sexta-feira, outubro 31, 2014

Sala Errada

Costuma dizer-se que se somos a pessoa mais inteligente na sala onde estamos, então é porque estamos na sala errada. Hoje senti-me assim, e apercebi-me do fácil que é uma pessoa deixar-se estar nesta zona de conforto. Existe um agradável sentimento e sensação de à-vontade no cenário descrito, aquele em que somos quem mais sabe e domina uma matéria em discussão. Na minha perspetiva não existe nada de errado em termos um contributo a dar em determinadas ocasiões e circunstâncias, mas efetivamente vejo os perigos de nos agarrarmos a essas circunstâncias e tentarmos fazer com que perdurem no tempo, sem que nada evolua dentro de nós. Percebo bem o quão importante é irmos mudando de sala, depois de darmos os nossos contributos. E darmos os nossos contributos mesmo quando não somos a pessoa mais inteligente da sala. Isto porque a aprendizagem é um processo dinâmico e contínuo que nunca acaba, e deve ser alimentado por nós. Quando tal não acontece, existe uma disrupção que afeta quem somos e a forma como nos posicionamos no mundo, quando deixamos de aprender, deixamos de poder ajudar. E quando deixamos de poder ajudar, deixamos de ter um papel no mundo, em relação aos que nos rodeiam mas também em relação a nós próprios. Hoje fui a pessoa mais inteligente da sala, mas no final do dia, saí, e não mais voltei.

quinta-feira, outubro 30, 2014

Saber e Gostar

Tenho como exercício mental a realizar na próxima semana, pensar sobre aquilo que sei fazer e o que gosto de fazer. Estranhamente, o que se revela mais difícil de fazer neste exercício é dissociar as duas perguntas. Isto porque existe uma tendência natural para responder à primeira pergunta, considerando apenas o contexto do que gostamos de fazer, e responder à segunda pergunta, considerando apenas o contexto do que sabemos fazer. Este vício mental é prejudicial a pensar nas duas perguntas de forma isolada, e obter respostas reais e interessantes a ambas as questões. Isto porque nem sempre sabemos fazer aquilo que gostamos ou gostaríamos de saber fazer, e nem sempre gostamos de fazer aquilo que sabemos fazer. Dado o nó mental, conforme descrito anteriormente, é tempo de o desatar e pensar no assunto de forma assertiva. Darei a conhecer as cenas dos próximos capítulos, mal tenho chegado a alguma conclusão...

quarta-feira, outubro 29, 2014

Energia Solar

Depois de ter acordado às 4h da manhã com um bebé de 6 meses a dar-me pontapés na cabeça, já não consegui dormir mais. Resolvi dar utilidade ao tempo e estive a fazer o convite da festa de aniversário do Alexandre, que se avizinha, bem como a despachar algum trabalho que tinha pela frente. Quando terminei de fazer o que me propus fazer, passava já das 7h da manhã, e era tempo de me despachar para ir trabalhar. Não tive como evitar sentir uma falta de energia enorme, já que as poucas horas de sono associadas aos efeitos físicos da futebolada da noite anterior deram realmente cabo de mim. A meio do dia resolvi dar a volta à coisa e presentear-me com um almoço decente. Em vez da tradicional ida à “mangedoura”, fui novamente passear (tal como tinha feito no início da semana). Desta feita o destino foi a praia da Torre, onde almocei na esplanada do restaurante Torremar.

Uma dourada grelhada acompanhada de um copo de vinho branco fresquinho, enquanto apanhava o sol quente que aquecia não só a mim como às pessoas que entretanto foram chegando para gozar um dia de praia digno de um mês de verão (incluindo idas à água!). Por ali estive a apreciar o sol, o mar e a refeição, para “recarregar a bateria”. Funcionou, e foi tempo de regressar ao trabalho, com outra disposição completamente diferente. Sem dúvida, são as pequenas coisas que por vezes fazem uma grande diferença!

Não Conseguimos ou Não Queremos?

Aquilo que por vezes dizemos a nós próprios que não conseguimos fazer, ou não somos bons a fazer e por isso nem vale a pena tentar, é muitas vezes um preconceito que pode ser adquirido de várias formas. Frequentemente é apenas e simplesmente o resultado da repetição de dizermos isso mesmo a nós próprios. Também frequentemente, quando conseguimos ultrapassar esse preconceito, o pouco que o fundamenta cai por terra, e novas oportunidades de evolução pessoal surgem. Ontem à noite foi a minha vez de ultrapassar o preconceito de que não sou bom a jogar futebol (no caso em concreto, futebol). Parece algo ridículo face ao tema, mas serve perfeitamente de exemplo. A realidade é que continuo a não ser bom a jogar futebol, mas percebi que isso não interessa, e que posso jogar na mesma. Isto porque há coisas boas no facto de ir jogar à bola com um grupo de amigos ou conhecidos. Há a prática desportiva... há o conhecer pessoas novas... e há também a possibilidade (ainda que remota para quem como eu joga com 2 pés esquerdos... aleijados) de melhorar um pouco e passar até quem sabe a jogar melhor. Voltando à questão do preconceito, ontem à noite ultrapassei um dos meus e lá fui eu. Não joguei mal nem joguei bem, mas até deu para marcar um golito, desintoxicar o meu sistema de tanto que transpirei em apenas uma hora, e ficar completamente partido fisicamente! Gosto de ficar partido fisicamente... porque me fortalece mentalmente. E não sei explicar muito bem porquê. Se calhar nesta noite em particular, foi simplesmente porque ultrapassei um dos meus preconceitos, com as vantagens que já enumerei. Quem prestar atenção ao texto, conseguirá estabelecer alguns paralelismos interessantes, com várias áreas da sua própria vida.

