segunda-feira, dezembro 22, 2008

Sobrevivi Mas Perdi os 3

O dia 20 passou e eu sobrevivi. É verdade que me armei em maricas e... não fiquei cá para ver o que acontecia (ver post anterior), mas achei que era melhor não arriscar. Assim sendo fui para outras bandas e fiz de conta que não era nada comigo. Entretanto achei também que era altura de escrever, não só para dar notícias minhas aos mais preocupados com a minha integridade física, mas também para constatar que sou um blogger indigno, que deixa passar em claro o 3º aniversário do seu próprio estaminé. É verdade, no passado dia 15 fez três anos que me deu uma pancada e resolvi escrever o primeiro post deste vosso pasquim cibernético. Passados três anos gostava de dizer que estou mais maduro, que melhorei as minhas capacidades de escrita e argumentação, mas a realidade é que continuo a escrever as mesmas coisas de sempre, que teimam em passar-me pela cabeça ou acontecer comigo no dia-a-dia. O que é um facto é que escrevo mais este blog para mim do que para os outros, o que também explica a meia dúzia de leitores (num dia bom) que imagino ter. Ainda assim, a rotina mantém-se, sem grandes alterações ou variações. Faço intenção de continuar, pelo que se o caríssimo leitor faz parte da meia dúzia referida anteriormente, é aguardar pelo próximo bitaite sobre uma coisa qualquer. Grande abraço e "gracias por su visita".

quinta-feira, dezembro 18, 2008

Ignorantes Contra-Atacam!

Medo... pânico... horror. Quando pensava já ter ultrapassado o trauma da guerra dos "estúpidos vs. ignorantes", eis que o pesadelo volta para me atormentar... Qual o meu espanto quando hoje chego a casa e vejo mais um papel daqueles que até causam calafrios na espinha, colado na porta do meu prédio. Desta feita não foi o funcionário da EDP, mas sim o da Lisboagás! O papel, até ao momento, encontra-se incólume, mas temo pelo instante em que este acto aparentemente inocente dará lugar a um rol de comentários ofensivos entre condóminos, tecendo juízos sobre a inteligência (ou falta dela) relativamente ao funcionário causador desta discórdia. Para quem não se recorda, moro num edifício entre muitos de um mesmo bairro, em que os contadores estão acessíveis na escada dos respectivos prédios. Assim, é um pouco... qual é o nome técnico que se dá... estúpido, pedir aos moradores que afixem um papelinho num lado qualquer "visível" com a contagem. Sinceramente temo a reacção dos meus vizinhos a este acto, capaz de meter o conflito israelo-árabe num chinelo, bem como temo pela saúde física e mental do cromo que correu o bairro inteiro dando (uma vez mais) esta grandiosa demonstração de estupidez... Se deixarem de ter notícias minhas por um período prolongado de tempo, provavelmente estou barricado em minha casa, enquanto aguardo que venham as equipas de socorro para me resgatar deste conflito. Até sempre, meus amigos!

terça-feira, dezembro 16, 2008

Para os Curiosos...

Para quem ficou com curiosidade de ver o presépio que referi no post anterior, aqui fica uma pequena amostra que, pela falta de qualidade da foto, pouco jus faz à obra. De qualquer forma podem clicar e ampliar para ver melhor. Digam lá então, se tenho ou não razão?

quinta-feira, dezembro 11, 2008

Próximo do Final

Enquanto o final do ano se vai aproximando, revejo 2008 como um ano de mudança. Algumas coisas mudaram para melhor, outras ficaram na mesma, outras pioraram... A nível profissional julgo que não podia ter corrido melhor... a nível pessoal, aproximei-me de algumas pessoas e infelizmente afastei-me de outras... quanto à qualidade de vida, diria que fiquei mais ou menos na mesma. Resumindo, foi um ano agitado mas morno, ou como diria James Bond, "shaken, not stirred". Apesar de tudo sinto-me bem porque felizmente tenho conseguido fazer o exercício de pensar positivo (algo que não era uma qualidade minha até alguns anos atrás). Guardo algumas expectativas relativamente ao ano que vem, mas sem fazer a minha vida depender disso. A calmaria dos últimos dias tem no entanto moldado o meu estado de espírito à sua medida. A minha ausência "blogger" está um pouco relacionada com isso mesmo: apetece-me fazer muito pouco (... mas infelizmente não posso). Nada de novo aconteceu nem se prevê que nada de novo aconteça para já, por isso vou deixar que as festividades do Natal e Ano Novo passem por mim e me levem a estar com amigos e família, a apreciar esses momentos. O ano que vem, logo se vê o que trará. Sinto falta de ser surpreendido por algo ou alguém, pelo que vou também pedir isso mesmo ao menino Jesus ou ao Pai Natal. Entretanto resta-me ir apreciando as ruas iluminadas (este ano, pouco)... a onda consumista contraditória com a crise que é apregoada aos sete ventos... os programas televisivos do costume nesta da natalícia... o enfeite (único) na minha árvore de Natal em fibra óptica (Susy, se não fosses tu, isto era uma pobreza!). Valeu no entanto o presépio espectacular que o meu Pai montou e que me fez sentir uma nostalgia e ternura inimaginável para com os meus pais, que naquele momento (armado em invejoso) quis guardar só para mim.

quinta-feira, novembro 27, 2008

E Vão Duas...

Não sou muito supersticioso, mas por vezes quando alguma coisa não corre bem, acaba por nos parecer que corre tudo mal. Depois do último fim de semana complicado, a melhor forma de terminar um domingo triste e de regresso a casa (com pouca vontade) é receber uma prenda de Natal antecipada dos nossos paramilitares da Guarda Nacional Republicana. Foi o meu caso, ao passar no quilómetro 98 da A23. Vale que deu para verificar a sofisticação desta força de segurança. A forma como o Sr. Guarda me abordou e indicou para o seguir em plena autoestrada (arrebanhando de seguida mais 2 ou 3 fotografados como eu) até à saída seguinte... o discurso e a explicação/justificação de que estavam a fazer controlo de velocidade no quilómetro 98 junto à saída de Vila Velha de Rodão, e que eu tinha sido fotografado em infracção... o equipamento informático para proceder à emissão imediata da dita multa... a explicação detalhada das três hipóteses que tinha à escolha (não pagar e ficar com documentos apreendidos, pagar depósito para poder contestar ou pagar a coima e não "bufar")... o "conforto" de proceder ao pagamento imediato através de um terminal multibanco... a gentileza e amabilidade de todos os envolvidos neste processo... deixou-me abismado.

Só me apeteceu espetar um par de estalos ao idiota que estava ao meu lado, que tal como eu levou uma "ripada" de 120 euros, e ainda acabou a conversa despedindo-se com um "obrigado". Obrigado!? Obrigado de quê, meu g'anda palerma? Acredito que os GNR de nova geração tenham treino em hipnose, de tal forma que a maioria das pessoas paga as multas e ainda agradece antes de se ir embora. Eu pessoalmente não disse nada ao sair dali. Talvez fosse dos 120 euros atravessados na garganta, e o fantasma de poder ser considerado reincidente (e consequentemente ter a pena acessória de inibição de condução). É aguardar a cartinha em casa e ver no que dá...

