sexta-feira, dezembro 29, 2006

Tarde Demais...

Mais um ano que passa e mais um caso entre muitos de uma criança que morre tragicamente às mãos da sua própria família directa. Sempre que estes casos são relatados a tristeza que sinto é duplamente agravada. Num sentido, pelo sentimento de impunidade que é transmitido e cuja responsabilidade é do próprio Estado. O caso da Sara (2 anos), de Monção, é um bom exemplo disso, quando os serviços da Comissão de Protecção a Crianças estavam alertados para o problema desde o início de Dezembro, e tinham agendado uma visita para verificar a "autenticidade" das acusações efectuadas pela educadora de infância, para o dia em que a criança acabou por falecer. Foi tarde demais para a Sara, que acabou por não resistir às múltiplas agressões que tinha no corpo e às hemorragias internas que sofreu na cabeça... A tristeza que sinto é agravada noutro sentido por me ser impossível imaginar um motivo que seja, para que uma mãe pratique agressões numa base diária, a uma criança sem a mínima hipótese de defesa. Alegadamente o pai não sabia de nada, o que a provar-se ser verdade é tão mau ou pior do que ele próprio praticar as agressões. Que merda de pai é que não se apercebe de uma coisa destas, que salta à vista de qualquer um? Apesar das actuais investigações e apresentação destes pais ao tribunal, estou psicologicamente preparado para assistir a mais um caso do tipo "Joana", em que a capacidade de "engonhanço" vai ser tal que estes monstros vão vencer tudo e todos pelo cansaço, ficando assim impunes por uma qualquer tecnicidade que um qualquer advogado lhes proponha. Note-se que a mãe já tinha dado uma versão inicial que envolvia uma "queda das escadas". São estas as pessoas "podres" que formam a grande maioria de uma sociedade "podre" num país "podre", que cada vez mais prova que devia ser "cuspido" da face da terra.

Em Portugal, a cada dois dias que passam, uma criança é vítima de maus tratos... Em Portugal, desde 2003 morreram 8 crianças vítimas de violência inflingida por familiares... Quantos dias mais, quantas mortes mais vão ser precisas para mudar algo?

quarta-feira, dezembro 27, 2006

Portugal, o Exemplo

Finalmente alguém reconheceu o valor que Portugal tem! Finalmente Portugal serve de exemplo para os outros. Quem o diz não sou eu, mas sim um artigo publicado pela Comissão Europeia! O artigo tem o título de "Explosão e Recessão em Portugal: Lições Para os Novos Membros da Zona Euro" e tem como objectivo lançar um alerta sobre o que NÃO SE DEVE FAZER ao entrar na União Europeia, utilizando como exemplo da "bostada" máxima o caso extremo do nosso país. Lembrei-me logo do programa dos 10 Anos do Contra Informação da RTP, passado durante a actual época natalícia, em que Portugal foi "cuspido" da Terra, e assim surgiu um novo planeta "anão" à semelhança do país "anão" que já era. Tal facto deveu-se a uma rejeição da Terra, à imagem e semelhança de um organismo vivo que rejeita corpos estranhos. Julgo que antes de chegarmos a este ponto da "cuspidela" podemos ainda servir de muito, mostrando aos outros aquilo que não se deve fazer, não só nesta mas em muitas e variadas áreas. Por outro lado quero dizer a essa cambada de mariquinhas da Comissão Europeia, que não é com artigos nem "preposições" que vão conseguir alguma coisa. O mau funcionamento do nosso país está tão bem oleado que ameaças escritas ou verbais não surtem efeito. Aqui seguimos a política do "bater não batem, ralhar não dói", pelo que vão ter de fazer muito melhor que isso para nos conseguirem intimidar e consequentemente levar a fazer algo de acertado!

terça-feira, dezembro 26, 2006

Elixir Natalício

Como é que o Pai Natal não há-de ter uma pança monumental... Pelo simples facto de ter festejado o Natal no fim de semana que já passou (infelizmente), estou para aqui que nem posso, bem capaz de emborcar uma palete inteira de Frize, para ver se o meu estômago faz um cessar-fogo... Quanto mais ele que vive (literalmente) para esta época em particular!? Voltando à celebração em questão, não há nada melhor do que saborear aquelas iguarias tradicionais junto da companhia de quem mais se gosta. Tendo em conta que não existem cenários perfeitos, e que falta sempre alguém, ainda assim este ano foi mesmo muito, muito bom. Quem lá esteve pode confirmar. Os momentos à mesa eram sagrados, não simplesmente pelas referidas iguarias mas pelo convívio em si que foi sempre excelente e que fez libertar fortes gargalhadas e boa disposição a toda a gente. Este tipo de "elixir" é fundamental, ainda que geralmente só possamos usufruir dele nestas ocasiões especiais. Acho que o truque é contar com algumas (podem ser poucas, mas boas) pessoas que nos possam acompanhar, e tentar que estes momentos se repitam o máximo de vezes possível. Da minha parte prometo que vou fazer o possível e o impossível. Até lá, aqui fica um "cheirinho" da reportagem fotográfica do evento, que uma vez mais ficou digno de ser recordado. Como ainda estamos na época, um muito Feliz Natal!

terça-feira, dezembro 19, 2006

Feliz Natal ou Natal Feliz?

