quarta-feira, maio 30, 2012

Ficar Velho...

Não tenho propriamente este tipo de sentimento, mas confesso que às vezes já me sinto deslocado. Passo a explicar esta minha divagação. Estava ontem à espera na bilheteira da FNAC quando à minha frente 3 "jovens" comentavam a qualidade dos concertos do Rock in Rio.

Jovem 1: Epá... o concerto dos Metallica não foi grande coisa...
Jovem 2: Yá... Offspring foi muito melhor!
Jovem 3: A sério? Julgava que Metallica tinha sido melhor...
Jovem 1: 'Tás-te a passar? Não queiras comparar a quantidade de moches que houve em Offspring, e a que houve em Metallica! Em Offspring houve muito mais moches!
Jovem 2: Além disso a malta das drogas foi toda assistir a Offspring e não foram a Metallica!
Jovem 3: Yá, tens razão... a malta das drogas é muito mais fixe, por isso Offspring deve mêmo ter sido melhor...

Se tivesse decidido participar na conversa, o que obviamente não fiz, diria algo como:

Velho 1: Hã?

sexta-feira, maio 25, 2012

Fazer Parte da Brigada

Participei hoje numa acção de voluntariado, dando o meu contributo para um objectivo ambicioso que consiste em limpar 45 kms de costa, removendo o mais variado lixo das praias que a compõem. Essa pequena contribuição dada por mim e mais alguns amigos teve lugar em Tróia, durou o dia inteiro, e deve ter sido coisa para deixar limpos cerca de 2 ou 3 kms. Parece pouco... mas não é. O interessante (para além do dia espectacular que estava, e da companhia/ambiente ainda melhor) é que este tipo de coisa/causa toca-nos mais quando vemos o sentido prático dele. Mais concretamente, fiquei admirado não só com a quantidade, mas acima de tudo com a variedade de lixo que é possível recolher nas praias... Desde cotonetes, bóias, tábuas, lâmpadas fluorescentes, beatas de cigarro, sapatos, ténis, chinelos, garrafas pequenas, garrafas grandes, garrafas de plástico, garrafas de vidro, embalagens de iogurte, caixas de isco, latas de cerveja, bidões, seringas, cordas, sacos, plásticos, caricas, tampas, tupperwares, velas, bisnagas, tubos de cola, medicamentos, escovas de dentes, giletes, canetas, maços de tabaco, esferovite, e outras dezenas mais de coisas indecifráveis ou que agora não me lembro, existe de tudo um pouco. Outra coisa (essa sim mais interessante) é ver o efeito do que fizemos no final do dia, e perceber por quem anda nestas andanças há vários anos (como é o caso da Brigada do Mar), que estas acções têm forma de perdurar no tempo e melhorar gradualmente o estado em que as praias se encontram, não só pelo esforço de cada ano, mas pelo efeito da consciencialização que mal ou bem vai acontecendo. Só tenho a agradecer a oportunidade que me foi dada de participar em algo deste género, e espero vir a repetir no futuro. A consciência já cá estava, no meu caso em particular, mas saiu dali reforçada.

quarta-feira, maio 23, 2012

Acções e Reacções

Hoje reservei uma fracção do meu dia para estar com um amigo que já não via há algum tempo, e com quem queria falar um pouco. A última vez que falámos (uns meses atrás) foi para receber a notícia de que o seu curto casamento tinha chegado a um fim. Um cenário ainda que cada vez mais comum, mas que continua a representar um evento que deixa marcas mais ou menos fundas consoante os intervenientes e o seu nível de envolvimento, mas que genericamente é classificado como... mau. Já várias vezes assisti a pessoas lidarem com a coisa das mais variadas formas. Há uns que ficam na fossa meses... anos até. Outros sobrevivem à fossa vivendo no limite extremo oposto da desbunda. Há até alguns que tentam disfarçar o facto de estarem na fossa, parecendo que estão na desbunda, mas acabando invariavelmente por ficarem encostados a um canto a carpir as mágoas. Gostei de ver que este meu amigo não se enquadrou em nenhum dos acima mencionados. Ficou mais disponível, é certo, mas optou por fazer algo de construtivo tanto na forma como conduziu a sua vida (agora como indivíduo) a nível logístico e profissional, mas também a nível pessoal. É engraçado que olhei hoje para ele enquanto conversávamos e pensei genuinamente... "estás melhor assim"! Efectivamente e de acordo com alguns "ensinamentos" recentes não relacionados com este tema em particular, na prática não existem resultados positivos ou negativos naquilo que nos acontece... existe apenas feedback. Compete-nos a nós determinar o que devemos fazer com esse feedback, nomeadamente se nos entregamos a uma perspectiva negativista baseada no mesmou, ou se o aproveitamos para algo mais construtivo e optamos pela mudança. Sim, porque a mudança é essencial! Já dizia o Einstein que se repetirmos o que fazemos várias vezes, invariavelmente vamos sempre obter o mesmo resultado. Boa para ti, amigo!

terça-feira, maio 22, 2012

A Última Conversa do Dia


Escrevo hoje porque ontem já não deu...