terça-feira, outubro 28, 2014

A Melhor Versão do Eu

Gosto realmente de fazer exercício físico. No entanto aborrece-me não ter a disponibilidade para o fazer com a frequência e disponibilidade que gostaria de ter. Hoje foi mais um dia em que consegui vencer a inércia após alguns momentos de reflexão enquanto, ainda na cama, olhava para as horas no despertador. 6h30, marcava ele... depois de ter acordado 3 horas antes para atender ao chamamento do Alex... e me ter deitado novamente quase uma hora depois. O debate interno durou alguns minutos mas lá optei pela solução (aparentemente) mais dolorosa: levantar-me. Uma vez mais vesti uma roupa desportiva ao acaso (com todos os riscos inerentes), e lá fui eu (hoje já com claridade). Pedalei uns míseros 15 quilómetros de trilhos mas... não é que se revelou o suficiente para me fazer sentir vivo ainda com o dia inteiro de trabalho pela frente? Nos últimos tempos tenho pensado ocasionalmente que, se apreciarmos aquilo que conseguirmos fazer com as ferramentas que temos, em vez de nos penalizarmos por não conseguir fazer o que idealizámos, a nossa vida transforma-se para melhor. E isso, no final de contas, é o mais importante. Uma reflexão que desde recentemente trago sempre comigo, e aplico em variadas ocasiões e circunstâncias diárias: o que faria neste momento a melhor versão do "eu" próprio? Hoje pelas 6h30, a melhor versão do "eu" próprio levantava-se para ir treinar. E assim foi. Amanhã há mais (... ou pelo menos assim espero)!

segunda-feira, outubro 27, 2014

Hora de Almoçar!

A propósito de um artigo que li recentemente, que revela que os portugueses estão a voltar ao hábito de antigamente da "marmita" para levar o almoço para o trabalho, ocorre-me dizer que não tenho nada contra... e também nada a favor. Não me faz qualquer confusão que as pessoas optem por essa solução, sobretudo considerando os motivos pelos quais o fazem (que normalmente estão associados a fatores financeiros). Eu próprio, se me visse confrontado com limitações financeiras que me levassem a isso, também o faria. Mas fico contente por (ainda) não estar nessa posição. Não sou daquelas pessoas que vivem para comer, nem para fazer almoçaradas de 3 horas em pleno dia de trabalho. Mas gosto de aproveitar o período de almoço para desligar um pouco a mente dos assuntos profissionais e relaxar enquanto aprecio a refeição. Hoje por exemplo, foi um desses dias. Em vez de descer as escadas até à "mangedoura" mais próxima (nome carinhoso que um colega meu inventou para os aglomerados de restaurantes de "fast food" dos centros comerciais), saí de improviso e fui até à Marina do Parque das Nações, comer um frango grelhado com maça caramelizada e puré, acompanhado de um copo de vinho branco, enquanto observava os barcos no rio ali mesmo ao lado. Uma interrupção destas num dia de trabalho, pode parecer disruptiva para muitos, em termos de atividade. Para mim, é terapêutica. Como é óbvio não é algo que possa nem consiga fazer todos os dias, mas de vez em quando acho que tenho direito a presentear-me. Como dizem uns célebres pacotes de açucar... hoje foi o dia!

domingo, outubro 26, 2014

O Tempo Também se Atrasa!

O tempo também se atrasa. Pelo menos foi o que aconteceu esta noite. Uma simples hora é motivo de disrupção de toda a nossa forma de estar, mesmo para alguém que, como eu, tem dois despertadores biológicos em casa a funcionar em plena atividade logo às 6h da manhã. O mais novo que já tem o ritmo de sono da tortura chinesa, em que não nos deixa dormir mais do que 2 a 3 horas seguidas, combinado com o mais velho que, ainda que já durma a noite inteira, opta SEMPRE por acordar pelas 7h00. E como hoje o tempo se atrasou... as 7h00 transformaram-se em 6h00. O engraçado é que se isto acontecesse todos os dias era fenomenal. O fato de uma pessoa conseguir (independentemente do motivo) estar acordada a estas horas abre todo um leque de coisas que se conseguem fazer, fora do normal. Neste dia de espertina matinal, foi-nos possível fazer a logística do costume nas calmas, sair e ir a pé até à pastelaria e depois ao supermercado, passear pelas hortas urbanas ali mesmo ao lado e regressar a casa nas calmas, antes de seguir para o primeiro evento social do dia (aniversário de colega de escola do Alex...). Isto reforça a minha crença em como de manhã é que se começa o dia. Tivesse eu a capacidade física (e mental) para o fazer e levantava-me todos os dias às 6h00!

sábado, outubro 25, 2014

Vencer

Hoje venci a inércia! Às 6h00 da manhã acordei com o mini despertador biológico que dorme ali ao lado, olhei para o relógio, e disse para mim próprio: "é hoje"! Levantei-me, vesti uma roupa desportiva mais ou menos ao calhas e no escuro (o resultado podia ter sido desastroso mas até correu bem) e saí porta fora. Peguei na minha bike e lá fui eu. Assim que abro o portão da garagem fiquei em choque, porque estava ainda escuro como breu, e eu nem sequer tinha qualquer iluminação comigo. Fiz uns bons quilómetros completamente às escuras em trilhos meio enlameados, mas passado um pouco lá começou a clarear e comecei a ver por onde ia. Revisitei um trilho que acompanha o rio Trancão até à zona do Parque das Nações, onde assisti a um nascer do sol brutal! Parei alguns minutos num dos pontões da zona norte a assistir àquela maravilha da natureza. No entanto, rapidamente que estava a servir de pequeno almoço a dezenas de melgas que me deixaram num estado lastimável, e optei por seguir viagem. A brisa fresca da manhã sabia que nem ginjas! Passando pela marina e chegado ao final da zona sul, optei por regressar, já que aparentemente às 9h00 ainda é cedo para aqueles cafés por ali abrirem. Fiz o mesmo caminho de volta, já com melhor visibilidade do que à ida, e rapidamente cheguei a casa. Resumindo: 45 quilómetros de passei, com direito a nascer do sol e muito orgulho por ter vencido a inércia! Um dia que começa assim, só pode correr bem!

sexta-feira, outubro 24, 2014

Velhos Hábitos

Hoje foi tempo de visitar o meu anterior local de trabalho, em trabalho. A distância e o tempo são muitas vezes nossos amigos, e passado algum tempo desde a última vez que estive lá, hoje fiquei simplesmente contente por poder rever as pessoas que se tornaram minhas amigas ao longo de anos de convívio, além da realização das tarefas profissionais que lá me levaram. Se o meu caminho profissional me continuar a levar até lá ocasionalmente, acho que é esse sentimento que vou ter e isso faz-me de imediato sentir bem relativamente a qualquer cenário que se coloque. Os tempos passados ficaram lá para trás e os motivos que me levaram a sair também. Agora e assim, estou bem, e só gostava que as pessoas que lá ficaram se conseguissem sentir como eu... mas talvez a minha presença seja também benéfica nesse sentido! A aguardar cenas dos próximos capítulos.

