sábado, fevereiro 25, 2006

Interrupção de Serviços

Informa-se o estimado utente deste "blog", que o referido se encontra encerrado temporáriamente devido a tarefas relacionadas com descompressão de "stress" do seu autor. A actividade de escrita bem como eventuais compromissos com outros "bloggers" será retomada, com regularidade, a partir do próximo dia 06 de Março de 2006. Agradece-se a compreensão do estimado leitor e solicita-se o envio de quaisquer reclamações para o e-mail disponível no perfil.

terça-feira, fevereiro 21, 2006

Neura das Grandes

Cheguei agora a casa e estou só. Ponho um CD de Portishead e sento-me ao computador. Deixo os meus dedos escreverem umas linhas que por vezes apago logo de seguida, como quem elimina o rasto de um assassino profissional que invadiu a nossa vida e levou mais um pedaço de nós durante um dia mal aproveitado. Os “gajos” não param de vir, nascem como cogumelos do chão e dão cabo de nós a cada hora que passa. Estes “hitmen” estão por toda a parte. São os “enfegas”, “empatas, “troles”, “broncos”, “mentecaptos” e seus derivados, como se de leite azedo se tratasse. Às vezes apetecia-me fumar, não porque goste, mas vejo quem fuma (não sei porquê) conseguir abstrair-se melhor do granel que faz da própria vida. Por muito más que estejam as coisas, saca-se de um cigarro, e durante uns tempos “’tá-se nas tintas p’á cena”. Eu cá me vou aguentando, mas como não fumo nem sou alcoólico (ouvi dizer que também resulta) lá vou tendo de aguentar as pastilhas sem artifícios... e que pastilhas! Às vezes também penso que esta treta de escapes e truques para aguentar são uma tanga, e podia-se tentar algo de radical, tipo comprar uma arma e fazer uns assaltos (ou limpar o sebo a alguns dos “hitmen”). Mas depois penso: “onde se pode comprar uma arma?”. Não sei... Compreendo que seja um pergunta cretina para alguns, mas de facto não sei a resposta. Outra solução possível era enveredar pela carreira de “sem abrigo”. No entanto a minha autoestima e amor próprio não são assim tão baixos que me permitam trocar um “molho de bróculos” (leia-se problemas) por uma vida de piolhos, lêndias e frio, ainda que isenta de impostos. Fazer uma merda qualquer e ir parar à “choldra” também era uma opção. Faz-se muito pouco e também não se paga impostos, renda e afins. No entanto a cena dos enrabanços é lixada e também não tem nada a ver comigo. Fugir para outro país também só rende para quem tem dinheiro, o que não é o caso... Ou seja, bem vistas as coisas, estou mesmo lixado. Bem... lá tenho eu de me começar a mentalizar outra vez que existem coisas boas na vida, blá blá blá... Acho que devia ler os meus outros posts em que digo isto mesmo, cheio de convicção. Quem sabe, talvez me convença...

quinta-feira, fevereiro 16, 2006

O Que Existe...

