tag:blogger.com,1999:blog-199043122024-03-08T01:03:18.074+00:00Bute Nessa?'Bora lá descarregar as nossas frustrações todas na net?Marcohttp://www.blogger.com/profile/10551285676976747755noreply@blogger.comBlogger941125tag:blogger.com,1999:blog-19904312.post-29707181842593292342023-10-10T10:23:00.002+01:002023-10-10T10:24:08.478+01:00Estacionamento e a Importância do Zen<p>Nos últimos anos tenho sempre tentado fazer pender a minha abordagem em relação a tudo na vida para o lado mais zen das coisas... infelizmente não sou perfeito e por vezes essa filosofia escapa-me e não resisto a ter uma ou outra reação mais cáustica. Na realidade acho até que me proporciona um certo equilíbrio mental, pelo que em bom rigor... está bem assim.</p><p>Ontem foi o caso, quando alguém resolveu estacionar o seu carro junto ao meu, assim...</p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiamXdnOAUY5OR3xlDbeNegRqzFMlS3xvhWheq6_byltjoFn3eyaZv4yqGaIFYtxq6pnWwUPaZFTBFEEka5C5Lm8tqV1qdoIPnyD2SUkF-favrFcqxmvFZxqBqYFl2cjn5Y1598kHQ1s0jzifvtigjBIblFYWdmW2QOZL0FBTkS9LtAGegusDnN/s1024/Imagem%20WhatsApp%202023-10-09%20%C3%A0s%2012.10.45_dbb8275c.jpg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1024" data-original-width="768" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiamXdnOAUY5OR3xlDbeNegRqzFMlS3xvhWheq6_byltjoFn3eyaZv4yqGaIFYtxq6pnWwUPaZFTBFEEka5C5Lm8tqV1qdoIPnyD2SUkF-favrFcqxmvFZxqBqYFl2cjn5Y1598kHQ1s0jzifvtigjBIblFYWdmW2QOZL0FBTkS9LtAGegusDnN/s320/Imagem%20WhatsApp%202023-10-09%20%C3%A0s%2012.10.45_dbb8275c.jpg" width="240" /></a></div><p>Entendo que no mundo egocêntrico em que várias pessoas vivem, fazer este tipo de estacionamento, virar costas e ir à sua vida (enquanto fica também a tapar metade da entrada das instalações de uma instituição social), possa ser razoável. Para mim não foi e admito que me fez subir a temperatura do sangue meio grau.</p><p>Como não sou um tipo violento, decidi usar o intelecto. Redigi uma carta endereçada ao estimado proprietário da viatura reunindo o máximo de dados possíveis, incluindo o nome da companhia de seguros e o número de apólice associada à matrícula do carro, que rezava mais ou menos o seguinte texto:</p><p><br /></p><p></p><p><i> </i></p><p><i>Exmo. Sr.,<br />Proprietário da viatura Marca Modelo (matrícula 00-XX-00),<br /><br />Na sequência de estacionamento do veículo supracitado, na Rua X, no dia 9/10/2023 durante o período da manhã, venho contactá-lo face aos estragos provocados na minha viatura.<br /><br />Disponibilizo assim os meus contactos (nome e telemóvel) para que possamos falar pessoalmente e proceder ao respetivo preenchimento de declaração para efeitos de envio à companhia de seguros, a par das fotos que tirei da ocorrência.<br /><br />Em alternativa e caso prefira não entrar em contacto comigo por algum motivo, poderei se preferir estabelecer contacto direto com a sua seguradora (Fidelidade – Companhia de Seguros, S.A.) fazendo alusão ao seu número de apólice (XXXXXXXXX) para este efeito. Deixo assim ao seu critério a forma como podemos proceder, ficando a aguardar o seu contacto.<br /><br />Com os melhores cumprimentos...</i></p><p><br /></p><p>Na realidade não havia qualquer dano visível no meu carro, mas ainda assim achei que não devia deixar o assunto morrer sem qualquer tipo de consequência. Imprimi, assinei a carta e, ao chegar a casa, procurei a viatura (que entretanto já tinha mudado de poiso) colocando a minha missiva no para-brisas. Nesse mesmo dia, recebi o contacto do proprietário que, cheio de razão pois não tinha feito nada de errado e era impossível eu ter qualquer tipo de estragos no carro porque nem sequer lhe tinha tocado, ainda assim se disponibilizou para falar comigo.</p><p>Veio ter comigo acompanhado por guarda-costas (a esposa) e entrou logo na conversa a pés juntos, dizendo que o que eu dizia era impossível e que não tinha sequer tocado no meu carro (apesar de pelos vistos saber claramente de qual carro se tratava). Deixei-o falar um pouco, mostrei-lhe a fotografia e perguntei se o conceito de "tocar" dele era diferente do meu. A esposa quando viu a foto fez cara de bufa, e o senhor engoliu em seco. Na fase seguinte baixou o tom, disse que não era necessário "aquela carta..." e começou a justificar-se dada a dificuldade de estacionamento na rua. Perguntei-lhe (enquanto morador da mesma rua) se se importava então que todos os dias fosse encostar o meu carro ao dele, uma vez que é extremamente difícil de estacionar. O tom foi baixando e depois de lhe explicar que não tinha qualquer dano no carro, que só tinha redigido a carta porque queria chegar à fala com ele e fazer ver que não era correta a situação, a conversa acabou com um pedido de desculpas, um "passou bem" e um "adeusinho Sr. Marco".</p><p></p><p>Moral da história: por muito bom que seja ser zen, às vezes também sabe bem ser cáustico...<br /></p>Marcohttp://www.blogger.com/profile/10551285676976747755noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-19904312.post-86352195332615920152023-09-17T22:10:00.025+01:002023-09-18T22:14:16.799+01:00Viagem Alternativa pelas Serras do Centro - Dia #3<p>
<b>Dia #3 - A sorte protege os audazes...</b>
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<br />O terceiro e último dia ainda nos reservava um percurso interessante, que nos apresentava alguns quilómetros interessantes de passeio antes do regresso a casa.
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<br />Apesar de o dia ter amanhecido com o sol (quase) a brilhar...
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<br />... havia no entanto um conjunto de previsões pouco animadoras, como tal... houve quem achasse melhor desertar. Com base nestas perspetivas meteorológicas, o Velasquez e o Bosco decidiram assim comer a bucha matinal e fugir à chuva fazendo o percurso mais direto para casa. A brigada do reumático (leia-se eu e o Sat_on_fire) persistiu e insistiu em fazer o resto do percurso traçado até decidirmos que seria altura de deixar de o fazer.
<br />
<br />Mais tarde e ao longo do dia provar-se-ia mais uma vez que a sorte protege os audazes, pelo que houve quem apanhasse molha a caminho de casa, mas não fui nem eu nem o Sat_on_fire...
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<br />A saída do Sabugal foi antecedida pelo abastecimento matinal e despedida da malta que iria regressar mais cedo a casa. Já de cafezinho tomado, apontámos o azimute em direção à Covilhã, observando as nuvens ameaçadoras que se iam formando em nosso redor... Mais próximo da Covilhã, apanhámos estrada molhada, mas nada de intempérie. A determinada altura, constatámos que literalmente estávamos a passar nos intervalos da chuva!
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<br />E assim foi. Seguimos em direção a Unhais da Serra onde, quando chegámos, fazia um lindo dia de sol.
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<br /><img height="253" src="https://imgur.com/rJxYmZH.gif" width="400" />
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<br />O dia estava realmente bom, e aproveitámos para fazer a primeira hidratação do dia precisamente em Unhais da Serra, no bar Quiosque 3 (onde ainda que de forma meio inesperada, até deu para lavar as vistas).
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<br />Antes de seguir viagem, ocorreu-nos que na Ponte das Três Entradas um dos acessos estava cortado, o que nos poderia dar dores de cabeça para manter o percurso planeado. Optámos assim por fazer uma correção ao plano original, fazendo antes uma passagem pelo Piódão e retomando mais à frente o percurso traçado (o que se revelou uma excelente opção).
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<br />Seguimos assim em direção a Vide, virando depois em direção ao Piódão por um caminho que já merecia um tapete de alcatrão em condições (diz que é para o ano...).
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<br /><img height="225" src="https://imgur.com/YhQKIH9.gif" width="400" />
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<br />Uma vez chegados ao Piódão, o Sat_on_fire decidiu fazer as compras turísticas de queijo, licor e mel, enquanto fazíamos nova reidratação. Eu fiquei-me pela cevada. No final ainda recebemos uns "tóclantes" para colar nas motas, coisa que naturalmente não fizemos. Acabámos as "mines" e seguimos viagem.
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<br /><img height="225" src="https://imgur.com/RLSJKqW.gif" width="400" />
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<br />Depois de chegar ao alto da serra e já começando a descer em direção a Fajão, deu para perceber que tinha havido por ali temporal do bom, já que as estradas, apesar de secas, estavam cheias de lixo arrastado pela água das chuvas. Mais à frente a própria Ponte de Fajão estava completamente atascada de lama, que deu lugar à escassa meia dúzia de metros de TT de toda a viagem...
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<br /><img height="225" src="https://imgur.com/sCoELiU.gif" width="400" />
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<br />Entretanto chegámos a Fajão onde contávamos almoçar no Pascoal. No entanto o restaurante estava fechado, pelo que nos dirigimos ao local onde anteriormente ficava o restaurante (na altura chamado Juiz de Fajão), onde dá sempre para desenrascar algum petisco. Mais uma vez, a sorte continuava a proteger os audazes. Perguntando se dava para petiscar alguma coisa, foram-nos oferecidos uns bitoques, não sem antes degustar um queijinho com marmelada.
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<br /><img height="300" src="https://imgur.com/jUqYRi6.gif" width="400" />
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<br /><img height="225" src="https://imgur.com/VXBJoij.gif" width="400" />
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<br />Não sendo a melhor, foi sem dúvida a refeição mais bem servida e mais económica da viagem, tendo sido atendidos com a boa vontade de quem tinha acabado de limpar a água e lama que inundaram o restaurante na noite anterior, ao ponto de rebentar com o quadro elétrico. Mais do que satisfeitos, agradecemos a refeição e o atendimento e seguimos viagem. Também a boa vontade do S. Pedro se continuava a fazer sentir, passando incólumes pelos intervalos da chuva. Era de aproveitar.
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<br />Rumámos em direção ao Casal da Lapa, virando depois em direção à Pampilhosa onde não chegaríamos a entrar. Subimos antes em direção ao Cabeço da Urra onde fizemos uma paragem no miradouro para apreciar aquela paisagem. Fiquei surpreendido com a plantação de ervideiros que ali nasceu... bom sinal para a produção de aguardente de medronho da região!
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<br /><img height="300" src="https://imgur.com/Bez0yDI.gif" width="400" />
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<br />A paragem seguinte seria em mais um local da praxe... o velho café da Picha, onde hidratámos novamente e onde tive a oportunidade de constatar que já rodava praticamente com pneus slick. Para o que faltava do caminho, já não seria grande preocupação, até porque o tempo se mantinha seco à nossa frente. A borracha seria suficiente para ainda curtir nas curvinhas rápidas em direção a Vila de Rei.
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<br /><img height="300" src="https://imgur.com/IyRYbMq.gif" width="400" />
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<br />A partir daí o objetivo seria chegar a casa, fazendo os últimos quilómetros do dia por AE. Abastecimento e despedida feita em Santarém e entrámos na A1 para o troço final. Conseguimos chegar ao fim do dia sem dar uso ao equipamento de chuva e com mais uma barrigada de quilómetros por boas estradas e locais.
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<br /><img height="300" src="https://imgur.com/t8FkRQS.gif" width="400" />
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<br />Um grande bem haja aos meus companheiros de viagem, pela companhia, convívio e camaradagem em mais uma aventura assim a modos que improvisada, mas que permitiu o controlo de estragos pelo facto de não termos conseguido cumprir com o nosso plano original. Tal como costumo dizer, mais vale um mau dia de férias do que um bom dia de trabalho, assim como mais vale uma viagem modesta do que nenhuma viagem. E ficaram mais uns quilómetros de estrada (no meu caso cerca de 1200...) partilhados com algumas histórias contadas e outras para contar.
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<br />Venha a próxima (... que o plano original não ficou esquecido).
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<br />PS: a borracha acabou assim...
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</p>Marcohttp://www.blogger.com/profile/10551285676976747755noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-19904312.post-5456935748569328352023-09-16T22:09:00.000+01:002023-09-18T22:09:37.859+01:00Viagem Alternativa pelas Serras do Centro - Dia #2<p>
<b>Dia #2 – Para trás mija a burra…</b>
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<br />O segundo dia seria mais ambicioso em termos de rota traçada, pelo que todos concordámos começar bem cedo. O percurso seria mais uma vez feito por algumas das nossas estradas favoritas, já do lado espanhol, sendo que regressaríamos a Portugal antes do dia terminar.
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<br /><img height="263" src="https://imgur.com/rYwPes2.gif" width="400" />
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<br />Pelas 8h30 já estávamos prontos para o pequeno-almoço, com as burras a espreitar lá fora e a chamar por nós…
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<br /><img height="225" src="https://imgur.com/yv7oRdj.gif" width="400" />
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<br />Sairíamos rapidamente de Manteigas após o abastecimento matinal, percorrendo a N18 em direção à Guarda e apreciando aquelas curvas largas com bom piso. Tomaríamos um último cafezinho antes de rumar em direção a Ciudad Rodrigo.
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<br /><img height="300" src="https://imgur.com/0hskbsO.gif" width="400" />
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<br />No mapa tínhamos traçado um pedaço de percurso pela A25, mas sendo pouco fãs de trajetos por autoestrada, optamos por fazer antes a N16, sendo que após uns primeiros quilómetros desinteressantes, se fizeram outros tantos de algum jeito. Rapidamente chegaríamos à próxima paragem já com as necessidades de hidratação do costume…
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<br /><img height="300" src="https://imgur.com/ZHFGixj.gif" width="400" />
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<br />Em Ciudad Rodrigo havia uma certa confusão com a organização da feira anual do cavalo, estando algumas das ruas de acesso ao centro cortadas. No entanto, fomos por ali ficando na conversa da treta, até que eventualmente a vontade de petiscar alguma coisa e a perspetiva de poucas alternativas nos quilómetros seguintes nos levaram a procurar poiso para antecipar o almoço.
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<br />Acabámos por ir parar ao Méson La Paloma, restaurante onde já tinha tentado ir no passado sem nunca conseguir mesa. Mais uma vez os benefícios de viajar em alturas menos movimentadas. Desta vez um bom tinto da região (Cabras Pintas de 2018) pareceu satisfazer as exigentes papilas gustativas do Velasquez…
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<br /><img height="300" src="https://imgur.com/njTqX9r.gif" width="400" />
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<br />Mas nem só de comezaina vive o motociclista e uma vez degustados os nossos bifes de vaca, era tempo de seguir viagem até à próxima paragem. Até ao momento, S. Pedro mantinha-se do nosso lado, e apesar de umas nuvens ameaçadoras pelo caminho, conseguimos passar incólumes até à paragem seguinte no santuário de Nossa Senhora de Francia.
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<br /><img height="300" src="https://imgur.com/F8t338j.gif" width="400" />
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<br />Mais uma vez, não andava ninguém por ali, pelo que aparcámos as burras onde quisemos e apreciámos as vistas o melhor que pudemos.
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<br /><img height="86" src="https://imgur.com/pI3PgCk.gif" width="400" />
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<br />Aliás, a pouca companhia que tivemos foi cortesia de uma cabra montesa que vagueava livremente no interior do santuário e que nos fez companhia até ao miradouro de Santiago…
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<br /><img height="225" src="https://imgur.com/V66vDjC.gif" width="400" />
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<br />Quando entrei no miradouro, como que por magia tinha desaparecido… mas quando olhei para o lado, ficou o mistério explicado.
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<br /><img height="225" src="https://imgur.com/VrkRIaZ.gif" width="400" />
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<br />À saída do Santuário o nosso navegador de serviço achou que estávamos folgados em quilómetros a percorrer, e levou-nos por uma incursão serra abaixo… para o lado errado. Só nos apercebemos do erro em Monsagro… 15 kms depois. Se como diz o ditado, “para trás mija a burra”… no nosso caso para trás regressaram os burros, porque a alternativa não era viável.
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<br /><img height="225" src="https://imgur.com/poqC5vM.gif" width="400" />
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<br />Retomado o percurso planeado, era tempo de curtir mais uma barrigada de curvas. Depois de abastecermos seguimos caminho, passando por La Alberca e pelo “mini Stelvio” em Las Batuecas.
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<br /><img height="227" src="https://imgur.com/owuoGjs.gif" width="400" />
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<br />Por esta altura (e uma vez mais a meio de uma viagem) o meu pneu da frente entregou a alma ao criador… Ao contrário dos meus companheiros de viagem que calçaram todos sapatinhos novos nas suas meninas, eu levei os sapatos de sempre e, se por um lado fiquei satisfeito por finalmente acabar com eles (adquiri um ódio de estimação por aqueles PR4), por outro faltava-me fazer o resto da viagem e a perspetiva de rolar assim não era muito animadora. Ainda assim, não perdi o sono por causa disso.
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<br />Lá continuámos a bom ritmo e sempre com boa estradinha pela frente. A paragem seguinte foi em Pinofranqueado, numa esplanada catita do Hotel El Puente, que - admirem-se - fica junto a uma ponte, sobre o rio Los Angeles.
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<br />Enquanto o Velasquez fazia psicanálise às pastilhas da frente da sua menina, a RS do Bosco vinha tão emocionada com a viagem que até deu alguns sinais de incontinência…
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<br /><img height="225" src="https://imgur.com/jjDxmZK.gif" width="400" />
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<br />Ainda havia alguns quilómetros pela frente, e Valverde del Fresno e Navasfrías esperavam por nós. Assim que entramos em Portugal, mais uma vez aquela sensação que por cá não se sabe fazer bom alcatrão… Seguimos em direção a Foios onde parámos no Ganguilhas para uma última reidratação antes de rumar ao destino final do dia.
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<br />Chegámos finalmente ao Sabugal, onde nos dirigimos à hospedaria Robalo. O atendimento ali não podia ter sido melhor. É o senhor que dá nome ao estabelecimento que faz a casa e colocou-nos totalmente à vontade, oferecendo-nos inclusive aparcamento privado para as motas e dando-nos indicações sobre onde jantar… nomeadamente no restaurante que também é seu!
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<br /><img height="225" src="https://imgur.com/syH8vpR.gif" width="400" />
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<br />Depois do momento Tom Cruise do dia, fomos instalar-nos nos respetivos alojamentos e saímos em busca do local da janta, leia-se, atravessámos a estrada. Saímos da hospedaria Robalo e entrámos no restaurante Robalo, onde se comem refeições confecionadas pelo Sr. Robalo, e onde fomos efetivamente muito bem servidos. O prato de eleição foi a costeleta de novilho, e houve algum cuidado com a escolha do vinho para não ofender as papilas gustativas do Velasquez.
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<br /><img height="351" src="https://imgur.com/9pSqAEr.gif" width="400" />
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<br />A vida noturna do Sabugal não se adivinhava muito melhor que a de Manteigas, ainda assim lá demos com um bar onde deu para jogar mais uma matraquilhada e beber uns copos a acompanhar a conversa da treta.
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<br /><img height="300" src="https://imgur.com/QvuuzeY.gif" width="400" />
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<br />Entretanto houve quem desertasse e os resistentes foram em busca de outro poiso, mas a oferta era escassa e pela primeira vez durante a viagem a chuva e trovoada davam um ar da sua graça, pelo que mais uma vez neste dia resolvemos arrepiar caminho e voltámos ao mesmo sítio onde começámos, para acabar a noite…
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<br /><img height="300" src="https://imgur.com/PrNBTSo.gif" width="400" />
<br />
<br />Muitas, mas mesmo muitas aldrabices de alta qualidade depois, era tempo de dar o dia por terminado, fazer a reza ao S. Pedro para nos viabilizar o dia seguinte (até então a sorte protegera-nos, mas a coisa não parecia famosa para o dia seguinte) e descansar umas horitas até lá.
</p>Marcohttp://www.blogger.com/profile/10551285676976747755noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-19904312.post-83236599838295828482023-09-15T22:01:00.013+01:002023-09-18T22:06:29.330+01:00Viagem Alternativa pelas Serras do Centro - Dia #1<p>
<b>Dia #1 – Se a vida te dá limões, faz uma limonada…</b>
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<br />Depois de algum tempo a planear em grupo uma viagem mais alargada, que obrigava a disponibilidade de alguns dias de férias e cuja rota já estava traçada com alojamentos marcados e tudo, eis senão quando as previsões de tempo mais negativas se confirmam junto à data prevista e nos obrigam a improvisar um pouco…
<br />
<br />Havendo ainda a probabilidade de o mau tempo se manifestar, optámos por rumar mais ao centro em vez de ao sul, mantendo a ideia de rolar entre Portugal e Espanha, numa rota mais curtinha em distância e duração (apenas 3 dias em vez de 5) por locais familiares. Assim, se algo corresse menos de feição climatericamente, também o regresso antecipado seria mais fácil.
<br />
<br />Tecidas estas considerações, traçou-se um novo percurso no mapa e fizeram-se as devidas reservas de alojamento. E toca a albardar as burras que era tempo de aproveitar aquilo que o S. Pedro permitisse e que 3 diazinhos na estrada nos pudessem oferecer. Este seria o primeiro, ainda que apenas pelo nosso “quintal”.
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<br /><img height="268" src="https://imgur.com/fOAgEnc.gif" width="400" />
<br />
<br />A partida foi na quarta-feira, dia 13. Eu, o Sat_on_fire e o Velasquez (a.k.a. núcleo “motorradiano” composto por duas “manas” R1200RS e uma S1000XR) seguiríamos de Lisboa, com ponto de encontro na estação de serviço de Aveiras. O Bosco (a.k.a. núcleo “avariliano” unipessoal com a sua RS660) viria do Porto, juntando-se a nós na Sertã. Saímos cedinho para aproveitar bem o dia e uma vez feita a primeira hidratação à base de cevada, acompanhada por uns rissóis de leitão, por volta das 10h já estávamos juntos e prontos a seguir viagem.