segunda-feira, novembro 24, 2008

Uma Estrela Que se Apaga

Mais uma estrela que se apaga no firmamento... O difícil de ser jovem é ver aqueles que toda a vida foram importantes para nós, partir. Para além da simples tristeza pelo facto de alguém deixar a vida, bem que somos treinados desde muito cedo para considerar o mais precioso, fica-nos o vazio deixado por quem ocupava parte do espaço daquilo que somos e de tudo o que vivemos. Por vezes este vazio sente-se independentemente do período de tempo em que uma pessoa partilhou o seu ser e estar connosco. Algumas pessoas preenchem mais esse espaço do que outras. A estrelinha em particular a que me refiro entrou na minha vida há pouco tempo, e por relativamente pouco tempo, mas o vazio que deixa faz-se sentir mais do que alguma vez imaginei. É inevitável sentir um aperto na garganta sempre que penso naquela velhinha sempre sorridente, alegre, meiga... com as rugas no rosto que provam a alegria e a tristeza de tudo o que de bom e mau pode acontecer a alguém... com uma calma a olhar o fim daquela rua estreita onde vivia, enquanto um gato preto arisco se enrosca nas suas pernas, que só se adquire ao fim de quase um século de vida, um século de histórias para contar e outras tantas por revelar para sempre. Por mais que não se queira encarar o inevitável ou até mesmo tentar compreender que a melhor forma de partir é assim, numa noite de sono interminável, não faz parte de nós estar preparado para algo semelhante. Eu não estava preparado, e sinto que continuo a não estar. Por muito inteligente e racional que queira ser, parte de mim parece ainda não ter percebido o que realmente aconteceu. Parte de mim parece ainda querer e desejar rever o rosto daquela velhinha que era a avó de alguém, a avó de todos nós, mesmo que não o fosse, e cujo sorriso vai fazer mais falta do que mil palavras de mil oradores. O seu nome: Ana Cândida. Ana, nome simples como a pessoa a que se refere... Cândida, inocente como a sua forma de estar e ser sempre comprovou, até ao momento final. Um beijinho muito grande para ela por ser quem foi, para as filhas por a terem sempre tratado da forma mais digna possível e para aquela pessoa cuja força revelada e atitude demonstrada é para mim um motivo de orgulho, porque mostra que não podia ter ninguém melhor do meu lado... Um beijo grande, muito grande, para ti...

quarta-feira, novembro 19, 2008

Cyber... Bullshit

Li hoje uma notícia que diz que irá começar em breve um julgamento de uma mulher implicada no suicídio de uma adolescente. Ao que parece a senhora fez algo chamado "cyberbullying" com a referida jovem (confesso que tive de ir ver o que queria dizer o termo, porque não tinha certeza). A origem do problema foi essa jovem ter gozado com a filha de Lori, a acusada e sua vizinha. Posteriormente esta terá criado um perfil falso no MySpace para ganhar a confiança e envolver-se com a jovem, tendo posteriormente posto fim à "relação" de amizade, levando a jovem ao suicídio. Existe uma expressão bem portuguesa para descrever casos como este: é daqueles que "não tem ponta por onde se pegar"! Como se pode imaginar, isto só podia ter lugar nos Estados Unidos... mas ainda assim (e apesar disso) não consigo decidir qual a maior imbecilidade no meio disto tudo: se a filhinha que não aguentou ser gozada... se a mãezinha que não tinha mais nada que fazer senão brincar na Internet... se a adolescente que se suicida por causa de uma amizade fictícia pela net com alguém que nunca viu... se o tribunal que decide julgar uma acusação destas. A todos os envolvidos neste processo eu tenho uma sugestão a dar: e se fossem todos "bardamerda" (outra expressão bem portuguesa, para traduzir a minha opinião pessoal)? Estou sinceramente fartos destes cybertermos que descrevem provações psicológicas horríveis comparativamente com a adolescência e o crescimento normal de qualquer ser humano. Lembro-me de gozar e ser... gozado. Lembro-me que os pais não usavam esquemas maléficos para vingar a honra do filho... gozado. Lembro-me de não saber sequer o que significava a palavra suicídio, quanto mais pensar cometê-lo por ser... gozado. Sei que não guardo nenhum trauma, e julgo sinceramente que certas coisas que nos acontecem enquanto crianças servem para moldar o nosso carácter, e sei que por vezes vale mais dotarmo-nos de meios para encarar o futuro do que deixar alguém encarar o futuro por nós. Uma sugestão final aos putos de hoje: os amigos também (e sobretudo) se fazem fora da Internet. Pensem nisso...

terça-feira, novembro 18, 2008

Cada Cavadela...

... cada minhoca. Se há coisa com que as figuras públicas se devem preocupar é com o que lhes sai da boca p'ra fora. Obviamente que não partilho do choque e surpresa manifestados pela classe política em Portugal, relativamente às últimas afirmações de Manuela Ferreira Leite, mas não posso considerar normal que essas afirmações tenham sido proferidas por uma líder partidária em frente às câmaras da televisão nacional. Sobretudo depois da igualmente infeliz tirada relativamente aos ilegais africanos e ucranianos que alimentam a indústria da construção civil em Portugal (que confesso não me ter chocado também). Na prática estou-me nas tintas para o que a mulher diz, mas parece-me uma estupidez atroz não controlar uma boca que mais parece proferir palavras oriundas do intestino grosso do que do cérebro. Num espaço curto de tempo conseguiu que lhe chamassem xenófoba e ditatorial, em oposição a um período prolongado em que lhe chamaram muda porque nada dizia. Realmente para dizer asneira vale mais ficar calado, ou então assumir-se como maluca (mas acho que neste caso o lugar de maluco do partido já está ocupado por um madeirense, que o desempenha na perfeição). Fico então a aguardar ansiosamente que venha a próxima bujarda, como manifestar-se a favor do uso de burca em Portugal. É caso para dizer à Nelinha para evitar azedar ainda mais o leite.

Raios me Partam...

... se não é mesmo verdade. Há cerca de duas semanas que eu e os meus amigos/colegas de trabalho andamos a fazer praticamente chacota do PJ, que teimava na existência de uma canção infantil (desconhecida para todos os restantes, quiçá até para o mundo, julgávamos nós). Já todos tínhamos feito pesquisas no Google (nas horas vagas, como é óbvio, porque isto é tudo pessoal de trabalho), e nada. Hoje senti um rasgo de inspiração baseado na descrição do próprio PJ, que indicava que a letra da música seria algo como "um dois três, quatro cinco seis, sete oito nove, dez onze doze... as joaninhas... no seu piquenique... tururu" (sendo que "tururu" representa o toque de um saxofone). O próprio nível de detalhe (ou ausência dele) só serviu para aumentar de forma inversamente proporcional o nível da chacota. Pois bem, chegou a altura de fazer um "mea culpa", e encarar a realidade. O raio da música existe mesmo! Fiz nova pesquisa, desta feita em inglês e para variar, no Youtube, e não é que surgiu isto que vos apresento!? PJ, espero que algum dia me possas perdoar... nunca mais vou duvidar dos teus conhecimentos musicais!



segunda-feira, novembro 17, 2008

Os "Rotativos"

Durante o último fim de semana foi altura de participar pela primeira vez numa acção de voluntariado, no âmbito do que já é habitual na instituição para a qual trabalho. Este voluntariado foi um pouco diferente do tradicional, porque conseguiu juntar a componente de ajuda (neste caso dedicada à APPC, que bem precisa e merece...) com uma larga dose de divertimento radical (neste caso... uma corrida de karts). Local onde o evento se realizou: Kartódromo de Évora. Confesso que foi a minha estreia no que diz respeito a estas provas, mas posso dizer que fiquei fã. Tirando um ou dois piões durante o treino, mais um ou dois durante a corrida, a coisa até nem correu mal e até consegui fazer tempos na ordem dos 59 segundos por volta (os "prós" lá do sítio andavam a bater-se nos 54), o que para maçarico, e segundo os meus companheiros de equipa (os "rotativos") me informaram, não foi nada mau... O problema é que agora acho que fiquei com o "bichinho", e sou capaz de pensar em organizar uma coisa destas, entre amigos, um dia destes. Ainda por cima algo me diz que este post é capaz de obter alguns comentários nesse sentido... Acho que vou mesmo começar a pensar nisso!

domingo, novembro 16, 2008

Quase Uma da Madrugada...

