quarta-feira, dezembro 30, 2009

O Que é Um Sing-a-Stare?

Agora que deixei de fazer parte da fasquia de pessoas que vive abaixo do limiar da pobreza televisiva, e passei a fazer parte da classe alta com acesso a televisão por cabo, vejo canais como o AXN. E por aqui, nos últimos tempos, tem passado um comercial televisivo a.k.a. anúncio, com uma daquelas miúdas que aparecem do nada (acho que esta era mulher do Beto), e que não sabem fazer nada, mas que apesar de possuidoras de um certo aspecto "xunga" têm o seu quê de... como hei-de explicar... boas! Uma vez feitas duas ou três sessões fotográficas para revistas está a carreira lançada. Foi certamente o caso desta moça, sobretudo pela sua prestação no dito comercial. Alguém me pode explicar o que raio é um "sing-a-stare"? É que a moça faz referência a este produto algumas 50 vezes durante um anúncio que não tem mais que 2 minutos! Eu tenho suspeitas que, pelo contexto em causa (lançamento de jogo para a Playstation), ela se refira ao jogo Singstar, mas não posso ter a certeza. Se alguém conseguir confirmar esta informação, só a título de curiosidade linguística, agradeço...

terça-feira, dezembro 29, 2009

Vencer a Inércia

Acho que foi mesmo preciso ficar uns dias em casa para vencer a inércia e voltar a escrever umas linhas por aqui pelo estaminé. Ainda para mais porque o Natal já passou e o Ano Novo se aproxima, e umas últimas palavras em 2009 urgiam. O porquê da inércia? Para além do trabalho (que já conseguiu ser mais motivador do que agora é), um pequeno diabrete que habita agora cá por casa, e que quando não está a fazer uma expressão daquelas que se podem chamar de "fofinhas", ou um daqueles beicinhos adoráveis, consegue fazer lembrar os filmes do "Chucky". Basicamente falta tempo para... tudo o resto, incluindo "blogar". Neste preciso momento vai para ali uma choradeira na divisão ao lado, que claramente clama pela minha rápida e urgente intervenção. Por isso mesmo aqui fica este curto post, enquanto clico em "publicar mensagem" já com as nalgas fora da cadeira...

terça-feira, novembro 17, 2009

O Rádio do Mandarim

Durante estes dias em que 99% do meu tempo é ocupado a mudar fraldas e a minimizar o estrago que as cólicas fazem a uma indefesa criatura com menos de 4 quilos, ocupei os restantes 1% com uma actividade que tinha pendente: montar um autorádio com DVD que comprei há uns 2 meses. Esta aventura dividiu-se em vários capítulos, desde o primeiro que é comprar algo do género pela Internet. Passados uns dias, levantei o aparelho numa loja de vão de escada ali para os lados de Sacavém, para chegar a casa e verificar que não dá para ligar com as ligações disponíveis (lá me lixaram o brinquedo novo). Começou assim o episódio seguinte de descobrir que adaptadores é necessário adquirir, para que tudo funcione. Uma vez descoberta uma loja que tratava do assunto, e feitas duas encomendas (uma falhada e outra que foi um grande sucesso), lá avancei para o passo seguinte: descobrir como obter imagem num rádio com leitor DVD. Pelos vistos alguém acha útil só poder ter imagem num rádio leitor de DVD com o travão de mão puxado... No manual, para ultrapassar esta "característica", dizia para ligar o fio rosa ao preto (o que não funcionou). Como tal resolvi inventar, e antes que o aparelho queimasse, descobri que funcionava ligando o fio laranja ao vermelho. Conclusão: quem escreveu o manual era daltónico. Posto isto, lá começou a maravilha tecnológica de origem chinesa a funcionar, e inclusivamente, quando está a reproduzir áudio simples, mostra um wallpaper com uma frase que diz tudo: "the joy is that creat a pute hapiness". Quando descobrir o que quer dizer "creat" e "pute", tenho a certeza que tudo fará sentido. De qualquer forma, devo dizer que o inglês dos chineses é muito melhor que o meu mandarim, e os rádios então, são espectaculares!

sábado, novembro 07, 2009

Adeus, Gigante...

Com a euforia e turbilhão de emoções e preocupações inerentes a uma nova forma de ser e estar na vida, relacionada com outra vida, adiei durante algum tempo o meu adeus ao meu gigante. Este gigante que era o meu avô, nos últimos dias em que esteve comigo, sempre manifestou - ainda que com dificuldade - o seu grande desejo de ainda poder conhecer o seu bisneto. Apesar da sua luta ficou a alguns dias de concretizar esse mesmo desejo, já que resolveu partir no passado dia 30 de Outubro. Se hoje não pude assistir ao adeus de alguns, não me esqueci no entanto que passaram 7 dias após a sua partida. Não me esqueci que tenho menos um gigante na minha vida. Não me esqueci do seu desejo forte que ficou por cumprir. É nestas alturas que queremos acreditar que existe algo mais em nós do que uma amálgama de células, e que podemos persistir no tempo para além da vida. Acredito que seja verdade, porque apesar de ter partido eu ainda penso nele (e isso é persistir no tempo). Quando olho e agarro no meu filho, penso no quanto ele gostaria de o ter visto e de ter identificado parecenças. Penso no orgulho que sentiria do seu bisneto e da promessa que há em toda a vida que começa. Por isso mesmo, tenciono hoje abraçar o meu filho, dar-lhe um beijo na testa e dizer "este é do teu bisavô", porque sei que este seu desejo também persiste no tempo. Estes dias da minha vida são a prova que a vida se renova, por muito dolorosa que esta renovação possa ser. Despeço-me assim num misto de "adeus" e de "olá".

sexta-feira, novembro 06, 2009

Cheguei!!!

Olá a todos! Como o meu pai diz que não quer transformar o blog dele num "baby blog", daqueles onde se começa a escrever sobre o número de vezes que um bebé tem cólicas durante o dia, ou sobre o número de fraldas que se gasta, tomei a liberdade de "hackar" este estaminé e dar-me a conhecer ao mundo. Por isso aqui fica o meu grande olá a todos: sou o Alexandre (o pequeno), cheguei no dia 4 de Novembro pelas 19h, peso cerca de 3,5 quilos e meço 49 centímetros. Conto vir para casa ainda hoje, porque já estou farto de estar na maternidade com todos aqueles chorões, e estou também muito ansioso para começar a dar trabalho aos meus papás durante muitos e longos anos (eles dizem que não se importam, mas eu acho que eles não sabem bem naquilo que se meteram...). Para já não tenho muito mais a escrever, mas prometo ir dando novidades!

quinta-feira, outubro 15, 2009

Está Quase...