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<br /><img height="400" src="https://imgur.com/ZYLxEp2.gif" width="388" />
<br />
<br />Saindo da Sertã, o percurso seria já bem conhecido de todos. Rumo a Oleiros, passando pelo Estreito e com paragem no Orvalho. O sol brilhava e claramente neste dia não S. Pedro não nos daria qualquer preocupação a ter com o mau tempo. Chegados a Orvalho, o calor até já se fazia sentir e bem, mas para mal dos nossos pecados o restaurante Pérola do Orvalho estava fechado e nas bombas não se vendiam minis. Não deixámos por isso arrefecer os pneus e seguimos viagem em direção à Pampilhosa da Serra.
<br />
<br />Uma vez chegados à Pampilhosa, a sede tinha aumentado, por isso fomos diretamente para a esplanada da churrasqueira Arco Íris, onde fizemos mais uma hidratação bem merecida. O sossego na vila contrastava com a azáfama que ainda há poucas semanas se fazia sentir, entre as festas locais de verão e a concentração de Góis. Agora quase não se via vivalma na rua.
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<br />Hidratação concluída e não perdemos muito tempo a seguir viagem. Saímos da Pampilhosa na direção de Góis, não sem antes fazer uma paragem pelo caminho para saudar o nosso camarada Pedrosa…
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<br /><img height="215" src="https://imgur.com/maRIlho.gif" width="400" />
<br />
<br />Curvinhas para cá, curvinhas para lá, chegámos a Góis. Mais uma vez também ali o sossego contrastava com a azáfama recente. Ainda assim a dificuldade que adivinhávamos em arranjar poiso para almoçar não se confirmou. Já sabíamos de antemão que o Silvério estava fechado, mas mesmo ao lado o Alvaro estava a funcionar e bastou apenas aguardar um pouco enquanto reidratávamos na esplanada para nos arranjarem uma mesa onde iriamos degustar um empadão, o único prato do dia que restava, mas que até nos soube bem. Fizemos por não deixar o branquinho aquecer com o calor que se fazia sentir e uma vez concluída a refeição, ala que se faz tarde.
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<br />Seguimos por Arganil, Coja e Avô, até à passagem pela Ponte das Três Entradas, onde percebemos que havia um acesso cortado que nos poderia obrigar a replanear um passo da nossa viagem mais à frente, mas na altura não pensámos mais nisso. Pensámos sim em reidratar de novo e aproveitámos para a primeira matraquilhada da volta (onde as skills de uns contrastam invariavelmente com a inépcia de outros, leia-se… eu).
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<br /><img height="265" src="https://imgur.com/bxsGBq1.gif" width="400" />
<br />
<br />A fome ainda não era muita, mas a ideia de petiscar qualquer coisa na Torre já nos piscava o olho, por isso continuámos o nosso caminho pelas estradinhas do costume, já bem conhecidas e muito apreciadas (e percorridas como sempre em ritmo animado).
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<br />O tempo na Torre também estava cinco estrelas e mais uma vez não havia quase ninguém à vista. As vantagens de se viajar em dias que não há grande movimento. Batemos umas chapas das motas, para manter a tradição e fomos ver da bola. Infelizmente na loja dos enchidos serranos explicaram-nos que naquele dia não havia e deram-nos o contacto para avisar quando formos em dias menos movimentados que possam não ter para nos prepararem uma antecipadamente. No entanto, não morremos à fome por causa disso. A bela da sandocha com presunto e queijo acompanhada a tinto foi uma alternativa mais do que satisfatória para todos.
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<br /><img height="225" src="https://imgur.com/bU51P0w.gif" width="400" />
<br />
<br />Já “lanchados” com direito a cafezinho e licor, o que restava da viagem eram meia dúzia de quilómetros até ao poiso do final do dia em Manteigas. Também em local onde alguns já tinham pernoitado e jantado no passado, mais especificamente no hotel Vale do Zêzere. Tínhamos a hora limite das 19h para fazer o check-in, o que cumprimos com facilidade.
<br />
<br />Percebemos que o restaurante do hotel que conhecíamos e era bastante bom, entretanto tinha fechado permanentemente, pelo que após deixarmos as burras no estábulo e nos acomodarmos nos nossos alojamentos, começamos a ver de sítio para a ceia.
<br />
<br />Entretanto o Velasquez, um dos gajos novos mais velhos que conheço, começava a acusar a intensidade de uma lesão que trazia consigo. Como a idade não perdoa (e não tendo nós levado “El Químico” connosco nesta viagem), fizemos uma paragem técnica numa farmácia para comprar um medicamento de efeito analgésico, preferencialmente daqueles cujo efeito não fosse cortado por bebidas de teor mais alcoólico.
<br />
<br />Constatou-se que quem é feito para andar de mota, muitas vezes não é feito para andar a pé. Era o nosso caso e isso notou-se uma vez mais na “navegação”. Se bem me recordo, alguém disse à saída do hotel que a distância prevista até ao restaurante que escolhemos era de uns 500m, já ali… o que rapidamente se constatou serem quase 2 km a subir.
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<br /><img height="361" src="https://imgur.com/kPJwLaj.gif" width="400" />
<br />
<br />Deu para ganhar apetite, que saciaríamos no restaurante Central, a comer um naco com queijo da serra e a beber um belo tintinho, que obteve uma classificação por parte do Velasquez, digna de “bom para temperar bifanas”. Ele há públicos difíceis…
<br />
<br />Depois de jantar, constatámos o óbvio. A vida noturna em Manteigas é assim a modos que para o “limitada”. Ainda assim logo por cima do restaurante havia um bar mais ou menos jeitoso, de seu nome (pretensioso) Granittus Caffe, que fica junto à (despretensiosa) Pensão Estrela, e que teria de servir o nosso propósito.
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<br /><img height="300" src="https://imgur.com/xbfduC5.gif" width="400" />
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<br />Foi aí que optámos por beber o nosso digestivo e continuar os intensos debates sobre temas diversos, variados, polémicos e relevantes da sociedade atual, sendo que a conclusão alcançada é que a postura ideal a ter nos dias que correm sobre a maioria dos assuntos se resume a dizer… safoda.
<br />
<br />Uma vez assente este racional, fizemos mais uma incursão até ao outro bar de nome Casa da Árvore, onde se contaram mais umas aldrabices e no qual encerraríamos a noite com uns Hendricks, antes de regressar ao hotel. Demos as graças pela abébia que o tempo nos tinha dado até então (e pelo facto de o caminho de regresso aos nossos alojamentos ser agora sempre a descer) e fomos recuperar energias para o dia seguinte.
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</p>Marcohttp://www.blogger.com/profile/10551285676976747755noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-19904312.post-28463592747932049162023-03-21T11:16:00.000+00:002023-03-21T11:16:09.967+00:00A Minha Reisen Sport, Uma Espécie em Vias de Extinção...<p>
Por motivos de ordem diversa, chegou a altura de libertar espaço na minha garagem. Onde antes habitavam duas motas que muitas alegrias me deram, agora habita uma só que espero me venha a proporcionar tantos ou mais momentos bons que as suas antecessoras.<br />
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O espaço que tinha era partilhado entre uma Hayabusa de 99 que comprei um pouco maltratada e que fui recuperando ao longo dos últimos anos e uma F900R que era a minha companheira diária nas deslocações casa/trabalho e que pontualmente me levou mais longe aqui e ali (como foi o caso da viagem aos Pirenéus que fiz no ano passado.<br />
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Parte desta mudança deve-se a uma paixão antiga que nasceu em 2016, quando me sentei pela primeira vez em cima de uma mota que me despertou a atenção. Depois de, mais recentemente, ter visto e experimentado uma ao vivo e a cores, a ideia foi crescendo e ganhando forma. Surgiu por fim a oportunidade de reorganizar a minha garagem e de uma assentada só desfiz-me das duas motas que tinha para finalmente me tornar o feliz proprietário de uma R1200RS. Bem certo que não é uma mota nova (nem sequer é o modelo mais recente - a 1250). Igualmente, faz parte de uma espécie (segmento das "sport tourer", ou "reisen sport" - RS - em alemão) que nos dias de hoje se encontra em vias de extinção e cada vez com menos adeptos... Mas é uma mota com a qual me sinto muito bem, da qual espero poder usufruir não só na utilização diária como também em algumas viagens, com mais conforto que aquele que tenho tido até hoje.<br />
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<img height="320" src="https://imgur.com/edplmDH.jpg" width="400" /><br />
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Mais especificamente sobre a mota: esta alemã nasceu com sotaque francês, já que se trata de uma mota importada pelo seu anterior proprietário, quando veio viver para Portugal. Contava no momento da compra com apenas 7 mil kms, o que lhe confere ainda aquele aspeto de novo, nada expectável numa mota que conta já com 6 anos de idade. Não vem com muitos extras (conjunto de malas laterais e top case, punhos aquecidos e pouco mais). Calça uns pneus Michelin PR4 que... enfim... nem vale a pena comentar...<br />
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<b>Desempenho</b><br />
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Tenho a mota há cerca de um mês e meio. Ainda sem ter tido a oportunidade de fazer grandes viagens de lazer com ela, a experiência dos cerca de 2 mil kms que fiz tem sido muito positiva e tem-se revelado aquilo que eu esperava e mais. É fácil habituarmo-nos ao conforto, disponibilidade e diversão que o motor boxer nos proporciona. O sistema de transmissão por veio, apesar de diferente de tudo o que tive até hoje, não careceu de grande adaptação da minha parte, sendo bastante mais elástico do que julgava. A caixa mostra-se bastante eficiente, ainda que as transições para 2ª e 3ª se façam sentir de vez em quando. Não sendo uma mota para circular a velocidades estonteantes, chega lá acima rapidamente e sem esforço. Os seus 236 kg não se notam, dada a agilidade que demonstra e manobrabilidade que proporciona. O sistema de travagem é bastante eficaz e o ABS está lá para eventuais asneiradas. A mota transmite bastante retorno da estrada, não sei se fruto da configuração da suspensão paralever, se fruto dos pneus, se de ambos. Nada disso afeta negativamente a sua estabilidade e desempenho em estradas mais sinuosas, que é excelente.<br />
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<img height="225" src="https://imgur.com/C3aLoa6.jpg" width="400" /><br />
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<b>Conforto</b><br />
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Em termos de conforto, a proteção aerodinâmica é um admirável mundo novo para alguém como eu que teve maioritariamente nakeds. O vidro frontal de duas posições permite circular a velocidades superiores, sem esforço e com menos mosquitos nos dentes. O assento personalizado, não obstante o seu look azeiteiro, faz-me sentir que vou sentado num sofá. Outro extra suscetível de ser classificado como azeiteiro é o escape cromado, que se distingue do tradicional em metal fosco, mas que na minha opinião atém nem fica mal nem destoa do resto da mota. Já não me dói a alma de ver uma topcase montada neste tipo de mota, pelo que é também confortável ter onde guardar os tarecos. Quando for viajar já não precisarei de tailbags nem tankbags nem saddlebags nem outros bags. Num par de ocasiões já utilizei os punhos aquecidos, ainda que não tenha até agora sentido grande necessidade disso, mas que imagino numa volta ao estilo cubos de gelo possa fazer sentido. Não estando esta mota equipada com o painel TFT que equipa os modelos mais recentes, o mostrador serve o seu propósito permitindo o acesso a bastante informação (com múltiplos modos de visualização) e que além dos indicadores habituais permite verificar a pressão dos pneus, o nível do óleo do motor, escolher o modo de condução (neste caso apenas entre o Road e o Rain), etc. A mota vem ainda com uma pré-instalação de GPS, mas não tendo depois os acessórios relevantes como o suporte para o sistema de navegação, isso vale de muito pouco, pelo que tenciono montar um suporte para o meu velhinho TomTom Rider e 'tá feito.<br />
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<img height="225" src="https://imgur.com/7c4lDc5.jpg" width="400" /><br />
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<b>Experiências</b><br />
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Como a mota só tinha o registo da primeira revisão aos 1000 kms em concessionário oficial da marca, não tendo atingido a quilometragem seguinte do plano de manutenção e não tendo registo de revisões anuais intermédias, fiz uma revisão geral com troca de todos os fluidos para ter alguma paz de espírito. Conto agora acertar-lhe o passo quando fizer os 10 mil kms, tratar de recalls em aberto e cuidar do seu registo de manutenção futura a partir daí. Já falta pouco.<br />
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Em termos de autonomia e consumo, a capacidade dos 18 litros do depósito já me deixa mais descansado e sem necessidade de andar sempre a pensar onde vou abastecer de seguida. O consumo em percurso misto e com condução despreocupada tem rondado em média os 6L/100km, com uma perceção clara que esta mota pode ser bastante económica mesmo em percursos citadinos.<br />
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Como seria expectável... já tive o primeiro furo. Nesta mota já tenho espaço para transportar mais do que um kit de reparação, que com o meu magnetismo acho que é algo que vou ter de considerar no futuro. Neste caso nem foi preciso parar à beira da estrada, porque logo à saída de casa acendeu-se um alerta no mostrador e o indicador de pressão do pneu de trás mostrava uns generosos 1.8 bar, que indiciaram a existência de problema. Reparado em 15 minutos, nem deu para chegar atrasado ao trabalho.<br />
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<img height="356" src="https://imgur.com/mvS25Su.jpg" width="400" /><br />
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E pronto, é isto. Com o regresso do bom tempo espero retomarem breve as minhas voltinhas e percorrer com ela muitos e bons quilómetros...<br />
</p>Marcohttp://www.blogger.com/profile/10551285676976747755noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-19904312.post-8928998132605178612023-02-23T06:54:00.008+00:002023-02-24T06:58:23.739+00:00A Importância de Um Nome<p>Sou só eu a achar que todos os nomes (em português) com que as lojas chinesas são registadas em Portugal, são no mínimo estranhos? Aqui mesmo ao pé de casa fechou há algum tempo um destes grandiosos bazares, que dava pelo nome de "Semana Sucesso Shopping"... mais recentemente fui a um outro bazar cujo nome é "Questão Famosa, Lda."... e basicamente são todos assim.</p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj2z1IPdqWld72m8lDKhNcVpMdHJn3kZmM3DXOjSILhTYSsS0btOWjkbppS3HRcNeCFMdql1NrBL3vi2KxgVB-P4ZiSrZg82qneNubNeH6DL_qMk_BfutvBw0h-yhPhwlk4pLJKjJgQii02GQBVfvXgI1VulKk1FRgz0JHmKXsW88HYxR344Q/s2329/2022-12-13%2008.54.21.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="2329" data-original-width="1202" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj2z1IPdqWld72m8lDKhNcVpMdHJn3kZmM3DXOjSILhTYSsS0btOWjkbppS3HRcNeCFMdql1NrBL3vi2KxgVB-P4ZiSrZg82qneNubNeH6DL_qMk_BfutvBw0h-yhPhwlk4pLJKjJgQii02GQBVfvXgI1VulKk1FRgz0JHmKXsW88HYxR344Q/w206-h400/2022-12-13%2008.54.21.jpg" width="206" /></a></div><p>Deve haver uma lista de nomes que ninguém quer, e cujas opções são oferecidas aos senhores e senhoras chineses no momento do registo dos seus negócios na conservatória, e a escolha deve ser feita de forma mais ou menos aleatória, caso contrário eu próprio teria dificuldade em pensar num destes nomes só porque sim...<br /></p>Marcohttp://www.blogger.com/profile/10551285676976747755noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-19904312.post-11507204907546099072023-01-31T06:02:00.001+00:002023-02-24T06:08:44.843+00:00Regresso às Viagens (Pirinéus, 15/6)<p>
O trajeto desta etapa contaria com menos alguns quilómetros que o anterior, mas não seria por isso menos desafiante conforme poderíamos constatar ao longo do dia. Seriam cerca de 300 quilómetros com alguns percursos bem interessantes, mas por estradas (algumas) impróprias para consumo.
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<br/><img src="https://imgur.com/Hx1pRRL.jpg" width="400"/><br/>
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O dia em Lourdes, após um pequeno-almoço bem aviado, começaria como a maioria das vezes… com as motas albardadas e a malta toda equipada… à espera do Michel.
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<br/><img src="https://imgur.com/uQMlPSc.jpg" width="400"/><br/>
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Mas como o nosso “Deadpool” de serviço é um gajo porreiro, a malta não se chateava muito com isso e até já contava com a espera…
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<br/><img src="https://imgur.com/PUnMgQg.jpg" width="400"/><br/>
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O tempo estava simplesmente espetacular neste dia, pelo que a primeira paragem permitiria vislumbrar uma paisagem simplesmente deslumbrante enquanto apanhávamos um pouco de ar fresco (o qual iria contrastar com o calor que nos esperava mais tarde nesse dia).
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<br/><img src="https://imgur.com/Qbnfnnk.jpg" width="400"/><br/>
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A primeira paragem foi feita em Col de Saucede (ainda no lado francês dos Pirenéus), onde mais uma vez a natureza tomava conta de nós.
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<br/><img src="https://imgur.com/TvOHFd8.jpg" width="400"/><br/>
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E como sempre, era fácil encontrar “rostos familiares” pelo caminho…
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<br/><img src="https://imgur.com/IY3UNWB.jpg" width="400"/><br/>
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Depois de bons momentos de confraternização com bestas de carga… e alguns animais, resolvemos seguir caminho em direção ao Col d’Aubisque, passando pelo Vale d’Ossau.
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<br/><img src="https://imgur.com/XRC7N8w.jpg" width="400"/><br/>
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<br/><img src="https://imgur.com/3msGLg7.jpg" width="400"/><br/>
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<br/><img src="https://imgur.com/JT0Mc4x.jpg" width="400"/><br/>
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Ao longo do caminho, surgiam com alguma frequência cascatas de água resultantes da neve e do gelo que derretiam no topo das montanhas, o que resultava numa paisagem ainda mais invulgar e interessante.
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<br/><img src="https://imgur.com/Gecnt0x.jpg" width="400"/><br/>
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Nova paragem para contemplar as alturas…
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<br/><img src="https://imgur.com/PR193pS.jpg" width="400"/><br/>
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<br/><img src="https://imgur.com/HVpZ60w.jpg" width="400"/><br/>
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<br/><img src="https://imgur.com/lN3RKiY.jpg" width="400"/><br/>
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Depois de rolarmos mais um bom bocado e já mais próximo da fronteira, fizemos nova paragem em Portalet para contemplar as formações rochosas por onde tínhamos passado, agora vistas bem ao longe, antes de atravessarmos de novo para o lado espanhol dos Pirenéus.
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<br/><img src="https://imgur.com/OknIXkA.jpg" width="400"/><br/>
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<br/><img src="https://imgur.com/v3VxIu8.jpg" width="400"/><br/>
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<br/><img src="https://imgur.com/j9KdCor.jpg" width="400"/><br/>
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Como já tinha umas dezenas de quilómetros feitos com autonomia a indicar 0, comecei a ter aquele sentido de urgência no que diz respeito a encontrar umas bombas para abastecer.
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<br/><img src="https://imgur.com/FH0ML1D.jpg" width="400"/><br/>
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Bem próximo da fronteira, esse foi um problema resolvido, com direito a paragem em mais um spot simplesmente espetacular, onde deu novamente para contemplar um enorme vale atravessado por uma linha de água cristalina, enquanto bebíamos um cafezinho e fazíamos a necessária fotossíntese.
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<br/><img src="https://imgur.com/BZ391jy.jpg" width="400"/><br/>
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<br/><img src="https://imgur.com/P5i5Ei7.jpg" width="400"/><br/>
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Conversa para lá e para cá com um reformado castiço que por ali andava em passeio, e que nos deixou a todos invejosos e a sonhar chegar aquela idade com aquela jovialidade e interesse por motas e carros, desejámos-lhe boa viagem enquanto se afastava no seu Lotus, para logo a seguir nos fazermos também à estrada.
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<br/><img src="https://imgur.com/8VpiUlN.jpg" width="400"/><br/>
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Breve paragem para contemplar um palco flutuante, onde se realizam festivais e concertos de música, e cuja história e peculiaridades o Rui teve a amabilidade de me contar, mas que confesso entretanto já se me olvidou…
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<br/><img src="https://imgur.com/07JApNF.jpg" width="400"/><br/>
<br/>
Voltámos às curvas, percorrendo uma estrada interessante, mas movimentada, fazendo uma paragem em Puerto de Cotefablo, logo após a passagem por um longo túnel que permitiu baixar a temperatura corporal em alguns graus (o que todos agradecemos dado o calor que já se fazia sentir).
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<br/><img src="https://imgur.com/6gP0QYD.jpg" width="400"/><br/>
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<br/><img src="https://imgur.com/jSAIB3B.jpg" width="400"/><br/>
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Havia de facto algum trânsito nesta estrada, de tal forma que num momento de menos paciência, o Rui teve de fazer uma (quase) pega de caras numa ultrapassagem a um pesado que não dava grandes abébias. O Rui e as “caminetas”…
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O estômago já começava a dar sinal, além disso o calor continuava a apertar, por isso já era bem vinda uma paragem em local fresco e para almoçar. Parámos em Broto, e procurámos um local com essas caraterísticas, que encontrámos no restaurante do Hotel de Sorrosal.
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<br/><img src="https://imgur.com/AavlyXP.jpg" width="400"/><br/>
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O ar condicionado ganhou à esplanada, tal era o calor que se sentia cá fora. E mais uma vez tivemos uma refeição 5 estrelas (num hotel de 2). Aqui escapou-se-me o registo fotográfico do prato principal, mas pelas entradas dá para ter uma ideia que a coisa correu bem…
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<br/><img src="https://imgur.com/5s9msjS.jpg" width="400"/><br/>
<br/>
Terminada a refeição, o Rui apercebeu-se que não tinha as chaves da mota com ele. Já na rua, vimos que a mota ainda estava no local onde a tinha deixado, por isso a conclusão era óbvia: tinha deixado as chaves na ignição. Afinal de contas, quem é que estaria interessado em levar um trambolho daqueles?
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<br/><img src="https://imgur.com/Tws4VBL.jpg" width="400"/><br/>
<br/>
Achincalhámos mais um bocado o Rui por se tentar desfazer do seu trambolho de forma tão rebuscada. Nem durante um par de horas parada em plena rua, com a chave na ignição, despertou qualquer tipo de interesse aos transeuntes… O achincalho estava bom, mas lá nos começámos novamente a ambientar ao calor exagerado, pois era tempo seguir viagem em direção ao parque natural, pelo Valle de Vió.