Descobri há umas semanas estes senhores. Eles já por cá andam há bastante tempo (pelo menos desde 1995), mas confesso que só agora (e graças a uma deambulação pela web) é que tive contacto com esta banda norueguesa de nome estranhamente português: Madrugada. Posso poupar-vos o trabalho de descobrir o porquê deste nome: parece que o termo foi mesmo sugerido à banda por um escritor, que lhes indicou tratar-se de uma palavra portuguesa que significa "daggry" ("madrugada", para os noruegueses - convenhamos que era estúpido estar para aqui a traduzir português para português...). É engraçado que dos vários álbuns que entretanto tive oportunidade de ouvir, cada um tem o seu estilo muito próprio, sem pretensões de estar a produzir qualquer tipo de evolução entre si. São simplesmente diferentes uns dos outros. Adicionalmente, não são facilmente categorizáveis em termos de sonoridade musical. Eu diria que o mais simples é dizer que são uma daquelas bandas de "sad rock", mas não me parece que seja completamente verdade. Seja como for, estou apreciador e recomendo. Para os mais curiosos, cliquem no link aqui mesmo ao lado. Para os ainda mais curiosos, dêem uma vista de olhos ao MySpace desta malta. Para os curiosos só assim-assim, basta dar uma espreitadela no site oficial da EMI, e apreciar o sonoro.

quinta-feira, novembro 13, 2008

Ouvir ao Vivo...

... Vitorino, na aula magna. A evocação de alguns dos nossos melhores escritores, poetas e autores sabe sempre bem. Relembra-nos aquela nossa grandiosidade que teimamos ignorar tantas vezes, e faz-nos enterrar um pouco mais os pés na terra, mostrando que a realidade daquilo que é mais simples e aparentemente (apenas) mais primário, é muitas vezes aquilo que de mais belo podemos ler, escutar e sentir. A destacar na noite: textos de Manuel Alegre, António Lobo Antunes e como não podia deixar de ser, José Afonso; uma interpretação magnífica de Janita Salomé; os copos de tinto que músicos e cantores sorveram durante o espectáculo (à homem, nada de mariquices de garrafinhas de água); o facto de curiosamente me sentir o gajo mais novo naquela aula (não é que seja velho, mas este sentimento de ser o mais novo vai-se tornando raro). Tenho a agradecer o serão diferente à minha amiga Grila, que me fez companhia, e a valer por dois. Sabe sempre muito bem sair da rotina, mesmo que seja por apenas um par de horas. Felizmente hoje foi o caso.

terça-feira, novembro 11, 2008

Lamechices, ou Talvez Não

Correndo o risco de parecer um pouco lamechas (ainda para mais porque a inspiração me advém de um pormenor que apanhei num programa televisivo), escolho o tema "amor" para escrever qualquer coisa sobre o assunto. Contraponho a possível "lamechice" com uma análise sobre o considerar amar alguém (ou não). É um facto que muito boa gente, ainda que tendo actualmente (ou tido anteriormente) relações com outras pessoas, se questionada, responderá que nunca amou ninguém. Se por um lado para alguns parece óbvio identificar quando se ama/amou alguém ou não, para mim existe uma fronteira ténue, quase imperceptível, entre o gostar muito de alguém e o amar. Isto significa que considero que muitos dos que fazem a tal afirmação, estarão certamente errados, e apenas não sabem que amaram realmente. Penso também que o amor não é necessariamente eterno, ao contrário do que somos socialmente treinados para pensar. Pode acontecer ou não, o que só ajuda à minha teoria. Não precisamos considerar alguém perfeito para sentir que amamos, basta compreender e aprender a viver com esses defeitos (e eventualmente até achar alguma piada a uns quantos, brincando com eles). Não precisamos estar sempre a pensar que vamos estar com esse alguém para a eternidade, basta apreciar e sentir que apreciamos o momento, para imaginar (e saber) que o amanhã não será diferente. Não precisamos estar à espera de ver luzes e fogo de artifício como aura de uma pessoa, para sentir que esta é especial, basta perceber e lembrar dia após dia o que nos chamou (e chama) a atenção sobre esse alguém. Se um dia todas estas receitas deixam subitamente de fazer sentido e ter significado, então cometemos um erro, caso contrário, amamos. Esta é a minha singela opinião sobre o assunto...

segunda-feira, novembro 10, 2008

Momentos

Com o passar dos anos, sinto que cada vez consigo tirar mais prazer das pequenas coisas da vida. Sinto que vou refinando a minha capacidade de apreciar todos os pequenos momentos que fazem a nossa vida ter sentido. Os acontecimentos aparentemente mais insignificantes podem muitas vezes dar-nos ânimo para um período muito maior de situações menos boas, ou no mínimo pouco interessantes. Ao mesmo tempo colocam as coisas em perspectiva, e ajudam-nos a "medir" melhor e reorganizar as nossas prioridades. Os momentos vividos junto de quem vale a pena viver são os mais importantes. Quando o tempo não é muito, o saborear destes momentos torna-se ainda mais intenso. Um jantar regado com uma conversa e ilustrado com um bom pano de fundo, ou uma reunião em torno de umas castanhas acabadas de assar acompanhadas com água pé, são apenas o mote para vivermos melhor. Como resultado deste último fim de semana, sinto que vivi. Posso não ter feito nada de especial, mas só aparentemente, porque estive com amigos, familiares, e estive bem. Espero poder continuar a contar sempre com estes e outros amigos. Não são em grande número, mas os que são valem por muitos, e felizmente estão sempre prontos para uns petiscos e uma boa dose de conversa, mesmo que seja da treta (de vez em quando também sabe bem). Àqueles com que já não estou há algum tempo, aqui fica um abraço e um lembrete: temos de combinar qualquer coisa um dia destes! E quem me conhece sabe que não sou muito de dizer isto... e não cumprir.

quarta-feira, novembro 05, 2008

Ganhou o Hussein

É verdade, as eleições para o 44º presidente dos Estados Unidos foram ganhas por Barack Hussein Obama II (sabiam que era este o nome completo do senhor?). Existem alguns factos engraçados em torno desta personagem que anima os nossos meios de comunicação social à cerca de um ano, tal como o facto de ser um dos presidentes com mais polémicas relacionadas com questões de racismo, sendo ele filho de pai muçulmano. Nomes, polémicas e controvérsias aparte, espero sinceramente que as expectativas do mundo inteiro relativamente a este novo presidente sejam minimamente correspondidas, porque historicamente após grandes esperanças ocorrem muitas vezes maiores desilusões. Muitas vezes a ousadia dá lugar à monotonia, a mais do mesmo e, muitas vezes, ao velho ditado que diz "atrás de mim virá quem bom de mim fará". Neste caso e tendo em conta que o predecessor foi Bush, é algo difícil de acontecer, mas a ideia mantém-se e a expectativa dominará certamente o mundo nos próximos tempos.

terça-feira, novembro 04, 2008

A Solução Para a Crise

Como sabem não sou apologista (ou como se diz em português correcto: "a-pugilista") de publicar posts apenas com imagens. Mas esta que vos deixo, cortesia do meu amigo PJ, está mesmo muito boa e traduz um sentimento comum relativamente ao estado geral da nossa sociedade e do mundo. É bom saber que existe uma preocupação a nível internacional, pela parte dos principais dirigentes e representantes de diferentes países, em encontrar uma solução para a crise que nos afecta a todos. Aqui fica a prova disso mesmo: oh p'ra eles todos à procura dela! Vejam, e digam lá se tenho ou não razão.


domingo, novembro 02, 2008

Estacionar em Espinha ou Com Espinhas?