quinta-feira, outubro 23, 2014

Coexistência Pacífica

Devido às caraterísticas da minha atividade profissional, não tenho um local de trabalho fixo. Os vários projetos em que participo podem levar-me para locais dentro ou fora de Lisboa, mais ou menos longe da zona onde vivo. Neste momento um deles leva-me a percorrer cerca de 40 kms (para cada lado), tendo de entrar e sair de Lisboa para chegar ao destino, percorrendo algumas das vias mais complicadas em termos de trânsito. Já agora aproveito para referir que o meu emprego de sonho (ou quase) seria aquele em que eu pudesse ir de bicicleta para o trabalho. Voltando ao tema inicial, enquanto hoje percorria o IC19, deparei-me com 6 kms de trânsito parado por causa de um acidente. Felizmente o meu meio de transporte é uma moto, por isso o impacto destes imprevistos mais ou menos previsíveis é reduzido. Nesta ocasião percorri os kms de fila atrás de outro motociclista, que só me ocorre dizer necessitava de um curso de gestão de raiva... O homem esperneava, gritava, fazia gestos obscenos... Só estava a ver quando é que parava a moto e desatava ao pontapé a um carro qualquer. Ainda que a expressão de descontentamento fosse a mais condenável e errada, o motivo era aquele que enerva (normalmente em menor escala) a totalidade ou quase dos motociclistas: o desrespeito de quem não o é, na estrada. Quem anda de moto diariamente como eu, quando conduz um carro, revela-se um condutor mais atento. Não muda de faixa sem olhar pelo espelho retrovisor primeiro... assinala as manobras com pisca... facilita situações de passagem... não se deixa ficar parado no meio de cruzamentos... em resumo (e obviamente correndo os riscos de fazer generalizações que são injustas para alguns) os motociclistas são melhores condutores de automóveis do que os condutores de automóveis que não são motociclistas. É certo que passar com a moto no meio do trânsito parado não está previsto no código de estrada, mas ainda assim a possibilidade de o fazer é um fator determinante para optar por este meio de transporte. Da mesma forma, os condutores de automóveis que olham com desdém para os motociclistas que o fazem, e por vezes arriscadamente os tentam prejudicar até com intenção, nem sequer fazem ideia do nível de atenção e stress que isto representa para um motociclista. Eu falo por mim, que o faço conscientemente, e sei que é uma manobra arriscada... sei que se algo acontecer, sou sempre eu o responsável perante as regras do código de estrada... sei que se algo acontecer, quem se magoa sou eu... sei que se algo acontecer, ainda serei o alvo da fúria do condutor que está do outro lado da equação. A bem da coexistência de motos e carros na estrada deixo aqui o meu apelo à reflexão e à cooperação. O resultado será certamente muito melhor do que algumas situações a que assisto diariamente.

quarta-feira, outubro 22, 2014

Dançar

Hoje apetecia-me dançar... tenho saudades de dançar... não tenho qualquer tipo de formação especial nesta área, nem nenhum jeito natural em particular... simplesmente é algo que gosto, e não tenho a oportunidade de fazer a sério há bastante tempo (possivelmente há mais de um ano ou dois!). Quando digo dançar a sério, refiro-me a agarrar num par, bem agarrado... sem ser aquela dança de mão no bolso e copo na outra! Quando vejo alguém dançar começo instintivamente a dar ao pé... Há algum tempo atrás as circunstâncias em que o fazia podiam ser as mais variadas, desde uma saída noturna até uma festa de verão. Agora, as saídas noturnas são quase nulas e quando ocorrem, são com horário de Cinderela. As festas de verão também acabam mais cedo, concretamente quando é hora de contar a história para adormecer alguém. A bem dizer, sobra, portanto... nada. Espero ansiosamente pela altura em que possa dançar de novo. Atividades como dançar e cantar têm um efeito positivo catártico que não se assemelha a quase nada que possamos fazer para nos sentirmos bem. Como o meu talento para cantar é bastante mais reduzido que para dançar, restrinjo esta atividade ao duche matinal, à condução do carro (a solo) e à distração dos mais pequenos para bem da sua alimentação. Agora o dançar... enfim. Tenho saudades.

terça-feira, outubro 21, 2014

Que Tem em Comum um Telemóvel e o Ébola?

Durante o dia de hoje, uma escola do Porto foi palco de um dia no mínimo insólito. Tudo começou quando, durante uma aula, aconteceu aquilo que já não é novidade. Uma aluna estava entretida a brincar com o telemóvel, quando o mesmo lhe foi retirado pela professora. A aluna pediu o telemóvel de volta, a professora explicou que segundo as regras o telemóvel seria entregue na direção, e só aí poderia reclamá-lo. A aluna não gostou da resposta e ligou aos pais (cuidadosamente identificados nesta notícia do Público como "feirantes"), que se deslocaram de imediato à escola, não para repreender a filha mas sim para agredir fisicamente a professora, o que conseguiram. Entretanto foi chamada a polícia ao local. Até aqui, tudo no infeliz retrato já habitual do país em que vivemos. A parte mais insólita começa quando em simultâneo é dado um falso alarme pela parte de algum aluno, em como existia um caso de Ébola na escola. Os pais acorrem em massa ao local, e sentem as suas suspeitas confirmadas ao ver o aparato policial. Começa a loucura generalizada, impossível de acalmar mesmo com as explicações da polícia, que tentava sem sucesso conter a entrada dos pais em fúria no estabelecimento escolar. Resumindo os dois casos juntos, ocorre-me dizer que um povo intolerante, ignorante, desordeiro e medroso é suficiente para destruir o modelo de sociedade em que vivemos. Certamente este foi, no mínimo, um dia lamentável.