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<br/><img src="https://imgur.com/eahYfCU.jpg" width="400"/><br/>
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<br/><img src="https://imgur.com/RxT84ZU.jpg" width="400"/><br/>
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<br/><img src="https://imgur.com/zSerkaQ.jpg" width="400"/><br/>
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Mais umas paisagens soberbas e umas fotos merecidas. Havia, no entanto, a promessa de que iríamos passar por um local espetacular, fresco, a acompanhar um rio de água cristalina e repleto de vegetação envolvente. Seguimos novamente. Tudo isto era verdade e a parte do “espetacular” também, não fosse a estrada em algumas partes ser apenas uma breve lembrança do que em tempos foi alcatrão em condições (mas de facto, era bonito).
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<br/><img src="https://imgur.com/s7iS8NP.jpg" width="400"/><br/>
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<br/><img src="https://imgur.com/bVcoRCj.jpg" width="400"/><br/>
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<br/><img src="https://imgur.com/SAbo5oB.jpg" width="400"/><br/>
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Para ajudar à festa, e à conta dos troços de sentido único que nos levavam a fazer um percurso mais ou menos “circular”, invariavelmente acabámos por nos perder e dar umas voltas a mais do que era suposto até regressar ao trajeto planeado.
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<br/><img src="https://imgur.com/NXjrf3t.jpg" width="400"/><br/>
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Houve quem tivesse sentido necessidade de parar para recalibrar os azimutes e coiso e tal...
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<br/><img src="https://imgur.com/1dZX6vw.jpg" width="400"/><br/>
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Andávamos nós nesta curtição de passeio em círculos pelo Parque Nacional de Ordesa, a tentar aproveitar as zonas mais frescas, quando o Rui que é um gajo bué invejoso e que não pode ver nada, achou que também estava na altura de trocar os pneus da mota.
Telefonema para cá, telefonema para lá, chegou-se à conclusão que tal seria possível numa oficina localizada no destino final do dia. Até aqui tudo perfeito, mas teríamos de lá chegar um pouco mais cedo que o previsto…
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<br/><img src="https://imgur.com/x0zLFup.jpg" width="400"/><br/>
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Seguimos em modo papa léguas, mas por muita pressa que um gajo tenha, há sempre tempo para fazer uma paragem pelo caminho e beber mais uma caña fresquinha (que com o calor que estava, nos soube pela vida). Quando finalmente parámos, já estávamos meio derretidos.
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<br/><img src="https://imgur.com/qSRGGa9.jpg" width="400"/><br/>
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<br/><img src="https://imgur.com/5hqMkX1.jpg" width="400"/><br/>
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Recuperadas as energias com combustível de cevada, lá nos fizemos à estrada de novo. Chegámos finalmente a Jaca e fomos ter diretamente à oficina que já aguardava a chegada do Rui para lhe trocar as ferraduras (… as da burra, não as dele).
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<br/><img src="https://imgur.com/Jp7GGp5.jpg" width="400"/><br/>
<br/>
A burra ficou entregue na oficina Mas Gass e nós abancámos logo ali ao lado para fazer o reabastecimento de cerveja que se impunha, acompanhada pelos amendoins que o Botelho tinha trazido para a viagem num saco industrial, que por muito que tentássemos dar vazão, parecia nunca mais ter fim.
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<br/><img src="https://imgur.com/T4qlUiG.jpg" width="400"/><br/>
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<br/><img src="https://imgur.com/OyTYe57.jpg" width="400"/><br/>
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O Rui continuava a galar tudo o que eram traseiros com mais de 80 cm que passavam na rua.... Felizmente e para quem aprecia traseiros mais contidos em dimensão, pouco depois já tinha a burra com ferraduras novas, pronta para os quilómetros que tínhamos pela frente e mais alguns, pelo que pudemos finalmente percorrer as centenas de metros finais até ao nosso alojamento.
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<br/><img src="https://imgur.com/BFIcxu7.jpg" width="400"/><br/>
<br/>
Fomos deixar as burras no estábulo mais próximo, um parque de estacionamento subterrâneo nas proximidades do nosso alojamento, que ficando em plena zona histórica, não tinha condições para aparcarmos as motas por perto.
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<br/><img src="https://imgur.com/KSqItsA.jpg" width="400"/><br/>
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Depois da banhoca da praxe era tempo de ver as vistas, e de facto Jaca é uma terra simpática, com um centro histórico interessante e que ainda tivemos tempo para percorrer com a luz do dia.
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<br/><img src="https://imgur.com/3Ly9SyH.jpg" width="400"/><br/>
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<br/><img src="https://imgur.com/lIF8OIZ.jpg" width="400"/><br/>
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Mas chegava a altura de procurar um spot para jantar, tarefa que não se adivinhava muito fácil pela quantidade de malta que andava por ali e depois de um par de tentativas falhadas de restaurantes fechados (temporariamente ou permanente) que procurámos no Google. Já se tornava uma tradição percorrer quilómetros até escolher um sítio para jantar, por isso nada que nos tenha incomodado muito. Por fim lá encontrámos um local barulhento mas castiço, o restaurante Candachú, onde saciámos a fome com boa carne e bom vinho.
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<br/><img src="https://imgur.com/uZmTiq2.jpg" width="400"/><br/>
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<br/><img src="https://imgur.com/buCNRGK.jpg" width="400"/><br/>
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A região da Rioja continuava a ser uma presença predominante na vertente enófila da viagem.
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<br/><img src="https://imgur.com/F70z3rV.jpg" width="400"/><br/>
<br/>
Depois de jantar ainda havia coisas para visitar. A cidadela era um ponto de paragem obrigatório. Mais uma vez, o Rui fez as hostes do papel de guia turístico e não se inibiu de partilhar connosco a história do local.
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<br/><img src="https://imgur.com/XFMAsUh.jpg" width="400"/><br/>
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<br/><img src="https://imgur.com/EHsSTkJ.jpg" width="400"/><br/>
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<br/><img src="https://imgur.com/mZCeWJE.jpg" width="400"/><br/>
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Nova paragem para mais copos e mais mentiras e, pouco depois, alguns de nós manifestavam ter algum ó-ó. Para os que não… tentámos uma nova paragem num bar com uma empregada “simpática” que nos serviu o melhor gin tónico da noite, mas que já estava a fechar o estaminé...
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<br/><img src="https://imgur.com/kZl6cy0.jpg" width="400"/><br/>
<br/>
... pelo que seguimos caminho e encontramos uma espécie de bar irlandês com sotaque castelhano, mas que tinha música e era bastante mais movimentado.
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<br/><img src="https://imgur.com/R16RaC7.jpg" width="400"/><br/>
<br/>
Deu para lavar as vistas e até jogar umas setas e tudo. No meu caso “jogar” é uma força de expressão… mesmo sem estar alcoolizado, debatia-me por tentar acertar no alvo. O Botelho fez questão de ser um g’anda mete nojo e deu-me uma abada das mais capazes.
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<br/><img src="https://imgur.com/bH6Po1M.jpg" width="400"/><br/>
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<br/><img src="https://imgur.com/aNQ62k7.jpg" width="400"/><br/>
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Entretanto, a determinada altura a coisa começou a ficar mais “animada” dentro do bar. Mas como as pessoas que estavam responsáveis pela animação foram arrastadas cá para fora pelo segurança, para evitar loiça partida ou pior, resolvemos pegar nas nossas cervejinhas e vir até cá fora apanhar ar fresco e continuar a assistir ao espetáculo.
<br/>
O espetáculo foi melhorando progressivamente, e entre alguma pancadaria e cadeiras a voar, apreciávamos com gosto estes momentos de entretenimento do bom, sempre com olhar atento não fosse algum soco mal dado, pontapé menos certeiro ou até uma cadeira extraviada acertar-nos na pinha...
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<br/><img src="https://imgur.com/V1PSbhb.jpg" width="400"/><br/>
<br/>
Entretanto chegou a polícia, armados em estraga-festas, o que acabou por ser um anticlímax para tão inesperado mas revigorante espetáculo com que tínhamos sido brindados… Como a polícia também estava algo dada à porrada, antes que sobrasse para o nosso lado, terminámos a nossa cerveja e resolvemos voltar à base e descansar umas horas antes da etapa seguinte.
<br/>
<br/><img src="https://imgur.com/PYKegKk.jpg" width="400"/><br/>
<br/>
Legenda: carinha triste do Botelho diz tudo...<br/>
</p>Marcohttp://www.blogger.com/profile/10551285676976747755noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-19904312.post-91476439418575447212023-01-12T22:51:00.001+00:002023-01-12T22:54:23.342+00:00Regresso às Viagens (Pirinéus, 14/6)Retomando a crónica abandonada sobre a viagem que fiz aos Pirinéus no ano passado, segue aqui o relato do quarto dia para os tugas, e a segunda etapa para os espanhóis do grupo...<br />
<br />Mais um percurso “internacional” delineado detalhadamente para continuarmos a saga do rendilhado entre as zonas fronteiriças de Andorra, Espanha e França. Aproximadamente 365 quilómetros planeados, com um plano adicional de um “extra”, caso houvesse tempo para isso.
<br />
<br /><img height="235" src="https://imgur.com/kxGk8KS.jpg" width="400" />
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<br />O dia começaria bem cedo, não só porque depois das peripécias do dia anterior, estávamos animados por voltar à estrada e seguir viagem, mas também porque desafortunadamente o nosso hotel estava localizado ao lado do quartel dos bombeiros, e estávamos em época de incêndios, pelo que havia um frenesim de helicópteros a poisar e levantar voo do topo do edifício mesmo ao lado… Ainda assim, sempre deu para assistir de camarote a esse espetáculo.
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<br /><img height="225" src="https://imgur.com/UQNgZtm.jpg" width="400" />
<br />
<br /><img height="225" src="https://imgur.com/K2USFis.jpg" width="400" />
<br />
<br />Pequeno-almoço tomado e o ar fresco da rua deserta convidava-nos a todos a fazermo-nos à estrada o quanto antes.
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<br /><img height="225" src="https://imgur.com/S9xbzwO.jpg" width="400" />
<br />
<br />O Botelho inalava umas baforadas em frente ao nosso local de pernoita em Andorra, o Hotel Garden, antes de proceder à tarefa diária do albarde das burras e posterior checkout.
<br />
<br /><img height="225" src="https://imgur.com/irdKtyF.jpg" width="400" />
<br />
<br /><img height="225" src="https://imgur.com/JJCe9ou.jpg" width="400" />
<br />
<br />Lá nos fizemos à estrada, parando ainda antes de sair de Andorra para abastecer e deitar um olho guloso à loja da Motocard ali mesmo ao lado que, para mal dos nossos pecados, mas para bem da nossa carteira, ainda estava fechada. Eu pessoalmente já estava “satisfeito” com o que tinha gasto em pneu no dia anterior, por isso não fiquei muito aborrecido com a situação…
<br />
<br /><img height="225" src="https://imgur.com/h8cFAsL.jpg" width="400" />
<br />
<br />Feito o primeiro troço de boas curvas acompanhadas por boa paisagem, depois de sairmos de Andorra e percorrermos os primeiros quilómetros em terras de “nuestros hermanos”, era tempo de parar e apreciar o que nos rodeava. Nesta altura, enquanto o momento era zen para alguns, o Rui debatia-se ao telefone com os seus “problemas” que aparentemente não sabem dar um encosto de bateria para por um carro a trabalhar. Eu já fico feliz por a minha esposa saber abastecer o carro com o combustível certo, mas cada um estabelece a sua fasquia onde melhor se lhe aprouver.
<br />
<br /><img height="225" src="https://imgur.com/cvzKFTe.jpg" width="400" />
<br />
<br />Na foto anterior o Michel estava a fazer qualquer coisa que agora não me ocorre o que era, mas certamente não seria aquilo que possam estar a pensar.
<br />
<br /><img height="170" src="https://imgur.com/TwR7SA6.jpg" width="400" />
<br />
<br />Ignorando o esbracejar e os impropérios que o Rui continuava a vociferar ao telefone em castelhano, a paisagem era de facto idílica e digna de se contemplar…
<br />
<br /><img height="225" src="https://imgur.com/34bjQvv.jpg" width="400" />
<br />
<br />Esta paragem era perfeita em tudo, menos numa coisa, pelo que regressámos à nossa empreitada de curvas até encontrar um spot onde proceder à devida hidratação… até porque já estava um calor do caraças!
<br />
<br /><img height="225" src="https://imgur.com/0Ofprgv.jpg" width="400" />
<br />
<br /><img height="225" src="https://imgur.com/waosDZ3.jpg" width="400" />
<br />
<br />Hidratação: check.
<br />
<br /><img height="168" src="https://imgur.com/LedtUYF.jpg" width="400" />
<br />
<br />Alguns quilómetros depois, chegávamos a mais um ponto de paragem digno de mirar, creio que algures no meio do parque natural de Naut Aran. O gado vacum nas proximidades seria uma constante ao longo do dia, e isso já se fazia sentir. O bom tempo e toda esta envolvente da natureza só tornavam cada quilómetro percorrido ainda melhor, e sempre que parávamos tínhamos algo digno de apreciar.
<br />
<br />Além das paisagens, as burras…
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<br /><img height="225" src="https://imgur.com/D11bpTJ.jpg" width="400" />
<br />
<br />… e os burros!
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<br /><img height="299" src="https://imgur.com/7gRFANh.jpg" width="400" />
<br />
<br />A estrada continuava convidativa, apesar de nesta parte o alcatrão não ser do melhor. Entretanto também se aproximava a hora do almoço, pelo que era tempo de seguir para depois decidir onde parar para esse efeito.
<br />
<br />Ainda estávamos no lado espanhol dos Pirenéus, pelo que optámos por fazer a nossa paragem em Vielha, numa altura em que o bom tempo se escondia e a chuva resolvia ameaçar-nos de novo. Decidimos borrifar-nos para isso e depois de alguma pesquisa, escolhemos um sítio muito porreiro para almoçar: o restaurante La Abuela.
<br />
<br /><img height="299" src="https://imgur.com/g0K5P3c.jpg" width="400" />
<br />
<br />Bom "spot" para comer…
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<br /><img height="300" src="https://imgur.com/TPVFD37.jpg" width="400" />
<br />
<br />… e para beber… o Botelho pelo menos sentia-se em casa!
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<br /><img height="225" src="https://imgur.com/NYbBaFT.jpg" width="400" />
<br />
<br />O almoço foi top, e o restaurante é muito castiço, pelo que recomendamos vivamente.
<br />Já de barriga cheia era altura de nos despedirmos da avozinha… exceto o Michel que não quer nada com velhas.
<br />
<br /><img height="300" src="https://imgur.com/qGfTntJ.jpg" width="400" />
<br />
<br /><img height="400" src="https://imgur.com/32DsTgf.jpg" width="300" />
<br />
<br />Sem apontar dedos, mas há gajos deste grupo que têm alguns fetiches estranhos e que vão desde medidas XXL de traseiros até mamas geriátricas… mas cada um sabe de si.
<br />
<br /><img height="400" src="https://imgur.com/aUbmjRw.jpg" width="300" />
<br />
<br />A nossa despreocupação com a chuva foi acertada. As ameaças ficaram-se por aí mesmo e quando voltámos a pegar nas burras e fazer-nos à estrada, o tempo seco manteve-se e permitiu-nos continuar a rolar à vontade.
<br />
<br />E como já estávamos habituados a ter um miradouro de respeito no fim de cada barrigada de curvas, a paragem seguinte seria para admirar mais um desfiladeiro, desta vez no Col de Peyresourde, novamente no lado francês dos Pirenéus.
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<br /><img height="225" src="https://imgur.com/Bxko7iV.jpg" width="400" />
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<br /><img height="225" src="https://imgur.com/FXXeRmD.jpg" width="400" />
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<br /><img height="225" src="https://imgur.com/Jqeq5pS.jpg" width="400" />
<br />
<br />Neste momento já rolávamos debaixo de um calor dos mais capazes, e isso começava a fazer-se sentir com mais intensidade. Dada a necessidade de parar para outro abastecimento, aproveitámos para comprar uns litros de água gelada, que serviram não apenas para saciar a sede, como em alguns casos para tomar banho…
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<br /><img height="299" src="https://imgur.com/Thahc2x.jpg" width="400" />
<br />
<br /><img height="225" src="https://imgur.com/MpjOMJY.jpg" width="400" />
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<br />A sorte é que o calor que aqui se fazia sentir rapidamente iria desaparecer, assim que rumámos em direção ao Col de Tourmalet pela estrada dos desfiladeiros.
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<br /><img height="225" src="https://imgur.com/yYQKEXW.jpg" width="400" />
<br />
<br /><img height="225" src="https://imgur.com/yIsqwmj.jpg" width="400" />
<br />
<br />Mais uma vez, um percurso feito em boa parte na companhia de gado vacum, que exigia sempre alguma atenção e seguia complementando a paisagem natural que não deixava de nos entrar pelos olhos adentro…
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<br /><img height="225" src="https://imgur.com/6mG42sx.jpg" width="400" />
<br />
<br />A parte final da subida em direção ao ponto alto do Col de Tourmalet foi algo irritante. Isto porque a estrada estava num estado verdadeiramente miserável, cheia de gravilha grossa que nos obrigava a avançar a passo de caracol e a temer pela saúde da borracha dos pneus e estabilidade das burras. “Gravillon” passou a ser o termo utilizado durante o resto da viagem, mais ou menos equiparado a “merda”.
<br />
<br /><img height="225" src="https://imgur.com/BChgask.jpg" width="400" />
<br />
<br />A subida valeu pela paragem lá bem no topo, onde fizemos nova pausa para apreciar aquele desfiladeiro massivo que se nos afigurava por diante, e mirar a estrada que nos deixou logo com água na boca antecipando o que viria a seguir.
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<br /><img height="175" src="https://imgur.com/SSVHN7v.jpg" width="400" />
<br />
<br /><img height="225" src="https://imgur.com/4thKE4s.jpg" width="400" />
<br />
<br />Ainda nos detivemos à conversa com um casal de viajantes que ali aguardava por assistência, já que o pneu traseiro de uma das motas tinha entregue a alma ao criador para lá de qualquer hipótese de reparação. Não conseguimos ajudar a moça, mas ainda assim teve a amabilidade de nos tirar uma foto de grupo enquanto esperava pela assistência.
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<br /><img height="225" src="https://imgur.com/MDGFOBd.jpg" width="400" />
<br />
<br />Conversa para cá… conversa para lá (que o Rui é um gajo difícil de se calar), mas era tempo de seguir. Felizmente dali em diante a merda do “gravillon” dar-nos-ia descanso, pelo que pudemos continuar a apreciar o percurso já em melhores condições.
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<br /><img height="225" src="https://imgur.com/PApoc6h.jpg" width="400" />
<br />
<br />Tínhamos mais um spot especial para visitar nesse dia (cujo nome lamentavelmente e dada a distância temporal do evento, já não me recordo), o qual ainda debatemos se faria sentido visitar ou não dado o avançar das horas… decidimos arriscar e ainda bem que o fizemos, não sem antes nos metermos por uns caminhos duvidosos, leia-se por onde tenho dúvidas que nos pudéssemos meter.
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<br /><img height="225" src="https://imgur.com/QhFR5UK.jpg" width="400" />
<br />
<br /><img height="166" src="https://imgur.com/JSSarnC.jpg" width="400" />
<br />
<br />Ainda bem que o fizemos, porque assim deu para ver mais um local espetacular, onde a força da natureza é bem visível nas cascatas enormes formadas pela neve a derreter, que se podem vislumbrar ao longe na encosta das montanhas rochosas.
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<br /><img height="300" src="https://imgur.com/uxnkMcz.jpg" width="400" />
<br />
<br /><img height="225" src="https://imgur.com/qyWCOjK.jpg" width="400" />
<br />
<br />Burras e burros, todos contentes…
<br />… mas era uma vez mais tempo de retomar a viagem e percorrer os restantes quilómetros, até porque a hora já era adiantada e a chuva resolvia ameaçar de novo.
<br />
<br /><img height="225" src="https://imgur.com/jpKHRA8.jpg" width="400" />
<br />
<br />Em boa hora chegámos ao nosso destino final, em Lourdes, porque nem cinco minutos depois de estacionarmos em frente ao nosso local de pernoita, o Hotel Myosotis, caiu uma carga de água das mais capazes. Tudo controlado e também só durou o tempo necessário para tomarmos a banhoca que já se impunha e sairmos de novo em busca de um restaurante porreiro já sem chuva e com temperatura bastante agradável. Os deuses da meteorologia estavam claramente do nosso lado e só despejavam chuva quando não incomodava.
<br />
<br /><img height="400" src="https://imgur.com/w5WvDbq.jpg" width="300" />
<br />
<br />Pessoalmente nunca tinha visitado Loures, mas achei um local espetacular. Para já é uma terra pitoresca, atravessada pelo rio Ousse, o que lhe confere logo uma beleza especial. Depois tem a sua principal atração turística, o santuário de Nossa Senhora de Loures.
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<br /><img height="134" src="https://imgur.com/Wf5hZgk.jpg" width="400" />
<br />
<br />Saindo do nosso hotel, descemos em direção à margem do rio, que percorremos até à zona central onde havia mais movimento.
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<br /><img height="225" src="https://imgur.com/eXnUMCY.jpg" width="400" />
<br />
<br /><img height="225" src="https://imgur.com/u0EURIz.jpg" width="400" />
<br />
<br />Já próximos da zona histórica, era tempo de começar a escolher o restaurante para jantar, no meio do comércio diverso que por ali havia.
<br />
<br /><img height="400" src="https://imgur.com/Jsuy96g.jpg" width="300" />
<br />
<br />Como tugas que somos, somos logo reconhecidos por outros tugas. E como há tugas em todo o lado, Lourdes também não seria exceção. Ainda nós deambulávamos entre ementas, já tínhamos o empregado do restaurante Au Roi Albert a chamar por nós em português…
<br />
<br /><img height="300" src="https://imgur.com/5V3JpwO.jpg" width="400" />
<br />
<br />Revelou-se uma escolha mais que acertada. Não só o restaurante estava localizado sobre a ponte que atravessava o rio, permitindo-nos mais uma vista espetacular, como a comida (e bebida) fazia jus ao local e ao nome “brasserie”. Mais uma vez, jantar “top” com tudo a que tínhamos direito.