Se há coisas em que o típico bom condutor português é realmente bom, é a estacionar. Hoje em dia considera-se normal passear por ruas atulhadas de carros praticamente empilhados em cima de passeios, passadeiras e acessos, sem praticamente ligarmos. Muitas vezes as dificuldades de estacionamento estão relacionadas com falta de locais adequados para o efeito, mas muitas outras não passa de mera... preguiça de quem estaciona. Junto ao local onde moro, de há uns tempos para cá, tenho um exemplo típico desta situação. Sempre que vou até ao recém inaugurado Pingo Doce, tenho direito a percorrer um caminho que inclui uma rotunda com carro estacionados a toda a volta, e um acesso com carros estacionados em segunda fila, de cada lado, o que reduz praticamente a estrada à largura de uma única faixa de rodagem. Como se não bastasse, hoje estava um carro estacionado em... "terceira fila" (não sei se este termo existe), conforme se pode verificar pela imagem. Provavelmente o senhor condutor sofria de alguma doença grave, e teve que estacionar ali naquele local de emergência para ir... tomar um café. De forma a poder reforçar um pouco o meu ponto de vista, apresento também uma segunda fotografia, em que o que fiz foi capturar a imagem na direcção oposta da mesma estrada. Como se pode ver, a cerca de 10 metros de distância, a escassez de estacionamento não era propriamente elevada. Assim sendo, deixo aqui a minha manifestação de solidariedade para com aquele condutor, visto que certamente será alguém com as capacidades motoras de um tetraplégico.

sexta-feira, outubro 31, 2008

Viagem

Precisamente há 5 anos atrás começou uma das maiores e mais emocionantes viagens da minha vida. As viagens que fazemos não são simplesmente as deslocações físicas e o espaço que percorremos, mas também o caminho que seguimos para nos transformarmos naquilo que somos (e que seremos um dia). Se havia um caminho certo a escolher nesse cruzamento que alcancei há 5 anos atrás, então foi sem dúvida aquele que escolhi. Desde então tenho caminhado e percorrido alguns quilómetros, fazendo escolhas noutros tantos cruzamentos, mas o solo que piso é suave e percorro-o acompanhado. As (poucas) dúvidas e as (algumas) adversidades que surgiram durante o trajecto foram sempre facilmente transpostas e ultrapassadas, sempre com olhares mútuos de confiança que já tão bem conhecemos e entendemos, e com os nossos braços sempre prontos a apoiar quem caminha ao nosso lado. Costumo dizer em tom de brincadeira que um ano desta caminhada corresponde a 10 ou 15 anos. Quem me ouve nestas alturas ri-se (como com tantas outras parvoíces que digo), mas não percebe que neste caso até digo a verdade. Esta correspondência não se deve a enfado ou monotonia relativamente à viagem, mas sim à variedade das paisagens que nos servem de pano de fundo, à diversidade dos trajectos percorridos, às diferentes texturas do solo pisado, ao descobrir de um pequeno pormenor a cada metro... a cada segundo, ao prazer de fazer uma caminhada acompanhado. Esta correspondência deve-se à intensidade da viagem em si. Só desejo ter as forças para continuar a caminhar por muitos anos... para continuar a amparar quem caminha comigo... para seguir o meu percurso, que é o nosso, com a mesma intensidade com que dei o primeiro passo há 5 anos atrás, e que ficou gravado no solo como se de um fóssil se tratasse. Se me estás a ler, quero que saibas que não tenciono desistir e tudo farei para que nunca desistas também. E lembra-te que as curvas e as montanhas que vão surgindo no horizonte podem apenas estar a esconder uma paisagem ainda melhor. Sempre que quisermos podemos parar, sentar, olhar à nossa volta, apreciar o que vemos, apreciar um ao outro... Por isso quando caminhares dá passadas fortes e confiantes, para que comigo deixes marcas ao longo do meu caminho... que é o teu... que é o nosso.

quinta-feira, outubro 30, 2008

Ora Aí Está o Que É

Finalmente o governo assumiu uma das coisas que mais ou menos encapotadamente tem andado a fazer nos últimos tempos. Uma daquelas que toda a gente vê, mas que até hoje ainda nenhum representante tinha chamado pelo nome: a ministra da educação vai ao parlamento explicar a proposta do governo para acabar com... as reprovações dos alunos no ensino obrigatório. Que isto já está a acontecer na prática, toda a gente sabe, mas que tal pode ser (e será) oficialmente admitido e assumido em público, é mais uma mostra do descalabro a que chegámos. Graças a Deus... perdão... Sócrates, que já existe o Magalhães, essa gloriosa "invenção portuguesa" (para quem não conhece, é um portátil baseado no já existente Classmate da Intel - e assemblado por cá). Mas se não fosse esta mesma gloriosa "invenção nacional", e tendo em conta que tendencialmente os homens e mulheres de amanhã serão desprovidos de todo e qualquer tipo de conhecimento, cultura e capacidade de raciocínio (o que já se nota hoje em dia, e bastante), Portugal poderia estar em risco. Assim, antecipo que a tal proposta para acabar com os chumbos seja deixar de leccionar matéria nas aulas. Assim os professores poderão dedicar-se apenas a, durante os 9 anos do ensino obrigatório, ensinar os alunos a pesquisar no Google. Se após algum tempo desta proposta entrar em vigor se perceber que ainda assim os 9 anos são pouco para o efeito, proponho que se alargue o ensino obrigatório até ao 12º ano. Para já aquilo que se vê é a rápida disseminação destes computadores de baixo custo. Um dia destes quem sabe sejam a custo zero. Assim sendo, e tal como diz um amigo meu: "à borla até pontapés na cabeça"!

segunda-feira, outubro 27, 2008

Não Há Estúpidos... Só Ignorantes

Medo, muito medo. Aquilo que eu pensava ser uma belíssima tirada de humor entre colegas da EDP (ver post anterior), está a transformar-se no início de uma guerra sem precedentes. Temo que o meu prédio possa vir a transformar-se numa batalha campal... numa espécie de Norte e Sul urbano (penso que a fronteira deve andar pelo 2º ou 3º andar, não tenho bem a certeza). Afinal o que parecia simples, não o é, e tenho até receio pelo facto de ter escrito o post anterior, correndo o risco de alguém já o ter lido. Temo ser um alvo neste preciso momento, de um qualquer "sniper" pronto a abater-me assim que chegar a casa. Então não é que o meu vizinho do 4º andar resolveu, como diz o povo, "tomar as dores" do funcionário da EDP e partir em sua defesa? Aqui fica um testemunho daquilo que pode ser o princípio do fim. Para quem não conseguir perceber pela imagem, deixo a legenda: "Não há estúpidos, há gente pouco inteligente ou «iogurtes»" (penso que quisesse dizer «ignorantes»). Por fim o autor desta missiva atira mais uma afirmação sarcástica: "No 4ºE há contador. Aqui quem é que será estúpido?", assim como quem dá uma bofetada no seu adversário, residente no 1º andar. Começo a temer pela minha segurança, ainda para mais porque hoje é o dia em que o funcionário vai passar pelo prédio para recolher a informação solicitada, e eu não deixei a contagem na porta. Se nos próximos dias não escrever, podem por favor enviar a polícia à minha procura...

domingo, outubro 26, 2008

Tu És Muito Estúpido...

"Tu és muito estúpido", foi a frase hilariante com que praticamente me escangalhei (gosto muito deste termo, "escangalhar") a rir quando cheguei a casa na sexta-feira e vi o aviso que um funcionário da EDP tinha deixado colado na porta do prédio. A frase não era da autoria do referido funcionário nem fazia parte do texto do aviso, que pedia encarecidamente aos moradores do prédio que deixassem um papel nas respectivas portas com a os valores dos contadores. A frase era sim, do meu vizinho Chico (toda a gente devia ter um vizinho Chico como o que eu tenho), que sendo também funcionário da EDP escreveu no aviso uma pequena missiva ao colega, dizendo (para quem não conseguir ler através da imagem) o seguinte: "Tu és muito estúpido, pois os contadores da electricidade estão na escada (do prédio)". Por fim indicou o seu número de funcionário e assinou o documento. G'anda pinta, é só o que me ocorre dizer. Chico: estás lá! Colega do Chico: um grando "buuuu" para ti! Aposto que fizeste esta esperteza no bairro inteiro, não foi, meu g'anda totó?

sábado, outubro 25, 2008

V de Lagarto

Fui hoje praticamente achincalhado quando me provaram que existia uma série cujo nome era algo semelhante ao que apresento no título deste post. Parecia-me ridícula a expectativa de que eu me lembrasse de uma série com extraterrestres-humanóides-lagartos passada em meados dos anos 80... aliás, parecia-me ridículo que existesse tal série televisiva. Afinal parece que sim, apesar de não se chamar "V de Lagarto", mas sim "V - A Batalha Final". Para quem tem um cérebro como o meu, cuja capacidade de auto preservação bloqueia este tipo de informação, aqui fica um lembrete sobre este assunto. Ah, e já agora, o meu wallpaper actual é uma fotografia de um destes extraterrestres-humanóides-lagartos, cuja cara hesita assumir-se como humano ou como lagarto.