PS: a professora agredida decidiu não apresentar queixa contra os pais "feirantes".

segunda-feira, outubro 20, 2014

Tempo - O Dia Chegou

Hoje foi o meu último dia de licença, em que tive oportunidade de estar com os meus filhos, para os meus filhos, na plenitude do tempo e do "estar". Por mais cansativo e fisicamente duro que tenha sido o último mês, não consigo deixar de sentir já uma ponta de saudade e nostalgia ao pensar que a partir de amanhã tudo será diferente. De qualquer forma há uma coisa que desejo manter e até melhorar a partir de agora, sobre a qual pensei (com alguma ajuda) e que se foi tornando mais evidente nas diversas ocasiões e momentos de partilha: é mais importante a qualidade do que a quantidade do tempo que passamos junto dos nossos filhos. Para quem tem habitualmente pouco tempo, torna-se mais natural gerir o pouco que se tem de forma mais eficiente. No entanto não tenho dúvidas que exista muita gente que tendo muito tempo para os filhos, não o aproveita da melhor forma possível. Já aqui falei várias vezes dos inimigos do costume, como a televisão e outras coisas mais que são fatores de distração destruidores. Por ter esta consciência não me sinto desanimado e vou continuar a dar o meu melhor na gestão de tempo que posso e quero fazer para que os meus filhos sejam o mais felizes possível (e já agora, eu também).

domingo, outubro 19, 2014

Olhos Nos Olhos


Não costumo habitualmente colocar aqui vídeos ou outro tipo de conteúdos além de algumas imagens e muitas palavras. No entanto, este vale a pena ser publicado e sobretudo visto. Nem de propósito, hoje fui jantar fora e já depois de estacionar o carro e estar prestes a entrar no restaurante, apercebi-me que não tinha o telemóvel comigo. A minha primeira reação foi voltar atrás e regressar ao carro para ir buscar este pedaço de tecnologia que nos acompanha a todos, e nos torna sempre disponíveis mas tão inalcançáveis em todos os momentos. Sempre disponíveis porque temos a possibilidade de falar com toda a gente através de chamadas telefónicas, sms, facebook, google hangout, skype, whatsapp, viber... Tão inalcançáveis porque deixamos de olhar para quem está à nossa frente... deixamos de ver o rosto da pessoa que fala connosco... deixamos de ouvir e passamos a esperar o momento de sermos nós a falar alguma coisa, apenas até chegar o próximo silêncio incómodo. Quantas pessoas se sentam à mesa da refeição com o telemóvel ou tablet ao lado do garfo e da faca, distanciando-se automaticamente do(a) companheiro(a) que está ao lado... do filho que está em frente... do amigo(a) que temos a sorte de ter connosco? Nesta noite, deixei o telemóvel no carro. Nesta noite jantei, conversei, sem olhar para o pequeno visor para ver se tinha mensagens, chamadas ou simplesmente as horas. Nesta noite saí e bebi um copo sem iluminar a mesa escura do bar com a luz do pequeno ecrã. Nesta noite fui e estive só para quem foi e estava comigo. Quero ser assim mais vezes. Quero ser assim com mais pessoas. Quero que as pessoas sejam assim comigo. Quero. E posso. Podemos todos. A mudança só depende de nós.

sábado, outubro 18, 2014

Tempo

Está a chegar ao fim um período importante da minha vida, em que estive sobretudo dedicado ao meu filho mais novo, Pedro. No início da próxima semana regressarei ao trabalho, depois de um mês inteiro em casa, em que tive a oportunidade de "desligar" o cérebro (quase) de assuntos profissionais e focar-me na minha vida pessoal e familiar. Foi um mês muito intenso e cansativo, em que passei a maior parte do tempo a cuidar dos meus, mas em que também tive algumas oportunidades para pensar em mim e na forma como encaro a vida a diferentes níveis. Apesar deste mês ter sido importante, penso que o equilíbrio do ritmo normal que se avizinha será também importante para enquadrar melhor ainda tudo aquilo em que refleti. Uma espécie de aplicação de resoluções de ano novo ainda que fora de época, e sobretudo focada em pequenas coisas capazes de fazerem uma grande diferença. É um percurso que ainda está a ser (e estará) percorrido, mas estou a conter a minha pressa para dar todos os passos ao ritmo certo. Não consigo no entanto deixar de sentir uma nostalgia e saudade antecipada pelo fato de deixar esta rotina, que em tantas ocasiões me deixou feliz, como noutras me deixou à beira da loucura e do cansaço extremo. Entretanto, é tempo de viver o presente, apreciar o fim-de-semana que aí vem e entrar com o pé direito na semana seguinte. Um bom fim-de-semana a todos!

quinta-feira, outubro 16, 2014

Escrever Um Livro

Recentemente decidi-me (com um pequeno impulso de um amigo) revisitar a ideia de escrever um livro. A ideia, essa já a tinha. Passei então a estruturar o livro em capítulos, com temas específicos que traduzem o enredo geral. Basicamente fiz numa folha A4 um esboço do que gostaria que fosse. Passo seguinte? Escrever a primeira página. Por estranho e incrível que pareça, esta tarefa revelou-se hercúlea, mesmo para quem como eu consegue (umas vezes com mais, outras com menos esforço) escrever num blogue numa base diária. Efetivamente, depois da investigação necessária para introduzir alguns detalhes e tornar a narrativa descritiva q.b., consegui colocar os dedos a mexer e escrever a primeira página, mas ficou nada mais nada menos que... horrível. Dei por mim a querer condensar uma quantidade de informação num pequeno conjunto de parágrafos, que simplesmente é ininteligível para a maioria dos seres humanos. A quantidade de informação "despejada" foi tanto que eu próprio me senti assoberbado quando li o que tinha escrito. Acho que isto é um resultado direto de (como frequentemente me acontece em diversas situações) querer chegar demasiado longe demasiado depressa). Sinto que vou ter que me controlar e repensar a minha escrita, tanto quanto à forma como quanto ao conteúdo. Ainda não sei bem como vou regressar a esta tarefa, porque depois de arrancar cheio de convicção e com alguma confiança excessiva em como a coisa iria correr bem, sinto que caí na realidade da forma mais dura ao perceber as minhas muitas fragilidades enquanto escritor "wannabe". Deixarei por aqui novidades em relação às "cenas dos próximos capítulos", isto se conseguir passar da primeira página... ;)

quarta-feira, outubro 15, 2014

Errar

É humano. Pelo menos é o que toda a gente diz. Errar é a melhor forma de aprender. Também é o que toda a gente diz. Será que é assim? E será que o sentimento resultante de cometermos erros é compensado pela aprendizagem que daí resulta? Qual o número razoável de erros que podemos cometer, ou qual o número de vezes que podemos repetir um erro? E as pessoas que afetamos direta ou indiretamente com esses mesmos erros? De que forma essas pessoas são compensadas pela nossa dita resultante aprendizagem? Se as pessoas forem vítimas dos nossos erros repetidamente, talvez a aprendizagem resultante termine uma recorrência que as afeta, mas ainda assim, imagino que preferissem nunca ter passado por essa mesma experiência. Pelo menos imagino que se alguém sofrer com um erro meu, esse sentimento possa perdurar no tempo enquanto eu, por outro lado, posso esquecer o acontecimento no dia ou semana seguinte... Há dias em que após refletir, vejo que errei... uns dias mais, outros menos... e penso sempre que gostaria de voltar atrás e apagar esse erro. Mais ainda do que lutar para evitar cometê-lo novamente. Quando tal acontece, o sentimento de frustração cresce e a consciência de que um erro se repetiu é demolidora. Este texto é praticamente ininteligível para quem não esteja dentro da minha mente, mas é mesmo assim que me sinto agora. Amanhã será um dia melhor.