Tendo em conta a minha observação como espectador do mundo onde eu próprio habito, julgo relevante utilizar este blog para fazer aqui difundir uma opinião pessoal do que é o Natal, ou pelo menos deveria ser. Aquilo que tenho visto nos últimos tempos ao nível dos comportamentos a raiar o limite da histeria colectiva levaram-me a pensar bastante no assunto. Consiste então a minha análise no seguinte comparativo (aceitam-se mais sugestões de definições):

O Natal não é:

- andar enfiado em centros comerciais durante dias da semana, domingos e feriados

- gastar rios de dinheiro em coisas sem qualquer tipo de interesse às quais eventualmente ninguém vai ligar
- enforcar o Pai Natal na janela lá de casa (assusta as crianças que passam...)
- ligar "mangueiras" natalícias (esta definição é cortesia da Xu) na primeira tomada que aparece
- substituir a programação televisiva por galas intermináveis e programas de circo
- dar 10 voltas à Praça do Comércio para ver um conjunto de andaimes iluminados
O Natal deve ser:
- uma oportunidade para juntar e conviver com a nossa família
- uma época em que nos devemos lembrar dos amigos e estar com eles
- um período em que devemos pensar mais nos outros do que em nós próprios
Este agora é opcional:
- aproveitar para "manducar" aquelas iguarias que geralmente se fazem nesta época ;)

E assim aproveito para desejar a todos um Feliz Natal (ou talvez um Natal Feliz... quem sabe...). Um abraço a todos vocês, meus amigos!

sexta-feira, dezembro 15, 2006

Ainda o Blog é Uma Criança

Estava hoje a olhar aqui para as trapalhadas que escrevo quando subitamente me atingiu... fiz uma "piquena" retrospectiva e faz precisamente hoje um ano que comecei este blog! Mais do que dar os parabéns a mim próprio por esta façanha de conseguir durante um ano escrever pequenos textos sobre os mais variados assuntos, ainda que desprovidos de qualquer interesse, devo dar os parabéns a quem os lê! Os meus leitores assíduos são poucos, mas fiéis e detentores de um bom sentido de humor (pelo menos compatível com o meu). Aqui fica um grande "parabéns" colectivo, e simultaneamente um grande "bem haja". Prometo que para este próximo ano vou... escrever exactamente da mesma forma, exactamente sobre os mesmos tipos de assunto. Espero que continuem a gostar de ler, tanto ou mais do que eu gosto de escrever.

quarta-feira, dezembro 13, 2006

Vai Um Cimbalino?

Estava eu sentado a beber um café e aparece-me esta gaja (fotografia em anexo), toda insinuante, e pergunta-me se se pode sentar e acompanhar-me num "cimbalino". E eu penso: "ai o catano... olha-m'esta...". Depois daquela entrada ao estilo casa de alterne, fiquei logo de pé atrás. A seguir diz-me que se tinha mudado para minha casa com o filho, que andava com o meu carro e não me tencionava devolver nada daquilo. E eu: "queres ver que esta 'tá-m'a fazer a folha...". Aí começa com uma conversa a dizer que gostava de brincar ao capuchinho vermelho e cortar-me as unhas dos pés. "Mau!", pensei eu. Depois diz que se eu quiser, me faz uma esfoliação e não conta nada a ninguém, a não ser que um dia escreva um livro sobre o assunto. Aqui já eu pensava "fugiu do Júlio, certamente...". Depois tece um comentário qualquer depreciativo sobre a Maria Elisa e diz que sabe que ela faz o buço e tem celulite, ao contrário dela que de tanta massagem no rabo ter levado, o tinha todo polido (consequentemente sem qualquer tipo de cova, a não ser uma nada pequena que... bem... vocês sabem). Já eu estava farto daquela conversa, ainda se põe a dizer que gosta de gajos perigosos, que mandam arriar nos outros grandes enxertos de porrada (e a ela também se possível), e que depois se gabam sobre isso (ao contrário dela, que no fim se arrepende). "Bem, bem... tu queres ver?", pensei eu. Já me estava a passar e resolvi ir ao WC. Quando me olho ao espelho, vejo-me careca, de óculos, e assim que tento balbuciar algumas palavras perante tal insólito, só me sai um "penso eu de que" com um sotaque estranho e arrastado... quando toca o despertador e finalmente acordo. Fosga-se! G'anda pesadelo!