Em 2010 já tenho direito!

segunda-feira, outubro 05, 2009

Vencer Pelo Cansaço

Não querendo transformar este modesto estaminé numa algaraviada política, mas não resisto a fazer mais um post, desta feita visando a União Europeia. O tema, mais concretamente: a votação do Tratado de Lisboa. A questão que foco: se o tratado tem que ser aceite por todos os membros da união, a votação há-de repetir-se as vezes que forem necessárias até ganhar o "sim". E basicamente foi isto que aconteceu recentemente na Irlanda, após quase 2 anos do início desta "novela". É uma boa forma de enquadrar a democracia dos dias de hoje, uma vez que as classes políticas acabam por vencer muitas vezes pelo cansaço. Basta ver que andamos todos cansados dos temas políticos, mesmo os que mais directamente nos afectam a nível nacional. De qualquer forma e voltando ao tema principal, parece-me que ao fim deste tempo todo continuamos quase todos sem saber muito bem a que diz respeito o dito tratado. Eu pessoalmente dei-me ao trabalho de, aqui há uns tempos, ir ler a versão resumida que está disponível no portal da união europeia, e fiquei admirado com o quão vago pode ser um tratado coberto desta importância. Resumidamente e para não massacrar o estimado leitor, a versão sintetizada aborda pontos como:

1. Uma Europa mais democrática e transparente

2. Uma Europa mais eficiente

3. Uma Europa de direitos, valores, liberdade, solidariedade e segurança

4. A Europa enquanto actor na cena mundial


Ocorre-me dizer que qualquer destes pontos depende em primeira linha de todo e qualquer cidadão europeu, e só depois de governos ou representantes políticos, o que considerando que a grande maioria das pessoas desconhece o teor do tratado, constitui um paradoxo. Instituir num papel que vamos todos ser mais democráticos, eficientes, solidários, etc. parece-me mais um poema do Manuel Alegre do que um plano político concreto para atingir algum objectivo. Quanto à Europa na cena mundial, arriscaria dizer que enquanto as grandes potências estiverem geograficamente localizadas por outras bandas, teremos apenas direito a um papel secundário, ou até mesmo de figurante.

quinta-feira, outubro 01, 2009

Eleições e Confusões

Foi sem grande surpresa que, apesar de ter votado no domingo passado (como diria o Santana Lopes) com "sacrifício pessoal", recebi mais tarde o resultado das eleições. A única coisa que me ocorre dizer em relação a esse resultado e às reacções que vi e ouvi a nível nacional é que o nosso Fidel da Madeira cada vez parece menos "burgesso" em relação à concorrência (... e mais não digo). Posto isto e considerando que cada um tem aquilo que merece, deu-se início à novela seguinte. Confesso que sempre esperei que, com o grau interventivo que o nosso PR tem, após adiar as suas declarações para o período pós-eleitoral, adiasse novamente para o período pós-autárquicas, e por aí fora sucessivamente até toda a gente se esquecer do assunto. Ao invés, optou mesmo por falar e, verdade seja dita, da forma mais desastrosa possível (fez-me lembrar a figura de um elefante numa loja de cristais). Resumindo e concluíndo, parece que o nosso PR, por uma questão de idoneidade, prefere que o povo eleja um partido para o governo, no qual ele próprio não confia, e com o qual pretende levar a cabo uma guerra declarada, logo no início da legislatura. Parece-me bem, e tal como diz no seu discurso, parece-me que defende o "superior interesse dos portugueses". Tirando esta informação, em termos úteis, a única coisa que aprendi com este discurso foi que o gabinete da presidência não sabe utilizar o e-mail, por isso aproveito para deixar aqui uma recomendação a toda a malta do "staff" do Aníbal.

segunda-feira, setembro 14, 2009

Os Meus Gigantes...

Desde pequeno incluí na minha vida uma série de pessoas naquilo que chamo a minha lista pessoal de gigantes. Essas pessoas, por um qualquer motivo, assumiram um papel de destaque... um papel de relevo que aliado ao facto de as conhecer desde criança me levaram a observá-las como gigantes, como seres com mais de 3 metros de altura... maiores que eu... maiores que o mundo. O problema de crescermos é que inevitavelmente vemos chegar o dia em que estes gigantes de repente já não parecem tão altos... em que estes gigantes parecem até vulneráveis... em que deixam de ter a capacidade de estar lá para nós, de nos proteger, e ao contrário parecem carecer eles próprios de alguma protecção. Para além de ser duro vivermos ou sobrevivermos a esta experiência, o mais difícil é que este momento chega sempre, mas nunca estamos preparados para ele. Um acaso qualquer faz com que olhemos para aquela pessoa e subitamente apercebemo-nos que algo está diferente, algo mudou... e não conseguimos evitar uma profunda tristeza, muitas vezes difícil até de disfarçar. E não conseguimos superar a impotência de pensar que nada há a fazer, e que este é apenas mais um inevitável resultado da natural lei da vida. Pois bem... raios partam a lei da natureza e da vida, e se por um lado pode ser uma merda morrer saudável, por outro é sempre expectável e justo podermos manter a nossa dignidade até ao fim. Espero sinceramente e com todo o meu coração que tanto o gigante que me leva hoje a escrever, como todos os meus outros gigantes, tenham a oportunidade de chegar ao fim com a dignidade que merecem, assim como espero ter essa mesma hipótese. Se o texto parece confuso para alguns desculpem, mas não me apetece ser mais explícito...

sexta-feira, setembro 11, 2009

Índice de Boosidade

Na sequência dos dois últimos posts de um gajo amigo, coloquei-me a pensar nas relações entre homens e mulheres. Não é assunto que me faça escrever por aqui muitas vezes, porque acaba invariavelmente por (por vezes desmerecidamente) receber mais atenção que todos os outros, por motivos mais ou menos óbvios. Tudo o que está relacionado com sexo(s) atrai de igual forma homens e mulheres, nem que seja para uma acesa discussão. Poderá ser este o caso, mas ainda assim o tema que pretendo abordar tem a ver com o que atrai os homens para as mulheres. Como o tal gajo muito bem disse, as primeiras impressões são muitas vezes... tudo. Aprendi isso desde bem cedo, quando ainda na escolinha inventei com uns amigos meus o conceito de "índice de boosidade", medida pela qual se avaliava o quão boa era uma mulher. Passados alguns anos deixei de utilizar esse termos pois claramente percebi que não me levava a lado nenhum esse tipo de manifestações "zé-zé-camarinheiras", mas ainda assim o conceito persiste até hoje. Atire a primeira pedra o maior hipócrita macho que diga que a primeira coisa que o atrai numa mulher é algo relacionado com o seu intelecto! As coisas da psique são importantes sim senhor, mas acabam por vir por arrasto. São importantes porque fazem a diferença entre uma queca e uma relação. São importantes porque fazem algo durar uma noite ou uma vida, se for o caso. Então porque é que existe claramente (por exemplo, em alguns homens) uma necessidade abichanada de dizer que a atracção inicial pelas mulheres é a sua generosidade ou inteligência, em vez de um peito generoso, umas pernas torneadas no topo de uns bons saltos altos ou até mesmo um traseiro impinado q.b.? Se passado um ano ou dois esse mesmo homem estiver com essa bonita, bela, escultural e/ou voluptuosa mulher (e mesmo que não seja terá certamente algo que o atraiu fisicamente), só é sinal que a inteligência, humor e amor também estavam incluídos no mesmo pacote, com uma embalagem bem catita! E isso só pode ser elogioso para ambos: ele porque soube escolher, ela porque fez jus ao que tão bem publicitava! E agora que venha a mulher que diga que... "com as mulheres é diferente"!