<br />
<br /><img height="300" src="https://imgur.com/rS30SW4.jpg" width="400" />
<br />
<br />Desafortunadamente e por algum motivo que me escapa, só tenho foto das entradas… A carninha ficou na memória de quem a comeu.
<br />
<br /><img height="300" src="https://imgur.com/ZSG3EXC.jpg" width="400" />
<br />
<br />Depois de jantar e “picar o ponto” junto dos respetivos “problemas” (por esta altura o Rui já quase tinha esquecido a desavença matinal com os seus), era tempo de tentar apanhar o santuário ainda aberto para se visitar.
<br />
<br /><img height="300" src="https://imgur.com/g0S549Q.jpg" width="400" />
<br />
<br /><img height="400" src="https://imgur.com/mzCdero.jpg" width="225" />
<br />
<br />Dúvidas houvesse que tínhamos chegado ao santuário, o Rui encarregou-se de as esclarecer. Era ali.
<br />
<br /><img height="300" src="https://imgur.com/OSYTEJT.jpg" width="400" />
<br />
<br /><img height="225" src="https://imgur.com/rfpk77A.jpg" width="400" />
<br />
<br />Santuário: check.
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<br /><img height="225" src="https://imgur.com/S6R4RXU.jpg" width="400" />
<br />
<br />Nossa Senhora: check.
<br />
<br /><img height="225" src="https://imgur.com/BZWtGDY.jpg" width="400" />
<br />
<br />Local da aparição: check.
<br />
<br /><img height="300" src="https://imgur.com/wOMgNwV.jpg" width="400" />
<br />
<br />Estava visto (mas de facto é algo que vale a pena ser visitado, com mais tempo que aquele que tínhamos). Na qualidade de hereges que somos, para nós estava bom assim, e era tempo de voltar para os copos outra vez.
<br />
<br /><img height="299" src="https://imgur.com/pRoVUuc.jpg" width="400" />
<br />
<br />Lá continuou o relambório de mentiras e alarvidades do costume, regados por mais umas jolas (pelo menos para alguns), até que por fim demos o dia (ou a noite) por terminado e regressámos ao hotel…
<br />… não sem antes parar para admirar um acessório a sugerir a todos os camaradas motards com “preocupações” recentes.
<br />
<br /><img height="400" src="https://imgur.com/oyg8lOB.jpg" width="225" />
<br />Marcohttp://www.blogger.com/profile/10551285676976747755noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-19904312.post-91760345996236877252022-12-28T16:56:00.012+00:002023-01-17T17:02:40.377+00:00Mobilidade: Atrás de Mim Virá, Quem Bom de Mim Fará<p>Na qualidade de alguém que trabalha e se desloca com frequência pelo centro de Lisboa, ao longo dos últimos anos tenho a sensação crescente de me movimentar numa cidade cada vez mais "poluída". Não, não me refiro ao drama dos combustíveis fósseis que leva milhares de ativistas imberbes a cometer atos de vandalismo em prol do futuro do planeta. Refiro-me às ditas soluções de mobilidade e ao impacto crescente das mesmas no espaço que, tal como uma qualquer espécie invasora, ocupam abalando fortemente o ecossistema envolvente.</p><p></p><p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjdIzxbXy5kyXCd2tl5vMPRZ-ETiLi4AWXKwIehIVZBzJUs4uzTkCPR1JKTr7YdNm4GyehWH3kSJ0mHuEds3ybIevRXjiE2mzeIYTaiqOT1uJS3Kp730h0xa0Tshq_LwTZawjSdzYPVeTcKKLJUkRrlg1dVGzYUE1qEzRsAWSjAscvl16kZTg/s1280/trotinetes-mal-estacionadas-porto.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="720" data-original-width="1280" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjdIzxbXy5kyXCd2tl5vMPRZ-ETiLi4AWXKwIehIVZBzJUs4uzTkCPR1JKTr7YdNm4GyehWH3kSJ0mHuEds3ybIevRXjiE2mzeIYTaiqOT1uJS3Kp730h0xa0Tshq_LwTZawjSdzYPVeTcKKLJUkRrlg1dVGzYUE1qEzRsAWSjAscvl16kZTg/w400-h225/trotinetes-mal-estacionadas-porto.jpeg" width="400" /></a></div><br /><br />O paralelismo entre as soluções de mobilidade e espécies invasoras parece excessivo? Vejamos então alguns aspetos:<br /><br /><i><b>As espécies invasoras são introduzidas muitas vezes artificialmente (pela mão do homem) em ecossistemas a bem de controlar outras espécies.</b></i><br />Por sua vez, na maioria dos casos acaba por resultar na extinção indesejada dessas espécies, enquanto ocorre uma proliferação da espécie invasora. Ao introduzir na cidade soluções como scooters elétricas, bicicletas elétricas ou trotinetas, um dos objetivos seria o afluxo de veículos próprios à cidade, não só para reduzir o trânsito como para minimizar o problema do estacionamento. O resultado prático é que, para construir ciclovias e outras infraestruturas para este fim, se reduziu a capacidade do fluxo do trânsito e se introduziu o risco de ser abalroado por uma besta eletrificada sem sequer nos apercebermos de onde a dita besta surgiu.<br />Os motociclistas lutaram durante anos para ter direito a circular na faixa do "bus", e só há pouco tempo isso aconteceu... quanto mais faixas de rodagem reservadas.<br /><br /><i><b>As espécies invasoras são, antes da sua introdução, consideradas mais "fofinhas" que aquelas espécies que se destinam controlar.</b></i><br />O problema é que mais tarde acaba por se revelar o oposto. Um motociclo tradicional é um veículo (tal como uma trotineta ou bicicleta) de duas rodas, fácil de movimentar no trânsito e fácil de estacionar. No entanto, ao longo dos anos foi-se reduzido progressivamente o número de locais onde se podiam estacionar motas na cidade de Lisboa, pelo que a bem de evitar o chamado "estacionamento selvagem" de motas, se optou por introduzir as trotinetas, que são estacionadas selvaticamente em todo o lado, desde passeios, faixas de rodagem, lagos de jardins ou até mesmo no fundo do Rio Tejo.<br />Enquanto motociclista já tive a necessidade de estacionar em muito passeio, mas sempre tive a preocupação de não incomodar. E não me recordo de alguma vez ter estacionado no Tejo...<br /><br /><i><b>As espécies invasoras reproduzem-se a uma velocidade estonteante e fora de controlo.</b></i><br />Neste momento, não sei quantas apps distintas existem para acesso à mobilidade, mas sei que são muitas. E o número de veículos multiplica-se a cada dia. Basta abrir uma app como a da Bolt, Lime, Woosh, por exemplo, fazer zoom out e ver os milhares de pontinhos que se acumulam sobre o mapa da cidade. As trotinetas tornaram-se assim o novo lixo da cidade, e portanto a nova poluição. E não apenas visual, quando acontece aquilo que referi no ponto anterior. Tenho para mim que existem cemitérios urbanos improvisados onde algumas trotinetas vão "falecer", que a maioria de nós desconhece. Ainda há uns tempos foi descoberto algures uma espécie de aterro com milhares de trotinetas abandonadas, cuja proveniência é desconhecida. O que fazer com este novo tipo de lixo?<br />Nos motociclos e mesmo com a introdução da lei das 125cc, este descontrolo nunca aconteceu até à chegada de uma nova espécie invasora - também ele relacionado com mobilidade: Uber Eats, Glovo, etc.<br /><br /><i><b>Depois de introduzida num local, uma espécie invasora dificilmente desaparece (a não ser que seja extinta por outra espécie invasora).</b></i><br />Não vejo como se poderá reverter ou alterar o flagelo que é esta lógica de mobilidade que aqui descrevo. A utilidade da mesma é evidente, mas a execução não podia ser pior. Isto cria um dilema: como acabar com algo que também faz falta? Será preciso existir algum tipo de evolução (imagino que num futuro apenas a médio/longo prazo). O meu receio é que o que vier a seguir possa ser ainda pior.<br />Tal como muita gente que certamente reclamava das motas em circulação na cidade certamente preferisse agora ter essa realidade em detrimento da atual, existe o risco de acontecer o mesmo com o que vier a seguir a esta realidade.<br /><br /><br />Resumidamente: em prol de ter uma cidade livre de carros e motas e com menos poluição, temos uma cidade pejada de bicicletas, trotinetas, scooters elétricas, tuktuks, Glovos, Uber Eats, que circulam indiscriminadamente pelas estradas, passeios ou ciclovias, estacionando onde lhes apetece, tornando impraticável a circulação a pé na maioria dos locais e dificultando a circulação automóvel graças não só à inaptidão para andar na estrada (não que isso os impeça) mas também à redução progressiva das infraestruturas para poder escoar o trânsito a bem da criação de mais e mais ciclovias.<p></p>Marcohttp://www.blogger.com/profile/10551285676976747755noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-19904312.post-85282062740141105392022-10-17T23:00:00.000+01:002022-10-18T10:50:40.028+01:00Era Uma Vez Uma Pandemia<p style="text-align: center;"> <a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh9tck6R1OeFXlr_3U-c3LXKNvpEV2OMc901VhSA2muvdeq_HSJo8WX0GwQck3Fd_w07FYyt9x1fVoJM-6MwkCqm7duIoazy0FNiLNiaRR5vJjSNB5xP0dSxXEdWoi9DfUkCLn9wyZgYsvne_t19CPjwlVYQ310wpQucntTSdrWW_4U7KY3vQ/s1024/2022-10-17%2007.56.44.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="575" data-original-width="1024" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh9tck6R1OeFXlr_3U-c3LXKNvpEV2OMc901VhSA2muvdeq_HSJo8WX0GwQck3Fd_w07FYyt9x1fVoJM-6MwkCqm7duIoazy0FNiLNiaRR5vJjSNB5xP0dSxXEdWoi9DfUkCLn9wyZgYsvne_t19CPjwlVYQ310wpQucntTSdrWW_4U7KY3vQ/w400-h225/2022-10-17%2007.56.44.jpg" width="400" /></a></p>Foi decretado recentemente o fim da pandemia em Portugal. Pelo menos terminaram algumas das medidas que visavam de alguma forma proteger a saúde das pessoas e minimizar o contágio do vírus. Ao ponto em que agora se uma pessoa estiver infetada com COVID mas não tiver sintomas, pode, deve e terá de ir trabalhar. Se por outro lado tiver sintomas, deverá fazer o "caminho das pedras" de quem pede uma baixa médica tradicional, deslocando-se até ao centro de saúde da sua localidade, para ter uma consulta com o médico de família que não terá, e pedir "o papel" da prescrição de um teste ou "o papel" da baixa.<p></p><p>Tendo em consideração o cenário que passei a observar à porta do centro de saúde da minha localidade, por onde passo todas as manhãs, se apanhar COVID e mesmo que esteja a morrer... a asfixiar... a precisar de um ventilador... ou a tossir dois pulmões cá para fora... prefiro ir trabalhar e "espalhar a magia" junto dos meus colegas.</p><p>Viva a coerência.<br /></p>Marcohttp://www.blogger.com/profile/10551285676976747755noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-19904312.post-87440504764681590872022-10-10T19:29:00.010+01:002022-10-10T19:30:35.401+01:00Qual Papel? O Papel...<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiybaUldly08jvfuMEi3krwtYrOkP6jNoDTaICW-z2m7m07BVeuzM63GaOrJDMkiKucw3nugZNLGBboLaRbkAk3wMYlDPjXbgRP3V-p6pdGAb1XhGMTmeH1v9Hz7k0x4t6XzlqTDKXibvmT83Gs9ZJwkx5f54Adg3XnGXBIdttDHRy2JS7pWg/s3164/2022_10_10%2019_21%20Office%20Lens.jpg" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="3164" data-original-width="524" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiybaUldly08jvfuMEi3krwtYrOkP6jNoDTaICW-z2m7m07BVeuzM63GaOrJDMkiKucw3nugZNLGBboLaRbkAk3wMYlDPjXbgRP3V-p6pdGAb1XhGMTmeH1v9Hz7k0x4t6XzlqTDKXibvmT83Gs9ZJwkx5f54Adg3XnGXBIdttDHRy2JS7pWg/w106-h640/2022_10_10%2019_21%20Office%20Lens.jpg" width="106" /></a></div>Num mundo que já é politicamente incorreto fazer coisas como beber água de uma garrafa de plástico, em virtude da preocupação ambiental, continuo diariamente a deparar-me com pequenas coisas que (ao contrário de beber água por uma garrafa de plástico) me deixam pasmado... uma delas prende-se com a cultura do "papel" para comprovar qualquer coisa que seja, nomeadamente pequenas transações comerciais. Se por um lado temos todo um cruzamento tecnológico de informação para efeitos fiscais, onde no limite o nosso histórico de atividade diário pode ser reconstruido para saber uma série de coisas que fazemos, desde onde e quando tomamos café, onde e quando almoçamos (no limite com quem), onde e quando compramos roupa, mercearias, etc., por outro lado continuamos a receber um papelinho sempre que pagamos algo. Em boa parte dos locais onde faço pagamentos indico logo à cabeça que não preciso de talão, ainda que isso na maioria dos casos vá dar ao mesmo porque quem atende o cliente do lado de lá opta por ignorar esta informação, ou simplesmente processa-a mentalmente tarde demais. Foi o caso na passada sexta-feira, quando em resposta ao simples pagamento de um café, recebi um talão que rivaliza com alguns rolos de papel higiénico disponíveis no mercado. A minha questão é: porquê? Na era dos pagamentos eletrónicos, das faturas eletrónicas, do mundo digital... porque raio temos de levar com um comprovativo do pagamento em papel, não solicitado, em que o desperdício é algo simplesmente gritante. No caso em particular, falamos de 45 cms de papel para registar o pagamento de um simples café. Meditemos.<p></p>Marcohttp://www.blogger.com/profile/10551285676976747755noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-19904312.post-92180010681213930472022-08-22T11:53:00.000+01:002022-08-23T14:38:12.589+01:00Último Olhar<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhXGI4HS8pSfZVnp3LM75-ilNcAotvZO27q9GFuRABRxj226YAjE-3xYP18rvOveb6qZiTq36_MhxTgRyvE0HUN7FgkP1IL_Fzq7oY9LwqeD1SbiXNcFI272V9-53i_uDjfNMwVaKYMlQTnmBcmo3Nvmdg5Pei_Z9U9AB-9v7TK73lL7CtQrA/s783/500x.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="783" data-original-width="500" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhXGI4HS8pSfZVnp3LM75-ilNcAotvZO27q9GFuRABRxj226YAjE-3xYP18rvOveb6qZiTq36_MhxTgRyvE0HUN7FgkP1IL_Fzq7oY9LwqeD1SbiXNcFI272V9-53i_uDjfNMwVaKYMlQTnmBcmo3Nvmdg5Pei_Z9U9AB-9v7TK73lL7CtQrA/s320/500x.jpg" width="204" /></a></div>A época de férias costuma ser uma boa oportunidade para retomar ou por em dia as atividades que ao longo do ano vamos deixando para segundo plano de forma inadvertida, por muito que gostemos de as fazer. No meu caso, este ano, fiz planos para colocar a leitura atrasada em dia. Não cumpri os objetivos de leitura a que me propus, mas também não foi propriamente um falhanço. Do que li, queria destacar um livro que gostei bastante: Último Olhar, de Miguel Sousa Tavares. Não sendo um dos seus melhores romances, como considero por exemplo Equador ou Rio das Flores, não deixa de ser um livro bastante bom e, no caso em particular por abordar alguns temas que mexem comigo, ficará na minha memória. Um cruzamento de duas narrativas muito diferentes, que se tocam, com um enquadramento na atualidade relacionada com a pandemia. Bom para fazermos alguma reflexão. A quem ainda possa estar de férias (o que já não é o meu caso) e que tenha os mesmos objetivos de colocar a leitura em dia, recomendo.<br /><p></p>Marcohttp://www.blogger.com/profile/10551285676976747755noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-19904312.post-70821176865897867412022-08-02T16:26:00.006+01:002022-08-02T16:26:57.933+01:00Adeus Avozinho...<p>"Olh'ó meu netinho!!!"<br /></p><p></p><p></p><p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhOwtmjBAaPy-h0wBnNjqbZDk6XXqQrsHOsOVPI3ys348-URRlbxyPLljgT0ddUkfZ6ho3grQRp8xCmFhZsVgDth3no8tTFdWalupqKhjB6XO44j9JT8dAsbtkMvWmuJMzB35L7Hu-24cG0_MMKGZGjBYsuzZvghqkCsJuTSkSqsffuXY00Iw/s1024/IMG_20190816_104732.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="716" data-original-width="1024" height="224" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhOwtmjBAaPy-h0wBnNjqbZDk6XXqQrsHOsOVPI3ys348-URRlbxyPLljgT0ddUkfZ6ho3grQRp8xCmFhZsVgDth3no8tTFdWalupqKhjB6XO44j9JT8dAsbtkMvWmuJMzB35L7Hu-24cG0_MMKGZGjBYsuzZvghqkCsJuTSkSqsffuXY00Iw/w320-h224/IMG_20190816_104732.jpg" width="320" /></a></div><p></p><p>Era assim que o meu avô atendia o telefone sempre que eu lhe ligava... foi assim que o fez no passado dia dos avós quando em boa hora fui lembrado que era uma boa ocasião para lhe dar um telefonema... era assim que me saudava e que agora nunca mais voltará a saudar com essa alegria que ia buscar mesmo quando as forças para tudo o resto lhe pareciam faltar. Bendito último telefonema em que falámos só disto e daquilo (até de medronho) mas que serviu para alegrar um pouco o seu dia (e consequentemente o meu). Mal sabia eu que seria a última vez que conversaríamos... Ainda bem que liguei. Dois dias depois a sua luz apagou-se de forma rápida e sem aparente sofrimento, sem necessidade de hospitais ou aquele prolongar de sofrimento mais que desnecessário.<br /><br />Na semana anterior e depois de um episódio que o fez ir passar quase 24h nas urgências de um hospital, comentava comigo que estava cansado. Ele, que até então dizia sempre que o único problema que tinha eram as pernas... reconhecia que o "motor" como ele lhe chamava começava a falhar. Lá lhe escapou num breve momento de desânimo que achava que estava quase a partir, mas eu respondi-lhe que não somos nós que decidimos o momento, ao que concordou comigo e seguiu em frente com a conversa, buscando algumas memórias longínquas que me fizeram estremecer por dentro por serem as minhas também. Existe qualquer coisa na constatação que alguns dos melhores momentos da minha vida foram também os dele. Coisas simples, pequenas, mas que ficaram na memória de ambos e que tinham relevância para os dois.<br /><br />As brincadeiras no relvado das traseiras na casa da Quinta do Morgado, a aproveitar o fresco do final da tarde...<br />O toque dos pedaços de madeira e das ferramentas arrumadas na cave onde fazia alguns trabalhos...<br />O cheiro das sardinhas que assava no quintal ou do franguinho que ocasionalmente trazia para casa...<br />A minha chegada de surpresa quando resolvia ir ter com ele, de expresso, para passar as férias de verão na terra...<br />As brincadeiras e gargalhadas quando dormíamos todos no chão da sala nas noites mais quentes de verão...<br />A satisfação que sentia quando o ajudava numa qualquer tarefa como semear batatas, cortar lenha ou fazer a vindima...<br />O orgulho que sempre demonstrou pelos pequenos objetivos que eu fui alcançando ao longo da minha vida e que vivia quase mais intensamente do que eu...<br /><br />Enquanto percorria as várias centenas de quilómetros que me levariam ao derradeiro local da despedida do meu avô (a sua terra, para onde sempre quis voltar), consegui percorrer também durante várias horas um conjunto de memórias e lembranças que nunca se repetiram nem sobrepuseram, e sempre tiveram um denominador comum: o amor que sentíamos e sentimos um pelo outro.<br /><br />Nos últimos tempos e apesar da saúde não abundar, andava feliz, a saborear as pequenas coisas, com uma certa "leveza". E por estranho que possa parecer, essa "leveza" (já tentei mas não consigo explicar melhor ou por outras palavras aquilo a que me refiro) fez-se sentir ao longo de dia duro... difícil... muito difícil... mas que parecia estar presente nas conversas que as muitas pessoas (mais do que aquelas que eu imaginava ver num funeral marcado de um dia para o outro, longe da metrópole e no seu último regresso à terra, durante um dia de semana e em período de férias para muitos) tiveram ao relembrar as memórias que tinham do Ti Zé Custódio. Só pode significar o óbvio que é a natureza do ser humano que partiu e que com a sua partida nos deixou a todos verdadeiramente mais pobres.<br /><br />Esta pessoa que, não o dizendo apenas por ser meu avô, era um modelo de como devia ser toda a espécie humana... alguém que exalava bondade, simpatia, empatia e amor pelo próximo... alguém que passou a vida a ajudar os outros muito mais do que a ajudar-se a si próprio... alguém que nunca teve uma atitude negativa para com ninguém, a que se possa apontar o dedo... era o ser humano mais simples e ao mesmo tempo mais complexo que conheci. Uma vida inteira de trabalho, sacrifício, dedicação aos outros, amor extremo por toda a sua família e cujo maior desejo e prazer era ver reunida em seu redor, concederam-lhe o direito mais que legítimo a alguma teimosia que refinadamente desenvolveu ao longo dos últimos anos, mas da qual agora sentiremos todos a falta. "Partiu o nosso teimoso", disseram alguns com pesar... e é isso mesmo que dói: a partida e não a teimosia - essa até podia ficar se nos permitisse poder estar com ele mais algum tempo.<br /><br />90 anos são ainda assim uma vida longa, pelo que - por muito que seja difícil de o ver agora - o sentimento que aqueles que cá ficam devem ter é o de gratidão mais do que o de perda ou mágoa. Gratidão por ter podido conviver com alguém assim, num contacto tão próximo e que invariavelmente marca e toca as vidas de todos aqueles com quem esteve em contacto. Se isto é algo que para aqueles mais próximos como a irmã, os filhos, os netos e até os bisnetos é mais do que óbvio, tornou-se óbvio também nas palavras daqueles que sendo menos próximos ainda assim o testemunharam neste último adeus.<br /><br />Da minha parte e nos dias que se seguiram a um adeus meio difícil e complicado de fazer, continuo diariamente a viver na minha cabeça acontecimentos, histórias, lembranças, palavras ou meras imagens, que me fazem sentir triste e feliz ao mesmo tempo, uma dualidade de sentimentos que só a pessoa simples mais complexa do mundo poderia provocar em alguém. Fica para já a saudade, muita saudade do meu Avô Custódio, que consigo ver mentalmente a cada segundo a fazer as coisas mais mundanas e elaboradas (mais uma dualidade...) como sair de madrugada pelo meio do nevoeiro com uma serapilheira a fazer de casaco para ir apanhar medronhos... no topo de uma escada a apanhar azeitonas para um cesto de verga... a levantar a tampa da dorna para mexer um pouco mais a uva a fermentar... a construir um muro, um telhado ou até mesmo uma casa com as suas próprias mãos e a força dos seus braços... a dosear a intensidade do lume das torgas no alambique para não queimar a aguardente... sentado à porta de casa a fazer festas aos seus grandes e fiéis amigos canídeos... a observar silenciosamente e com um sorriso nos lábios a família em seu redor à mesa da refeição na maior das algazarras... a roubar um beijo à sua Conceição, a Mulher (com M grande) da sua vida, que por entre os ralhetes e alguns elogios, as zangas e as alegrias, no meio da saúde e da doença, nos momentos de tristeza e nos momentos de festa, à qual sempre se dedicou ao longo de uma vida feita de altos e baixos, superáveis apenas e graças ao amor que construíram e nutriram ao longo de décadas, um pelo outro. Sentia muito a sua falta, era sabido e certo. Agora está com ela, possivelmente a soltar uma graçola qualquer enquanto ela ralha com ele só por ralhar, para logo a seguir olharem os dois cá para baixo, com um sorriso nos lábios, para aqueles que cá ficaram e que sentem muito... mas mesmo muito... a sua falta.<br /><br />Adeus Avozinho... um beijinho...</p>Marcohttp://www.blogger.com/profile/10551285676976747755noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-19904312.post-18118342136214976252022-07-13T22:21:00.248+01:002022-07-18T00:16:59.411+01:00Regresso às Viagens (Pirinéus, 13/6)<p>O terceiro dia da viagem seria o primeiro com o grupo completo e estávamos todos com vontade de finalmente começar a atravessar os Pirinéus. "Atravessar" seria o termo certo, já que ao longo deste (e dos dias seguintes) faríamos uma espécie de rendilhado no percurso entre Espanha e França (passando por Andorra), o que tornaria a viagem muito mais interessante do que simplesmente percorrer a habitual rota transpirenaica que a maioria da malta faz. Cortesia dos nossos expatriados do grupo, que já conhecem aquilo de trás para a frente. O plano para o dia incluía cerca de 350 kms de estradas cuja qualidade se revelaria logo nos primeiros troços percorridos...</p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://imgur.com/OeGt2mU.