segunda-feira, dezembro 11, 2006

Aprendizagem Cultural

Sei que vou ser apenas mais um a elogiar "online" este filme (Borat: Cultural Learnings of America for Make Benefit Glorious Nation of Kazakhstan), mas é sem dúvida um "artefacto" impressionante da indústria cinematográfica que deve ser visto por toda a gente. Por detrás de uma espécie de documentário/comédia/nem sei bem o quê, está um filme que expõe ao ridículo uma sociedade e uma cultura como a dos Estados Unidos (ou como diria este personagem, US & A). Uma história fictícia de um repórter de nome Borat vindo do Cazaquistão, que se desloca aos Estados Unidos a pedido do Ministro da Informação do seu país, com a finalidade de efectuar uma "aprendizagem cultural", encaixa na perfeição com acontecimentos e eventos reais, resultando numa "viagem na maionese" muito interessante e supreendente. Recomendo vivamente este filme, apesar de ter a sensação de que muitas cenas foram cortadas, relativamente a alguns excertos que tinha já "visionado" no Youtube ou Google Video. Ainda assim restaram muitas outras mais do que suficientes para chocar muito boa gente e fazer rir outros tantos. Sem dúvida, um filme a não perder.

terça-feira, dezembro 05, 2006

O Débil Mental

Já diziam os antigos que os bons se vão embora e ficam os ruins. Augusto Pinochet é um bom exemplo desta velha máxima. Quando um tipo novo, se tal for o caso, morre de ataque cardíaco sem mais nem menos, uma besta destas com 91 anos ainda consegue recuperar... Ainda para mais uma besta que é em simultâneo débil mental, com atestado médico a comprovar e tudo. Um tipo que pede um atestado a comprovar que é débil mental para se safar a acusações de violação de direitos humanos, é tudo desde feio porco e mau, menos débil mental, mas enfim... Além disso julgo que era justo e está mais do que na hora do senhor "patinar". Não pela questão da idade, mas sim para não fazer esperar os amiguinhos. Tenho certeza que o pessoal das operações Condor e da Caravana da Morte estão "mortinhos" (literalmente) à espera dele lá em cima (ou em baixo neste caso) para o cumprimentarem pessoalmente. Espero que o senhor goste de climas quentes, porque para quem acredita no Céu e no Inferno, está mais que visto onde é que o homem vai parar. Também me parece que o dinheirinho que amealhou com o tráfico de droga e com todas as outras ilegalidades que cometeu durante a sua vida, provavelmente não lhe vai servir de muito. Em tom de conclusão e aproveitando para incutir neste post um fim pedagógico, devo dizer que quando lhe der outra "macacoa" qualquer, deve haver muita gente a brindar com um "panaché" ao "pinochet". Viram como através de uma "chalaça" sem qualquer tipo de piada, se pode obter um efeito didáctico?

Arte de Dizer Nada

Julgo ser de extrema e imponderável importância a relevância que merecem os assuntos fundamentais daquilo que é imprescindível nos dias de hoje. O futuro depende do hoje e do amanhã, assim como o passado e o presente. Nada do que aconteça agora poderá não ter uma repercussão no futuro assim como as acções do passado se reflectem no presente e condicionam atitudes, acções e reacções. Não podemos deixar de ser sem o ser incontornavelmente, indecisos e inseguros, revelando assim a nossa capacidade de decisão nos momentos difíceis e a nossa segurança quando assim se prova e demonstra necessário. As pessoas são indispensáveis na prova da essência da condição humana, quando os humanos mostram ser pessoas e demonstram que pessoas e humanos podem ser coisas distintas. Assim como uma gota de água é importante para um ribeiro que pode dar origem a um grande rio também o efeito borboleta revela marcas da sua existência inconfudível quando olhamos para dentro de nós e tudo aquilo que nos rodeia, que é uma consequência lógica e inevitável de tudo o que fazemos consciente ou inconscientemente. Não podemos deixar que nos digam o que não queremos ouvir assim como não podemos deixar de ouvir aquilo que nos querem dizer, pelo menos sem pensar se o queremos ouvir ou não e assim poder tirar as nossas conclusões sobre se tal assunto é importante e merece ser ouvido por nós. As palavras que se escrevem muitas vezes vencem sobre as que se dizem porque perduram e não implicam que alguém possa ter dúvidas se as quer ouvir ou não, pelo próprio valor que assumem simplesmente pelo facto de serem escritas e não ditas. Eu próprio ao escrever estas palavras tenho a noção de que mesmo que não tenha nenhum objectivo com elas posso ainda assim dar aso a interpretações do que digo, sem querer dizer nada efectivamente.