terça-feira, setembro 08, 2009

O Frankenstein Político

Na sequência dos vários debates e aparições públicas dos principais dirigentes partidários, é natural ouvir as pessoas indicarem as suas preferências e os seus pequenos (ou grandes) ódios de estimação. É o que tem acontecido ultimamente, com um pormenor interessante: regra geral, nenhum dos actuais líderes satisfaz praticamente nenhum membro do eleitorado. Parece-me assim que se impõe uma solução prática com uma pequena ajuda da ciência (ou da ficção científica, se preferirem). Nasce assim da minha mente (sem no entanto revelar as minhas preferências pois o voto é secreto)... o Frankenstein Político! O FP (chamemos-lhe assim para abreviar - "político" é cá um palavrão...) poderia ter as melhores características de cada político da actualidade. A minha sugestão seria algo como um mix das seguintes características ou "traços de personalidade":

1. o FP seria uma versão do Jerónimo de Sousa, enquanto modesto funcionário responsável por gerir uma vasta rede de roulotes sediadas à porta de cada empreendimento fabril, para que não faltem bifanas e música popular de fundo aos operários que subsistem apenas com o ordenado mínimo nacional;

2. o FP seria uma versão da Ferreira Leite, enquanto técnico oficial de contas com um penteado estranho, fornecendo a toda a população nacional o serviço precioso de preenchimento das declarações do IVA e do IRS, só sendo por isso necessário encarar-lhe a fronha uma ou duas vezes por ano;

3. o FP seria uma versão do Paulo Portas, enquanto enfermeiro ao domicílio
excessivamente bem vestido, para mudar as fraldas a todos os velhinhos de Portugal (nota: nas horas vagas faria voluntariado, indo até ao mercado mais próximo comprar peixe a troco de várias beijocas às peixeiras);
4. o FP seria uma versão do Francisco Louça, enquanto traficante/consumidor de drogas leves como haxixe (e "look-alike" do John Lennon), em eterna digressão pelo país na sua carrinha "pão-de-forma" amarela com pinturas florais e espanta-espíritos no seu interior.

5. o FP seria uma versão de José Sócrates, enquanto desportista frustrado e eterno alvo em movimento, fornecendo o divertimento a toda a população da prática de tiro ao alvo com armas de "paintball" e "airsoft", enquanto faz "jogging" pelas principais autoestradas em obras do país (um tiro certeiro na testa, em plena portagem ou tabuleiro da ponte, vale um ponto extra).

Peço desculpa aos restantes líderes partidários que, por força das circunstâncias, da falta de cobertura e protagonismo pela comunicação social ou por ignorância minha, não tiveram lugar nesta mescla humana. Mas não desanimem, pois podem sempre vir a ser uma parte importante do nosso Frankenstein Político... nem que seja o colhão esquerdo! Sempre dá para coçar...

Caro (e)leitor, do que está à espera? Não hesite... deixe já aqui o seu voto!

terça-feira, setembro 01, 2009

E se um Carro Assobia...

... isso chama-se Seat Leon. Não sei se foi da viagem a 200 km/h até ao Algarve, mas depois dos cerca de 300 kms concluídos, o carro ganhou um assobio novo. Agora, de cada vez que toco no acelerador, parece que vem uma ambulância colada a mim. Depois de ir até à Seat para ver o assunto, aconselharam-me a marcar uma data para analisar melhor o problema. Lá agendei a coisa que durou um dia inteiro de calor abrasador e transportes públicos. Ao final do dia eis senão quando sou contactado pela oficina a reportar que o carro não tinha problema nenhum, e que o prognóstico inicial de um tubo de admissão de ar mal apertado no sistema do turbo estava incorrecto. Uma vez que não se passava nada, podia ir levantar o carro, "e já agora o diagnóstico são 40 euros". Peguei em mim e na minha azia e dirigi-me à oficina, onde fui recebido com um "o meu colega já lhe explicou o diagnóstico"? Respondi que ele já me tinha explicado, mas que eu é que não tinha a capacidade de compreensão suficiente para perceber que "nada se passava" com um carro que quando acelera parece uma ambulância. Depois de aberta a discussão, e de me responderem que mesmo que o período de garantia não tivesse terminado no mês imediatamente anterior ao da avaria, nunca reparariam o carro porque a Seat "não repara barulhos", acho que a minha azia crescente os fez reduzir o belo do diagnóstico para 20 e não 40 euros, a ver se a coisa ficava por ali. Não quis bater mais no ceguinho (que neste caso devia ser eu) e fui-me embora, assobiando alegremente com a minha nova sirene até casa. Se alguém precisar de chegar depressa a algum lado, não hesitem, já sabem o meu contacto.

sábado, agosto 29, 2009

terça-feira, agosto 25, 2009

sexta-feira, agosto 21, 2009

Perdido nos Oceanos

Fui a mais um daqueles eventos onde se espera que vá... toda a gente. Desta feita foi ao encerramento do Festival dos Oceanos, onde a principal "atracção" que lá me levou consistia em teatro de rua. Afinal não foi nada disso, e alguém colocou estrategicamente (mal) um palco com cerca de meio metro de altura, ao lado da célebre pala do Sisa, ali no parque das nações, para que os acrobatas do grupo Carillon fizessem o seu número. Ah e tal, foi bonito, sim senhor, mas seria mais ainda se todas as pessoas que não se encontravam a 5 metros do bendito palco também conseguissem assistir ao espectáculo. Arrisquei-me ainda a levar, como alguém muito bem disse na altura, com uma valente "broa nos queixos", quando comecei a mandar bocas foleiras a um daqueles energumenos que insistem abancar à frente de alguém que já está com problemas de falta de visibilidade. Valeu que (apesar de não me ter apercebido) conhecia o visado, e a coisa ficou-se por um cumprimento seguido do discreto abandono do local por uma das partes (que não eu). No final da noite e já depois do espectáculo de fogo de artifício (que julgo eu atraiu a maioria do público presente) valeu a companhia e também um bastante razoável mojito ali no Casino de Lisboa, enquanto esperávamos que o transito na zona voltasse à normalidade.

quinta-feira, agosto 20, 2009

Google Vista da Rua

Depois da magnífica invenção do Google Maps... depois da integração do Google Latitude... eis que a Google nos apresenta o StreetView. Eu sei que pode não ser propriamente uma novidade, mas só ontem experimentei a navegação pela cidade de Lisboa, e devo dizer que é surpreendente. Isto porque o trabalho e esforço envolvido na tarefa de apresentar fotos (360º, em alta definição) de todas as ruas de uma cidade como Lisboa, é algo a admirar. É também engraçado observar os cuidados com a edição de imagem, como por exemplo tornar as matrículas e as caras das pessoas difusas. Mas ainda bem que o fazem, senão veja-se bem os problemas que o casalinho da foto apresentada, tirada no cimo do parque Eduardo VII, poderia vir a ter!? Se acederem directamente ao StreetView por este link, digamos que, de imediato, parece uma pose algo comprometedora... mas se observarmos com maior detalhe podemos constatar que aquilo que à primeira vista parece um fellatio em plena luz do dia, se trata apenas de uma ilusão de óptica... com muita pena nossa, é claro. Resta saber até quando esta foto vai estar disponível, mas um dia destes hei-de procurar um daqueles cantinhos na net que registam todos os momentos flagrantes em Lisboa, para andarmos à descoberta nesta magnífica ferramenta. Para já, deixo um link homólogo... ou até outro link homólogo, para imagens comprometedoras além fronteiras.

quarta-feira, agosto 19, 2009

Se Te Aleijas, Levas!