terça-feira, outubro 21, 2008

Vida de Trolha

Se há coisa que dá gozo depois de feita, mas que custa muito a fazer, são as obras em casa. E custa muito mais quando somos nós próprios a levá-las a cabo. E custa ainda muito mais quando o tempo que dispomos para o fazer se resume a poucas horas por dia, depois do trabalho. É o meu caso. Ando nas últimas duas semanas a remodelar parte da minha casa a um ritmo de conta gotas. Ele é chegar a casa e deslocar móveis, retocar estuque, pintar paredes... depois jantar qualquer coisa... seguido de deslocar móveis, retocar estuque, pintar paredes. O pior é que nem se vê a luz ao fundo do túnel! Quer dizer... já faltou mais, mas isto é uma espécie de maratona: o que custa mais são os últimos metros (neste caso, os últimos metros correspondem aos acabamentos). Mas o que interessa é que até está a ficar bonito, o que me dá grande satisfação, porque já sei que se algum dia as minhas oportunidades profissionais no mundo da tecnologia se desvanecerem, posso sempre ter uma solução de recurso. Aceitam-se propostas de trabalho!

terça-feira, outubro 07, 2008

Fim do Mundo em Cuecas

Confesso que nos últimos tempos tenho andado com alguma preguicite aguda relativamente ao que considero a minha actividade regular de "blogger". Tenciono quebrar esta onda de marasmo que insiste invadir-me nos últimos tempos, e regressar ao que era. Julgo que este negativismo que nos tem rodeado a todos, talvez estivesse a levar-me a melhor. Mas enquanto hoje assisti ao que chamo carinhosamente de a notícia do "fim do mundo em cuecas", ao chegar a casa após um dia inteiro de formação que me impediu de ter conhecimento em primeira mão da crise que se abateu sobre o mundo financeiro (no qual ainda por cima me encontro agora inserido), e após pensar um pouco sobre o assunto, forcei-me a mudar um pouco o meu estado de espírito em relação a esta matéria. Concretamente, em relação à problemática que foi levantada, parece-me no mínimo ridícula a forma da mesma. Um dos cenários apocalípticos foi-me apresentado por um jornalista histérico, a falar em hipóteses cataclísmicas em que os portugueses amanhã de manhã iriam todos a correr aos bancos, levantar o seu dinheiro (afundando assim toda e qualquer instituição financeira). Em primeiro lugar, gostava de saber... para quê alguém faria isto? Qual o objectivo ou vantagem? Será que a grande depressão já foi assim há tanto tempo que ninguém se lembra? Em segundo lugar e tendo em conta o endividamento geral em que os portugueses vivem, iriam levantar... o quê? Eu particularmente posso levantar uma dívida de alguns milhares de euros... e o caro leitor, tem mais para levantar do que aquilo que deve? Agora que até já é um pouco tarde forço-me a assistir ao "Prós e Contras" na esperança (que cada vez se mostra mais vã), de obter mais alguma informação útil. Basicamente a opinião geral destes "experts" é tão boa como a minha ou de outra pessoa qualquer. Existem dúvidas, não se sabe como os mercados (e as pessoas) vão reagir, e é opinião geral de que é necessário evitar pânico desnecessário. Para mim o pânico é sempre isso mesmo: desnecessário. Tenho até para mim que ninguém até hoje "panicou" por necessidade alguma. Como tal e dada esta crise instalada tenho a dizer-vos o que vou fazer amanhã: vou levantar-me pelas 7h e picos, tomar banho, e vou trabalhar. Ao fim do dia serei até capaz de vir para casa, jantar e dormir. E assim farei dia após dia, até que o fim do mundo chegue mesmo (esperando não estar em cuecas). Aí então, e quando não restar outra solução, sou capaz de migrar para qualquer lado e começar a criar galinhas e leitões para sobreviver, qual eremita no meio do mato, recorrendo a truques dignos do Tom Hanks em "O Náufrago" para me conseguir alimentar, e aos meus. Ah, é verdade... já pensaram que eventos como a queda de edifícios com milhares de pessoas, o alagamento de cidades inteiras, mal construídas, devido a cheias, ou tsunamis que engolem a costa de países, podem ser uma forma muito mais surpreendente do mundo acabar? Quem me conhece (e entende) percebe que não estou a escrever com negativismo: estou a escrever porque estou a "pensar", e recomendo que todos façam o mesmo.

segunda-feira, setembro 15, 2008

Filosofia do Pardal

Não sou muito dado a posts que simplesmente anexam imagens para o olhar do caro leitor (que regra geral espera mais do que isso). Ainda assim neste caso resolvi abrir uma excepção. Até porque já tinha em tempos recebido esta história por e-mail, e tinha-lhe posteriormente perdido o rasto, esta foi uma forma de "afixar" esta história dos tempos modernos. Muita gente certamente vai rever-se no grande princípio filosófico que aqui fica, mais concretamente no papel do pardal... Ele há fábulas da vida real, que nem o próprio La Fontaine se lembraria de escrever.

segunda-feira, setembro 08, 2008

Melhores dos Melhores

Se há coisa que gosto é sentir que aproveito bem o tempo. É o que acontece quando penso em tudo o que fiz nestes últimos 2/3 meses, tanto em período de férias, como fora dele. Consegui fazer com que os dias que tinha para descansar (ainda que intercalados com semanas de trabalho) rendessem uns momentos bem passados. Começando por uns dias de praia magníficos na Ericeira, passando por uma viagem a Punta Cana, seguida de uma semana na Beira Interior, e acabando num fim de semana em Odeceixe, onde até o mau tempo resolveu dar tréguas. Sempre acompanhado, em qualquer das circunstâncias, da companhia dos melhores dos melhores. Um grande obrigado a todos por me terem ajudado a passar três meses magníficos. Resta agora voltar a aproveitar com a mesma "sede" todos os momentos, por muito curtos que sejam. Por muito "cliché" que seja a frase, não se pode dizer isto de outra forma: "carpe diem"!!!

quarta-feira, setembro 03, 2008

Os "Chromos" da Google

Cada vez mais acredito que num futuro próximo, a grande potência informática não será a Microsoft, mas sim a Google. As nuances dos sistemas operativos são cada vez menos importantes para as pessoas (o que permite uma maior abertura à chegada de novas tecnologias), as ferramentas abertas cada vez mais disseminadas (o que permite uma menor fidelização a software como Office's e afins) e... a Internet cada vez mais valorizada (a principal área em que a Google actua). A Google vai cada vez mais apoderando-se de nós e da nossa informação. Algo que começou com o mais simples motor de busca do mundo, passou por ferramentas como o Google Desktop (que permite fazer do nosso ambiente de trabalho, um motor de busca, indo parar a indexação da nossa informação pessoal sabe-se lá onde), o Google Maps (um dos, senão o maior SIG do mundo), o Google Earth (um levantamento impressionante de imagens de satélite do mundo inteiro) e até mesmo o Blogger, a ferramenta que suporta este vosso modesto estaminé! Hoje (02-09-2008) é a vez desta organização se estrear na produção de browsers. Como tal, está anunciado o lançamento do Google Chrome, com uma conferência de imprensa prevista para as 18h. O mais impressionante é a disseminação que esta informação teve, quando a ferramenta ainda nem sequer se encontra disponível (no momento em que escrevo este post). Confesso que estou com curiosidade, pelo que sou dos que estão com o "dedo no gatilho" para fazer o download. Assim serei mais um dos vendidos que cedem a alma ao Demo no purgatório da globalização. Vade retro!

terça-feira, setembro 02, 2008

Azia Pós Férias

Assim que regresso de férias posso logo dizer que comecei com uma "azia" do caraças. Ele foi um último dia de praia com direito a descarga poluente (valeu a manhã e o almoço na companhia dos amigos para salvar o dia)... ele foi pagar o IRS... ele foi a mudança de tempo... ele foi o trânsito da cidade... etc. Basicamente, aquele conjunto típico de pequenas coisas que nos fazem perceber que as férias... já eram! O primeiro dia de trabalho é igualmente mau. Para além dos 375 e-mails que temos para ler, temos ainda de lidar com aquela inércia que, quem não estava de férias ao mesmo tempo que nós, não consegue compreender. Enfim, espero que daqui a um ou dois dias a coisa melhore, mas para já confesso que não está famosa. Ontem assisti a uma reportagem que falava de "depressão pós férias". Se calhar existe mesmo...

quinta-feira, agosto 21, 2008

Na Caminha...