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="364" data-original-width="800" height="182" src="https://imgur.com/OeGt2mU.jpg" width="400" /></a></div><br /><p>Começaríamos o dia com um pequeno-almoço rápido no café/restaurante Viena junto ao nosso hotel B&B (que em vez de "bed and bath" deveria querer dizer "bom e barato", ainda que sem pequeno almoço incluído) e logo tratámos da arte de albardar as burras, para seguir viagem. Por esta altura o Rui já só falava de "isto, aquilo e aqueloutro".<br /></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://imgur.com/Je5P6cO.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="450" data-original-width="800" height="225" src="https://imgur.com/Je5P6cO.jpg" width="400" /></a></div><br /><p>Os primeiros metros de estrada seriam recheados de curvas logo até à primeira paragem em Portbou. Era impossível não parar neste local para observar a paisagem e bater umas chapas do mar, das motas e dos feiosos, tudo com o enquadramento certo...</p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://imgur.com/RUswgeG.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="450" data-original-width="800" height="225" src="https://imgur.com/RUswgeG.jpg" width="400" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://imgur.com/1WoAOgj.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="600" data-original-width="800" height="300" src="https://imgur.com/1WoAOgj.jpg" width="400" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://imgur.com/2UPHSYW.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="450" data-original-width="800" height="225" src="https://imgur.com/2UPHSYW.jpg" width="400" /></a></div><br /><p>Esta seria a primeira de 4 travessias fronteiriças que faríamos naquele dia e pelo que víamos até ao momento, a coisa prometia. A partir dali faríamos mais alguns kms a acompanhar a costa francesa até começarmos a rumar mais em direção a oeste. Rapidamente chegaríamos à segunda travessia fronteiriça, parando no Col d'Ares para admirar a paisagem.</p><p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://imgur.com/oGYIPMh.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="450" data-original-width="800" height="225" src="https://imgur.com/oGYIPMh.jpg" width="400" /></a></div> <p></p><p>"Col" significa passagem de montanha, e esta seria uma de muitas que percorreríamos ao longo dos vários dias de viagem. Esta passagem tem relevância histórica relacionada com a guerra civil espanhola.<br /></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://imgur.com/SvGbAra.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="450" data-original-width="800" height="225" src="https://imgur.com/SvGbAra.jpg" width="400" /></a></div><br /><p>Neste local em particular, veríamos o primeiro "calhau" digno desse nome, da viagem. Um monumento com a representação de um olho, com a seguinte transcrição originalmente escrita em Catalão:</p><p><i>"Aos republicanos espanhóis, civis e militares; aos que atravessaram o Col d'Ares em janeiro-fevereiro de 1939. A Retirada: Epílogo de um drama humano, sem precedentes na História. É aqui que as dores de uma guerra terminam e as de um exílio que desterra começam! Que a amargura de uma saudade não faça perder a esperança! Prats Endavant, Set. 2002”</i></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://imgur.com/gE9oLIy.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="450" data-original-width="800" height="225" src="https://imgur.com/gE9oLIy.jpg" width="400" /></a></div><br /><p>A paisagem, o percurso traçado e o bom tempo convidavam a seguir viagem. Por isso era altura de deixar de olhar para calhaus e fazermo-nos à estrada.</p><p>Quando tratei da minha logística para a viagem, achei que ir para os Pirinéus era coisa que justificava roupa mais quente. Nada faria antever que iríamos fazer a viagem numa das semanas mais quentes do ano, em que praticamente todos os dias iríamos rolar debaixo de temperaturas na casa dos 40 graus. Este primeiro dia não era exceção, por isso sentíamos a necessidade da hidratação pontual para o bem estar físico de todos...<br /></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://imgur.com/YayYUZ1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="599" data-original-width="800" height="300" src="https://imgur.com/YayYUZ1.jpg" width="400" /></a></div><br /><p>O Rui fazia questão de meter conversa com tudo e todos. Desta feita resolveu importunar um pobre canito... um galgo escanzelado e tão ou mais feio que ele, que se fazia acompanhar pelos donos e que lá teve de levar umas festas das manápulas do espanhol. Até para se ser cão é preciso ter sorte.</p><p>Os kms continuavam a ser alegremente percorridos, o calor continuava a subir e a fome começava a dar sinal, pelo que parámos num spot já conhecido do Michel: o Ca La Paquita em Olot. Deixámos as motas à sombra (pelo menos à hora que estacionámos porque quando saímos já estavam a ferver ao sol) e fomos ver da já merecida bucha.</p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://imgur.com/ZI242km.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="450" data-original-width="800" height="225" src="https://imgur.com/ZI242km.jpg" width="400" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://imgur.com/VO5Rl8L.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="450" data-original-width="800" height="225" src="https://imgur.com/VO5Rl8L.jpg" width="400" /></a></div><br /><p>A parte gastronómica da viagem continuava a ser top e a fazer jus ao resto da experiência. Tenho a convicção que o dobro dos dias a andar de mota por aquelas bandas faria de mim um obeso e teria de voltar para casa num sidecar, atrelado ou algo semelhante. Mas para já seguia saboreando os "primer y segundo" que me punham à frente sem grande peso, pelo menos na consciência.</p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://imgur.com/pfTcgWL.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="450" data-original-width="800" height="225" src="https://imgur.com/pfTcgWL.jpg" width="400" /></a></div><br /><p>O calor era realmente abrasador e mais abrasivo era o alcatrão que com ele devorava a borracha do meu pneu da frente a olhos vistos. Rapidamente percebi que não me iria escapar ao mau olhado que o Pedro me lançara logo no início da viagem e comecei a pensar que teria de fazer uma paragem para substituir o pneu que teimosamente não tinha trocado em Portugal.</p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://imgur.com/5a9ODI7.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="800" data-original-width="600" height="400" src="https://imgur.com/5a9ODI7.jpg" width="300" /></a></div><p>Próximo do final da tarde fizemos uma paragem numa oficina que estava fechada. Enquanto esperávamos que abrisse (o que nunca veio a acontecer) aproveitámos para fazer uns telefonemas para outras oficinas alinhadas com o percurso que ainda tínhamos pela frente e comecei a temer não arranjar um pneu decente, ou um pneu de todo, para montar. Numa derradeira tentativa lá contactámos uma oficina que confirmou ter o pneu que eu queria, mas teria de chegar lá antes das 18h30 para que o montassem. Pedi para me guardarem o pneu sem sequer perguntar o preço (tinha para mim que, sendo a oficina em Andorra, teria de vender um rim para o pagar) e seguimos viagem em modo papa-léguas para não falharmos. E assim foi.</p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://imgur.com/muf7nh3.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="450" data-original-width="800" height="225" src="https://imgur.com/muf7nh3.jpg" width="400" /></a></div><br /><p>Mal cheguei à oficina Rilei em Andorra, mandaram-me entrar e puseram-me a mota nos cavaletes, já com o pneu da frente totalmente slick. Tratei de tudo com o dono da oficina falando com ele em castelhano, para no final da conversa perceber que era um português de seu nome Jorge. As instruções para chegar ao café mais próximo e beber umas cañas enquanto esperávamos pela montagem do pneu já foram dadas na língua de Camões. Surpresa das surpresas, não tive de vender qualquer orgão do meu corpo porque o pneu foi vendido a um preço mais que razoável, pelo que logo houve malta invejosa já a pensar que também seria boa ideia mudar pneu...</p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://imgur.com/5WsXlFL.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="450" data-original-width="800" height="225" src="https://imgur.com/5WsXlFL.jpg" width="400" /></a></div><br /><p>Mas não tínhamos viajado de tão longe para andar a fazer manutenção às motas. E como a situação ainda que desafiante até se tinha desembrulhado rápido, depois de montado o pneu ainda fomos ver as vistas conforme tínhamos inicialmente programado.</p><p>No meio disto tudo, o tempo que estivemos parados foi aquele em que caiu uma chuvinha que já não chegámos a apanhar. Subimos no entanto com precaução até Port d'Envalira, a 2408m de altitude, para evitar fazer asneira, sobretudo com um pneu novo cheio de goma a rolar em estrada molhada. <br /></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://imgur.com/htqPbIS.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="600" data-original-width="800" height="300" src="https://imgur.com/htqPbIS.jpg" width="400" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://imgur.com/44f54Qu.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="450" data-original-width="800" height="225" src="https://imgur.com/44f54Qu.jpg" width="400" /></a></div><br /><p>E como não queríamos deixar nada por ver, dali fomos ao miradouro do Canillo, um local impressionante com uma vista a pique para o Collent de Montaup.</p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://imgur.com/xiNGjqG.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="600" data-original-width="800" height="300" src="https://imgur.com/xiNGjqG.jpg" width="400" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://imgur.com/6jdbqeM.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="450" data-original-width="800" height="225" src="https://imgur.com/6jdbqeM.jpg" width="400" /></a></div><br /><p>Ainda só tínhamos encontrado um português desde que chegáramos a Andorra, pelo que ali foi o sítio certo para encontrar outro, também de mota, que logo aproveitámos para nomear fotógrafo de uma chapa em grupo.</p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://imgur.com/OgCXaTF.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="600" data-original-width="800" height="300" src="https://imgur.com/OgCXaTF.jpg" width="400" /></a></div><p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://imgur.com/Y8DqnHf.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="370" data-original-width="800" height="185" src="https://imgur.com/Y8DqnHf.jpg" width="400" /></a></div> <p></p><p>Entretanto a estrada já estava quase seca, pelo que era boa altura para ir tratar do checkin no hotel Garden Andorra, onde pernoitaríamos, e começar a pensar na parte gastronómica. A descida foi animada por boas curvas que apanhámos novamente em direção ao centro de Andorra por onde já tínhamos passado.</p><p>Infelizmente dado o avançado da hora a que nos despachámos do checkin, banhoca, etc., os restaurantes nas proximidades estavam todos fechados ou prestes a fechar. Uma pesquisa rápida no amigo Google e apareceu-nos um que talvez salvasse a noite, pelo que fizemos um passeio noturno até ao El Raim, onde uma simpática senhora nos atendeu sem qualquer problema. O restaurante tinha boa pinta e percebia-se que a especialidade eram as carnes grelhadas, pelo que praticamente só foi necessário escolher o vinho para acompanhar...</p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://imgur.com/T45eodc.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="599" data-original-width="800" height="300" src="https://imgur.com/T45eodc.jpg" width="400" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://imgur.com/2YTuvJc.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="800" data-original-width="600" height="400" src="https://imgur.com/2YTuvJc.jpg" width="300" /></a></div><p>Já de fome (e sede) saciada, agradecemos à simpática senhora que nos atendeu já um bocado fora de horas, que sozinha deu conta do nosso jantar na grelha e ainda assim nos atendeu super bem.</p><p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://imgur.com/5kv1asG.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="599" data-original-width="800" height="300" src="https://imgur.com/5kv1asG.jpg" width="400" /></a></div> <p></p><p>Fizemos o caminho de volta para digerir o jantar (desta feita como o Rui não estava responsável pela navegação, percorremos a distância normal) e voltámos ao hotel para descansar de um dia longo e que - graças a mim - nos tinha apresentado alguns desafios de logística que por fim foram ultrapassados da melhor forma e com o espírito de grupo e camaradagem com que já sabemos podemos contar.<br /></p>Marcohttp://www.blogger.com/profile/10551285676976747755noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-19904312.post-7897430554980084882022-07-12T20:15:00.002+01:002022-07-18T00:16:47.229+01:00Regresso às Viagens (Pirinéus, 12/6)Na continuação da rota planeada cuidadosa e minuciosamente para a viagem de ida até Figueres, apresentavam-se hoje pouco mais de 500 kms pela frente, pelo que o dia teve necessariamente de começar bem cedo. Pelo meio iriamos encontrar-nos com o Rui e o Michel, para depois rumar já como um grupo até ao destino final do dia.
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<br /><img height="212" src="https://imgur.com/E45VzYm.jpg" width="400" />
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<br />Antes de partirmos pudemos constatar mais algumas peculiaridades da povoação. Além das levadas que proporcionavam um som constante de água a correr onde quer que estivéssemos e dos estranhos cenários com duendes que se encontravam em cada virar de esquina, janela ou vaso com plantas, deu para perceber que algo de estranho se passava com o relógio da torre da igreja. Basicamente, a torre tinha não um, mas dois relógios (ambos com a hora errada e desfasada em alguns minutos entre si) que tocavam também de forma independente. O que é sempre porreiro durante a noite, porque temos direito a ouvir duas vezes as badaladas, a cada hora, sem que em nenhum dos toques a hora esteja certa.
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<br /><img height="400" src="https://imgur.com/cpHWtXK.jpg" width="295" />
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<br /><img height="225" src="https://imgur.com/m4y3h9L.jpg" width="400" />
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<br />Depois de respirar o ar fresco matinal por um bocado foi tempo de comermos umas tostadas como pequeno-almoço e albardar as burras como de costume, para seguir viagem.
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<br /><img height="300" src="https://imgur.com/qo0WzGB.jpg" width="400" />
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<br /><img height="225" src="https://imgur.com/2RkBgoW.jpg" width="400" />
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<br />O percurso deste dia estava preenchido com mais curvas que o anterior, o que permitiu rolar de forma mais animada, enquanto tínhamos acesso a uma envolvente também mais interessante. O calor continuava a fazer-se sentir, pelo que quando começámos a percorrer a estrada junto ao rio Ebro, começou a apetecer-nos parar em algum lado para refrescar.
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<br /><img height="300" src="https://imgur.com/8mOS3sZ.jpg" width="400" />
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<br />O Pedro usou as suas avançadas capacidades de navegação para tentar chegar ao Embalse de Mequinenza, em Caspe, e meteu por uma estrada de terra batida adentro com a velha máxima alentejana em mente: “é já ali”.
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<br />Não era. Andámos até não nos ser permitido andar mais e na impossibilidade de chegar ao embalse, resolvemos antes ir beber uma caña ao parque de campismo que se nos apresentava ali ao lado. Foi a incursão de offroad possível da viagem não obstante algumas estradas de merda bem piores que iríamos apanhar mais à frente.
<br />
<br />Nota do autor: será definido atempadamente o léxico utilizado durante a viagem para classificação técnica das estradas, que varia entre “de merda” e “das boas”, sendo que por vezes a lógica da classificação possa ser invertida, ficando a interpretação correta ao cuidado do leitor.
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<br /><img height="300" src="https://imgur.com/peNpRuH.jpg" width="400" />
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<br />No dito parque de campismo, recusaram-se servir-nos o que quer que fosse porque não estávamos lá alojados, pelo que demos por finda a incursão de offroad e voltámos ao alcatrão para seguir viagem.
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<br />A hora do almoço aproximava-se e a próxima paragem seria no restaurante Ficus & Persica em Fraga. Um spot com estilo “american diner” escolhido pelo Rui, com quem nos encontraríamos para almoçar aí mesmo.
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<br /><img height="299" src="https://imgur.com/v9uneta.jpg" width="400" />
<br />
<br />Depois de aviarmos uns hambúrgueres generosos e mandarmos abaixo mais umas cañas, enquanto começava o chorrilho de baboseiras, lérias e outras mentiras, era tempo de raspar a mosquitada da viseira dos capacetes e seguir novamente viagem debaixo do calor que não dava qualquer tipo de abébia. Por esta altura começava a ter dúvidas acerca do equipamento que levava porque estava a contar com temperaturas mais baixas do que as que estávamos a apanhar…
<br />
<br />Uma vez mais, o ponto seguinte de paragem seriam umas bombas de gasolina nos arredores de Vic, onde nos encontraríamos com o Michel, completando assim o grupo.
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<br /><img height="299" src="https://imgur.com/HttxkSs.jpg" width="400" />
<br />
<br />Estava assim completa a formação da nossa viagem, contando com os seguintes elementos (ordenados por cilindrada):
<br />- Michel (KTM 1290 Super Adventure)
<br />- Rui (Honda VRF1200F)
<br />- Pedro (BMW S1000XR)
<br />- Marco (BMW F900R)
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<br />Enquanto abastecíamos verificámos que a típica incontinência a VFR do Rui já se estava a manifestar…
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<br /><img height="225" src="https://imgur.com/4AKxuXz.jpg" width="400" />
<br />
<br />Demos-lhe o achincalho que se impunha e logo a seguir partimos animados, finalmente em grupo, para as curvas que se seguiriam. Pouco tempo depois já estávamos perdidos num acesso a um caminho agrícola sem jeito nenhum, onde aproveitámos para parar, beber água e ser comidos por nuvens de mosquitos típicos de locais onde só passam tratores ou carros a transportar animais e bosta de vaca.
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<br /><img height="225" src="https://imgur.com/n9pVIGV.jpg" width="400" />
<br />
<br />Eu e o Pedro devíamos acusar algum cheiro a cavalo, talvez do tempo de viagem já longo, porque fomos o alvo de eleição da bicharada, conforme se pode constatar.
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<br /><img height="400" src="https://imgur.com/wJr8L04.jpg" width="342" />
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<br /><img height="386" src="https://imgur.com/GZnSlzf.jpg" width="400" />
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<br />Enxotamos à bicharada, recuperámos à orientação e regressámos ao nosso caminho, até ao local da pernoita: um B&B bem em conta, em Figueres, onde aparcámos as motas à porta para não mais lhes pegar nesse dia.
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<br /><img height="225" src="https://imgur.com/p3mNtzB.jpg" width="400" />
<br />
<br />A localização privilegiada deste hotel no meio de uma zona industrial sem jeito nenhum nos arrabaldes da cidade, proporcionou-nos uma alegre caminhada noturna pelo meio de um gueto culturalmente interessante, até chegarmos a um restaurante decente para poder jantar.
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<br />O Rui, exibindo as suas inigualáveis skills de navegador, conseguiu transformar o que seria uma caminhada de uns 1 ou 2 kms no dobro, o que nos permitiu a todos chamar-lhe muitos nomes e ficar a conhecer melhor aquela zona onde nos situávamos.
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<br />Por fim chegámos ao restaurante. Um local castiço chamado Pollo Pollo, onde adivinhe-se… comemos frango, numa agradável esplanada exterior onde tentámos escapar ao calor com a ajuda de mais umas cañas.
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<br /><img height="299" src="https://imgur.com/MWYydDc.jpg" width="400" />
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<br />Foi altura do tradicional briefing de início da nossa viagem, com uma visão mais abrangente do que iríamos fazer nos próximos dias, focando já com mais detalhe no trajeto do dia seguinte.
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<br /><img height="225" src="https://imgur.com/UHa2jyf.jpg" width="400" />
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<br />Mais tretas para cá, baboseiras para lá, mentiras sobre “isto, aquilo e aqueloutro” e entretanto já se fazia tarde. Resolvemos regressar ao hotel, desta vez pelo caminho mais curto e com direito a uma paragem para um geladinho na esplanada de um McDonalds (alegrem-se aqueles que já julgavam que iam ouvir uma história de copofonia qualquer). Assim se terminava o dia da congregação do grupo de viajantes e se antecipava com expectativa o que iria começar bem cedo no dia seguinte. Marcohttp://www.blogger.com/profile/10551285676976747755noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-19904312.post-61407866586479235442022-07-10T19:54:00.026+01:002022-07-18T00:16:22.530+01:00Regresso às Viagens (Pirinéus, 11/6)<p>As saudades de abrir asas e a vontade de viajar de mota por terras mais distantes há muito que se vinha a intensificar. As paranóias pandémicas foram limitando a nossa liberdade e para quem preza sentir-se livre, como eu prezo, não poder fazer aquilo que mais gostamos é um preço demasiado alto a pagar. Felizmente este ano houve finalmente oportunidade de recuperar algum do tempo perdido e a viagem que passo a relatar foi um dos pontos altos nesse sentido.</p><p>Há cerca de um mês atrás, os feriados de junho deram o mote e com apenas 3 dias de férias conseguiu-se delinear um plano de 9 dias a rolar por estradas lusas, espanholas e até francesas. O objetivo? Percorrer os Pirinéus. A companhia? Partiria de terras lusas com um bom amigo e companheiro de estrada, mas alguns dos camaradas com quem faria o resto da viagem vivem por terras de nuestros hermanos, pelo que a própria ida (e volta) até ao seu encontro, já seria boa parte da aventura.<br /></p><p>Este é o relato desse início de viagem não menos mítico que os restantes dias que teríamos pela frente ao percorrer os Pirenéus de uma ponta a outra.