Quando era pequeno ouvi algumas vezes a minha avó fazer esta ameaça, ainda que nunca a tivesse concretizado. Nunca pensei no entanto que fosse algo a reter para a vida adulta, nomeadamente no dia a dia de uma qualquer profissão. Hoje foi com nostalgia que relembrei esta máxima do "se te aleijas, levas", quando li uma notícia sobre um caso de justiça que envolveu dois polícias. Reza então a história, que há cerca de dois anos estes dois agentes da autoridade foram chamados a intervir numa situação problemática na Amadora. Ao chegarem ao local, basicamente foram recebidos com um arraial de porrada. Na sequência do tratamento hospitalar que tiveram de receber, e tendo o caso chegado à barra dos tribunais, foi determinado o pagamento de uma indemnização no valor de 3000,00 aéreos aos polícias. No entanto, em Portugal existe uma coisa muito bonita que as pessoas podem pedir, e que se chama "atestado de pobreza", o que quer dizer que a malta que afiambrou umas lambadas na bófia, não tinha condições para pagar a multa. Como tal, a coisa ficou assim... ou pelo menos pensava-se que ficava assim. Passados os ditos dois anos, os agentes (para além de terem levado um arraial de porrada, para além de não terem visto um chavo da indemnização) receberam em casa, cada um, a sua facturazinha de 400 aéreos de custas judiciais a pagar. É bem certo e já a minha avó dizia... "se te aleijas, levas"!

domingo, agosto 16, 2009

Pequeno Pardal

A descrição de um "pequeno pardal" constitui a origem do nome de uma grande artista: Édith Piaf. Apesar de não ser conhecedor nem especial admirador de Piaf, sou certamente admirador do trabalho do La Féria, que nos brindou com mais um espectáculo musical de aplaudir e pedir mais. Tive ainda a oportunidade de assistir à versão protagonizada por Wanda Stuart (que partilha Piaf com Sónia Lisboa), que não podia estar mais certa para este papel. É realmente bom confirmar que temos este tipo de riqueza à nossa porta, tão fácil de alcançar. Os bilhetes foram oferecidos (grátis, de borla, pontapés na cabeça) pelo meu pai anónimo (um g'anda obrigado para ti), o que condicionou o horário à "matiné" de um sábado, onde velhinhos e velhinhas davam "ais" e "uis" quando os artistas soltavam palavrões ou enquanto duas mulheres se beijavam na boca. Acho que só a senhora sentada ali ao lado, e que dormiu durante a maior parte do espectáculo, não terá ficado admirada. Ainda assim todos gostaram e aplaudiram (merecidamente) de pé mais um elenco e um trabalho fantásticos. Filipe, aguardo o próximo!

sábado, agosto 15, 2009

Great Place... for Idiots!

Quem acompanha com alguma regularidade este estaminé, estará certamente familiarizado com alguns posts onde relatei episódios referentes ao meu "great place to work", onde (entre outras coisas) surgem sanitas e urinóis nas escadas do edifício. Desta feita o episódio que vos venho contar diz respeito ao aparelho de ar condicionado. Durante a passada semana as temperaturas certamente bateram o recorde deste ano, o que faz com que um espaço fechado onde cerca de 50 pessoas e 50 computadores a produzir calor, seja tudo menos um "great place" para o que quer que seja. Isto se pensarmos que durante uma semana inteira... o ar condicionado não funcionou. Esta situação teve algo de positivo, porque eu e mais alguns rapidamente adquirimos o hábito de ir "lanchar" (o lanche varia entre a imperial... e as duas imperiais). Tirando isso, posso educadamente dizer que foi uma semana de merda. Quando resolvi repetir o telefonema que tantos outros colegas fizeram para o departamento responsável (localizado num outro edifício em que este tipo de problema curiosamente não acontece), ocorreu a conversa parva que me motiva agora a escrever. Resumidamente, ao meu relato de avaria do ar condicionado, foi-me dito que "não podia ser, porque ainda no dia anterior o técnico tinha estado no local e estava tudo a funcionar correctamente". Infelizmente o meu cérebro estava meio bloqueado pelo calor, e não consegui verbalizar a resposta que imaginei, e que seria algo como "ah... se o técnico diz que está OK, então até me passou já o calor!". O pior foi que esta explicação foi sucedida por uma justificação técnica, segundo a qual o problema era que "nesta altura do ano está uma temperatura demasiado alta, pouco habitual", ao que uma vez mais bloqueei a minha resposta mental que seria "ah... realmente tem razão, porque no inverno isto deita um fresquinho que é uma maravilha!". Tenho mas é de ver se procuro o número de outro departamento na lista telefónica para além deste... talvez o da inspecção geral do trabalho resolva melhor o problema!

domingo, agosto 09, 2009

Deuses e Demónios

Em virtude das minhas recentemente celebradas 39... porra... 29 primaveras, os meus amigos Susy, Juanita, Edu, PJ e PO chegaram-se à frente e deram-me a conhecer, em termos literários, a escrita de Neil Gaiman. Apesar de os filmes baseados em obras suas serem já bastante conhecidos (ex.: Coraline), confesso que o livro "Deuses Americanos" me surpreendeu, não só pela história que encerra mas também pela forma, sobretudo o tom sarcástico e satírico com que é escrito. É de uma sagacidade espectacular. Como acabei por "devorar" rapidamente o livro onde carinhosamente os meus amigos fizeram uma dedicatória que inclui o desenho de um "manguito", resolvi continuar para "Bons Augúrios", onde Neil se junta Terry Pratchett (o que resulta numa escrita ainda mais alucinante). Estou apenas no início, mas confesso que já me fascinou a interacção entre os demónios que por cá andam a preparar o Armagedão. Uma das tiradas mais engraçadas que já apanhei foi uma conversa entre demónios, onde confessam ter muita dificuldade em inventar algo verdadeiramente mau para fazer à espécie humana, uma vez a natureza humana se revela extremamente imaginativa no que diz respeito a qualidade e quantidade de situações autodestrutivas. Enfim... acho que não é a primeira vez que dou por mim a acenar afirmativamente com a cabeça enquanto leio este tipo de coisa. Resumidamente, e para quem liga alguma coisa às minhas preferências e gosto, tanto o primeiro como o segundo livro mencionado, recomendo!

quinta-feira, agosto 06, 2009

Ladrão Que Rouba Ladrão

Tal como já tinha por aqui escrito anteriormente, não sou propriamente a pessoa mais impressionada com a DECO e a qualidade dos serviços que presta. Ainda assim fui ardilosamente levado pelo meu amigo PO no sentido de subscrever a revista Proteste. Importa no entanto explicar que esta subscrição não é completamente inocente, uma vez que o objectivo em causa passava por "receber gratuitamente durante dois meses" a dita revista, recebendo também de imediato um MP4 e uma estação meteorológica de forma gratuita. O esquema em questão: cancelar a subscrição antes do final dos dois meses gratuitos e... ficar com as ofertas! O problema é que com a minha já conhecida sorte, nem com estes "pontapés na cabeça" (leia-se borlas) me safei! Então não é que a merda da estação meteorológica se avariou logo após uma hora depois de ser ligada? Vejam na imagem o estado catatónico em que o raio da geringonça ficou! Quando a própria DECO é capaz de enviar merdas avariadas para os seus clientes, como presente de boas vindas... pergunto-me onde o mundo vai parar! Enfim, pelo menos tenho uma boa desculpa para apresentar quando cancelar o serviço... e com um bocado de sorte talvez o MP4 se aguente mais do que uma hora a funcionar. Como se diz em inglês: "god damn it... border-shit DECO!!!"

quarta-feira, agosto 05, 2009

No Rasto do Rastro...