O atleta olímpico Marco Fortes foi convidado a vir mais cedo para casa após a sua eliminação nos Jogos Olímpicos. A causa deste convite não foi a eliminação (já que nesta edição é o prato do dia para os atletas portugueses, à excepção de Vanessa Fernandes). Este convite foi motivado pelas declarações proferidas aquando da falha no apuramento (marca de 18m no lançamento do peso, 2 lançamentos nulos), em que entre outras coisas que podem ser classificadas como "barbaridades" no chorrilho de desculpas dadas, disse que não se tinha adaptado ao horário da prova, sendo que "de manhã só é bom é na caminha"... Se por um lado uns defendem que uma piada falhada num momento de frustração não deveria fazer deste homem o alvo de críticas (para mim seria mais chacota), por outro lado temos de pensar que cada um de nós está, no próprio dia-a-dia, sujeito aos olhares e à aprovação ou reprovação dos outros. Todos nós temos momentos chave na vida em que não podemos falhar. Se o momento chave deste atleta era, pelo menos naquela altura, o apuramento, então os comentários que viria a proferir posteriormente seriam tão ou mais importantes que isso, uma vez que estava sob o olhar do mundo inteiro. Se tinha a capacidade de raciocínio toldada, então mais valia não fazer qualquer comentário. Concordo com as atitudes reprovatórias que o comité olímpico tem levado a cabo, porque nesta edição em que os atletas portugueses tiveram finalmente algumas condições (mesmo financeiras) durante os anos anteriores para a prática das suas modalidades, no momento em que as expectativas estavam mais altas, o stress fez ceder praticamente todos os participantes. Se já não existe espaço para forças da natureza como o Carlos Lopes, que comeu um cozido na noite anterior a ganhar o ouro, existe no entanto um rigor e um nível de exigência que não se compadece com quebras anímicas e com a pressão psicológica. Apesar de tudo, aqui expresso a minha solidariedade para todos aqueles que após anos de trabalho, não conseguiram realizar (para já) os seus sonhos.

domingo, agosto 17, 2008

Eclipse

Reparei ontem enquanto jantava com uns amigos em Porto Brandão, ali bem nas margens do Tejo, que a lua que devia ser cheia, não o era. O retrato ribeirinho com Lisboa iluminada do outro lado e com aquilo que parece uma pequena vila piscatória abandonada, tornava-se ainda mais invulgar e misterioso. Chegámos rapidamente à conclusão que se tratava de um eclipse lunar a que ninguém deu importância, nem ninguém comentou. Muitos dos eclipses lunares e solares passam por nós assim mesmo, eclipsados por outra coisa qualquer. O Público mostra hoje uma fotografia do eclipse... na Letónia. Outros periódicos relatam eventos de importância considerável, como o casamento de Ellen Degeneres e Portia di Rossi, o comentário de Jardim sobre Sócrates (o "perigoso"), ou até mesmo um estudo que mostra que o Verão é propício à... procriação. E assim cheguei à conclusão, mediante uma consulta de várias publicações em busca de uma qualquer notícia, qualquer coisa que esteja a acontecer... que tal coisa não existe. Acho que devemos andar todos eclipsados... por isso o melhor é esperar que a sombra passe e a luz se volte a reflectir em qualquer coisa. Talvez nessa altura consigamos ver melhor.

quinta-feira, agosto 14, 2008

De Pequenino se Torce o Pepino

Foi definida uma forma de assalto em Portugal. Tal como no jogo do monopólio existia um cartão para sair da prisão, nos assaltos perpetrados na vida real existe um cartão para nunca entrar nela. Para tal basta que o criminoso, caso deseje realizar um assalto, leve uma criancinha consigo. Assim, os agentes da autoridade deverão efectuar o raciocínio "ah e tal, espera aí que vai ali uma criancinha de 12 anos, que provavelmente já é do meu tamanho, e acabou de participar num assalto, por isso o melhor é não fazermos nada que possa colocar a sua vida em risco". Sempre que não for possível para estes agentes identificarem se existem criancinhas ou não dentro de veículos em fuga, devem recorrer às capacidades mediúnicas que são ensinadas na academia (julgo tratar-se de uma disciplina leccionada pela Maya ou pelo Paulo Cardoso...). Por outro lado, sempre que um agente falha nesta sua obrigação, pode ser sujeito a processos crime colocados pelos criminosos que circulavam na viatura e/ou pela família da vítima (que na prática são por norma os mesmos). Como disse uma testemunha do crime ocorrido ontem à noite, que confessou não ter assistido ao crime ocorrido ontem à noite, "atiraram a matar". Ora neste caso em particular, e como falharam as capacidades mediúnicas, não só em determinar que existia uma criança, como também o facto de esta ser de etnia cigana, os agentes podem e devem ainda ser condenados por atitudes de racismo e xenofobia. Conforme disse um elemento da família de criminosos... perdão... "dos" criminosos, "é para prender, não é para matar... nós não somos animais". Eu discordo com a parte da comparação aos animais, porque eu julgo que estes sim, merecem ter direitos. Por fim, e falando/escrevendo (finalmente) um pouco mais a sério, manifesto aqui a minha solidariedade para com o agente da autoridade que fez o disparo, pois imagino que tenha acabado de estragar a sua vida ao agir de acordo com regras e a sua própria consciência.

segunda-feira, agosto 11, 2008

O Mar Enrola na Areia

Começou hoje mais uma obra pública. Desta feita trata-se de encher as praias da Costa de Caparica com... areia. Parece que se decidiu que a melhor forma de combater a redução de areal provocada pela subida do nível do mar é... ignorar o facto e acrescentar areia. Confesso que não sou engenheiro ambiental nem de qualquer outra área afim, no entanto parece-me que talvez esta não seja uma medida propriamente fadada ao sucesso. Colocando a coisa em termos leigos, será que a areia que for reposta não vai ser ela própria levada pelo mesmo mar, cujo nível teima subir de forma irreversível? E já agora, a realizar esta obra e dadas as já muitas dificuldades que os habitantes e comerciantes daquela zona vivem pelas condições actuais das praias, será que não existiria outra altura melhor para estas obras, que não o mês de Agosto (a obra tem o fim previsto para 19 de Outubro)? Parece-me que, tal como li num outro blogue, vão existir muitos "refugiados de verão" este ano. Será que o exército tem "praias de campanha" que possam ser montadas no interior do país, para minimizar o flagelo que vai afectar este pessoal? Por estas e por outras, este ano só fui um dia até à Costa e... serviu-me de lição. Bom proveito!

sexta-feira, agosto 01, 2008

O Mesmo PR de Sempre...