terça-feira, outubro 14, 2014

Distração Versus Concentração

Hoje tive a oportunidade de ler alguns artigos distintos sobre a dificuldade que as pessoas hoje em dia têm em concentrar-se. Artigos bastante diferentes na forma e no conteúdo, mas que abordam este tema tão real nos dias de hoje. Escrevo este post na primeira pessoa, no que diz respeito a esta situação, já que sinto diariamente que não tenho o foco e a concentração que deveria ter, nas mais variadas áreas da minha vida, quer pessoal quer profissional. Quantos de nós conseguem prestar a devida atenção nos momentos certos, relativamente às pessoas e aos acontecimentos que deveriam ser o mais importante? Posso dar alguns exemplos de pequenas atitudes que tenho vindo mentalmente a trabalhar de forma a conseguir "melhorar-me" neste aspeto. Quando estou a conversar com alguém, em casa, num restaurante ou num café, evito colocar o telemóvel em cima da mesa. Quantos de nós não têm este hábito nos dias de hoje? Se o telemóvel tocar, mesmo que optemos por não o atender, já fomos vítimas de uma distração. Ah, já agora, o meu está sempre no silêncio. Quando estou em casa, com a família ou amigos, a televisão não passa mais nada a não ser canais de música. Quantas vezes as pessoas focam muito mais a sua atenção no que está a dar na televisão, do que nas pessoas com quem estão a almoçar ou jantar? E mesmo quando estamos a conversar com alguém, quantas vezes estamos realmente a ouvir em vez de estar simplesmente à espera da nossa vez para falar? Quando vou a conduzir, tento (neste caso particular com menos sucesso) evitar usar ou ter ao alcance o meu telemóvel. No pior cenário opto por usar um auricular ou mãos livres, mas é sempre uma distração. E afinal de contas, enquanto estamos a conduzir, o que é mais importante? Conduzir ou atender uma chamada? Ando também a tentar educar-me para só aceder a redes sociais em determinadas alturas (este também com menos sucesso), em vez de passar o dia a "espreitar" o que se passa. Na maior parte das vezes, não se passa absolutamente nada, mas perde-se à mesma tempo a ver lixo e informação completamente irrelevante. Estes são só alguns exemplos, mas de certeza que quem ler este texto se vai identificar e provavelmente lembrar de uns quantos outros que aqui deveriam estar. A mensagem é clara, devemos todos recuperar o foco que o excesso de informação com que somos bombardeados diariamente, nos fez perder. A dispersão é amiga da distração e consequentemente inimiga da concentração. E a concentração e foco são aquilo que nos permite chegar onde quer que queiramos chegar.  

Keep Walking...

Hoje em dia vejo muito pouca e cada vez menos televisão. Sinto que é uma coisa boa. Tirando alguma animação para a pequenada, o canal mais visto cá por casa é o VH1. Mas confesso que hoje regressei a um vício televisivo que tenho, e que consiste na série Walking Dead. Sempre que manifesto este meu "gosto" por esta série, a maioria da malta que me conhece solta alguns comentários relativos à parte da "tripalhada" da referida série. No entanto, e apesar de o tema serem mortos-vivos, na realidade o que mais admiro é a parte que tenta evidenciar a natureza humana e a diferença de comportamentos entre pessoas. Acho fascinante considerar um cenário de um mundo pós-apocalíptico em que de alguma forma (e apesar de tudo aquilo de mau que a parte do "apocalíptico" representa) se remove o "ruído de fundo" e se torna possível focar nas questões importantes, como a simples sobrevivência e a preservação de nós próprios e de quem nos é mais querido. Acho interessante imaginar um cenário em que as banalidades e frugalidades desaparecem de cena, e as personagens só tem de se preocupar com o básico e o fundamental. E depois imagino o quão bom seria se nós conseguíssemos funcionar assim, sem ter de passar por um cenário apocalíptico. O quão bom seria valorizarmos o que nos é mais querido e importante, sem termos de esperar pelo dia ou pela hora em que o perdemos. Tal como disse, sou fã incondicional desta série, desde o primeiro minuto do primeiro episódio da primeira temporada. Não consigo deixar de a ver. E posso afirmar a qualquer pessoa que apesar de quaisquer preconceitos que tenham, esta série, se vista com olhos de ver, é muito mais sobre os vivos do que sobre os mortos...

segunda-feira, outubro 13, 2014

Preso por Ter Cão...

... e por não ter. Já diz o ditado. Quando tantas famílias vivem hoje em dia à sombra de um fantasma de uma crise que não percebem (eu pelo menos não percebo), em relação à qual são julgadas e dadas como culpadas, e sobre a qual vêm ser aplicada uma fatura que cresce dia após dia onde quer que se possa imaginar, eis senão quando temos um primeiro-ministro que vem a público culpar novamente essas mesmas famílias. Se no primeiro momento, a "culpa" assentava sobre "gastos excessivos", sobre "viver acima das posses"... afinal agora o problema é que as pessoas "gastaram menos do que deviam". Aparentemente essas pessoas, perante um cenário financeiro quase apocalíptico fizeram algo que ninguém poderia imaginar: começaram a poupar. E ironia das ironias, essa mesma poupança (oposta ao motivo inicial do fim do mundo enquanto o conhecemos) tornou-se agora inimiga da recuperação económica do país. O mais engraçado é que efetivamente, nas pessoas, no dia-a-dia, na forma como as coisas acontecem, começaram a notar-se diferenças. Diferenças essas fomentadas por discursos de uma classe política a que, apesar do descrédito e da falta de confiança, foram dados (alguns) ouvidos. E para quê? Para agora se repetir o discurso da culpa, sobre os culpados do costume. Eu já deixei de ouvir há muito tempo, porque para mim os culpados do costume são outros. E são os mesmos há muitos e longos anos. Quando oiço falar em culpa, a única coisa que me ocorre é vê-los a todos com o pescoço numa guilhotina. E só quando estivessem todos decapitados, se poderia apenas começar a falar em justiça, porque muito faltaria para ser compensado.