Nos últimos tempos tenho-me obrigado a não escrever sobre os vários assuntos da actualidade, no âmbito daquilo que vai mal no nosso país (ou seja, ando a conter a minha fúria - ver "Um Dia de Raiva" com Michael Douglas). Como tal, para também não atingir o limiar da loucura, resolvi escrever sobre algo de diferente, mas de tanta ou mais importância que os referidos assuntos. Assim, o tema de hoje é: "o que existe na mala de uma mulher". Os elementos masculinos dos casais, que possam estar a ler este humilde blog, certamente sabem do que estou a falar e reconhecem a devida importância ao assunto. É que este tema é de alguma forma um paradigma para a "carola" de qualquer um, e muitas vezes nem tão pouco pode ser abordado, quase como se fosse "tabu"! Tenho de reconhecer claramente que a mala consiste numa necessidade fundamental para as mulheres, devido à panóplia de artefactos que estas transportam diariamente, nem que seja para ir levar o saco do lixo à rua (este é um mau exemplo, porque tradicionalmente é coisa de "gajo"). Mas a relevância de transportar tais artefactos, essa sim, deixa-me um pouco apreensivo. Por exemplo, eu tenho um porta-chaves de reduzidas dimensões onde transporto as 3 chaves (prédio + correio + casa) e ainda a chave do carro, que já por ter maior dimensão está desprovida de porta-chaves. As mulheres nunca fariam algo assim. Para além de transportarem permanentemente outros conjuntos de chaves totalmente dispensáveis (casa dos pais, casa da(s) amiga(s) e outras mais, incluinda algumas que se desconhece o que abrem), transportariam as referidas chaves agregadas a porta-chaves do género "urso de peluche", sendo que cada chave teria o seu... Estamos a falar obviamente de um volume considerável, mas então e aquelas que têm 2 porta-chaves por chave? Justificação: "é para as identificar dentro da mala..." (sem comentários). Depois existe a problemática das carteiras. Assume-se automaticamente uma dimensão superior à carteira de um homem (que geralmente cabe no bolso de trás das calças), mas para além disso, existe a mesma necessidade de transportar dentro dela artefactos igualmente inúteis, como talões de compras do ano anterior, bilhetes de estacionamento, listas de supermercado, etc. O resultado frequente é a carteira não fechar, mas tudo bem! Uma vez que a carteira é transportada dentro da mala, se cair alguma coisa não se perde. E depois, como tudo o que possa cair da carteira é, de qualquer forma, inútil, também não se vai sentir a falta. A juntar a estes os restantes artefactos como produtos de estética (sempre no plural, claro), 2/3 maços de lenços de papel, o telemóvel (que nunca se ouve porque está a "sufocar" dentro da mala) embutido numa bolsa também com formato de urso de peluche, mas de dimensões superiores aos porta-chaves (para se distinguir)... enfim, poderia continuar durante horas a descrição deste rol, mas não vale a pena. Aqui fica o meu conselho aos meus leitores masculinos: esqueçam! Não existe nada que possam fazer. Além de não ser possível convencer o sexo oposto, muitas vezes ainda é necessário dar o braço a torcer, naquela esporádica ocasião em que elas transportam a nossa carteira ou qualquer outro item (singular, claro) que por qualquer motivo (calças sem bolsos, um braço partido, uma mão engessada...) não nos dá jeito transportar... Enfim, ninguém disse que a vida de casal seria fácil...

quinta-feira, fevereiro 09, 2006

Disfunção Sexual Feminina

Foi efectuado ontem o primeiro estudo sobre disfunção sexual feminina. Sim, pelo ênfase que teve em termos de comunicação social parece o primeiro, mas enfim... As conclusões apresentadas foram as de que um terço das mulheres tem dificuldade em atingir o orgasmo, outro tanto sente dor ou desconforto durante as relações sexuais, etc. O lado positivo é que, ainda assim, este número não consiste em problemas com continuidade, mas sim na maioria em situações esporádicas. Até aqui tudo normal. No entanto para mim o facto mais perturbador é que transparece neste estudo que geralmente o homem não se apercebe de nada. Ora, na qualidade de homem e pedindo por isso desculpa antecipada se ferir qualquer tipo de susceptibilidade, tenho a dizer algo a qualquer um dos sexos da minha espécie. Em primeiro lugar, gostava de dizer aos homens para não dormirem durante o acto sexual. É que se estiverem acordados é muito melhor... Passo a explicar: se o homem estiver acordado (bem acordado) consegue de alguma forma detectar se está tudo bem com a sua parceira (ainda que a visibilidade possa ser reduzida devido a qualquer posição mais extravagante que possa estar a ser praticada). Existem indícios associados ao conforto/desconforto da parceira, bem como do seu grau de satisfação. Por isso é só ser um pouco atento, e certamente vai compensar até para o próprio (as loucuras de que uma mulher satisfeita é capaz...). Em relação às mulheres, tenho a dizer que se algo estiver errado provavelmente o melhor é dar a entender isso mesmo e não simular o contrário. O ponto onde quero chegar é: fingir um orgasmo é bom porque...? Alguém que me explique. Se algo não correr bem e isso se perceber, o mais natural será tentar algo de novo, diferente, eventualmente melhor. Logo, e uma vez que temos a capacidade de "comunicar", que tal fazermos todos uso dela?
PS: um dia não são dias e o sexo não tem de ser centrado no orgasmo, mas resultar em algo de bom, é fundamental, e depende precisamente desta comunicação. E agora, depois de um texto algo "amaricado", mas que não traduz minimamente a "latinidade" da minha "masculinidade", toca tudo a praticar sexo como deve ser! E lembrem-se que "a prática leva à perfeição"!