Li hoje num outro blog algumas críticas relativas a um dos livros que li durante as minhas férias. Efectivamente devo dizer que criei uma relação estranha com a publicação em questão. A melhor forma de a classificar é como uma relação de amor-ódio. Se por um lado o "sumo" do romance em causa é interessante e cativa o suficiente para nos fazer continuar a ler, por outro são muitas as vezes em que dá vontade de desistir. O carácter demasiado descritivo, introspectivo e até filosófico é duro de roer, assim como o facto de estar escrito em português do Brasil. Em resultado de todos estes ingredientes, confesso que foi até hoje o livro que me custou mais a ler, o que me deixa dúvidas se sou um ignorante da pior espécie em termos literários ou se o livro é mesmo complexo e demasiado elaborado por natureza. Gostei no entanto do enquadramento histórico que é feito referente ao conflito que teve lugar no séc. XIX entre o Brasil (ao lado do Uruguai e da Argentina) e o Paraguai, bem como de alguns aspectos da natureza humana que são bem retratados no percurso das personagens. Estranho de qualquer forma que esta publicação tenha ganho o prémio Leya, já que para além das características mencionadas, aparentemente a investigação que está por trás poderá não ter produzido os resultados mais fidedignos. Enfim, como se pode constatar por este meu post, não sei se recomende o livro, se alerte para que todos fujam dele... mas acho que no final de contas fiquei satisfeito por não ter desistido e ter chegado ao fim.

quarta-feira, julho 22, 2009

Artigos de Quem Opina

Acabei de ler de uma assentada só o último livro quase romance de Miguel Sousa Tavares. Não é segredo que sou admirador daquilo que escreve, e confesso que uma vez mais não me deixou ficar mal com este último trabalho que andou a cirandar durante largos meses num portátil roubado e recuperado no mercado negro por 500 euros (imagino que para o autor tenha sido um preço baixo a pagar para obter de volta aquilo que ainda assim era seu de direito). Na sequência desta leitura e de algumas pesquisas na net deparei-me com o facto de eu ser possivelmente o único admirador que o homem tem enquanto escritor, comentador e algumas outras coisas que fez e faz na vida. Apesar de não estar obviamente de acordo nem assinar em baixo tudo aquilo que é dito ou escrito pelo MST consigo ainda assim admirar o seu trabalho (e a sua personalidade) e concordar com, ou pelo menos entender, a maioria dos seus comentários. O que não consigo entender são os comentários sobre a sua pessoa que existem na blogosfera, na resposta e comentário a artigos de opinião ou em redes sociais. Desde o “vai mas é para o Brasil e não voltes” até ao “o MST cheira mal”, deparei-me com uma saraivada de infantilidades e desconsiderações por alguém que se limita a fazer o seu trabalho (goste-se dele ou não). O facto de, por exemplo, o MST não gostar de blogues e redes sociais, e eu ser um blogger, deverá fazer com que odeie esta pessoa? Não me parece. Da mesma forma como, não tendo eu grande paciência para as redes (de exclusão) sociais, não condeno nem apelido de nada alguém que delas faça parte. Uma questão para reflectir: se o MST enquanto comentador fosse mais “politicamente correcto” nas opiniões que exprime, seria assim tão mais interessante ouvi-lo ou lê-lo?

terça-feira, julho 21, 2009

Contas, Pesos e Desmedidas…

A propósito de um tema que tem feito muitas páginas de jornal, nomeadamente o envolvimento de Dias Loureiro no caso BPN, deixei-me levar pelos pensamentos e estabelecer algumas relações entre tipos diferentes de escândalo que se abatem frequentemente sobre figuras da política nacional. Pus-me a pensar no raio de país que temos, onde é considerada “a coisa a fazer” ao rápido pedido de demissão de um ministro que tutela um organismo sob a alçada (distante) do qual cai uma ponte “entre os rios”, onde é “cobrada a pele” de um ministro que apelida uma localidade de deserto como se este (por mais ignóbil que possa ser) tivesse acabado de chamar filhos da puta a todos os habitantes da margem sul do Tejo, onde é praticamente instantâneo o “incentivo” à demissão de um ministro que cai na infantilidade de fazer umas orelhas de burro a um colega da assembleia parlamentar… Todos estes episódios (ainda que ridículos) foram enfaticamente divulgados na comunicação social, e a demissão (tendo ocorrido ou não) dos protagonistas surgia sempre como o dito cenário natural. No entanto, se tivermos outros altos dirigentes envolvidos nos mais obscuros e incriminatórios actos de ilegalidade e/ou natureza criminosa, as mesmas regras parecem não ser aplicadas. Um conselheiro de estado avança de forma contrariada para a demissão apenas quando praticamente mais nada há a fazer… outros dirigentes (ou ex-dirigentes) de outros organismos públicos (ou privados) agarram-se com unhas e dentes aos postos que têm quanto maior e mais desonrosa for a acusação de que são alvo. Será que entre estes dois tipos de cenários o poder tem um valor diferente? Será que o ridículo das situações menos importantes favorece os “coitados” que assim ganham asas para voos mais altos? Qualquer que seja a perspectiva individual desta gente deve certamente ter um objectivo e significado, no entanto a explicação para todos os outros, para todos nós, continua a saber sempre a pouco. Eu pelo menos não me vejo a perseguir estes “ogres”, com archotes, pela floresta adentro, só pelo facto de terem orelhas de burro e gritarem a plenos pulmões: Jamais!!! Jamais!!! Já aqueles que pouco ou nada dizem e fazem, mas que saem do pântano para habitar no palácio, com a pose sobranceira e arrogante de quem não respeita nada nem ninguém, talvez devessem sentir o lume crepitar na fogueira por baixo dos seus pés…

quarta-feira, julho 15, 2009

Volume Quatro

Cortesia do senhor meu pai, mais conhecido neste estaminé como o Anónimo Pai do Marco (isto de ter um pai anónimo, uma vez escrito e lido, não me soa nada bem), recebi ontem como prenda de aniversário o quarto volume encadernado destas minhas crónicas de blogger. Verifiquei com alguma tristeza, pelo volume da publicação, que escrevi muito menos que o habitual, por comparação com volumes anteriores, já que nos últimos anos esta oferta tem sido uma constante. Consegui ainda estabelecer uma relação (ainda que sem perceber em que pontos consistem a “causa” e o “efeito”), entre o meu estado de espírito geral e a capacidade de manter a frequência destes meus relatos na blogosfera. Imaginando que é mais importante fazermos resoluções de ano novo no nosso aniversário do que… no ano novo, já que completando nós um marco na nossa vida tenhamos mais motivos para nos fazer pensar, parto para um período de férias que será também de reflexão. Espero assim voltar com um ritmo diferente para esta e tantas outras coisas que desejo fazer e em que me pretendo (e tenho de) transformar. Tenciono também escrever algumas novidades por aqui. Ah, e aviso já para o facto de, apesar de estar a fazer resoluções de ano novo no rescaldo do meu aniversário, não tenho cuecas azuis nem estou a comer passas em cima de uma cadeira.