Depois de um dia que correu bem conforme decidi iria acontecer de manhã, eis senão quando a terminação foi do melhor. Deitar o meu filhote... contar-lhe uma história... ele contar outra a mim, baseada num fim de semana bem passado... depois subitamente e já quase adormecido, o seguinte diálogo:

Ele: Pai, gosto muito de ti!
Eu: Eu também gosto muito de ti, filho.
...
Ele: Pai... o Alexandre e o Pai são muito amigos!
Eu: Pois somos, filho. Somos os melhores amigos.
...
Ele: Pai, és muito lindo!
Eu: Tu é que és, filho. Tu é que és muito lindo.
...
Ele: Tu és mais!

Indecisão

Presunto ibérico...


... ou bifes?


sábado, maio 19, 2012

28 de Abril

No dia 28 do passado mês determinei que começaria uma nova etapa da minha vida. Passado quase um mês, algumas coisas mudaram conforme tinha em mente, outras nem por isso. Mas se alguma coisa mudou, então é porque a história da "nova etapa" se confirma. Por outro lado, a nossa vida muda constantemente, a não ser que não façamos nada por isso. Acho assim que as minhas acções e comportamentos é que levam a reacções e resultados. Em suma, está tudo bem mas pode ficar ainda melhor. O que é um facto é que desde então sou uma pessoa mais inquieta, ainda que não necessariamente mais ansiosa. Questiono-me mais, revejo-me mais e às minhas acções no final de cada dia, critico-me mais pensando de que forma poderia ser melhor. Temos a tendência natural para considerar parte do que nos acontece como inevitável ou até uma cósmica conspiração para que as coisas nos corram assim sem que nada tenhamos feito por isso. Não é verdade. Aliás, nada poderia ser mais errado. Efectivamente um grande resultado pode estar simplesmente à espera de uma pequena acção, e cada vez mais tenho a certeza disso. Próximos passos? Não sei ao certo. Mas sei que vou continuar a mexer a colher para agitar a sopa no tacho. Bom fim de semana a todos.

quinta-feira, maio 10, 2012

Conversa de Gajos...

Dia #1
Gajo A: Epá... a miúda X 'tá gira... quer-me parecer que pôs uns "baguitos"...
Gajo B: Realmente... há pr'ali mais maminhas do que havia antes.
Gajo C: É mesmo gira, a miúda...

Dia #2
Gajo A: Caraças... a miúda X 'tá mesmo "diferente".
Gajo B: Está mesmo... realmente!
Gajo C: Gira, gira!

Dia #3
Gajo A: Epá... não acho aquilo muito normal...
Gajo B: Pois não... realmente!
Gajo C: Parece-me ver ali uma pança... se calhar está grávida!

... silêncio...

Dia #4
Gajo C: Oh miúda Y, a miúda X está grávida?
Miúda Y: Sim, sim... nasce daqui a uns meses! (riso inocente)

... silêncio...

Gajo C: (modo pensamento) Dasse!!!

segunda-feira, maio 07, 2012

Segunda-Feira...

A pedido de algumas famílias:

Tantos anos a marrar, e lá consegui trabalho,
Suga-m'a energia toda, é um emprego do car*l#o.
Quando chega o fim do mês, só penso em receber,
Durante os outros dias, sinto que me estão a f*d#r.
Investi em formação, passei noites sem dormir,
Este meu triste empenho, até faz os outros rir.
A semana vem ai, segunda vai começar,
Dá-me um nó na barriga, tenho de ir mas é c*g#r.

Segunda-feira... bahhhh.
Acabou-se a brincadeira... bahhhh.
Olh'o pró pijama no chão...
Voltar para o emprego?
Não, não, não, não,
Já, já, já...

Bahhhhhhhhhhh...


sábado, maio 05, 2012

Memórias de um Dente...

Costuma dizer-se que quem não tem sarna para se coçar... arranja-a. Sinto que, de alguma forma, foi o meu caso. Consulta de rotina do dentista, há uma semana atrás: "ah e tal... tem aqui um siso que tem de se arrancar". A partir daí, como que deixei de ter controlo sob as minhas acções e o rumo que a minha vida seguiu, e no espaço de uma semana arranquei-o mesmo. Digo que perdi o controlo porque o fiz sem perceber muito bem o porquê. Não tinha nenhuma relação conflituosa com o dito dente... nunca me incomodou... penso que nunca terá falado mal de mim a ninguém. No entanto expulsei-o daquele cantinho escuro e confortável onde habitava há muitos anos sem nunca causar má vizinhança, sem motivo aparente. Já da parte do dentista, justificações não faltavam:

Ele: Os dentes do siso são remanescências dos nossos antepassados símios, e não fazem falta.
Eu: Se não fazem falta, e de acordo com as teorias de Darwin, a natureza encarregar-se-á de os fazer desaparecer totalmente a seu tempo (o que neste momento e no que concerne a minha pessoa, não é o caso).