Nota: a ler aqui notícia relacionada do DN.

domingo, outubro 12, 2014

O Fracasso de Um País

Um país que não potencia, nem sequer valoriza, a educação da sua população, é um país destinado ao fracasso. Os erros cometidos ano após ano ao longo de décadas, em quase tudo o que diz respeito ao sistema de ensino a todos os níveis, são já o motivo da iliteracia a que a classe estudante e a juventude dos dias de hoje está votada. Sei que esta minha frase soa a velho, mas efetivamente sinto-me priveligiado por me poder distanciar deste escalão etário social, já que aquilo que vejo e conheço é tudo menos promissor. Basta ouvir as conversas de quem admira e segue personagens de reality shows e outros géneros televisivos, basta ver as capas das revistas cor-de-rosa que enaltecem pessoas frustradas, fúteis e acéfalas elevando-as ao estatuto de exemplos para as gerações vindouras, basta ouvir e ler aquilo que se diz e escreve em contexto pessoal ou profissional, e percebe-se rapidamente que estamos perante um país de analfabetos e pessoas mal formadas... cada vez mais. Não posso evitar pegar no chavão recente que constata a inscrição de 40 mil jovens nas universidades a nível nacional, contra os cerca de 100 mil jovens inscritos na casa dos "degredos". É um chavão, mas é assustador. Uma pessoa licenciada não é mais do que uma não licenciada. Uma pessoa analfabeta pode ser sábia. O problema é quando não se tem absolutamente nada. Quando se assiste ao desenvolvimento de seres sem qualquer tipo de conteúdo... só forma. Espero realmente que os problemas no sistema de ensino se agravem rapidamente e de uma vez por todas, para que a situação bata no fundo. Talvez aí se possa recomeçar do zero. Talvez daqui a uma dezena de anos possamos ter novamente cidadãos dignos desse nome. Perdoem-me a generalização todos aqueles que fogem à regra e se recusam fazer parte do rebanho. Tal como eu disse, isto é apenas uma generalização, que como todas as generalizações pode ser injusta para alguns.

sábado, outubro 11, 2014

Por Vezes

Por vezes fecho os olhos e transporto-me para outro lugar. Por vezes imagino que não estou onde estou. Quando o que é parece demais, imagino-me no meio de uma qualquer recordação boa. Algo tão simples quanto o sol quente de um dia de verão a bater-me no rosto, enquanto respiro uma brisa marítima. Algo tão simples como uma manhã fria a contrastar com o calor de uma cama preenchida pelos corpos de duas pessoas. Algo tão simples como o som de uma música que se ouve pela primeira vez e que nunca mais se esquece. Algo tão simples como a primeira vez que se visita um local tão magnífico que fica gravado para sempre na nossa retina. Por vezes o que é agora é demais, ou então a menos. E sentimos que podia ser outra coisa. E pode ser. Basta fechar os olhos e transportarmo-nos para outro lugar. E aí o outro lugar passa a ser o lugar do agora. E isso é bom. E isso é melhor. Espero aprender a transformar o melhor no passado, presente e futuro, para que possa sempre sentir-me assim.

sexta-feira, outubro 10, 2014

Boa Pergunta...

O que é que andamos cá a fazer? Esta é "A" pergunta. E a resposta a esta pergunta é o que define o nosso propósito de vida. O que me faz pensar mais é que não consigo claramente identificar o meu. Sei que faço muita coisa, sei que faço coisas que gosto e outras nem por isso. Mas não sei descrever "aquilo" que fui feito para fazer. Algo suficientemente importante para fazer parte de mim... para ajudar a descrever aquilo que sou. Esta é uma busca que comecei recentemente a fazer. E só recentemente porque simplesmente acho que nunca tinha pensado muito nisso. Mas gostava de chegar la. E acredito que vou chegar lá. Já agora... se alguém estiver a ler isto e tiver uma opinião sobre a matéria (leia-se, sobre mim e o que entendem ser o meu propósito de vida), comentários e opiniões são mais que bem vindas.

quinta-feira, outubro 09, 2014

Tempo Para Mim

Hoje, com alguma ajuda preciosa de quem se preocupa comigo, tive algum tempo para mim. Não que ter tempo para a criançada cá de casa esteja a ser mau, mas algo que tenho que assumir é que também preciso de tempo para mim, só meu, que me permita fazer algo que gosto. Peguei na bike e lá fui eu dar mais uma voltinha... Apanhei alguma chuva, bastante vento e muita, mas mesmo muita lama. O resultado final? Cerca de 40 quilómetros de bem estar e satisfação (e uma reconfortante banhoca, bem necessária, logo a seguir). E a começar bem o dia, tudo o resto correu bem naturalmente. Almocinho com a Sofia numa marisqueira a estrear mesmo aqui ao pé de casa... uma questão "logística" que preocupava o agregado cá de casa há algum tempo, resolvida... a criançada bem disposta e satisfeita... galhofada a seguir ao jantar... e ainda deu para fazer mais umas quantas coisas que estavam pendentes há bastante tempo. Resumindo, o dia rendeu, e muito! Venham mais destes!

terça-feira, outubro 07, 2014

As Coisas Mais Simples

Aproveitando o tempo que tenho estado em casa, durante a licença parental pelo nascimento do meu filho Pedro, tenho feito muita coisa para além de tratar dele. Tenho feito alguma introspeção (sempre que posso, que não é muito frequentemente), tenho tentado resolver alguns "grilos" meus e tenho aproveitado para passar mais tempo também com o meu outro filho Alex. Esta tem sido de todas as minhas atividades, uma das mais senão a mais compensadora. É visível o efeito positivo e a alegria que consigo trazer ao puto só por estar mais tempo com ele, estar mais disponível para ele e para fazer coisas em conjunto. Hoje foi dia de trabalhos de casa, dedicado aos animais. O objetivo era preparar uma apresentação para falar do que seria o seu animal de estimação favorito. Assim, depois de o ir buscar à escola, foi tempo de colocarmos juntos mãos à obra e o resultado foi o que se vê na foto. Um cão em cartão, com direito a trela, osso e até um cócó e respetivo saquinho (para não ficar no chão). Amanhã terá de apresentar o trabalho aos colegas, por isso telefonou ele próprio aos avós para virem cá a casa hoje depois do jantar, para ter oportunidade de treinar a apresentação. Foi um espetáculo. E depois só queria brincar com o cão! E anda a malta comprar brinquedos caríssimos, quando um bocado de cartão, tesouras, cola e canetas de feltro fazem tanto ou mais efeito... Boa sorte para amanhã, Alex!