terça-feira, julho 14, 2009

Caco Velho

Sinto-me um caco velho. Cumpri hoje 29 primaveras (forma poética de dizer que fiz 29 anos de idade, como se alguma coisa de poético existisse neste facto), e apesar de não ligar peva à luta impossível de vencer entre a juventude e a decadência da velhice, sinto-me de alguma forma insultado. Foram praticamente TODOS os amigos que me ligaram e que ficaram surpreendidos pelo facto de ainda nem sequer ter entrado nos 30. Algumas almas mais caridosas tentaram limpar a face dizendo que era por “eu ser uma pessoa tão responsável”, ou por “ter um discurso tão experiente”… mas nada disso elimina o facto de todos me darem mais meia dúzia de anos (e na prática me considerarem uma grandessíssima seca de pessoa – responsável e maduro, mesmo aquilo que eu gostaria de ser…). Mas que merda é esta? Como diz o meu amigo PJ, “ainda não jogo golfe” (querendo isto dizer que sou ainda sexualmente activo)! Não sou careca – sem ofensa aos carecas – e nem cabelos brancos tenho! De onde vem então esta peregrina ideia de antecipar a minha ida para um lar? Meus amigos, gosto muito de todos vós, mas para o ano vejam lá mas é se ficam caladinhos com a história da idade e dêem só os parabéns! Caso contrário, lembrem-se que a vingança pode ser cruel… muito cruel!

sexta-feira, julho 10, 2009

Conversas da Pachacha

Fui ver as conversas da pachacha. Algumas pessoas conhecerão a peça como "Monólogos da Vagina", mas penso que o primeiro título se adequa mais. Isto porque na realidade o texto assenta num medley de entrevistas a diferentes personagens - não necessariamente um monólogo - ainda que não sejam necessárias perguntas e também porque, tal como referido numa das "conversas" iniciais, a vagina é provavelmente o órgão da mulher ao qual os mais variados nomes foram sendo atribuídos ao longo do tempo. Guida Maria no seu excelente registo de sempre, Ana Brito e Cunha com uma postura (e voz) surpreendentemente sensuais e São José Correia dá uma componente "visual" interessante ao conjunto. Estas três moças deram uma nova roupa à peça em relação ao que me tinham dito ser a versão original da mesma. O tom varia entre o mais dramático e mais cómico, entre factos históricos reais e personagens e eventos fictícios. O resultado final: fica a saber a pouco... a conversa poderia continuar, já que tanto mais há a dizer sobre o tema (sendo o tema a vagina). Fico no entanto a aguardar a resposta de alguém a este que considero mais um daqueles actos feministas (independentemente de ter tido todo o prazer em ver e ouvir). Quando for escrita a peça "Discursos do Pénis", certamente lá estarei para assistir. Digo assistir e não comparar, porque comparar o pénis é coisa de putos...

quarta-feira, julho 08, 2009

Serão as Crianças?

Desde miúdo que estava acostumado a ouvir a célebre expressão que diz que "o melhor do mundo são as crianças". Nunca pensei que fosse treta... pois afinal "o melhor do mundo é o Cristiano Ronaldo"! Nos últimos tempos, como é óbvio, tem sido um dos principais temas de conversas de café. Do que tenho ouvido, as opiniões são como as vaginas... quem quer dá-las... dá... e há para todos os gostos! Uns odeiam o rapaz, outros adoram, outros são indiferentes. Não sei exactamente em que categoria me enquadro mas confesso que neste caso me parece que no meio é que está a virtude. Sou no entanto menos indiferente ao fenómeno em que consiste um ajuntamento de 80 mil pessoas que se podem dar ao luxo de esperar 10 horas numa fila para assistir a uns minutos de exibição de um jogador de futebol. E quando se diz exibição é no verdadeiro sentido de simplesmente mostrar. Espero que tenha sido divertido para quem lá esteve, mas sinceramente não consegui perceber o porquê da coisa (nem quanto ao conteúdo nem quanto à forma). Tenho até alguma curiosidade em saber sob que perspectiva os companheiros de equipa "encaixam" uma discriminação abismal como esta (como se não bastasse já a questão monetária...). Mas enfim, o que me entristece mesmo, mesmo a sério é a tal questão do melhor do mundo. Eu cá continuo a preferir que sejam as crianças!

quarta-feira, julho 01, 2009

Let's Look at a Trailer

Durante o almoço de hoje (já repararam provavelmente que o almoço é o período mais criativo do meu dia), dedicamo-nos à tradução de uma expressão tipicamente portuguesa: bardamerda! Como é que se traduz algo que parece ser a aglutinação da deturpação de várias palavras para outra língua? Simples, basta um pouco de imaginação. Como tal, recorrendo a essa imaginação e por critérios de aproximação, chegámos à possibilidade mais forte: border-shit. Aplicado no contexto seria algo como: "hey man, go border-shit!". Durante o resto do dia fiquei já um pouco inquieto, ao pensar na quantidade de expressões que temos (sem qualquer tipo de tradução possível) para as quais seria útil ter uma correspondência, por exemplo, em inglês. Lembro-me de em tempos ter recebido um reportório inteiro que se encontrar entretanto colocarei por aqui também. Para já proponho-me assim a sugerir umas quantas de minha livre iniciativa:

P: vai-te lixar!

I: go and sand yourself!

P: estás a coçar os tomates!
I: you're scratching your own balls!


P: c'um caneco!
I: with a jug!


P: estás aqui estás a levar!

I: you are here you are taking!

P: vai ver se está a chover.

I: go and see if rain falls.

P: vai roubar para a estrada!
I: go and steal to the road!


P: estou com uma lanzeira...

I: I'm with a big wool...


P: mais velho que o cagar...
I: older than shiting

P: vai mamar na quinta pata do cavalo!

I: go and suck the fifth paw from the horse!

P: ficas a cagar fininho!

I: you'll be shitting very slim!

P: estou à rasca para mijar...

I: I'm thin to take a piss...

P: tenho uma micose no escroto!
I: I have a mycosis in the scrotum!

P: tenho um furúnculo no cú...
I: I have a furuncle in the ass...

P: estou-me a cagar para ti! I:
I'm shitting myself for you!


P: vai dar banho ao cão!

I: go and give bath to the dog!


Deixo aqui abertas as inscrições para sugestões a incluir neste post. Espero ter ajudado aqueles que, tal como eu têm sérias dificuldades em falar inglês com indianos, em arranjar forma de os despachar em menos de três tempos (despatching indians in less than three times).

domingo, junho 28, 2009

Regras de Ouro do Chinês

Na passada sexta-feira resolvemos fazer o almoço de despedida de uma colega. Clara: foi pena não teres ido... o teu almoço de despedida foi muito divertido (conforme se pode ver pela foto - cortesia da Susy - onde eu e o PO ficámos no nosso melhor, ainda que um pouco "africanizados"). O local de eleição foi um restaurante chinês onde nunca nenhum dos que estiveram presentes tinha ido. Este restaurante nada tinha de particular em relação a todos os outros, mas certamente fez-me reflectir sobre essa mesma homogeneidade. É um tipo de estabelecimento que pode facilmente ser estereotipado. Passo assim a descrever as regras de ouro para um restaurante chinês de sucesso:

1. Todo e qualquer restaurante chinês que se preze tem de ter bolas vermelhas com penduricalhos junto à placa que ostenta o nome, preferencialmente com metade em português e a outra em mandarim.
2. Todas as peças de mobiliário e acabamentos das instalações devem ser em madeira lacada em tons de vermelho, sendo que as cadeiras devem ser almofadadas e compostas por 60% de ácaros.
3. Os empregados devem ser constantemente sorridentes e pronunciar um máximo de 3 palavras em português sendo que nessas palavras os 'r' devem ser substituídos por 'l' (ex.: "obligado" e "fa'xavole").