terça-feira, fevereiro 07, 2006

Sarna Para Coçar

Hoje estava a pensar em como os principais problemas do mundo giram em torno do velho paradigma que é a "sarna para nos coçarmos". Vejamos a situação actual relacionada com os "cartoons" do Maomé: a principal nação envolvida é a Dinamarca, que, tanto quanto sei, nem estava metida em grandes trabalhos tendo em conta a actualidade e os problemas relacionados com terrorismo que o mundo inteiro atravessa. Então o que é que eles arranjaram? Sarna para coçar... Está bem que a liberdade de expressão é uma coisa importante, mas alguém acredita que os responsáveis pelo trabalho artístico em causa não faziam ideia que iriam existir reacções (sim, que o povo muçulmano até é bastante pacífico...)?
- Estou aborrecido... - diz o "cartoonista" dinamarquês - O que hei-de fazer? Já sei... Está ali um barril de pólvora! Vou acender o rastilho!
Boa meu! Estás lá... Continua assim que os iraquianos já fizeram o requerimento para autorizar o teu assassinato (provavelmente com direito a cabeça cortada e tudo).
Outro exemplo perfeito da "sarna para coçar" foi a própria situação do Iraque, em que, com base não sei onde, nem sei porquê, um cromo qualquer (acho que se chama Jorge Bucha) resolveu dizer que sabia da existência de armas químicas capazes de aniquilar o mundo inteiro (mesmo quando o mundo inteiro sabia que ele queria era "gasosa"). Resultado final: um país em ruínas, mais sangrento do que nunca, inseguro para qualquer pessoa de qualquer nacionalidade, bem como a morte de milhares de soldados destacados para uma guerra sem sentido. Boa meu! Também estás lá!
Assim penso ser justo concluir que as maiores atrocidades da história da humanidade têm como base o facto de alguém estar aborrecido. Eu por vezes também me aborreço... mas nessas alturas leio um livro, alugo um filme, vou tomar um copo com os amigos. Provavelmente se tivesse mais algum poder também podia optar por arruinar uma nação qualquer, quiçá até provocar um novo holocausto! Enfim... meus amigos poderosos, que estais espalhados pelo mundo inteiro... aqui fica o meu apelo: quando estiverem aborrecidos... por favor... vão mas é coçar os tomates (que é para não dizer colhões, que isto é um blog sério)!

sexta-feira, fevereiro 03, 2006

O Senhor Prevaricador...

Muitos podem não saber, mas em Portugal existem, desde alguns anos a esta parte, vários espécimes ou seres denominados por "prevaricadores". O prevaricador (do latim prevaricatus estupidus) é uma espécie que, ao contrário do "enfega" (ver posts anteriores), ocupa uma posição muito mais elevada na cadeia natural, estando no Top Ten dos predadores. O caso mais actual de prevaricatus estupidus conhecido em Portugal é o do Sr. Major Valentim Loureiro (ou como disse o ex-candidato Mário Soares, em visita a Gondomar durante a campanha presidencial, o "Capitão Valentim Lourenço"). Este espécime, no entanto, trata-se de uma mutação dentro da própria espécie, já classificada pela comunidade científica como prevarcicatus estupidos et arrogantus, para os leigos, "feios, porcos e maus". A espécie apresenta uma série de hábitos particulares, entre os quais se destaca, para além da prevaricação, a corrupção e o tráfico de influências. Em termos sociais, a espécie tem como hábito revirar os olhos quando em conversa com outros seres, em tom de desagrado permanente, bem como demonstrar irritação sem qualquer motivo aparente. O referido comportamento é tradicionalmente acompanhado de palavrões e grunhos. O grunhido do arrogantus é assustador e intimida frequentemente seres de outras espécies. O medo e pânico que esta espécie provoca sobre as outras é tal, que leva frequentemente este tipo de seres a assumir cargos de relevo, como a presidência de autarquias, a direcção de clubes desportivos e a presidência de ligas de futebol e afins. A espécie utiliza o poder como forma de melhorar a qualidade de vida de uma forma progressiva, através de uma série de técnicas desenvolvidas ao longo dos anos que visam o aperfeiçoamento da arte da corrupção, bem como do apoio de outros seres da mesma espécie. A protecção civil recomenda que, em caso de contacto com esta espécie, deve-se tomar um banho de sabão azul e branco (oh diabo... azul e branco... FCP... Pinto da Costa... o prevaricatus está a assumir proporções próximas da epidemia).

