quarta-feira, maio 13, 2020

13 Capítulos de Uma História em Construção

12 de maio de 2007.

O dia em que duas pessoas resolveram começar a escrever uma história em conjunto. Pensar que tudo começou alguns anos antes, a partir de um salto de páraquedas, que evoluiu para uma relação à distância com sotaque alentejano, o primeiro filho, algumas mudanças de vida, depois o segundo filho, muitas alegrias e a dose de apoio e entreajuda certa nos momentos mais difíceis. Se tivesse de resumir numa só frase, esta seria uma aproximação mas que ficaria sempre aquém de fazer jus a esta aventura a dois (ou a quatro).

Olhando para trás, não tenho arrependimentos e sinto sim um grande orgulho na família que ajudei a construir. Não podia pedir melhores pessoas para ter à minha volta. Não podia pedir um sentimento mais profundo que aquele que nutro por cada uma dessas pessoas. Não podia pedir maior carinho que aquele que sinto da parte delas. Por isso... sim... orgulho, mas sobretudo gratidão.

Espero continuar a poder escrever capítulos de uma história interessante, digna de um "best-seller", e que não me faltam as palavras para ir escrevendo sobre isso aqui também. Sobre o dia propriamente dito, fui buscar as gravações ao "baú" e revi o mesmo, também em família. Deu para rir, deu para chorar e deu para sentir as saudades daqueles que já não estão por cá, mas que na altura celebraram comigo, que ficaram genuinamentes felizes por mim e que me devem estar a espreitar lá de cima com um grande sorriso nos lábios, tão grande como aquele que tinham no dia 12 de maio de há 13 anos atrás.

Numa só palavra: felicidade.

domingo, maio 03, 2020

Minha Mãe, Querida Mãezinha...

"Minha Mãe, querida Mãezinha,
Para mim és uma flor,
Uma flor tão bonitinha,
Uma flor cheia de amor."

Há quase 40 anos atrás (quase... ainda falta) o mundo ganhou uma nova Mãe. A ela calhou-lhe este cromo que aqui escreve como filho, a mim calhou-me a melhor Mãe do mundo... a melhor que podia ter pedido. Uma Mãe galinha e protetora (herança de algumas caraterísticas da Mãe que ela própria teve), frágil e forte ao mesmo tempo,  sempre apaixonada e orgulhosa de todo e qualquer feito, por mais ou menos importante que fosse, deste seu filho. Hoje que sou pai entendo que é assim. Orgulhamo-nos de tudo aquilo que os nossos filhos alcançam, mais do que nos orgulhamos dos nossos próprios feitos. Simplesmente porque eles são o nosso maior feito, aquela pequena marca que deixamos e que perdura mesmo de pois de já cá não estarmos.

(deixo este registo fotográfico de 2002 em modo disfarçado, porque sei que a minha mãe não gosta de fotos, e hoje - mas apenas hoje - é dia de lhe fazer essa vontade)


Há uns 30 anos atrás, mais coisa menos coisa, escrevi a pequena quadra com que iniciei este texto, para oferecer à minha Mãe. 30 anos passaram e continuo a ter o que escrever, porque nesta aventura de se ser filho e pai e Mãe de alguém, há sempre algo de novo a acontecer e uma evolução constante daquilo que somos e da nossa forma de estar e de viver. As circunstâncias que hoje todos experimentamos são a prova disso, da importância que temos uns para os outros, do quanto nos preocupamos com os outros - frequentemente mais do que com nós próprios - e do quanto necessitamos de estar juntos. Foi com essa forma de estar que cresci e aprendi a viver, relativamente aos meus pais, e hoje em particular há que dizer em relação à minha Mãe. Sinto sempre que estou junto dela e ela junto de mim. Sei ainda que ela vive o mesmo que aqui descrevo de forma mais intensa, porque ser pai e ser Mãe é isso mesmo, é viver a vida dos nossos filhos de forma amplificada em relação à nossa.

Deixo assim aqui um beijinho muito especial numa altura em que todos os dias somos testados e postos à prova. Em que arranjamos formas originais de estarmos juntos, porque próximos e unidos estamos sempre, por laços que não se conseguem ver nem tampouco descrever, pelo menos de forma a que essa descrição lhes faça justiça. Os laços que unem uma Mãe aos seus filhos.

Deixo ainda um beijinho especial a todas as mulheres que tive e tenho à minha volta, que de alguma forma e pelas mais variadas circunstâncias também foram minhas Mães, e que sinto por vezes também me vêem como uma espécie de filho. Um grande bem haja, cheio de carinho e saudade... tenho-vos e sempre terei a todas no meu coração.


Amo-vos muito a todas!

Por fim deixo um outro beijinho especial a uma Mãe muito particular, que é a mãe dos meus filhos. Por partilhar esta aventura de ter filhos comigo. Por ser a Mãe que é para eles. Por ser também às vezes Mãe para mim (além da companheira que é) quando me comporto mais como miúdo do que adulto (o que não ocorre assim com tão pouca frequência). Por dar continuidade à definição de Mãe que conheço e que resulta de todas as Mães excecionais que tive a felicidade de ter como parte integrante da minha vida.

Feliz dia da Mãe!