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<br />O plano foi delineado cuidadosamente com recurso à sapiência, experiência prévia, informação privilegiada, conhecimento ancestral… facilmente obtenível por qualquer um a partir do Google Maps. A rota traçada era mais ou menos isto, até porque normalmente sai qualquer coisa ao lado.
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<br /><img height="189" src="https://imgur.com/81TlXew.jpg" width="400" />
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<br />Eu tive de fazer uma viagem antes do dia da partida, não saindo por isso de Lisboa, pelo que o ponto de encontro com o Pedro seria nas bombas do Couço, pelas 8h.
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<br /><img height="300" src="https://imgur.com/nka0wZq.jpg" width="400" />
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<br />Eu cheguei primeiro e logo a seguir chegou o Pedro com uma notícia trágica… esta viagem começaria com uma tragédia do pior tipo: um falecimento.
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<br /><img height="225" src="https://imgur.com/drIeIlI.jpg" width="400" />
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<br />Fizemos o nosso momento de luto… e logo a seguir o Pedro removeu os restos mortais da carcaça de um pardal que ornamentava a lateral direita da sua ventoinha, com um pau.
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<br />Abrimos as hostilidades das “selfies” que iriam ser uma constante ao longo da viagem, tomámos um cafezinho e fizemo-nos à estrada com ganas (sem no entanto esquecer que não se devem ultrapassar traços contínuos nas barbas da GNR de Estremoz - um episódio anterior, a não repetir).
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<br /><img height="299" src="https://imgur.com/L4S6qH2.jpg" width="400" />
<br />
<br />A primeira paragem para abastecimento seria em Badajoz como manda a regra. Não comprámos caramelos porque ouvi dizer que o combustível está muito caro, que o dinheiro não chega para tudo e que há que definir prioridades. No meu caso, consegui fazer esta viagem porque não comi um único caramelo enquanto rolámos durante estes 9 dias. Foi duro, mas valeu a pena.
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<br /><img height="225" src="https://imgur.com/87wX0qh.jpg" width="400" />
<br />
<br />Nesta altura o Pedro começou a armar-se em ave agoirenta, a olhar para o meu pneu da frente com malícia, a escarnecer da condição da borracha e tal… mas eu disse-lhe que ele estava mas era armado em mariquinhas e mandei-o dar uma curva. Ele acabaria por dar várias ao longo desta viagem.
<br />
<br />Depois de abastecer e olhar de relance para um saquinho de caramelos que o demónio colocou mesmo ali para me atentar, voltámos à estrada porque a distância a percorrer no primeiro dia ainda nos deixava atentos às horas, mesmo que pouco.
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<br />Mais uns quantos kms percorridos e a necessidade de abastecer juntou-se à necessidade de comer. Felizmente encontrámos as duas coisas no mesmo sítio: na povoação de Don Rodrigo, em Cidade Real.
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<br /><img height="300" src="https://imgur.com/y12RkkM.jpg" width="400" />
<br />
<br />O restaurante “escolhido” (aquele que por mero acaso estava em frente às bombas) foi o El Pilar. Como ainda faltavam uns minutos para as 13h, mandámos vir umas cañas para abrir as hostilidades, ao que nos deixaram abancar de imediato e fazer o nosso pedido.
<br />
<br />Entrámos em modo gastronómico espanhol, com direito ao menu com “primer y segundo”, modelo que nos acompanharia na maioria das refeições que faríamos nos dias seguintes.
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<br /><img height="299" src="https://imgur.com/tLZHkAc.jpg" width="400" />
<br />
<br />O Pedro estava tão entusiasmado com a refeição, que depois de muito escolher entre o vasto leque de opções de sobremesa... saiu-lhe na rifa um corneto da Camy. Ainda assim correu-lhe melhor que uns japoneses na mesa ao lado que acabaram por comer uma merda qualquer ao calhas, já que os espanhóis são sobejamente conhecidos pelas suas capacidades linguísticas e se esforçam imenso por se fazer entender.
<br />
<br />Mas não estávamos ali (só) para comer, pelo que tínhamos de voltar à estrada. Por esta altura já fazia um calor do caraças e o meu pneu da frente começou a padecer em virtude do mau agoiro do Pedro, esfarelando-se em bocados de borracha no alcatrão a ferver sempre que lhe era dada essa oportunidade… não fora este mau olhado e tudo teria corrido bem nesta viagem, mas um gajo nem sempre pode escolher com quem viajar.
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<br /><img height="225" src="https://imgur.com/r0CHeRa.jpg" width="400" />
<br />
<br />Na paragem seguinte deu para nos distrairmos um pouco, quer com uma jeitosa que dava água fresquinha a um canito, quer com uma família de marroquinos que entrou pelas bombas adentro e levou um pino consigo debaixo do carro como se nada tivesse acontecido.
<br />
<br />Quem faz uma viagem de mais de 800 kms de mota num dia, sabe que a maioria das paragens são feitas em estações de abastecimento, sobretudo quando vão acompanhados de alguém como eu, que tem uma mota com um depósito do tamanho de um copo de shot…
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<br /><img height="300" src="https://imgur.com/GMy2tHJ.jpg" width="400" />
<br />
<br />Mas nem sempre foi assim. O Pedro lembrou-se que trazia um saco de amendoins a que era preciso dar despacho, pelo que as cañas seguintes tiveram dois acompanhamentos diferentes.
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<br /><img height="300" src="https://imgur.com/PDLpUmX.jpg" width="400" />
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<br /><img height="300" src="https://imgur.com/cfU9myC.jpg" width="400" />
<br />
<br />Dado o primeiro desbaste ao saco dos amendoins, estávamos finalmente próximos do local de pernoita: a Hosteria La Barbacana, em Teruel. O local foi fácil de encontrar e aparcar quase à porta não foi tema. Soube-nos bem parar as motas por aquele dia e aproveitar a envolvente.
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<br /><img height="300" src="https://imgur.com/JY2H0hy.jpg" width="400" />
<br />
<br /><img height="300" src="https://imgur.com/ln6XIfl.jpg" width="400" />
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<br />Tramacastiel, onde ficámos, é uma pequena povoação situada num beco sem saída no meio de um vale. Para entrar e sair dali tem de se percorrer a mesma estrada curvilínea até chegar à via principal. A configuração da povoação é sui generis e existe muito pouco que ver além da hospedaria onde ficámos, das levadas de água que entram e saem de algumas casas e da decoração peculiar que encontrámos ao longo das ruas da povoação.
<br />
<br /><img height="299" src="https://imgur.com/7wdmJYK.jpg" width="400" />
<br />
<br />Bebemos mais umas cañas enquanto a nossa simpática anfitriã tratava do nosso check-in. Relaxámos um bocado da viagem na esplanada mesmo em frente e depois seria tempo de nos alimentarmos com um excelente jantar no mesmo local (mais um “primer y segundo”).
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<br /><img height="299" src="https://imgur.com/RxNfv7W.jpg" width="400" />
<br />
<br />O jantar correu bem, mas quando tentámos passar à parte dos digestivos lá nos deram a provar umas merdas licorosas e uma bagaceira reles, completamente ao lado do que pretendíamos. Os espanhóis não sabem o que é uma aguardente de jeito. Bebemos whisky.
<br />
<br />Este dia tinha sido longo e o seguinte não seria muito diferente, pelo que depois de umas voltas a observar aquela terra e as suas peculiaridades, era tempo de descansar.
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<br /><img height="225" src="https://imgur.com/oZSJ3V6.jpg" width="400" />
<br />
<br /></p>Marcohttp://www.blogger.com/profile/10551285676976747755noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-19904312.post-56574302240213858352022-03-30T23:30:00.011+01:002022-03-31T08:22:09.507+01:00Continua a Olhar por Mim...<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgwDcjRHChh_wNxp_GfyWOdtETnWxMO_qQY3_F1QKYlwDiHYGINwyyo6hxulI5Da1R16r4X6NV4NXdE3E2TN2YXQRW9PFXnZWAfP98fHBuQTG3m3VRocX91DhQkGiU19Erz_rYTpBljENtwer9o2L2A_WV7IJg6CiKcMxKplRQCb9j2Lax_dg/s441/avo.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="383" data-original-width="441" height="278" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgwDcjRHChh_wNxp_GfyWOdtETnWxMO_qQY3_F1QKYlwDiHYGINwyyo6hxulI5Da1R16r4X6NV4NXdE3E2TN2YXQRW9PFXnZWAfP98fHBuQTG3m3VRocX91DhQkGiU19Erz_rYTpBljENtwer9o2L2A_WV7IJg6CiKcMxKplRQCb9j2Lax_dg/s320/avo.jpg" width="320" /></a></div>Fez ontem uma semana que me despedi de ti. Quando soube que não estavas bem, senti de imediato um aperto por dentro e a necessidade de te ver o mais depressa possível, naquele momento e nem um segundo mais tarde. Uma mistura de memórias, sentimentos e um mau estar físico invadiram-me e tomaram conta das minhas ações e pensamentos. E no meio desse turbilhão de pensamentos, infelizmente, estavam os meus piores receios que se viriam a confirmar poucos dias depois...<br /><br />Quando finalmente tive a oportunidade de me aproximar de ti, entristeceu-me ver-te assim e ouvir-te dizer que não querias estar ali, naquele desespero e naquele sofrimento. Não foi uma despedida feliz como nunca poderia ser... foi a despedida possível... mas ainda assim reconforta-me um pouco ter conseguido fazê-la. Vou recordar para sempre esta última vez em que te dei um beijo na testa, te afaguei os cabelos brancos e ondulados e senti o teu cheiro floral enquanto o fiz, o que me trouxe à memória os meus tempos de menino, em que passava contigo aqueles dias de férias a que na altura dava pouca importância mas que tantas saudades me fariam sentir mais tarde.<br /><br />Poucos dias depois chegaria a notícia mais temida. Apesar de não ser uma surpresa, a mim que sou daquelas pessoas que (por muito racional que tente ser) não me consigo "preparar" para este tipo de coisa, fez-me desabar... Após aquele telefonema, caí sobre mim próprio e chorei... chorei mais... chorei muito. A dada altura deixei-me chorar até secar todas as lágrimas que tinha e que eram poucas para descrever a tristeza que sentia, por já não estares cá.<br /><br />Inequivocamente foste uma das raras pessoas deste mundo que sempre deu tudo e nunca pediu nada, sempre teve a preocupação de ajudar e não incomodar. Sempre incluíste os outros nas tuas rezas e sempre pautaste a tua vida pelos valores mais altos das tuas crenças pessoais, religiosas e espirituais. E isso faz de ti um daqueles exemplos de vida que poucas pessoas hoje em dia têm a oportunidade de conhecer. Eu não só tive a oportunidade de te conhecer como de te ter como minha avó e por isso (entre outras coisas) sinto-me agradecido.<br /><br />Sinto-me agradecido pelas memórias que guardo em mim. Das coisas grandes, dos momentos importantes, do orgulho que sentias em qualquer dos passos que dei na minha vida, mas também das coisas pequenas. Do caminho que fazíamos a pé quando me ias buscar à escola... da fruta que misturavas nas refeições que me preparavas e que eu teimava não querer comer... das pequenas brincadeiras que inventavas para mim, como uns simples barquinhos de papel num alguidar de água... mais tarde, da tua preocupação em ter a casa sempre impecável e preparada para aqueles dias de férias que ia passar contigo... do teu cuidado a preparar um bom pequeno almoço... da tua limonada feita a partir de cubos de gelo de sumo de limão... do teu sorriso constante mesmo que estivesses em sofrimento... da forma como vivias os teus pequenos prazeres como o da leitura e da costura... do altruísmo presente em cada gesto teu enquanto cuidavas dos outros. <br /><br />Agora mesmo, enquanto revivo algumas lembranças tuas, as lágrimas assomam-se aos meus olhos, porque de facto sinto e sentirei para sempre a tua ausência e a tua falta. Ao longo da vida, com a partida daqueles que amo - como tu - fico com o sentimento que se vão fraturando os elos que me ligam ao meu passado, às minhas raízes, às minhas experiências e aos momentos de alegria que enquanto criança tive a felicidade de viver. Só espero poder eu próprio conseguir algum dia criar elos tão ou mais fortes para quem me vier a recordar quando eu partir, porque apesar da tristeza destes momentos, há também um sentimento de felicidade e sobretudo gratidão por tudo o resto.<br /><br />Podia ainda falar sobre a tua devoção, mas prefiro não o fazer, porque é só tua e demasiado preciosa para alguém ignorante na matéria, como eu, comentar. Só me ocorre dizer que se o paraíso existe e se alguém tem direito ao seu lugar nele, esse alguém és tu. Espero que seja aí que estás agora mesmo, a olhar por todos nós como sempre fizeste. Um beijinho.<p></p>Marcohttp://www.blogger.com/profile/10551285676976747755noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-19904312.post-37043963301346793332022-03-20T19:46:00.006+00:002022-03-20T19:52:19.403+00:00Mentalmente...<p><i>Sentirmo-nos bem connosco e com os outros.<br />
Sermos capazes de lidar de forma positiva com as adversidades.<br />
Termos confiança e não temermos o futuro.</i></p><p><i>Mente sã em corpo são. </i><br /></p><p>Segundo a <a href="https://www.adeb.pt/pages/o-que-e-a-saude-mental">ABEB</a> esta é uma definição de "saúde mental", um termo que nos últimos anos passou a estar na moda, mas que aparentemente ainda ninguém sabe ao certo do que se trata nem dá a devida importância. Mas devia.</p><p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEi4y951mBAlmYtlqc4TDiKVro5rtAQB0rvTilQkx6czkr2ZQ_NQxVA1AqxP7tgAG1mSmZ0aziumaFAFwVCYPGKRUa6k7tVuYEEHzCncgVgde8M22JGT_rqnYAQim5Y0f0HEA31XYp9os0kDyB-XdC4k4h0CZXInvyyuaBduP1FKfbCMUw1zyg=s960" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="450" data-original-width="960" height="188" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEi4y951mBAlmYtlqc4TDiKVro5rtAQB0rvTilQkx6czkr2ZQ_NQxVA1AqxP7tgAG1mSmZ0aziumaFAFwVCYPGKRUa6k7tVuYEEHzCncgVgde8M22JGT_rqnYAQim5Y0f0HEA31XYp9os0kDyB-XdC4k4h0CZXInvyyuaBduP1FKfbCMUw1zyg=w400-h188" width="400" /></a></div><br />Nunca foi tão evidente, no contacto com família, amigos ou colegas de trabalho, a gravidade deste problema, e o pior é que a maioria das pessoas nem se apercebe de que isto é efetivamente um problema, logo pouco ou nada faz para se defender e se proteger. Temos todos uma palavra a dizer naquilo que deixamos entrar na nossa mente, na forma como o interpretamos e no efeito que isso possa ter em nós. É no mínimo redutor viver a vida de forma passiva como meros recetores da informação que alguém decide enfiar-nos pelos olhos e ouvidos adentro. <p></p><p>Existe uma tendência para o exagero, a dramatização, o alarmismo, o pânico generalizado, que resulta do somatório de todos os meios de comunicação, redes sociais e conversas polarizadas que preenchem o nosso dia-a-dia. Aquilo que as pessoas parecem esquecer, é que esta forma de "comunicação" e "informação" a que temos acesso deturpa a realidade e no final coloca-nos a todos num ponto onde, em situação normal, ninguém gostaria de estar.</p><p>Devia ser tempo de dizer basta! Cada um de nós individualmente, devia ser capaz de filosofar um bocadinho. Desligar-se por uns minutos do dia do resto do mundo e simplesmente falar com os seus botões. Pensar, raciocinar e (expectavelmente) chegar a conclusões lógicas sobre esse raciocínio que lhe permitam lidar melhor com o passado, presente e sobretudo, o futuro.</p><p>Os eventos recentes deviam ser suficientes para perceber que mesmo uma pandemia como a COVID-19 não foi suficiente para acabar com o mundo, e que apesar de todas as situações trágicas que ocorreram e que tocaram quase toda a gente de forma direta ou indireta, de facto a maioria de nós ainda por cá está para contar a história. Qual é então o motivo para o declínio na saúde mental das pessoas resultante do acontecimento da COVID-19 adquirir agora uma dimensão maior e mais problemática do que o acontecimento em si?</p><p>Eventos ainda mais recentes serão uma oportunidade que teremos para combater este declínio ou acentuá-lo ainda mais. Parece-me que estamos a seguir pelo segundo caminho, mas gostaria de assistir a uma inversão e ver a opção pelo primeiro.</p><p>Há mais de 10 anos atrás participei num evento durante cerca de 3 dias, do qual retive algumas aprendizagens que até hoje vou relembrando pontualmente e tento não esquecer. Uma delas, é perceber que há coisas que posso influenciar através da minha ação direta e que, em oposição, há outras que não. A segunda parte deste raciocínio, é uma constatação óbvia: se há coisas para lá do meu controlo, de que serve preocupar-me e martirizar-me por elas? Não será um exercício muito mais produtivo focar a minha energia e atenção nas coisas que posso efetivamente mudar? Será que, para além do efeito negativo que tem em mim a preocupação sobre um problema que será sempre impossível de conseguir resolver e consequentemente tem o potencial de me atormentar e frustrar para sempre, esse foco não está a desviar a minha atenção de tudo o resto? Do meu trabalho, da minha família, dos meus amigos, da minha saúde?</p><p>Exemplo prático: devo viver aterrorizado, angustiado e deprimido com os perigos e os efeitos de uma guerra além-fronteiras que, por muito dramática e trágica que seja, ainda não colocou a minha vida e a daqueles que me são próximos em risco, e sobre a qual pouco mais posso fazer do que ajudar aqueles que mais vão precisar? Mesmo que nos venha a afetar diretamente no futuro, deve ser uma preocupação a ter já nos dias de hoje? Não advogo a indiferença, mas sim a consciência de que aquilo que podemos influenciar neste contexto tem limites e que existem acontecimentos e momentos certos para deixarmos a nossa preocupação manifestar-se.<br /></p><p>Porque é que temos então esta tendência para nos focarmos no drama, na tragédia e no impossível, em vez de darmos atenção a tudo de bom que nos rodeia e que pede igualmente a nossa atenção? Ou temos dúvida que podemos ter um sentimento de realização por dedicarmos mais tempo a fazer o que temos para fazer? Ou a dar atenção aos nossos pais e aos nossos filhos? Ou a estar mais tempo com os nossos amigos? Ou a praticar desporto e comer de forma saudável? O que causa este desequilíbrio?</p><p>A minha resposta é que não sabemos dizer "não". Estamos demasiado habituados a que nos digam o que temos que fazer, aquilo que devemos pensar. Não questionamos as coisas de uma forma efetiva, simplesmente assumimos uma posição sobre um determinado tema, muitas vezes mal fundamentada e tendo por base informação deficiente, e defendemos essa posição como se a nossa vida dependesse disso. Não abrimos mão de ter uma opinião vincada sobre tudo em detrimento de querer saber mais e assumir que poderíamos estar errados sobre algo. E todos nós sabemos que uma opinião é tão mais vincada quanto o dramatismo e a veemência que incutirmos no nosso discurso.<br /></p><p>É tempo de baixarmos o nosso próprio volume. É tempo de desligar a televisão ou pelo menos mudar de canal. É tempo de escolher ver um filme alegre em vez de notícias trágicas requentadas. É tempo de ouvir música em vez de gritos e lamentos. É tempo de ir para a rua respirar ar puro em vez de nos encerrarmos em casa em isolamento. É tempo de conversar com alguém em vez de falar para alguém. É tempo de sairmos do lugar do passageiro, sentar no lugar do condutor e dirigirmos a nossa vida na direção certa.<br /></p><p> </p><p>A quem possa interessar, deixo aqui um link para o <a href="https://www.manifestamente.org/kit-baacutesico-de-sauacutede-mental.html">Kit Básico de Saúde Mental</a>, disponível no site www.manifestamente.org <br /></p><p><br /></p>Marcohttp://www.blogger.com/profile/10551285676976747755noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-19904312.post-69275441230273991612021-11-28T12:20:00.001+00:002021-11-28T12:20:03.259+00:00Semana de Bricolage MotardE na última semana e meia, foi mais ou menos assim...<p></p><p>A sair do trabalho... "olha, o pneu de trás em baixo!"... depois de me desenrascar à conta de um compressor portátil emprestado e encher o pneu duas vezes no caminho para casa (falha minha não levava nem o meu compressor nem o kit de reparação de furos comigo naquele dia), depois de jantar dediquei-me à reparação do furo (no singular, julgava eu).</p><p>"Olha, está aqui mais um... e vão 2!"<br /></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhiAwnC1o2B3Wxqh94F0Xyc-Ef9bXE1ZnL3J3N147XOyBADl3v5Riv1ErYg0eYNKHfgD4otY3sVAybsaHjq-4gdUD-I-QjpRIIpLonUmapve2Xj7KCwcH-Sx-lthKGjD4tv70lg/s2048/2021-11-15+20.28.56.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="2048" data-original-width="1152" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhiAwnC1o2B3Wxqh94F0Xyc-Ef9bXE1ZnL3J3N147XOyBADl3v5Riv1ErYg0eYNKHfgD4otY3sVAybsaHjq-4gdUD-I-QjpRIIpLonUmapve2Xj7KCwcH-Sx-lthKGjD4tv70lg/s320/2021-11-15+20.28.56.jpg" width="180" /></a></div><p>"E aqui mais um... e vão 3!"<br /></p><p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhOp_AMS5f0VILRlNE0AFj0BAn9w83aeNkGs7L9l8ds1BVO89Jpucd8kHqxf7yPxsB85I6Xmr3p4fcA2CvtlsMyEq4wS0yIe8Fkf9Tna89itCY0-rFTnmU3KE-zMjwJ47fvJHUY/s2048/2021-11-15+20.28.50.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="2048" data-original-width="1152" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhOp_AMS5f0VILRlNE0AFj0BAn9w83aeNkGs7L9l8ds1BVO89Jpucd8kHqxf7yPxsB85I6Xmr3p4fcA2CvtlsMyEq4wS0yIe8Fkf9Tna89itCY0-rFTnmU3KE-zMjwJ47fvJHUY/s320/2021-11-15+20.28.50.jpg" width="180" /></a></div><p></p><p>Contagem final, 3 furos diferentes no mesmo pneu, cortesia de um total de 5 pregos (3 deles espetados no mesmo sítio). Devo ter passado por cima de uma caixa de pregos de pistola e não dei por isso, a caminho do trabalho.