segunda-feira, outubro 06, 2014

Falar

Por vezes não andamos bem. Os dias parecem uma contagem decrescente de horas até ao seu términe, para que chegue a noite, apenas para dormirmos e despertarmos para um novo dia que traz mais do mesmo. E andamos assim porque algo nos incomoda, e esse algo é tão importante para nós que é suficiente para estragar tudo o resto. Por isso... por vezes não andamos bem. Mas quase sempre cabe-nos a nós dar a volta a esse sentimento. Cabe-nos a nós contrariar os pensamentos que nos traem. Cabe-nos a nós colocar as coisas em perspetiva, e dar a volta por cima. Por vezes basta falar. Falar com alguém que nos compreenda ou falar com quem está no meio daquilo que nos faz sentir assim. Com ou sem culpa. Por isso... por vezes basta falar. Algo andava a incomodar-me. Algo fazia com que não estivesse bem. Falei. Hoje... estou melhor. :)

domingo, outubro 05, 2014

2 Meses Depois...

2 meses depois, desde a última vez que fiz um passeio de BTT, venci finalmente a inércia e voltei ao ataque. Com a ajuda e companhia de um amigo, é certo. A volta foi tranquila para não recomeçar muito à bruta, mas o fato é depois de cerca de 40 kms feitos fiquei pura e simplesmente com vontade de mais, e de regressar a outros percursos. Este teve mais alcatrão do que devia, e normalmente o que me faz sentir bem é andar no mato, a sentir o cheiro da vegetação, as brisas e diferenças de temperaturas, a dureza e aspereza dos diferentes pisos num só percurso. O contato com a natureza é sem dúvida algo que me recarrega como se de uma bateria me tratasse, mas esta volta, com muitos quilómetros a acompanhar o Tejo, já serviu para matar as saudades, e talvez ajudar a vencer a inércia para retomar com mais frequência esta atividade que me faz tão bem. Porque é que somos tão resistentes a vencer a inércia e levantar o rabo para fazermos aquilo que sabemos que nos faz bem, assim que nos dispomos a fazê-lo? Não tenho a resposta para esta questão, mas tenho a esperança de contrariar este sentimento e forma de estar. Cenas dos próximos capítulos serão por aqui reveladas...

sábado, outubro 04, 2014

Conversas de Pais

Uma das caraterísticas de ser pai é que, se por um lado perdemos a nossa vida social, por outro ganhamos a do(s) nosso(s) filho(s). Hoje foi dia de aniversário de um amigo... do meu filho, que por acaso é filho de um amigo meu, o que melhora a coisa, já que a festa não foi exclusiva para a criançada. Que o digam as várias minis que emborquei e os croquetes, rissóis e chamuças que enfardei durante a tarde e noite. Ainda assim, se neste caso a festarola até foi boa, há sempre alguns aspetos incontornáveis que vão contra a minha essência. São esses aspetos as conversas de papás e mamãs. Sinceramente, e por muito que goste de ser pai (e achar que sou razoavelmente proficiente nesse papel), aborreço-me de morte quando faço uma pergunta tão simples como o nome de uma criança, e fico a saber tudo sobre ela desde a quantidade de vezes que faz cócó por dia até ao número máximo/mínimo de horas que é capaz de dormir. Esta última irrita-me solenemente, já que sou pai de dois que pura e simplesmente acham que dormir é uma cena que não lhes assiste. Tendo em conta este ponto sensível, fico logo com vontade de fazer bonecos de vudu dos pais em questão e espetá-los com cavilhas, mal chego a casa. Eu até percebo que a coisa tem um efeito catártico para os que se queixam das maleitas que os apoquentam, e gabarolas dos que acham que os filhos são os melhores do mundo em tudo o que fazem (mesmo que o que fazem com a idade que têm se resuma a comer, dormir, defecar e urinar - o cócó tem várias cores e tonalidades possíveis que contam uma história sobre a criança. e a urina é prova que a bexiga funciona bem, assim como os restantes órgãos internos). O que incomoda é que esse efeito catártico/gabarolas dependa de terceiros que, ou por falta de vontade de debater o tema nos mesmos termos, ou por falta de paciência para aturar pessoas que só sabem viver através dos outros, simplesmente não estão para aí virados (exemplo: eu). Restou-me esperar que a resposta à minha questão sobre o nome da criança terminasse ao fim de uns 20 minutos de monólogo, para educadamente me retirar e ir buscar outra mini fresquinha, na esperança de esquecer o pouco que ouvi da conversa.

sexta-feira, outubro 03, 2014

Mais um Banco em Risco!

Notícia de última hora: mais um banco em risco. Trata-se do BE... o Banco de Esperma, que se tornou alvo de duras críticas da parte de algumas clientes. Aparentemente alguns dos depositários introduziram no banco ativos tóxicos. Quem iniciou a polémica terá sido a cliente Maria Albertina, que tendo adquirido alguns destes ativos, os terá levado para casa e experimentado via oral. Segundo a própria, o seu produto revelava um sabor "amargo e a velho". Mediante abertura de inquérito efetuado ao BE, detetou-se que o depositário do referido produto comia com frequência limões ao pequeno almoço, e tinha cerca de 80 anos de idade. Já outra cliente, Felismina Silva, terá efetuado o mesmo teste com um outro ativo, e apresentado uma queixa em como o mesmo era "demasiado doce para o seu gosto". Nova investigação da entidade reguladora, e o depositário foi diagnosticado com diabetes, tendo cadastro e sendo já conhecido neste setor da banca como o "Zé Pingo Doce". Estas e outras investidoras de ativos do BE estão reunidas há duas semanas junto às instalações da sede, em protesto. As suas reivindicações passam por exigir produtos fiáveis, de depositários de confiança. 7 das investidoras, entretanto, desistiram da manifestação, depois de terem conhecido pessoalmente alguns depositários que levaram para sua própria casa no sentido de obter um investimento direto. O presidente do BE emitiu já comunicado de imprensa, indicado estar a ser elaborado um plano de contenção para a crise no seio da instituição. Segundo o próprio, está a ser analisada a possibilidade de segregar os ativos tóxicos, através da divisão do BE em duas instituições: o BB (Branco & Bom) e o PE (Pele dos Tomates). No mesmo comunicado refere-se que será necessária a intervenção do estado no PE, procurando uma injeção de novos produtos de forma a diluir os ativos tóxicos. O primeiro ministro respondeu já ao comunicado indicado a sua incapacidade e falta de meios para intervir neste caso.