Ele: Os dentes do siso, devido ao facto de não serem utilizados, bem como da sua posição, são de difícil higienização.
Eu: OK, só tenho de garantir que lavo os dentes correctamente e isso deixará de ser um problema.

Ele: O seu dente do siso não vai sair mais da gengiva, pelo que a sua raiz pode causar uma cárie no molar.
Eu: Pode, ou vai? Se só "pode", isso significa que há uma hipótese de absolutamente nada de errado ocorrer. E se ocorrer, qual é o resultado? Arrancar um dente?

Enfim, todas estas questões faziam eco na minha cabeça revelando uma lógica inabalável, nos dias que antecederam esta minha pequena cirurgia, mas tal como referi, a modos que entrei e saí desta situação meio "hipnotizado", e o que é um facto é que o dente se encontra neste momento em parte incerta.

Em termos do processo da cirurgia em si, posso resumi-lo a um pequeno corte, meia hora de abanões alternados com puxões, dois ou três pontos e três horas de paralisia facial, durante o próprio dia. Foi uma estreia para mim já que não me recordo de alguma vez ter arrancado um dente. Hoje, dia seguinte, cheguei a temer esvair-me em sangue dentro da boca sem me aperceber. De resto, as dores são poucas e o sangue está finalmente a começar a estancar (mais de 24h depois), pelo que posso sinceramente dizer que a vida me sorri... e eu respondo... ainda que com um dente a menos na cremalheira.

quinta-feira, maio 03, 2012

Os Tarolos

Falhei hoje a minha tentativa de obter um record de dias consecutivos sem me aborrecer com nada nem ninguém. Trata-se de uma decisão consciente de mudar a minha forma de ser e estar, sendo que estes primeiros dias têm sido bem difíceis, porque tal qual um jogo de computador, os obstáculos vão aparecendo, e  a cada dia que passa parece que vou aumentando de nível. É como se o Universo conspirasse e várias pessoas e acontecimentos à minha volta percebessem que eu estou em modo (tentativo) Zen, tornando-se o seu objectivo principal destronar-me desse estado. A manhã de hoje ainda foi suportável, mas à tarde, e tal como se costuma dizer tecnicamente... passei-me. Foi um "passar" mínimo, quase reduzido a dois ou três desabafos com um volume de 2 ou 3 decibéis acima do habitual, mas ainda assim falhei o meu objectivo diário. Consegui respirar fundo e endireitar-me psicológicamente antes de chegar a casa, o que é fundamental. Ainda assim amanhã terei de começar da estaca zero e corrigir os erros cometidos durante o dia de hoje. É inacreditável no entanto a quantidade de situações e personagens obtusas que conseguem atirar autênticos tarolos para a nossa frente, quando só tentamos seguir o nosso caminho. Ainda assim, acho que se assumirmos que o nosso caminho é um percurso mais acidentado, e que o objectivo é percorrê-lo, os tarolos deixam de o ser e passam apenas a fazer parte do cenário. Amanhã há mais. Se me passar novamente e agredir alguém (o que daria um episódio interessantíssimo para relatar aqui no blog) aviso.

terça-feira, maio 01, 2012

No Dia do Trabalhador...

... há quem se dê a muito trabalho. Leia-se a multidão de "zombies" que a título de uma mega promoção da cadeia de supermercados Pingo Doce (redução de 50% para compras superiores a 100 euros) decidiu passar o que poderia ser um dia de descanso ou de lazer, em filas que chegaram a 7 horas de espera para uma caixa de supermercado. Independentemente do apelo da promoção, só consigo ver coisas erradas nesta fotografia (e não me refiro à imagem que aqui deixei). Mais concretamente, em primeiro lugar e em tempo da dita crise, este é um dos actos mais consumistas (mascarado de poupança) que se pode imaginar. Em segundo lugar, realmente quando Deus criou o homem sobrestimou largamente a sua capacidade, tendo como exemplo os espécimes que em resultado do caos gerado por esta "promoção" andaram à pancada, insultaram e até deram facadas a outras pessoas. Em terceiro lugar, a preserverança e paciência de alguém que espera algumas horas para estacionar o carro no parque do supermercado, mais algumas horas para entrar no dito supermercado, e depois ainda espera outras 7 horas numa fila para pagar as suas compras, contrastam com o comportamento geral da população em coisas que deveriam ser realmente importantes (ao contrário do que é - para mim - comprar iogurtes a metade do preço). Apesar de esta história que fiquei a saber por acaso (já que há mais de um mês que não vejo um telejornal) me causar grande infelicidade, feliz de mim que passei o dia sem fazer absolutamente nada a não ser brincar com o meu filhote, e acima de tudo sem gastar um único tostão.