4. Os empregados não podem entender correctamente um pedido, sendo obrigatório um engano mínimo em 10% da lista de pratos/acompanhamentos/bebidas.
5. Todos os restaurantes chineses devem possuir os famosos pauzinhos que, apesar de usados devem vir embalados em papel, por causa da ASAE.
6. Todos os nomes dos pratos devem ter um erro ortográfico na ementa (ex.: Gelado Frido, Ovos de Andoninha, etc.).

7. No final da refeição é obrigatório servir um licor ou aguardente de lagarto em copos de porcelana com miúdas descascadas no fundo.
8. O óleo de fritar só deve ser utilizado após servir para cozinhar dois meses de refeições para as famílias orientais que habitam nas traseiras/anexos do restaurante.
9. A conta deve sempre ser apresentada ao cliente, acompanhada de um de três itens: calendário chinês de 2006, isqueiro com desenhos sem gás ou rebuçado de mentol.

Qualquer infracção a estas regras de ouro deve ser de imediato reportada à ASAE, de forma a garantir os níveis de qualidade a que estamos habituados.

sexta-feira, junho 26, 2009

Fale-se Bem... Fale-se Mal...

... o que é um facto é que sempre se falou dele. Independentemente dos mitos urbanos, dúvidas e suspeições em relação à vida privada deste cantor, a sua posição no mundo artístico é e será para sempre única. Detentor de um recorde que dificilmente poderá vir a ser batido (uma vez que a venda de discos já não é o que era), figura mítica da pop, tem o título de "rei" garantido para uns bons e longos anos após a sua morte. Não consigo compreender muito bem alguns fanatismos a que assisti no meio de vários tributos (já mais aceitáveis) que foram prestados ao longo dos últimos dias, mas deixo aqui a minha última salva de palmas pessoal para Michael Jackson, com o "muito obrigado" que todos os grandes artistas merecem de nós.
1958 - 2009

domingo, junho 07, 2009

Na Rota do Mar

Uma experiência que andava adiada há já algum tempo teve finalmente lugar. Cortesia do Bruno que me emprestou o "bicho" que podem ver na foto (e que aliás pelo próprio tamanho e aspecto pouco promissor fez algum furor). Houve até quem duvidasse que a própria tarefa de chegar ao ponto de encontro onde se reuniriam todos os participantes no passeio de todo-o-terreno "Rota do Mar", seria possível (não só chegou lá como pagou menos portagem que todos os outros para o fazer). Mas a viatura fez isso tudo e muito mais. Um passeio pela lama (oferta do tempo de merda que teima em não se ir embora) e pela areia (algo muito mais divertido do que poderia alguma vez imaginar) permitiu ao animal que na noite anterior estava ainda de motor esventrado nas mãos do meu amigo, dar um ar da sua graça. Mais do que o passeio em si, que já foi muito bom, foi a companhia, o conhecer novos amigos e a diversão de um dia inteiro muito bem passado. Se já anteriormente andava com ganas de comprar um "brinquedo" destes para mim, agora as ganas são ainda maiores. Resta-me esperar pelo preço ideal, já que se trata de uma "brincadeira" cara. Até lá vou contando com umas abébias e convites para repetir a experiência, esperando que o número 84 lá se vá aguentando...

Foto: cortesia do Paulo, a minha "ama-seca" durante este que foi o meu primeiro passeio dentro do género (um grande bem-haja para ti)

terça-feira, junho 02, 2009

Errar é... um Erro

Na qualidade de informático, sou muitas vezes levado a defender a minha classe no sentido de que, quem não faz parte dela, a utiliza muitas vezes como bode expiatório (ou bode "respiratório" para alguns) para a própria incompetência. Quantas pessoas nunca foram defrontadas num qualquer serviço pela expressão dita quase orgulhosamente por um funcionário: "lamento, mas temos o sistema em baixo". Como se o sistema sofresse de impotência ou maleita semelhante, capaz de impedir uma erecção crucial para resolver o problema em questão. Mas se umas vezes o "sistema" tem as costas largas, outras há que mesmo nós, informáticos, temos alguma dificuldade em tolerar algumas falhas cometidas por colegas na concepção dos ditos "sistemas". A última que experimentei foi cortesia da IBM, e constituiu para mim um dos raros paradoxos na área da computação. Nomeadamente, ao ser confrontado com a mensagem que aqui deixo (ver imagem), fiquei a saber que me tinha deparado com um erro, enquanto me era apresentado... um erro. Confesso que o meu cérebro ainda não recuperou totalmente da tentativa de raciocínio sobre a necessidade de apresentar um erro que ocorre enquanto é apresentado um erro. Ou até mesmo se a causa de um erro que impede a correcta apresentação de um erro será assim tão importante para mim... Enfim, fiquei de tal forma transtornado com esta situação que ainda não me sinto totalmente recuperado. Tenho até algum receio de voltar a utilizar o software em questão, não vá o diabo tecê-las e ser-me apresentado um erro ao tentar resolver um erro relativo à apresentação de um erro ocorrido durante um erro. Meu Deus, quando irá terminar este pesadelo!?

segunda-feira, junho 01, 2009

Mini Me

Rendi-me ao minimalismo e comprei um brinquedo: o portátil (e é mesmo portátil) Tsunami Moover T10 (passo a publicidade). Andava um pouco indeciso em relação à compra, mas as mega-hiper-super promoções do "eu é que não sou parvo" não deixam ninguém indiferente, e eu não sou excepção à regra. Enquanto andava por lá na minha indecisão entre quais os portáteis candidatos a vir habitar o meu estaminé, tentei sempre manter-me dentro da distância de segurança do famigerado Magalhães. Confesso que aquilo me mete medo... Só de pensar no episódio do meu amigo PO penso no que levará alguém a comprar aquilo sem ser pela teoria dos "pontapés na cabeça" (leia-se, borlas). O episódio consiste concretamente em, na primeira vez que se liga o pseudo-portátil e que o mesmo dá início ao Windows Update, se esgota de imediato a capacidade em disco (esses vastos 30 gigas, previamente ocupados com software decididamente interessante). Já vi pens USB com mais capacidade... Mas enfim, lá sobrevivi e trouxe um computador, pequeno mas respeitável, que certamente será muito útil nas mais variadas ocasiões. Continuarei no entanto solidária para com todos aqueles que não tiveram como escapar ao flagelo tecnológico criado pelo actual governo. Não desesperem, pois certamente um dia conseguirão ter um computador a sério.