Nota do autor: este texto trata-se de uma obra de ficção, sendo portanto qualquer semelhança com a realidade, pura coincidência.

Valores...

Nos últimos tempos ando a tentar fazer o exercício mental de identificar os meus valores, e respetiva importância que lhes atribuo. Se dito assim parece algo fácil, não é. É talvez um dos exercícios mentais sobre mim próprio mais difíceis que já fiz. Vou explicar aquilo por que passei (e estou ainda a passar, já que não terminei...) para que quem ler este post possa também pensar sobre o assunto.

Primeiro, comecei por identificar uma catrefada de valores, que no final acabei por constatar não serem exatamente os MEUS valores, mas sim os valores que refletem aquilo que estou a fazer neste momento, e a forma como estou a viver. Ora, simplesmente pelo fato de fazer ou viver algo de uma determinada forma, não quer dizer que esteja a fazer ou viver de acordo com os meus valores. O que mais por aí há é malta a fazer o que não gosta, não quer, e muitas vezes nem concorda. Riscada a lista número 1...

Depois, coloquei-me em perspetiva, e ignorei ao máximo a premissa anterior (abstraí-me daquilo que é a minha vida atualmente) no sentido de identificar valores que considero REALMENTE importantes, per si. Problema identificado: por muito bonita que a lista me parecesse no momento, passados uns dias repeti o exercício e... obtive uma lista diferente. Riscada a lista número 2...

Imaginei assim que uma forma de conseguir definir uma lista que traduzisse realmente aquilo a que dou importância, seria fazer uma espécie de exercício de estatística, em que repetia o processo várias vezes, em momentos diferentes e estados de espírito distintos. No final, cruzava todas as listas, e mantinha apenas aqueles valores que surgissem em todas elas. Consegui, mas... no final fiquei ainda assim com umas dezenas de valores. Por muito que eu gostasse de considerar esta lista útil, enquanto tivesse esta dimensão, não o era. Riscada a lista número 3...

Neste momento, e tendo por base a lista anterior, consegui reduzir a mesma a 12 valores (não consegui abdicar de mais) que através de bastante ginástica mental, considerei os mais importantes. O problema é que para o exercício a que me proponho ser eficaz, esta lista terá de ser organizada por ordem de importância, o que implica relacionar os valores e definir prioridades. Sinto que ainda vou a meio, mas espero realmente que esta seja A lista.

Alguns dos valores que identifiquei e estão neste Top 12 são: gratidão, amor, auto-estima, amizade, família, saúde... Será que quem está a ler este post já alguma vez fez algo semelhante? Se sim, sugestões são bem vindas!

quarta-feira, outubro 01, 2014

Gestão de Raiva

Por vezes as coisas que nos tiram do estado onde gostaríamos de estar são as mais pequenas e as mais insignificantes. Num dia em que tive de interromper a minha licença parental, para ir trabalhar, o que foi que me irritou mais? Um tipo numa bomba de gasolina em que fui abastecer ao final do dia. Após o dito dia de trabalho, paro numa estação de serviço com a esperança habitual de poder fazer o pagamento na própria bomba. Dispenso a interação extra de entrar e sair da loja e esperar numa fila para pagar. A bomba onde parei, não tinha o sistema de pagamento disponível. Dei-me ao trabalho de mudar de bomba e... a mesma coisa. Deixei-me ficar e tentei abastecer. Bomba bloqueada e em pré-pagamento. Entrei na loja, esperei que a pessoa na fila fosse atendida e pedi educadamente ao funcionário que me desbloqueasse a bomba para abastecer. A resposta foi dada sem qualquer tipo de contato visual da parte do senhor, com um grunhido: "A bomba está em pré-pagamento. Se quer abastecer sem pré-pagamento deve dirigir-se às bombas 1 a 4". Naquele momento, pensei na falta de cortesia, respeito e boa vontade que aquela pessoa estava a ter. Pensei no quão insignificante seria para ele carregar num botão e desbloquear a bomba, já que eu estava ali em frente a ele, em detrimento de me obrigar a sair da loja e ter de mudar o carro de lugar para poder abastecer (só para depois ter de regressar à loja e pagar). Pensei no insignificante prazer que aquele frustrado funcionário terá sentido em exercer o "poderzinho" perante mim, alguém que não conhece, alguém que poderia ter tido um dia de trabalho pior do que o dele, que poderia ter problemas mais sérios que os dele... Pensei em saltar por cima do balcão, apertar-lhe o pescoço e obrigá-lo a desbloquear a bomba... Pensei em mandá-lo à merda... Pensei em pedir o livro de reclamações... Pensei em sair e abastecer noutro posto. Optei por respirar fundo, sair, deslocar o carro, abastecer, voltar e entrar na loja, pagar e regressar a casa. Foi a melhor solução. Olhando agora para trás fico contente por saber gerir a minha raiva (por vezes a que custo) e as minhas frustrações, sem descarregar em quem estiver à minha frente. Ainda assim, gostava tanto que as pessoas fossem diferentes. Gostava tanto que as pessoas contribuissem no geral para o bem estar dos outros, sem querer fazer com que os outros se sintam piores do que elas próprias. Talvez a regra seja pensar nisso mesmo, pensar no impacto que as nossas pequenas respostas, atitudes e ações podem ter nos outros, e imaginar o que gostaríamos que nos acontecesse a nós. É talvez por isso que considero um dos meus objetivos de vida ser a pessoa mais bem formada, afável e correta que conheço. Talvez assim possa influenciar os outros.