o concorrente que no ano anterior tinha ficado em último lugar dentro da área, saltou este ano para primeiro. Resta-me aguardar que possa vir a desempenhar as suas funções com o mesmo brilhantismo com que ganhou o "seu" lugar ao sol. Eu provavelmente vou começar a pensar noutras paisagens, onde o sol queime menos. Estas começam a ficar monótonas demais para o meu gosto, o que mais tarde ou mais cedo me levará certamente a cometer algum tipo de erro.

Estamos Quase Lá

Comecei hoje o dia a ver a notícia de que a preparação de uma acção de protesto para a visita de José Sócrates, pela parte de alguns sindicatos de professores tinha sido interrompida pela visita de dois bófias da PSP à paisa, que entraram nas instalações onde decorriam os referidos preparativos, avisando os professores para "terem cuidado com a linguagem" e levando alguns dos panfletos que tinham já sido impressos. As minhas perguntas são: Alguém tem outro nome para isto que não "censura"? Alguém tem outro nome para estes bófias que não "PIDE"? Alguém tem outro nome para o nosso regime que não "ditadura"? Mas enfim, a pouca imprensa que resolveu tocar no assunto, optou pelo nome mais politicamente correcto de "acção intimidatória". Já os partidos políticos da oposição, nem tão pouco tocaram no assunto. É por isso que escrevo este texto com muita tristeza e coloco ênfase nas três palavras mais carregadas, para fazer uma experiência. Sei que aquilo que fazemos, dizemos e escrevemos na Internet, não é isento de responsabilidade. Tão pouco tento sequer ocultar a minha identidade, relativamente ao que escrevo, pelo que assumo total responsabilidade por isso mesmo. Resta-me então aguardar que a bófia pidesca do Salazar dos tempos modernos com nome de filósofo, que já tem pessoal a monitorizar o que se passa por estas e outras "cyberandanças", me venha bater à porta. Por isso, meus caros 2/3 leitores, já sabem que se eu deixar de escrever por um período mais prolongado de tempo, certamente fui apanhado. Será que têm TV Cabo no forte de Caxias?

quinta-feira, outubro 04, 2007

Aquilo Está Mau...

Ontem o meu dia começou com um "aquilo está mau...", por parte de quem dependia uma pequena percentagem do meu "lugar ao sol". E assim, sem qualquer tipo de surpresa para mim, se adia indeterminadamente um possível cenário futuro. É engraçado que nos últimos tempos tenho sentido cada vez mais a velha máxima que muitos me diziam e eu nem sempre percebia: aquilo que não nos mata, torna-nos mais fortes. Para além de nos tornarem mais fortes, muitas destas situações (e dos pormenores que envolvem as mesmas) também nos criam uma espécie de carapaça. Assim, a partir de determinada altura deixam de nos incomodar (por muito vergonhosas, sujas e injustas que sejam) e passamos a conseguir lidar com elas através do bom humor, boa disposição e no fundo a esperança de que algum dia há-de ser o nosso dia. Eu acredito plenamente nisso. Acho que é apenas uma questão de tempo, e de estar à hora certa, no lugar certo (onde fica esse lugar e em que hora devo lá estar, resta-me descobrir). Além disso, quando olho para trás vejo quase todos os objectivos que tenho definido para mim, atingidos. Isso leva-me a crer que também serei capaz de atingir os que tenho traçados neste momento e os que possa vir a traçar. Aproveito assim esta minha boa disposição no dia de hoje, para encorajar todos a perseguirem os seus objectivos com força e determinação, mesmo que todos os dias alguém vos diga: "aquilo está mau...".

segunda-feira, outubro 01, 2007

Entre Marido e Mulher

Era uma vez um casal, que vivia na Bósnia, e que como tantos outros casais era infeliz no seu casamento. Como escape, e sem o conhecimento um do outro, começaram os dois a experimentar relacionamentos na Internet. Ela era "Sweetie" e ele era "Prince of Joy", nos seus mundos alternativos. Após algum tempo a desabafarem online os seus problemas conjugais, cada um resolveu marcar um encontro... com o outro! Este casal que era incapaz de conversar e de se relacionar em casa, frente a frente, ao ocultarem a sua identidade por trás de um teclado sob personagens fictícias criadas pelos próprios, relacionaram-se online durante algum tempo sem nunca suspeitarem que na realidade estavam a conversar um com o outro... até ao dia em que resolveram encontrar-se. O casal optou por separar-se após o episódio, no entanto acho que esta é uma história que deve ser analisada profundamente por todos nós (e também devia ter sido por eles). O que leva a que este tipo de situação aconteça? Claramente a falta de diálogo é o motivo principal. O que leva a que nem ele nem ela tenham suspeitado? A criação de personagens que não correspondem à realidade, o que deve alertar toda a gente para a facilidade com que os mais incautos podem ser enganados. O que este casal podia ter feito depois desta história? A meu ver podiam transformar isto em algo de positivo e aprender com os erros. Sobretudo podiam ter percebido o que de errado havia no casamento, o que cada um gostava e não gostava, e darem tudo por tudo para corrigir o que estava mal. Enfim... reconheço que isso era esperar demais da espécie humana nos dias de hoje, ainda para mais com o espectro da infidelidade a sobrevoar estas duas cabecinhas pensadoras.