quinta-feira, fevereiro 02, 2006

Dia Mundial das Zonas Húmidas

Segundo notícia do jornal Público, o secretário de Estado do Ambiente assinala hoje o "Dia Mundial das Zonas Húmidas". Como não podia deixar de ser, ao tomar conhecimento desta informação não podia deixar passar a oportunidade de escrever algo sobre o assunto. Até porque considero algumas das informações divulgadas bastante preocupantes. Por exemplo, fiquei a saber que em Portugal existem apenas "12 sítios incluídos na lista de Zonas Húmidas", o que é alarmante! Por aqui se percebe que a população portuguesa esteja a envelhecer... Mas já agora, existe uma lista? Parece que em 2005 "foram propostos mais 5 sítios". Considero pouco. Não são apenas mais 5 zonas húmidas que vão melhorar a situação! Ainda por cima, "a convenção sobre zonas húmidas (...) entrou em vigor em 1975 e conta actualmente com 1578 sítios". Neste tempo todo e só conseguiram isso? Para quando mais apoio a este tipo de organização, no sentido de aumentar drasticamente este número? De qualquer forma esta convenção visa, entre outros aspectos, a protecção das referidas zonas, o que já é uma acção meritória. Durante o decorrer da semana o Ministério do Ambiente e o ICN vão promover esta iniciativa com percursos pedestres (?) e visitas guiadas. Para mais informações, visite www.icn.pt e consulte o programa completo.

quarta-feira, fevereiro 01, 2006

Tabaco Com Sotaque

Já sei que com este post provavelmente vou ferir muitas susceptibilidades, mas como também não quero saber, aqui vai na mesma... Tema em questão: tabaco! Mais uma do estilo "Portugal no seu melhor". O governo aumentou o imposto associado ao tabaco, o que leva a uma subida na ordem dos 35 cêntimos por maço. Ora o que esta situação tem de engraçado, é que conseguimos ser duplamente "burróides" em relação ao que já é tradicional. A primeira vertente da burrice tinha que ser, claro está, da autoria do governo. Leia-se: "Oh Sócras, que imposto é que a gente pode aumentar mais? Tabaco? É p'ra já!". Ora eu não sou fumador (e por acaso hoje até estive envolvido numa daquelas situações aborrecidas ao almoço, do género "espero que a minha comida não esteja a incomodar o fumo do seu cigarro!"). No entanto, também não sou nem nunca fui fundamentalista, por isso estou solidário com os fumadores na medida em que esta é mais uma decisão merdosa, num país em geral merdoso, para tornar a vida de uns quantos mais merdosa ainda. A segunda vertente da burrice é a de que, o belo do "tuga", o que é que faz assim que leva com esta bela medida? Toca mas é a ir a Espanha comprar tabaco! Meus amigos, combustível e bens essenciais, ainda é como o outro... agora tabaco? De propósito? É vê-los trazer cigarros (ainda por cima de marcas espanholas, porque são mais baratas) às paletes! Resultado prático da medida: o aumento do imposto associado ao tabaco resulta numa redução do valor total que entra para os cofres do Estado. Resumindo, sempre que podemos vamos buscar tudo a Espanha (incluindo tabaco) e a culpa é do nosso próprio governo. Porque é que não entregam logo o país inteiro de bandeja?