<br /></p><p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhhRi1NfFf5DoKDXBQC67ZKTxy2C8THvgdeFWYZdz8pdC3TIJBeila-M84DP5XYpemKLH4QrIrSg3xGeSUMX50rfUeRP3DOPEltyqmK1HwPdGcsKnWb7X6rGdWxeQvv2tIsl_LX/s2048/2021-11-18+11.47.32.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="2048" data-original-width="1152" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhhRi1NfFf5DoKDXBQC67ZKTxy2C8THvgdeFWYZdz8pdC3TIJBeila-M84DP5XYpemKLH4QrIrSg3xGeSUMX50rfUeRP3DOPEltyqmK1HwPdGcsKnWb7X6rGdWxeQvv2tIsl_LX/s320/2021-11-18+11.47.32.jpeg" width="180" /></a></div><p></p><p></p><p>Mais tarde, nessa mesma semana... de manhã chego à mota e noto algo estranho... aparentemente no regresso a casa do dia anterior, fiquei mais leve pelo caminho. Esta matrícula já tinha voado uma vez na zona de Oleiros, mas na altura foi recuperável... desta feita, ficou em parte incerta.<br /></p><p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="2048" data-original-width="1152" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEghEJnhOmRTCf9chaSPMoCdu4b7u2BW_gj8oG9ICeL8d6Z66se3_IFqi-Nt8lg-XHbmsDTZ8gDWiWOh7qHKAiyMbgPVl4aRiTgVVvyi5B-ooRZgc2YD1VzX5q1VGgN7bFGs4mlh/s320/2021-11-25+08.11.32.jpg" width="180" /></div> <p></p><p>Resultado, 12 euritos numa matrícula nova e mais bricolage agarrado à mota. Bem feitas as contas não me saíram muito caras estas surpresas, deu para me entreter um pouco agarrado à mota, e em ocasião alguma fiquei apeado (cortesia de ter uma segunda mota em que pegar quando a primeira não estava em condições). Tudo está bem quando acaba bem. Lucky man!<br /></p><p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"></div><p></p><p></p><p></p><p></p><p></p><p></p>Marcohttp://www.blogger.com/profile/10551285676976747755noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-19904312.post-45293440070772517872021-11-13T11:42:00.000+00:002021-11-21T11:42:57.817+00:00Força de Vontade<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhFnZWDgJ751Cz4SA-ueGq4RI0RUixMN41F4hr5_n06EQc29TSz9zxnFie5XtKQTuST4eGpjvQv1eOqbbKz8KfB_TFTaZcenXmQZX3cZp6Sr5SUngT33SX0ov98ihyPzKRxSvWp/s2048/2021-10-20+06.23.30.jpg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1152" data-original-width="2048" height="180" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhFnZWDgJ751Cz4SA-ueGq4RI0RUixMN41F4hr5_n06EQc29TSz9zxnFie5XtKQTuST4eGpjvQv1eOqbbKz8KfB_TFTaZcenXmQZX3cZp6Sr5SUngT33SX0ov98ihyPzKRxSvWp/s320/2021-10-20+06.23.30.jpg" width="320" /></a></div>Desde o regresso ao trabalho presencial (... a 100%...), dei por mim com menos tempo útil por dia e a sentir falta dele. Em parte, um dos motivos pelos quais também não tenho tido tempo para escrever por aqui. Mas para além disso, tornou mais desafiante a tarefa de me levantar todos os dias (ainda mais) cedo para a minha atividade física matinal... A chegada do inverno, o nascer do sol tardio e a descida de temperatura, são alguns dos obstáculos mais recentes que tenho de ultrapassar diariamente quando dou as primeiras pedaladas. Com a mudança de hora, a coisa amenizou um pouco... agora pelo menos já chego a casa com (alguma) claridade em vez de noite cerrada. Entre as 6h e as 7h o sol ainda não nasceu mas em breve conto voltar a vê-lo. Tive de comprar iluminação para ver melhor o caminho, já que nos trilhos por onde passa pouco ou nenhum ruído luminoso chega para ter visibilidade suficiente para circular em segurança. Posto isto tudo, com alguma força de vontade tenho prevalecido neste meu compromisso comigo próprio e quando chego a casa depois da voltinha dada, nunca me arrependo nem dou por desperdiçado o tempo e esforço de abdicar de 1 hora de sono no quentinho do vale de lençóis...<br /><p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhFolqXKaKwtfDQ48rB5Iuwcjor1rtSfUA-g5qdqywV5VQx01El3TpY6784eBmfcPKjRDOViSv3R5z93DHTEYfU5rH2U-iGXGb-TdOqdrpUUB4VUQWbxecPUAnrrTX70x5kc0vW/s2048/2021-11-19+06.44.48.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1152" data-original-width="2048" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhFolqXKaKwtfDQ48rB5Iuwcjor1rtSfUA-g5qdqywV5VQx01El3TpY6784eBmfcPKjRDOViSv3R5z93DHTEYfU5rH2U-iGXGb-TdOqdrpUUB4VUQWbxecPUAnrrTX70x5kc0vW/w400-h225/2021-11-19+06.44.48.jpg" width="400" /></a><br /></div><p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj1RaTSvzQGP-X0zB46D1ij15Fjljf-NRYbtMRVh4VSaDThycdk0MoI8xvgjWbtYO7KIKZusCyCcMG7wWy4yctf3cCNZS0rXK36o4PtJpgIuskm1uT-PupwJuBX1nBMWKEX0dKI/s2048/2021-11-09+06.47.00.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1152" data-original-width="2048" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj1RaTSvzQGP-X0zB46D1ij15Fjljf-NRYbtMRVh4VSaDThycdk0MoI8xvgjWbtYO7KIKZusCyCcMG7wWy4yctf3cCNZS0rXK36o4PtJpgIuskm1uT-PupwJuBX1nBMWKEX0dKI/w400-h225/2021-11-09+06.47.00.jpg" width="400" /></a></div><br /><p></p>Marcohttp://www.blogger.com/profile/10551285676976747755noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-19904312.post-21984500604754738422021-09-19T23:30:00.000+01:002021-09-29T21:13:15.594+01:00De Lisboa a Cidade Rodrigo - Dia 4/4O quarto e último dia, começou ligeiramene mais cedo. Tínhamos a primeira parte do trajeto bem definida e a segunda parte mais em aberto, pelo que tomaríamos a decisão sobre eventuais ajustes ao percurso de regresso mais adiante...
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<br/><img width="550" src="https://i.imgur.com/9LsmXFp.jpg"/>
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<br/>Antes de ir tomar o pequeno almoço, viemos respirar o ar fresco na rua e ver das nossas meninas que continuavam aparcadas em frente ao hostal. Pequeno almoço tomado na companhia dos outros quatro tugas que, dada a estirpe e pedigree aventureiro, acabaram por não fazer muita conversa com estes dois mal vestidos.
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<br/><img width="550" src="https://i.imgur.com/2Hf7Jdt.jpg"/>
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<br/>Como não tivemos direito a café expresso, tivemos de fazer uma paragem pouco tempo depois de sair de Cidade Rodrigo, imediatamente antes de o Pedro voltar às suas lides com a fauna envolvente. Desta feita dois labradores que mais pareciam dois bezerros, que tentaram primeiramente uma pega de caras contra ele e que depois ainda tentaram por-se a jeito para uma pega de cernelha da minha parte.
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<br/><img width="550" src="https://i.imgur.com/Kp9uwSG.jpg"/>
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<br/>Ultrapassado o "code brown" do dia, seguimos em frente em direção a Navasfrias.
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<br/><img width="550" src="https://i.imgur.com/ia90z3J.jpg"/>
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<br/><img width="550" src="https://i.imgur.com/y1f7hCj.jpg"/>
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<br/>As curvinhas de Valverde del Fresno também já eram terreno familiar, e apesar de as estarmos a fazer no sentido errado (que é como quem diz a descer), não desiludiram, tal como a paisagem envolvente.
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<br/><img width="550" src="https://i.imgur.com/27vtOup.jpg"/>
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<br/><img width="550" src="https://i.imgur.com/CtbrGoD.jpg"/>
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<br/><img width="550" src="https://i.imgur.com/B1HA31e.jpg"/>
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<br/><img width="550" src="https://i.imgur.com/l48D1fw.jpg"/>
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<br/>Depois de uma paragem contemplativa, passado pouco tempo estaríamos a atravessar a fronteira com Portugal. Seguimos em direção a Penamacor, virando pela N233 em direção a Castelo Branco. Ainda tentámos cravar umas minis a alguns autóctones que conhecemos na Idanha, mas estava tudo a dormir e ninguém respondeu. Como estava tudo em "radio silence", fomos até ao Bar Esplanada Jardim onde finalmente matámos a sede às nossas próprias custas.
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<br/><img width="550" src="https://i.imgur.com/r6Gjjhn.jpg"/>
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<br/>Olhámos para o percurso e fizemos alguns ajustes. Lembrei-me de um spot porreiro para almoçar em Abrantes, pelo que faríamos assim um trajeto que incluiria a N3 e uma passagem pelo Fratel, antes da próxima paragem.
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<br/><img width="550" src="https://i.imgur.com/BDOmxBh.jpg"/>
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<br/>O local escolhido foi o restaurante Aquapolis, que tem uma vista magnífica para o Tejo, e onde tivemos a sorte de chegar 10 minutos antes de começar a corrida de MotoGP, à qual assistimos durante a refeição enquanto degustávamos uns bons bifes, acompanhados por um rosé Dez Tostões bem fresco, que o calor naquele dia já se fazia sentir e bem. Foi o remate gastronómico perfeito para uma viagem que correu extremamente bem nesse aspeto (e já agora em todos os outros).
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<br/><img width="550" src="https://i.imgur.com/DXYq9I6.jpg"/>
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<br/><img width="550" src="https://i.imgur.com/yyTHS7P.jpg"/>
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<br/>Ao sair do restaurante, dada a quantidade de bicharada morta em cima das motas e talvez devido ao sol que lhes batia em cima, circulavam autênticos enxames de vespas em torno delas. Tivemos de colocar as motas a trabalhar e afastar-nos rapidamente, para não termos novo episódio dedicado à apicultura como o que o Pedro teve em Béjar.
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<br/><img width="550" src="https://i.imgur.com/5Q8NaAC.jpg"/>
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<br/>O caminho que se seguia já tinha pouco que saber. Rumámos em direção a Ponte de Sôr, percorremos as margens da barragem de Montargil, e parámos nas bombas junto à praia fluvial para abastecer e hidratar (as últimas cervejas do dia...). O fim da viagem estava a aproximar-se e claramente que isso já se fazia sentir..
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<br/><img width="550" src="https://i.imgur.com/yp6nIsx.jpg"/>
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<br/>Retomámos o nosso caminho em direção ao Couço e depois seguimos até ao Infantado, onde nos despediríamos para percorrer caminhos diferentes.
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<br/>E terminaria aqui a nossa viagem entre terras lusas e terras de "nuestros hermanos". Restava limpar a bicharada internacional que trouxemos à boleia connosco, e que não era pouca...
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<br/><img width="550" src="https://i.imgur.com/JjWbu91.jpg"/>
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<br/>Este tipo de aventura que nós, motociclistas, temos o privilégio de volta e meia conseguir fazer é algo que devemos valorizar. Numa experiência só, temos a oportunidade de fazer algo que gostamos como andar de mota, de conhecer outros locais, outros hábitos, outras gentes e outras culturas, e quando temos a oportunidade de o fazer acompanhados, temos a possibilidade de fortalecer amizades e camaradagens pela partilha das experiências e pelas conversas que vamos tendo ao longo dos dias em que partilhamos roda. Da minha parte só posso deixar um grande bem haja ao Pedro pelo desafio que me lançou, pela navegação que acabou por ficar a seu cargo, pela roda certinha que me deu ao longo destes quatro dias e pelas horas de conversa (nem sempre fiada) e copofonia que partilhámos. Venha a próxima!Marcohttp://www.blogger.com/profile/10551285676976747755noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-19904312.post-91107560774673373652021-09-18T23:30:00.001+01:002021-09-29T21:08:25.322+01:00De Lisboa a Cidade Rodrigo - Dia 3/4O terceiro dia começou tão bem ou melhor que o anterior. O plano original teria algumas alterações mas o Pedro tinha feito o trabalho de casa e preparado a navegação para termos mais um dia top.
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<br/><img width="550" src="https://i.imgur.com/oKosjjI.jpg"/>
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<br/>No Hostal Extremeño, apesar de não haver café expresso (grande falha), havia na mesma a minha tostada e com extra... presuntinho ibérico do bom.
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<br/>Mas como o café fazia falta e não queríamos repetir o stress desnecessário relativo à fraca autonomia da minha mota, parámos numas bombas antes de sair de Béjar para tomar cafezinho e abastecer, enquanto as burras cá foram tinham a companhia de um par de cabras de mato.
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<br/><img width="550" src="https://i.imgur.com/1YQia8h.jpg"/>
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<br/>Não demorámos muito a sair de Béjar e curtir as primeiras curvas do dia, com um tempo ainda mais a jeito que nos dias anteriores. Apesar de todas as previsões menos otimistas, nesse aspeto estávamos a ser bafejados pela sorte.
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<br/>Neste dia iríamos percorrer caminhos mais familiares de viagens anteriormente feitas por esta zona, pelo que rapidamente reconheci a estrada que nos levava até ao ponto da primeira paragem paisagística do dia: Puerto de Honduras. Esta estrada é qualquer coisa de fenomenal. Um caminho estreito, com zonas muito frescas em que a vegetação literalmente cria túneis por onde nos embrenhamos, parecendo que estamos numa cena digna de um filme. Não arriscámos parar para tirar fotos porque o mais certo era aparecer logo um carro da Guardia Civil e trazermos bilhete premiado. Ainda assim, fica facilmente na memória de quem por ali passa.
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<br/>Puerto de Honduras, por sua vez, tem muito onde parar, já que dali se pode ver uma paisagem digna de ser mirada.
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<br/>En el norte de la provincia de Cáceres se sabe que en el momento en el que las nieves hacen su aparición es muy probable que el puerto de Honduras quede cerrado al tráfico.
<br/>Este puerto nos proporciona alguna de las vistas más colosales de la zona norte. Une dos grandes valles: el del Ambroz y el del Jerte. Tiene una longitud de ascensión desde uno y otro lado de aproximadamente 17 kilómetros con una pendiente media de 5% bastante mantenida en todo el recorrido. Estas características lo convierten en un puerto muy apreciado por los amantes de la bicicleta.
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<br/>Fonte: <a href="https://www.turismocaceres.org/es/turismo-naturaleza/puerto-de-honduras">www.turismocaceres.org</a>
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<br/>Depois de observar a paisagem, começámos a descida em direção ao rio Jerte. Virámos em direção a Plasência e parámos num cafezinho para hidratar. Seguimos mais uns quilómetros pela nacional e antes de chegar a Plasência virámos à direita para percorrer mais uma estradinha secundária até ao apontamento cultural do dia: a cidade romana de Cáparra.
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<br/>De origen Vetón, la población de Cáparra llegó a convertirse en muncipium de Roma en época de Vespasiano: Municipium Flavium Caparense. De los restos que se conservan destaca su impresionante arco, tetrapylum, el único de sus características en España, que se ha convertido en el símbolo más representativo de la ciudad.
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<br/>Fonte: <a href="https://www.viajarporextremadura.com/la-ciudad-romana-de-caparra-300.htm">www.viajarporextremadura.com</a>
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<br/>O estado de preservação da cidade é impressionante e a mesma encontra-se no meio de um olival, no qual estava a decorrer a apanha da azeitona. Demos uma voltinha pelo local, batemos mais umas chapas e seguimos caminho, já a pensar no almoço (que nem nos passava pela cabeça o quanto tardaria...). Enquanto percorríamos a margem do embalse de Gabriel y Galán, fizemos uma paragem que se impunha junto à barragem, onde a vista era simplesmente magnífica.
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<br/>Seguimos caminho e as povoações eram cada vez mais escassas e distantes umas das outras, assim como os possíveis locais para almoçar. Ainda parámos num spot com grande pinta em Vegas de Coria, o restaurante do Hotel Rural Los Angeles, mas infelizmente não tinham vaga para nós, a não ser que esperássemos até às 15h30. Fomos andando... e andando... e andando... e lá demos com um restaurante com uma catrefada de motas estacionadas à porta, pelo que pensámos: é mesmo aqui! O sítio era bonito, ficava junto à margem de um rio, tinha uma esplanada agradável, mas mal sabíamos na cegada que nos estávamos a meter...
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<br/><img width="550" src="https://i.imgur.com/HTHAzOF.jpg"/>
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<br/>O restaurante chamava-se Riomalo El Mulero, e também ali não havia vaga para nós, a não ser que esperássemos um pouco... como já eram quase 15h00, resolvemos ficar por ali e aguentar a bomboca enquanto mandávamos abaixo umas cañas. Sentámo-nos finalmente às 15h30 mas tudo naquele almoço tardava a acontecer. Eram quase 17h00 quando finalmente demos o almoço mais ou menos por terminado. Tive de chamar o empregado e disse-lhe: "perdona, pero estamos con prisa!". Por muito que gostemos de gastronomia e copofonia, estávamos ali para andar de mota e a estrada chamava por nós. Bebemos os cafés, pagámos a conta e seguimos até à próxima paragem que era mesmo ali ao lado: o Meandro del Melero.
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<br/>Si hay una imagen que identifica y representa el norte de la provincia de Cáceres esa es la del meandro El Melero. En el límite oriental de la sierra de Gata, dentro de la comarca de las Hurdes y dibujando la frontera entre Cáceres y Salamanca, podemos observar este espectacular meandro que forma el río Alagón.
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<br/>Fonte: <a href="https://www.turismocaceres.org/es/turismo-naturaleza/meandro-el-melero">www.turismocaceres.org</a>
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<br/>As fotos fazem pouca justiça ao local, que é simplesmente espetacular de se ver. O próprio miradouro está numa envolvente fantástica e o caminho para chegar lá é igualmente interessante de se percorrer.
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<br/>Regressámos ao cruzamento onde ficava o restaurante que nos proporcionou a seca do dia e seguimos viagem retomando a estrada que de seguida nos levaria até Las Batuecas, passando por La Alberca, zonas já familiares inseridas na Sierra de Francia.
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<br/>Um labirinto de montanhas e de vales intrincados conformam o Parque Natural de Las Batuecas – Serra de França. A sua posição estratégica, entre as duas mesetas, transformou-o num singular corredor de comunicação biológica.
<br/>Pelo seu elevado valor ambiental foi declarado, em 2006, Reserva da Biosfera (juntamente com a serra de Béjar) e dois anos depois foi incluído na Carta Europeia de Turismo Sustentável.
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<br/>Fonte: <a href="http://www.salamancaemocion.es/pt-pt/que-hacer/espacios-naturales/las-batuecas-sierra-de-francia">www.salamancaemocion.es</a>
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<br/>Fizemos ainda uma paragem no miradouro de El Portillo, mas já tinhamos em vista o próximo ponto de paragem que sabíamos seria o mais espetacular do dia.
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<br/>A seguinte e última paragem do dia, antes de rumar a Cidade Rodrigo, seria o santuário de Nossa Senhora da Peña de Francia. O dia já ía longo e o fresco fez-se sentir e bem na subida da serra até ao santuário. Quando chegámos lá, deparámo-nos com uma confusão das mais capazes. Um qualquer evento motard que reunia dezenas de Ducati, com ducatistas equipados a rigor com blusões da Ducati, calças da Ducati e, desconfio eu, cuecas da Ducati.
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<br/>Confusão no estacionamento, confusão no santuário, até que finalmente deram à soleta e nos deixaram apreciar a vista como deve ser.
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<br/>Ao chegar à Serra de França, o viajante distingue rapidamente o inconfundível perfil deste maciço rochoso de 1.723 metros de altura.
<br/>No alto, eleva-se um santuário dominicano que acolhe a Virgem Morena, padroeira da província salmantina. Uma hospedaria e vários miradouros completam o conjunto.
<br/>O topónimo França está relacionado com o repovoamento medieval destas paragens com gentes vindas de terras longínquas. Segundo a lenda, foi um estudante francês, Simón Vela, quem encontrou numa gruta a figura da Virgem em 1434. Em sua homenagem, celebra-se uma romaria no dia 8 de Setembro.
<br/>Uma estrada sinuosa conduz-nos até ao ponto mais alto, deixando para trás parcelas de carvalhos e pinheiros. Recomenda-se subir e contemplar a paisagem, num horizonte de perder de vista até encontrar as terras extremenhas. Pelo caminho, não é estranho encontrar exemplares de cabras montesas que tomam conta da zona.
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<br/>Fonte: <a href="http://www.salamancaemocion.es/pt-pt/destinos/sierra-de-francia/te-interesa/penha-de-franca">www.salamancaemocion.es</a>
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<br/>Para além de admirar a paisagem, há que admirar as burras que nos trouxeram até ali. Como se costuma dizer, se não olhas para trás quando a estacionas, não tens a mota certa...
