segunda-feira, outubro 29, 2007

Analfabeto Televisivo

Apercebi-me hoje que devo ter estupidificado nos últimos anos, pois cada vez percebo menos os programas de televisão. Cerca de 80% da reduzida programação com que me cruzo durante longas sessões de "zapping" entre os 4 canais que tenho (sim, sou teimoso e continuo a recusar-me a ter TV por cabo), passa-me completamente ao lado. Não percebo os reality shows, e garanto-vos que não é pelo facto de todos os participantes serem do norte do país e possuírem o sotaque mais arrevezado que se possa imaginar. O que eu não percebo, é mesmo o formato. O Big Brother por muito mau que fosse, tinha umas regras simples: meia dúzia de tótós com a escolaridade mínima obrigatória mal feita fechados dentro de uma casa, é fácil de entender, como diriam os "The Gift". Hoje vi o título de um programa da TVI que se chama "Cantando e Dançando Por Um Casamento", que mais parece o prefácio de um livro, onde aparentemente o objectivo do jogo é ter um casório do catano, à custa de não saber cantar nem dançar. A SIC tem um outro programa que se chama "Família Superstar", onde se tentam reunir cantores medíocres com grau de parentesco, destinados ao anonimato eterno. Depois temos algumas novelas a passar na TV desde 1894, cujo enredo é fisicamente impossível tentar seguir (há uns tempos ouvi falar na reedição da Vila Faia...). Já nem falo dos programas que passam durante a manhã (onde se apanham pérolas como esta), em que a variedade da parvoíce é tanta, e as aventesmas participantes são em tal quantidade, que se torna impossível descrever o formato (basta dizer que num deles aparece o Cláudio Ramos). A história da desgraçadinha também deve render audiências, porque a grande aposta está em entrevistar pessoal tetraplégico ou pior, cuja mãe era prostituta e o pai andava no gamanço, enquanto os figurantes vão sendo instruídos para chorar copiosamente. Restam-me assim 3 programas que consigo ver (quando tenho tempo e disposição): "Diz Que é Uma Espécie de Magazine", "Conta-me Como Foi" e a cena dos "Miúdos de 10 Anos". Tirando isto, resta tornar-me viciado em anfetaminas para aguentar até às quatro da manhã, e "papar" assim dois CSI's, três Dr. House's e mais meia dúzia de programas fixes, sem sucumbir aos 45 minutos de intervalo entre cada um.

1 comentário:

grila disse...

eu, desde que aderi às séries, não quero outra coisa. não há pachorra para a "nossa" tv.