domingo, maio 24, 2009

Estacionamento de Paralímpicos

Hoje resolvi ir almoçar com uns amigos a uma cervejaria porreirinha ali no outlet do Sócrates (para os que não lêem os jornais, Freeport). Quando cheguei observei uma vez mais com curiosidade uma característica que considero "sui generis" naquilo que de invulgar se pode encontrar num parque de estacionamento. Este deve ser o único parque do país que descobriu uma forma de lidar com os chico-espertos que estacionam nos lugares das grávidas e deficientes: colocou uma cancela que só se abre com a respectiva chave. Comecei então a imaginar o cenário. Para apresentar a minha teoria, vamos assumir uma pessoa com uma deficiência mais ou menos comum, como andar de cadeira de rodas (chamemos sujeito D). O sujeito D vem no seu automóvel adaptado até ao Freeport. Chega junto do estacionamento que lhe é reservado, e depara-se com uma cancela acompanhada de um sinal informativo (ver imagem). O sujeito D deixa o seu veículo estacionado na faixa de rodagem, sai do veículo (com toda a dificuldade que isso implica para uma pessoa em cadeira de rodas), e dirige-se ao ponto indicado para a recolha da chave da cancela (que fica a cerca de 500 metros do local do estacionamento). Após a entrega da chave, o sujeito D regressa ao ponto inicial, introduzindo a chave na cancela. Provavelmente solicitará a ajuda de terceiros para... levantar a pesada cancela metálica. Uma vez levantada a cancela, o sujeito D volta a entrar no seu veículo adaptado (com o inerente esforço) e procede finalmente ao estacionamento. Finalmente poderá dirigir-se ao recinto do outlet. Nem sequer vou pensar na parte do regresso. De qualquer forma, julgo que provavelmente quem pensou nestas questões de usabilidade para portadores de deficiência física, provavelmente era ele próprio portador de deficiência... mental.

sexta-feira, maio 15, 2009

Meninas Educadas...

Confesso que só me lembro de ter estado sentado uma vez no Campo Pequeno (antes das obras de renovação), e sem ser para assistir a touradas. Na passada quinta-feira tive o prazer dessa nova experiência (o espaço ficou magnífico). Gostaria de ter assistido a um evento com nomes mais sonantes no toureio a cavalo, de qualquer forma tanto o jovem Ribeiro Telles como o Manuel Lupi deram conta do recado. Os grandes nomes deste cartaz eram sem dúvida Pedrito de Portugal e o espanhol El Cid (não confundir com o tipo das favas com chouriço), sendo que este último não conseguiu repetir o triunfo anteriormente alcançado. Por outro lado o Pedrito foi a estrela (e a salvação) da noite (correu-lhe mesmo muito bem...). Foi uma experiência excelente e que recomendo a quem goste de tourada. Basta conseguir ultrapassar alguns percalços como atravessar a manifestação à entrada do Campo Pequeno que grita palavras de ordem fortes como "meninas educadas, não vêm às touradas" (ainda agora me pergunto quem se terá lembrado desta), passando por um assistente cuja função é indicar o lugar às pessoas mas que não conhece o interior do CP, aturando dois ou três bêbados (imagino que seja da praxe) que resolviam dar um ar da sua graça quando toda a praça se encontra em silêncio, e terminando no já conhecido espírito "tuga" da malta que 15 minutos antes do espectáculo acabar se começa a levantar deixando a praça quase vazia para o final. Ainda assim, mantenho a minha afirmação: uma experiência boa que, apesar de acabar tarde e a más horas em pleno dia de semana, sou capaz de repetir.

quinta-feira, maio 14, 2009

Como se Chama?

Foi assim que Filipe La Féria me recebeu à entrada do Politeama, enquanto assinava com um sorriso rasgado de quem não podia estar de melhor com o mundo "Para o Marco, do La Féria" no programa do musical West Side Story. Cortesia dos meus queridos progenitores, lá fui assistir ao "amor sem barreiras", considerado um dos mais célebres musicais de sempre. Uma vez mais o espectáculo não desiludiu, e La Féria continua a exceder-se a si próprio em tudo aquilo que faz. A cenografia é qualquer coisa de espectacular, com uma ponte (em que circulam reduções de carros) como pano de fundo, envolta por uma Nova Iorque com as luzes da noite, que espreita por entre fachadas de prédios e ringues de basquete onde decorre toda a acção (sim, isto tudo num mesmo palco). Os actores/bailarinos, entre mais ou menos conhecidos, são todos excelentes e ficamos com a sensação de que pouco poderia correr ainda melhor. Apesar de o musical não ser o meu tipo de espectáculo favorito considero-me rendido a todo um esforço e trabalho que claramente dá os seus frutos (as salas mantém-se meses a fio cheias...). Tal como no dia em que assisti o espectáculo tive oportunidade de fazer, aqui deixo mais um "muito obrigado" a uma das poucas pessoas que em Portugal me faz lembrar que apesar de sermos "pequenos" enquanto país, não somos necessariamente "anões" enquanto portugueses.

quarta-feira, maio 13, 2009

El Último Tango

Se normalmente recorremos a uma "lista" mental de restaurantes que conhecemos, frequentamos já habitualmente e consideramos realmente bons, para fazer uma refeição numa ocasião especial, a mim por vezes apetece-me procurar algo de novo, sem referências e sem "pré-conceitos" (a hifenização é propositada). Foi o caso do passado dia 12, em que resolvi saciar esta minha vontade de desconhecido. Como já não ia ao Bairro Alto há algum tempo, a minha pesquisa centrou-se em referências para aqueles lados. Nada que um bocadinho de "net" não resolvesse rapidamente. Surgiram vários nomes, após os quais um deles suscitou mais atenção. El Último Tango é um restaurante cuja especialidade são os pratos à base de carne (argentina). Ao chegar ao local e depois de tropeçar num espectáculo de danças de salão no palco do largo do Camões, a escolha não se podia revelar mais acertada. A decoração do interior do restaurante e o ambiente em geral são muito bons, a música argentina em fundo é bastante agradável e os pratos servidos fazem jus a tudo o resto (aconselho a mista de carne...). E assim do desconhecido surgiu mais um restaurante que entrou para a "lista" de que falava. Para já, aos meus amigos, recomendo vivamente (além disso e como para beber uns copos é só dar um passo para o lado, sempre ajuda o Bairro a não esmorecer).

segunda-feira, maio 11, 2009

Alívio e Sofrimento...

Tudo começou há duas semanas, quando durante um domingo a dor se apoderou de mim... no dia seguinte tentei fazer algo, mas a droga foi o único caminho que parecia aceitável. Depois do estupefaciente fazer o seu efeito, o mundo pareceu-me um pouco melhor. Ainda assim não parecia suficiente. Sete dias depois procurava algo novo... algo diferente. Fui ter com as mesmas pessoas que tinha procurado anteriormente, em busca de alívio, mas desta vez a violência abateu-se sobre mim durante mais de uma hora de tal forma que nem o conteúdo da seringa pode aliviar o sofrimento. A noite seguinte foi passada em claro e no dia seguinte tive de regressar. Claramente algo de errado se passava comigo, mas alguém teria de fazer alguma coisa em relação a isso. Desta vez o alívio foi imediato, apesar de sentir que existia um buraco directamente para o meu cérebro. Foi-me dito que durante uma semana a sensação deveria perdurar, e assim foi. Durante uma semana fui passando os dias... com apreensão em relação ao meu futuro. Hoje finalmente foi altura de regressar e procurar algo mais. Foi então que vi novamente aquela mulher que foi capaz de me causar tanto sofrimento e também tanto alívio. Implorei-lhe que não me fizesse sofrer mais, ao que acedeu prometendo-me que daqui a uma semana estaria tudo acabado... Na segunda feira que vem volto ao dentista para acabar a merda da desvitalização do dente!