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<br/>Saindo dali até Cidade Rodrigo, a viagem não teve grande história. A temperatura subiu quando a altitude baixou e já sentíamos vontade de chegar ao nosso alojamento e relaxar. O sol de frente e a javardice de bicharada morta nos capacetes mal nos deixava ver o caminho. Quando finalmente chegámos a Cidade Rodrigo, deparámo-nos com cavalos e charretes que percorriam as estreitas ruas da zona histórica da cidade, onde ficava o nosso alojamento, resultado de uma feira equestre que estava a terminar. Lá conseguimos chegar ao alojamento, o hostal Puerta del Sol, mais uma vez com excelente localização, mesmo no centro da cidade. No mesmo local estavam alojados mais uns quantos tugas (esta espécie está sempre em todo o lado), pelo que acrescentámos as nossas burras ao tetris de motas que estava na rua, quase à porta do hostal.
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<br/>
<br/>Banhinho da praxe e ala que se faz tarde para jantar. Fomos atrás de uma recomendação que nos deram no alojamento, mas a coisa estava agreste em termos de disponibilidade. Valeu-nos o conhecimento prévio de um spot espetacular por parte do Pedro, o restaurante D'Moran, onde nos arranjaram uma mesinha discreta que nos permitiu saborear mais um grande jantar.
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<br/>Lá pedimos a vinhaça da praxe, desta feita um tinto El Ilusionista, para acompanhar um solomillo e um carpaccio que serviram para desenjoar do almoço tardio. Para quem começa a achar que isto de andarmos sempre os dois juntos é suspeito, que fique bem claro que no fim... pedimos o Divórcio! :D
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<br/>Depois da jantarada era tempo de fazermos a caminhada da praxe para ver a cidade, que é igualmente bonita à noite e procurar um spot porreiro para beber mais uns copos enquanto a conversa não se esgota.
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<br/>
<br/>Ficámos agradavelmente surpreendidos, porque claramente em Espanha o desconfinamento já está uns níveis valentes à frente do nosso. Sentimos isso quando demos por nós a acotovelarmo-nos para conseguir chegar ao balcão de um bar. Pedimos uns whiskys, voltámos para a explanada e enquanto observávamos a fauna (sem ser daquela que se atravessa à nossa frente na estrada), comentámos que se regressássemos a Portugal com covid, já sabíamos onde o tínhamos apanhado...
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<br/>
<br/>Ainda demos mais uma volta e descobrimos uma rua ao bom estilo do Bairro Alto, onde demos o último aconchego copofónico no bar El Samu.
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<br/><img width="550" src="https://i.imgur.com/YvwjjcW.jpg"/>
<br/>
<br/>Este bar é um spot difícil de descrever, em que o dono (pelas fotos expostas na parede) será personalidade importante do mundo das touradas, e observa por detrás do balcão enquanto duas miúdas dançam sozinhas no meio do bar... Tecemos uma série de teorias da conspiração sobre o que por ali se passava, enquanto terminávamos a copofonia dessa noite, para logo depois regressar ao hostal e descansar.
<br/>
<br/>O dia seguinte seria o final, mas ainda tínhamos muito que ver e alguns kms a percorrer.Marcohttp://www.blogger.com/profile/10551285676976747755noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-19904312.post-79870919353422343752021-09-17T23:30:00.000+01:002021-09-29T20:58:25.049+01:00De Lisboa a Cidade Rodrigo - Dia 2/4O plano para o segundo dia contemplava estradas e paisagem ainda mais ao nosso gosto, pelo que apesar de não termos uma grande quantidade de kms pela frente, levantámo-nos naturalmente cedo para nos fazermos à estrada. O plano original era mais ou menos assim:
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<br/><img width="550" src="https://i.imgur.com/dvRgEj6.jpg"/>
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<br/>Antes de sairmos, tomámos o pequeno almoço na esplanada mesmo em frente ao hotel enquanto apanhávamos os primeiros raios de sol da manhã. Quanto ao pequeno almoço propriamente dito, aproveitei o facto de estar em Espanha para comer algo que gosto muito e normalmente não tenho oportunidade de saborear por cá: a tradicional tostada com tomate e azeite.
<br/>
<br/><img width="550" src="https://i.imgur.com/qD3tjbu.jpg"/>
<br/>
<br/>Cafezinho tomado, albardámos as burras e seguimos viagem. Iríamos percorrer caminhos retorcidos e estradinhas municipais, até passar a fronteira entre as terras de Castela-Mancha e Castela e Leão. O primeiro "code brown" do dia foi novamente do Pedro, quando um javali de envergadura respeitável atravessou a estrada a correr apenas a escassos centímetros da roda da frente da XR... mais uma aventura de Pedro e a fauna!
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<br/><img width="550" src="https://i.imgur.com/IrVMLJC.jpg"/>
<br/>
<br/>Já mais à frente e embrenhados numa estradinha estreita em plena serra, o meu inútil e incómodo de transportar equipamento de chuva resolveu ganhar asas e saltar da mota em andamento. Até aqui nada de especial, pois rapidamente me apercebi da situação e voltei atrás para ir apanhar o dito. O pior foi quando apareceu a guardia civil (parece que lhes cheira sempre a oportunidade...) e começou a implicar pelo facto de estarmos ali parados e a estrada ser estreita e o raio que os parta. O Pedro lá explicou a situação enquanto eu amarrava novamente o equipamento na traseira da mota, os tipos olharam um para o outro, hesitaram mas lá decidiram borrifar-se em nós e seguiram viagem.
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<br/><img width="550" src="https://i.imgur.com/MjXJTub.jpg"/>
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<br/>Já com a burra albardada em condições, chamámos mais uns nomes à Guardia Civil e continuámos a fazer curvinhas até à paragem seguinte, para admirar a vista em Puerto de Mijares.
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<br/><img width="550" src="https://i.imgur.com/XeyidSI.jpg"/>
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<br/>El puerto de Mijares es, junto con Serranillos, uno de los "gigantes" de Gredos. Imponente, dominador, larguísimo, de una belleza indiscutible, la vertiente sur puede realizarse desde varios lugares que confluirán en el pueblo que da nombre al puerto: Mijares. He optado por aquella que no atraviesa ningún pueblo, la de la AV-P-705, con los números más duros (tras haberlas catado todas). Un puerto gigantesco que empieza por debajo de los 500 metros de altitud y se va por encima de los 1550, acumulando por tanto un desnivel de más de 1000 metros...
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<br/>Fonte: <a href="https://www.39x28altimetrias.com/mijaressur.html">www.39x28altimetrias.com</a>
<br/>
<br/>Depois de Puerto de Mijares, fizemos também a obrigatória paragem em Puerto de Serranillos, onde a vista não era menos imponente.
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<br/><img width="550" src="https://i.imgur.com/fe88HJs.jpg"/>
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<br/>Por esta altura tinha já uma ligeira preocupação logística, uma vez que não tinha ainda abastecido e a autonomia anunciada da minha amostra de depósito era inferior à distância até à bomba mais próxima... Como o que não tem remédio remediado está, fomos andando. A autonomia chegou ao 0 e assim continuou durante uns bons 30 kms, até finalmente pararmos numas bombas de gasolina já em Mombeltrán, sob o olhar atento de mais uns elementos da Guardia Civil que por ali faziam uma espera a algum desgraçado que asneirasse qualquer coisa.
<br/>
<br/>Bebemos mais um cafezinho, observámos a serra imponente ali mesmo ao lado e trocámos umas palavras com um "motero" que resolveu meter conversa e já se estava a colar para nos acompanhar nos kms seguintes. Como bons camaradas motociclistas que somos, fizemos de conta que não tínhamos entendido o gajo e seguimos na direção oposta à que lhe dissemos que seguiríamos, só para o baralhar (na realidade foi o Pedro que se enganou na navegação, mas o resultado prático foi o mesmo).
<br/>
<br/>A estrada que se seguiu era só qualquer coisa de espetacular. Além da fenomenal paisagem, alcatrãozinho do bom e curvas rápidas, pelo que não tardámos muito a chegar ao destino seguinte: a Plataforma de Gredos.
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<br/><i>
<br/>A plataforma de Gredos é considerada por muitos como o ponto de acesso principal à serra de Gredos, e à zona do Pico Almanzor. Pelo menos, é um dos pontos mais visitados e frequentados, seja pelos montanhistas ou turistas. Acede-se à plataforma (que não deixa de ser uma parte de asfalto onde deixar o carro estacionado) através do município de Hoyos del Espino, por uma estrada que vai ganhando altura pouco a pouco, até chegar a, mais ou menos, 1800 metros de altitude.
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<br/>Fonte: <a href="https://www.minube.pt/sitio-preferido/plataforma-de-gredos-a537">www.minube.pt</a>
<br/>
<br/>Este sítio é qualquer coisa de espetacular, difícil até de descrever. A mistura da paisagem árida, com rios, animais no pasto, rochas de onde brotam nascentes. Uma mistura meio surreal que nos dava vontade de conhecer em maior detalhe. No entanto, valores mais altos se levantavam, nomeadamente um: o almoço. Regressámos pelo mesmo caminho e, meia dúzia de kms depois, parámos num pequeno restaurante vazio, o La Galana, onde mais uma vez a experiência gastronómica não nos correu nada mal. Umas cañazinhas para abrir o apetite, e uns bons bifes que nos souberam pela vida.
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<br/><img width="550" src="https://i.imgur.com/xEu77Hh.jpg"/>
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<br/>Estávamos à vontade com o tempo para percorrer a distância que nos separava de Béjar, mas a vontade e o tempo solarengo eram os ingredientes certos para nos fazer querer rolar mais. Pegámos novamente nas motas para curtir outra barrigada de curvas e antes de nos dirigirmos ao destino final, fizemos um desvio até à estância de ski de Béjar Covatilla.
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<br/><img width="550" src="https://i.imgur.com/IfpIa9B.jpg"/>
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<br/>O Pedro tinha estrategicamente marcado este ponto no mapa, que valeu a pena não só pelo local em si, como por um mini stelvio que fizemos no caminho até lá (e de volta).
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<br/>
<br/><img width="550" src="https://i.imgur.com/7b1SA3I.jpg"/>
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<br/>Estávamos já perto de Béjar, pelo que os kms seguintes até ao nosso local de pernoita não demoraram muito tempo a percorrer. O Hostal Extremeño, mais uma vez mesmo no centro de Béjar, a poucos metros da Plaza Mayor. Enquanto aparcávamos as motas o Pedro resolveu dedicar-se à apicultura e levar uma ferroadela de uma abelha. Aliás, sempre que parávamos as motas, talvez cortesia do genocídio de todo o tipo de bicharada que as mesmas traziam, imediatamente instalava-se um enxame de abelhas e vespas à volta delas...
<br/>
<br/>Depois de nos instalarmos, demos logo início à nossa caminhada diária para explorar as redondezas. Fomos até à plaza mayor onde tentámos beber uma caña no restaurante Abrasador. No entanto, o restaurante estava a terminar de servir os últimos almoços (afinal, pouco passava das 17h da tarde...) por isso iria fechar, para só reabrir mais tarde.
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<br/><img width="550" src="https://i.imgur.com/eDL5WR3.jpg"/>
<br/>
<br/>Fomos então na direção oposta até à zona mais comercial onde havia mais oferta. Bebemos o que seriam as cañas mais caras da nossa viagem (sem direito a acompanhamento) numa esplanada do café Pavon. Depois de mais umas voltas dadas em Béjar, resolvemos ignorar as recomendações para jantar que nos deram no hostal e fomos em busca de um restaurante que tínhamos pesquisado e nos parecia ter boa pinta, o Mesón El Bosque.
<br/>
<br/>Como sempre e o mais importante: começamos pela copofonia (afinal, ainda tínhamos créditos para gastar). Seguindo a recomendação da simpática senhora que nos atendeu, pedimos uma garrafa de Garcibuey de Perahigos, um vinho da região de Castela e Leão, que correspondeu às expectativas.
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<br/><img width="550" src="https://i.imgur.com/My3Pg0M.jpg"/>
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<br/><img width="550" src="https://i.imgur.com/V5khPpQ.jpg"/>
<br/>
<br/>Depois do jantar admito que ficámos um bocado enjoados com a carne de porco frita, pelo que se impunha um digestivo. Fomos à procura de um bar para dar continuidade à conversa que não despegava, aproveitando para pedir uma aguardente. O "nuestro hermano" perguntou: Reserva? Ao que nós respondemos: Sim, sim, pode ser. Mal demos por isso tínhamos dois balões em cima da mesa com uma merda que pela cor mais parecia mijo radioactivo.
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<br/><img width="550" src="https://i.imgur.com/5D6KAtr.jpg"/>
<br/>
<br/>Corajosos que somos, provamos o que se revelou uma zurrapa que devia ser uma mistura de anis com outra coisa qualquer que não conseguimos identificar. Incapazes de beber aquilo, optámos por jogar pelo seguro e pedimos whisky... o empregado ficou ligeiramente ofendido por não gostarmos daquela especialidade fluorescente, mas lá nos trocou as bebidas, que nos acompanhariam no resto da noite.
<br/>
<br/>Conversa puxa conversa e quando olhamos para o lado, está o empregado a verter o conteúdo dos copos que recusámos, de volta para dentro da garrafa sem rótulo de onde o tinha tirado. É caso para dizer "safoda o covid e outras maleitas contagiosas"...
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<br/>A conversa seguia longa como de costume, mas era tempo de ir descansar, pelo que pagámos os whiskys (o empregado teve a amabilidade de não nos cobrar o mijo fluorescente que verteu de novo para dentro da garrafa), e fomos descansar. O plano para o dia seguinte prometiaMarcohttp://www.blogger.com/profile/10551285676976747755noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-19904312.post-39020037881117921982021-09-16T23:30:00.001+01:002021-09-29T20:07:40.829+01:00De Lisboa a Cidade Rodrigo - Dia 1/4De uma conversa tida há uns meses atrás, em tom de desabafo sobre a ressaca generalizada resultante de andar pouco de mota nos últimos tempos, cortesia das merdas que já sabemos, surgiu a ideia. Em setembro, tirar um par de dias para alargar um fim-de-semana, aproveitar eventuais resquícios de bom tempo e percorrer uns kms valentes. Na altura ficou a coisa apalavrada e mais próximo da data delineou-se um plano. O Pedro propôs uma excelente rota para 4 dias de viagem, com algumas estradinhas que já sabíamos de antemão serem porreiras de outras aventuras prévias, assim como alguns locais por onde ainda nenhum de nós tinha passado. Eu tratei das reservas dos locais da pernoita e depois disso rapidamente chegou o dia de nos fazermos à estrada.<br/>
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O plano inicial para o dia 1/4 era este, ao qual foram entretanto feitos alguns ajustes:<br/>
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O ponto de encontro foi na Galp da Encarnação, onde se tomou o cafezinho da praxe e se trocaram umas laraxas antes de nos fazermos à estrada. O tempo era mais ou menos uma incógnita, o que me levou a transportar comigo equipamento de chuva "just in case" durante 4 dias, que acabou por não ser necessário e numa situação ou outra ainda atrapalhou um bocado, mas lá chegaremos... Não tardámos a fazer-nos à estrada porque a vontade era muita.<br/>
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Passámos a ponte e frustrada a vontade de comer uma bifana (porque não fomos por Vendas Novas) parámos num tasco qualquer para comer uma empada de galinha e recuperar do frio e nevoeiro que se resolveram instalar ao longo dos kms já percorridos. Entretanto o tempo começou a abrir e o sol a dar um ar da sua graça, enquanto seguimos o nosso caminho por Coruche, em direção a Estremoz. Foi já em Estremoz que tivemos o nosso primeiro "code brown", quando depois de asneirarmos na estrada vimos um GNR aparecer à nossa frente e mandar-nos encostar...<br/>
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- Sabem o que fizeram?<br/>
- Sim...<br/>
- Nós aqui, e vocês fazem isto os dois, à nossa frente... <br/>
(silêncio, enquanto fazíamos ambos cara de cão abandonado)<br/>
- Querem ficar sem carta?<br/>
(novo silêncio)<br/>
- Vão-se lá embora!<br/>
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Arrancámos de imediato antes que mudasse de ideias, e parámos na estação de serviço logo a seguir para fazer um pacto de que iríamos estoirar os 240 euros que tínhamos acabado de "ganhar" em copos! Um grande bem haja ao senhor agente da autoridade que foi um porreiro, não nos lixou a viagem logo ao início e deu-nos créditos para a copofonia.<br/>
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Algum tempo depois de entrarmos em Espanha, era tempo de parar algures para almoçar. Por obra do acaso, acabámos por parar numa estação de serviço nos arredores de Mérida, que não podia ser a mais adequada a dois viajantes de mota... Nessa estação de serviço estava apenas a concessionária da Harley-Davidson na região da Extremadura, assim como duas oficinas da Honda e Ducati e um bar/grill "american style" onde comemos umas "hamburguesas" acompanhadas pelas primeiras cañas da viagem.<br/>
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Visitámos a loja da HD onde estavam alguns espécimes interessantes em exposição, de várias marcas.<br/>
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Saciada a fome naquele spot que tem tudo e é só excelente para quem gosta de motas e deve dar um grande local de concentração, seguimos então para o apontamento cultural do dia: o Teatro Romano de Medellin. <br/>
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El teatro es el más importante edificio visible del Metellinum romano. Está situado en la ladera meridional del cerro, concretamente entre el castillo medieval y la Iglesia de Santiago... El teatro aprovecha el desnivel del terreno adaptándose a su topografía como habían hecho los modelos griegos y alguno romano, como el de Sagunto en Hispania.<br/>
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De gran monumentalidad, tanto por su situación como por el excelente estado de conservación de las estructuras murarias de opusincertum y opus quadratum que lo configuran. Destaca el elevado número de sillares (casi 800) que se conservan de las gradas originales, la decoración marmórea, pictórica y escultórica documentada o la gran cantidad de piezas recuperadas de la columnatio del frente escénico. Todo ello lo convierte en un referente científico y turístico de primer orden.<br/>
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Fonte: <a href="https://www.medellinhistoria.com/secciones_2/el_teatro_romano_11">www.medellinhistoria.com</a><br/>
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Pouco depois de sairmos de Medellin, a paisagem começou a mudar e o percurso tornou-se cada vez mais interessante. A começar pela estrada que acompanha o Embalse de Orellana e Sierra de Pela, rodeada de uma paisagem que vale a pena contemplar. E assim seria desde aí até praticamente chegarmos ao destino em Talavera, não sem antes termos direito a mais dois "code browns"... um deles cortesia de uma raposa que felizmente fugiu para o lado certo da estrada (viríamos a perceber que o Pedro gera uma atração natural por parte da fauna, ao longo do resto da viagem...) e outro cortesia de um engarrafamento surpresa à saída de uma curva fechada, provocado por um trator praticamente parado.<br/>
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Chegámos ao destino final do primeiro dia e depois de uma dúzia de voltas no centro da cidade, lá descobrimos o hotel onde iríamos pernoitar. O Be Live Talavera, com uma localização excelente mesmo no centro da cidade. Burras aparcadas e banhinho recuperador tomado, era tempo de ir explorar as redondezas. Mas primeiro tivemos de fazer uma paragem nos 100 Montaditos mesmo à porta do hotel, para hidratação com recurso a mais umas cañas. <br/>
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O Tejo atravessa Talavera e a primeira curiosidade foi passar junto a ele, enquanto uma feira popular era montada ali por perto. <br/>
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Depois de ver o rio onde decorria o que nos pareceu uma competição de barcos para anões, começámos a pensar em jantar. Afinal, tínhamos de gastar alguns dos créditos de copofonia que tínhamos ganho de manhã no encontro imediato com a GNR. Assim, dirigimo-nos à zona comercial de Talavera e lá encontrámos um spot que nos pareceu porreiro: a Taberna Mingote.<br/>
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Local porreiro, comida excelente e boa pinga a acompanhar a conversa que durou praticamente até sermos os últimos no restaurante e começarem a arrumar as mesas à nossa volta. A cena dos horários das refeições em Espanha funcionaram em nós com algum tipo de jetlag ao longo destes 4 dias, mas lá nos fomos adaptando e no geral correu tudo muito bem na vertente gastronómica.<br/>
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Demos também início à nossa rota dos vinhos espanhola (ou não fosse o nome do meio do Pedro, "al tiempo"). Por lapso meu não registei o nome da pinga Syrah que bebemos nessa noite, pelo que não posso deixar a recomendação, mas que foi das melhores que bebemos na viagem, foi.<br/>
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O restaurante fechou, mas a conversa ainda estava acesa, por isso ainda fizemos um "pit stop" num barzinho onde deitámos abaixo uns gins. Quando finalmente estava tudo fechado, lá regressámos ao hotel para recarregar baterias para o dia seguinte.<br/>
Marcohttp://www.blogger.com/profile/10551285676976747755noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-19904312.post-21137996283908795122021-06-27T16:12:00.009+01:002021-06-27T16:17:28.247+01:00A Sabedoria do Polvo<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjsus8B1hpBhw8HWJSW3GjhxAke4sG7jKfjkC9Tb0RV4XX3ypUrTgnwaWw1afKiBGowFHriZ6nLSTVu2egwRuAaSqnZMaKuzlgATcg1Z2QYL3Y2DZ05D1GWzgfthmjkbAhVfobr/s512/Opini%25C3%25A3o+Document%25C3%25A1rio+A+Sabedoria+do+Polvo.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="268" data-original-width="512" height="210" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjsus8B1hpBhw8HWJSW3GjhxAke4sG7jKfjkC9Tb0RV4XX3ypUrTgnwaWw1afKiBGowFHriZ6nLSTVu2egwRuAaSqnZMaKuzlgATcg1Z2QYL3Y2DZ05D1GWzgfthmjkbAhVfobr/w400-h210/Opini%25C3%25A3o+Document%25C3%25A1rio+A+Sabedoria+do+Polvo.jpg" width="400" /></a></div><p>Também denominado "Professor Polvo" ou "My Octopus Teacher", é do melhor que vi em termos de documentários, nos últimos tempos. Um excelente trabalho visual e um relato emocionante de uma experiência que durou cerca de um ano, acerca do contacto com um homem à procura de um rumo na sua vida, e um animal surpreendente. Sem dúvida, inesperado.</p><p></p><p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><iframe allowfullscreen="" class="BLOG_video_class" height="266" src="https://www.youtube.com/embed/3s0LTDhqe5A" width="466" youtube-src-id="3s0LTDhqe5A"></iframe></div><br />Marcohttp://www.blogger.com/profile/10551285676976747755noreply@blogger.com1