Ainda não tive oportunidade de conversar com muita gente sobre este assunto, mas confesso que o comunicado do Exmo. Sr. Presidente da República durante o dia de ontem, não me surpreendeu. Assim que ouvi a histeria com que foi anunciada uma comunicação do PR na televisão, imaginei logo que a meio do período de férias do próprio assim como da maioria da população, e tendo em conta que nada de particularmente interessante se passa no âmbito da vida política nacional, nada de interessante também poderia resultar de tal intervenção. Assim sendo e apesar da monotonia e indiferença com que escutei o dito comunicado, não posso deixar de constatar a dualidade de sentimentos que experimentei. Isto porque a desilusão é patente quando escutamos o nosso chefe supremo manifestar preocupação para com o estatuto político dos Açores, quando vivemos a situação sócio-económica nacional que vivemos. Ao mesmo tempo é importante e gratificante perceber que nem todas as inconstitucionalidades aprovadas em AR passam pelo crivo do PR. É certo que a maioria passa, mas imagino que, quando um único diploma apresenta 8 medidas que vão contra a constituição, isto possa ser considerado grave. Ainda no âmbito desta dualidade de sentimentos, é de realçar a impotência de uma figura como o PR, que tem de se limitar a fazer "recomendações" enquanto observa o "assassínio" sistemático da constituição. Enfim, resumindo e concluindo, assistimos todos a mais um episódio triste deste nosso Portugal. Acho que estamos a precisar de outro campeonato de futebol ou de mais incêndios para desviar a nossa atenção...

quinta-feira, julho 31, 2008

Literatura de Férias

Uma das coisas pelas quais anseio sempre por fazer quando as férias se aproximam, é colocar a leitura em dia. Gosto sinceramente de ler e sinto-me sempre mal, raiando quase o sentimento de culpa, pelo facto de durante meses e meses não ter a disponibilidade, ou talvez força de vontade que gostaria de ter, para ler com alguma regularidade. Mas quando chegam os esperados dias de descanso, tudo muda. Normalmente já tenho uma lista em mente dos livros que pretendo ler e depois, é só colocar mãos à obra. Até ao momento a minha escolha mostrou-se certa, por isso tenho de partilhar. Depois de ter começado com o Equador do Miguel Sousa Tavares, conforme já comentei e (d)escrevi anteriormente, fiquei com vontade de ler também o Rio das Flores (igualmente do MST). Assim fiz e não fiquei desiludido. Apesar de Equador ainda me parecer melhor, Rio das Flores não fica muito atrás. De seguida parti para um outro livro que aborda a mesma época, com o título Enquanto Salazar Dormia (de Domingos Amaral), que se revelou uma história de acção diferente, mas muito interessante. Passei ainda pelo Clube Bildeberg de Daniel Estulin, mais dedicado às teorias da conspiração (ou talvez não), assim como o Sétimo Selo de José Rodrigues dos Santos (o primeiro livro que leio dele). Pelo meio ainda li mais um dos livros de Daniel Silva, com o título de Marca do Assassino. Nesta recta final do meu período de descanso estou com uma literatura um pouco mais leve. Mais concretamente, estou a ler Boca do Inferno, do Ricardo Araújo Pereira, que consiste numa compilação das já conhecidas crónicas publicadas na revista Visão. Qualquer das publicações mencionadas provou ser uma escolha certa, pelo que deixo aqui mais uma das minhas recomendações para qualquer uma delas.

quarta-feira, julho 30, 2008

De Puta Madre

Foi este o nome de baptismo da "família", integrado na qual viajei até à ilha de Saona, na República Dominicana. Até agora ainda não consegui esquecer as águas quentes e cristalinas das piscinas naturais onde nadei e brinquei com as estrelas do mar. Este foi apenas um dos dias que passei nas caraíbas, onde o ar é quente e húmido e o mar é azul turquesa. O jacuzzi dentro do quarto e as palmeiras junto à praia deixaram de fazer parte de um postal ou de uma imagem longínqua e tornaram-se realidade. Se a realidade nem sempre é nossa amiga, este tipo específico de realidade sabe sempre (e faz-nos sempre) bem, porque nos ajuda a perceber que nem tudo aquilo que numa determinada fase da nossa vida pensamos ser inalcançável, tem efectivamente de o ser. Confesso que não fazia grande questão de embarcar nesta viagem a Punta Cana, concretamente. Parecia-me um destino um pouco "batido" e até talvez desprovido de grande interesse. No entanto a ocasião pedia mesmo por umas daquelas férias "à sombra da bananeira" (neste caso palmeira)... a beber daiquiris, margueritas e coisas do género na praia... e resultou. Volto assim revigorado e com aquela cor do mar gravada na minha mente. Não foi a melhor das (poucas) viagens que fiz até hoje, mas está sem dúvida no top. Ah, já agora, a fotografia é de lá...

quinta-feira, julho 17, 2008

Linha Imaginária

Terminei hoje de ler este livro, e é daqueles que quando chega ao fim, temos pena que acabe. Foi a primeira vez que li algo mais do que um artigo de opinião ou um comentário do Miguel Sousa Tavares e, não me decepcionou. Sinto sempre uma dualidade de opinião quando falo deste jornalista/comentador/escritor. Em primeiro lugar porque, como jornalista, apesar de bom já há muito tempo deixou de ser imparcial. Em segundo lugar, porque enquanto comentador, ora estou completamente de acordo com opiniões expressas, ora estou no mais completo desacordo. Em terceiro lugar, porque como escritor é bom, mesmo muito bom. Este livro foi para mim mais uma prova disso. Quanto à forma, algures entre a escrita de um jornalista transformado em escritor, e entre estilos literários mais tradicionais, encontra-se o relato desta história, recheada de humanidade, sensualidade, erotismo, aventura e... drama. Quanto ao conteúdo, deixa no ar a sensação de nostalgia e beleza selvagem, mesmo de quem nunca viveu nas colónias, de uma África quente e distante que todos sonharíamos conhecer. Um trabalho considerável de pesquisa, enquadrado numa época histórica, com um enredo digno de qualquer produção cinematográfica (talvez fosse melhor do que a realização da série que se encontra já em curso). Se o equador é uma linha imaginária, "Equador" é uma linha de imaginação que nos faz viver outras épocas e outros locais. Sei que não será eventualmente novidade para ninguém, mas como só agora tive oportunidade de o ler, recomendo.

terça-feira, julho 15, 2008

Novela da Quinta da Fonte

No mundo de hoje em dia não consigo deixar de evitar soltar umas valentes gargalhadas quando me deparo com situações como as da última novela da comunicação social: a Quinta da Fonte (o próprio nome bate aos pontos a "Vila Faia"). E solto umas gargalhadas só para não me atirar para o chão a chorar desalmadamente! Mas voltando ao conceito de novela, esta em particular tem todos os ingredientes para dar um bom programa televisivo, daqueles com muita audiência. A trama conta com acção, violência e até está recheada daquelas mensagens de âmbito social, de que os guionistas tanto gostam. E o drama... ele há coisa mais dramática do o êxodo de um bairro inteiro, a deslocar-se em peso para a porta da câmara municipal, a pedir asilo? Isto é quase uma cena bíblica! Eu por vezes também sinto falta de segurança quando estou em casa, por isso o melhor é falar com o António Costa para ver se me arranja um T3 ali mais junto ao rio... Mas ainda relativamente aos ingredientes de um bom programa televisivo, esqueci-me de mencionar a parte da comédia: a comunidade em fuga é - deixa cá ver como se diz isto em português politicamente correcto - uma comunidade de etnia cigana, enquanto que a comunidade agressora é - deixa cá ver outra vez como se diz isto sem ferir susceptibilidades - uma comunidade de etnia africana (ufa... estava a ver que não conseguia escrever este parágrafo). Isto é quase tão cómico como o Scolari a defender o quaresma! Mas voltando ao centro da trama, então não querem lá ver que as minorias que habitualmente se queixam de racismo são elas próprias... racistas!? Volto a afirmar, esta história tem tudo para cativar o espectador! Meus amigos, vou certamente ficar a aguardar as cenas dos próximos capítulos, porque o episódio piloto da série foi demais!

segunda-feira, julho 14, 2008

Velho Não... Gasto!

Esta coisa de fazer anos vai realmente ganhando um peso e uma importância diferentes ao longo do tempo. Não é que olhe para mim e me sinta ou veja mais velho, mas certamente um pouco mais "gasto", sinto que vou ficando. Isto não é nada que com jeitinho não se vá aguentando (ao contrário de alguns dos efeitos incontornáveis da idade), mas certamente é algo com que todos nos devemos preocupar. Efectivamente, na vida, o mais importante é arranjarmos forma de não nos "gastarmos" ou desgastarmos com as situações em que nos vemos envolvidos. Tenho tentado fazer isso, umas vezes com sucesso, outras nem por isso. Julgo que a melhor mais valia que tenho e que alguém pode ter, para insistir e conseguir triunfar nesta missão, é estar rodeado de bons amigos que possam dar ainda melhores conselhos ou a sua simples ajuda, para combater este "efeito". Eu posso dizer que conto com alguns, muitos deles que já tiveram a atenção e preocupação de falar comigo hoje, outros que certamente o farão até ao final do dia, e ainda outros que se vão esquecer, mas que não deixam de ser menos importantes por causa disso. Aproveito assim o meu aniversário para dar os parabéns a todos os meus amigos por serem isso mesmo, bons amigos. Um abraço e um beijinho, aos gajos e gajas respectivamente (amigos amigos, mas sem confusões dessas, OK...).

sexta-feira, julho 11, 2008

Ai... Phone

Teve lugar ontem o lançamento oficial do iPhone, o novo "gadget" (nome fino para inutilidade engraçada de se ter) da Apple. Note-se que quando associo o conceito de inutilidade a gadgets, não me estou a afirmar como sendo contra as tecnologias e/ou objectos de entretenimento deste género (quase todos gostamos de os ter). No entanto se há coisa que me enerva, são as modas. As modas têm disto, levam multidões atrás. Foi o que aconteceu com o aparecimento em massa dos GPS (que por opção até hoje não tenho), e foi também o que aconteceu agora com este novo "brinquedo" disponível por algumas centenas de euros, no mercado. Curiosamente, não foram essas centenas de euros que impediram uma verdadeira avalanche de compras a nível nacional num país que se diz estar em crise. O problema é que uma grande parte dos compradores... ainda está à espera para poder utilizar o seu novo brinquedo! O facto de o aparelho ter de ser activado através de um computador e uma ligação aos servidores da Apple, torna-se um impedimento quando esses mesmos servidores deixam de funcionar. Enquanto o problema aguarda resolução, também os utilizadores aguardam a oportunidade de fazer um brilharete lá em casa, ou com os amigos, mostrando a quantidade de funcionalidades absolutamente fantásticas e igualmente inúteis que este aparelho possui, comparativamente com outros aparelhos do género já existentes no mercado. Há alguns meses atrás tive a oportunidade de ver pela primeira vez um iPhone a funcionar, e posso classificá-lo como "muito giro" (aposto que qualquer proprietário de iPhone vai certamente demonstrar o "zoom" com um toque dos dedos). No entanto, na prática, pouco mais faz que o meu N70 (passo a publicidade) que tenho porque me foi oferecido. Mas o que é importante... é estar na moda. Eu... para já não estou. Talvez quando um dia o iPhone deixar de ser moda, me resolva a experimentar um.

terça-feira, julho 08, 2008

Crónicas de Uma Cidade Antiga

Passeio algumas vezes pelas ruas de Lisboa, observando edifícios com tanto para contar, mas que mais parecem moribundos. Ontem o incêndio da Avenida da Liberdade levantou, segundo a comunicação social e outros, o espectro da tragédia que foi a destruição do Chiado na década de 80. Eu lembro-me dessa destruição, mas diria antes que algumas zonas desta cidade são elas próprias pouco mais que fantasmas, pelo que não são necessárias memórias mais ou menos longínquas de outros tempos para ter uma fotografia negra da situação. A Lisboa que temos hoje em dia, apesar de ser ainda muito bonita no geral, é o resultado de anos e anos de especulação e aproveitamento dos mesmos de sempre, a nível imobiliário e não só. É uma cidade deserta, com três habitantes numa zona como a do Rossio e ruas com mais de dez portas seguidas emparedadas. Os preços são demasiado altos e especulativos para quem quer que seja comprar, e os edifícios são demasiado antigos e danificados para se poderem recuperar. Os (poucos) habitantes vão deixando de existir, conforme vão abandonando as suas casas ou morrendo, logo seguidos das suas próprias habitações, locais que testemunharam as vidas de várias gerações, as alegrias e sofrimentos de todos os que passaram por entre as suas paredes, em frente às suas fachadas... prédios que vão definhando lentamente. Entretanto as pessoas vão-se acumulando em caixotes com divisórias que proliferam ao redor da cidade. Locais desprovidos de qualquer beleza, harmonia estética ou mesmo qualquer característica em particular. De dia multidões deslocam-se em direcção ao centro deste coração que adoece com o passar do tempo, de noite regressam aos seus casulos para logo depois repetir o mesmo movimento perpétuo. Posso dizer que vivo dentro desta cidade e que reconheço as claras vantagens que isso tem, a beleza (ainda) indubitável desta capital europeia onde tenho o prazer de viver, e a tristeza de assistir ao seu envelhecimento sem a dignidade que um local único como este merece.

Comunicado

Depois de ter sido praticamente achincalhado pela minha ignorância, venho por este meio apresentar publicamente um comunicado com as minhas desculpas pelo facto de ter feito escárnio da utilização da palavra "polonês". Segundo pude confirmar directamente da fonte (leia-se, o meu colega e amigo Eduardo), esta é a versão luso brasileira para a palavra "polaco". Assim sendo e tendo em conta a evolução imposta pelo acordo ortográfico em vigor (ainda que em constante mutação), venho por este meio auto flagelar-me e repor a verdade sobre este assunto. Eu bem devia ter desconfiado da "label" que indicava "Selecione" em vez de "Seleccione". Mea culpa, mea culpa, mea maxima culpa! Ainda tenho de comprar um daqueles livrinhos sobre o (des)acordo ortográfico, senão qualquer dia ninguém percebe aquilo que eu digo/escrevo!

segunda-feira, julho 07, 2008

Diz-se Houveram em Polonês?

As evoluções resultantes da implementação do acordo ortográfico não deixam de me maravilhar. Depois de ouvir na televisão uma senhora actriz dizer "houveram" como verbo principal de uma frase, durante a actualização do meu Pinnacle Studio (para os leigos, software de edição de vídeo), foi-me apresentada esta janelinha. O meu cérebro fez aquilo que nos "flippers" se chama "tilt", dando logo de seguida um triplo mortal encarpado à retaguarda, até perceber a que idioma esta estranha palavra se referia. Imaginei várias possibilidades, entre as quais a existência de um país novo ou eventualmente desconhecido para mim, como a "Polonésia"... pensei num novo estado formado por habitantes da China e da Polónia... enfim, todo um mundo de hipóteses se abriu à minha frente. Mas a dura realidade é que este idioma diz respeito à Polónia, país onde se fala... polaco. Ainda bem que não tive de seleccionar esta opção (felizmente existia um "português brasileiro" e um "inglês" sem margem para dúvidas, antes de ter de recorrer a uma situação limite como esta). Neste momento e concluída a instalação, tenho algum receio de abrir o programa... sabe-se lá com que palavras novas serei confrontado? Confesso que receio pelo futuro...

quinta-feira, julho 03, 2008

Apenas Uma Vítima

Diz que parece que afinal de contas, o Mugabe é simplesmente uma vítima. Um fantoche, refém dos antigos combatentes e da polícia que ele próprio criou para o Zimbabwe. Quem o diz é o deputado caboverdiano João Medina, participante numa das missões da União Africana no país (se fosse um gajo do Zimbabwe é que eu me admirava). Mais detalhes sobre esta novidade podem ser lidos num artigo do Sol. Até já estou a imaginar o homem a lamentar-se nas suas reuniões semanais dos ditadores vitimizados anónimos: "Olá, o meu nome é Mugabe, sou vitimizado como ditador há dois dias". A generalidade das pessoas não compreende a vida difícil de um ditador, mas isto de ter o sangue de milhares de inocentes nas mãos é muito duro. Por vezes é preciso lavá-las duas e três vezes antes de jantar! A vantagem deste tipo de assassino-ditador-ainda-que-vítima é não ter consciência, senão só em psicanálise era um balúrdio. No entanto, claramente trata-se de um homem afectado e perturbado também a nível psicológico. Existe alguma outra explicação para aquele bigodinho, numa clara alusão hitleriana? Basicamente pretendo com este meu post exprimir a minha compreensão para com o flagelo que é a vida deste filho-da-puta-ainda-que-vítima. Mugabe, estou contigo! Se ser fantoche é ter um gajo a enfiar-nos a mão pelo cú acima enquanto fala por nós com uma voz estridente, tu mereces isso mais do que ninguém!