terça-feira, fevereiro 27, 2007

Difícil de Entender

Os meus dedos roçam as teclas mas as letras não surgem no ecrã, para formar as palavras que não sei dizer. As minhas expectativas, os meus desejos e anseios muitas vezes não são passíveis de serem traduzidos para algo que não apenas as imagens no meu cérebro. Anseio, tal como toda a gente, por uma vida melhor, sem no entanto me poder queixar do que tenho hoje e já tive ontem. Desejo viver emoções mais fortes do que a força das emoções que vivi até agora. Sei que as vou viver... pelo menos é isso que espero. Talvez o meu subconsciente escute a música que oiço, "Some day, you will find a better place to stay, you'll never need to feel this way again...", segundo os Blackfield. Talvez seja verdade. Esta força e inquietante vontade de mudar que temos em nós é o que nos faz avançar... pelo menos sinto que assim é. Oxalá este movimento perpétuo interior seja isso mesmo e me leve além do que desejo alcançar. A incerteza e a insegurança, em guerra constante com a auto confiança que ainda consigo sentir, fazem o meu coração bater alternadamente e os meus músculos mexer para me levar a percorrer os caminhos que partem das minhas próprias encruzilhadas. As encruzilhadas são difíceis de viver... são o pior, mas também o melhor quando não nos enganamos no caminho. A adrenalina de percorrer um caminho escolhido em alta velocidade é uma droga que nos alimenta até à próxima bifurcação que inevitavelmente irá surgir. E... se nada disto fosse assim... o que seria de mim? Se não tivesse todas estas incógnitas e obstáculos, que garantidamente sei ter, o que faria? Seguir uma vida assente em trilhos, como se de um comboio sem ritmo se tratasse, não faz parte dos meus planos. Prefiro não ver esses carris e conduzir numa estrada com piso irregular... umas vezes mais plana, outras nem tanto. Afinal, se não fossem os obstáculos a ultrapassar, como poderia alguma vez dar valor a tudo o resto? É melhor assim. Poderia continuar a escrever mas continuaria a não conseguir expressar-me na plenitude, por isso descanso as minhas mãos, cerro o meu olhar por agora e inalo um novo sopro para fazer seguir os movimentos voluntários e involuntários que me fazem avançar numa direcção pouco exacta mas inevitavelmente necessária para ser quem sou e o que ainda virei a ser. Se assim não fosse, não era eu.

segunda-feira, fevereiro 26, 2007

Vencer a Inércia

O melhor das férias é o momento em que estas começam. Em oposição o pior é quando acabam... pior ainda quando acabam em grande, porque custa mais voltar à rotina. Está bem que o período foi curto... está bem que pelo meio ainda tive centenas de quilómetros a conduzir a minha "carroça"... está bem que ainda me armei em trolha com umas obras inacabadas (agora acabadas ou quase) na cozinha. Mas férias são sempre férias. Férias são como o sexo: mesmo quando é mau, é bom! Estas férias foram boas. O fim de semana foi do "best", daqueles mesmo bons que são para a engorda! Libertei o "objecto do mal" (a.k.a. PlayStation2, baptismo do Kabe Ludo) uma vez mais (o demo está fechado num armário e raras vezes vê a luz do dia/noite), e propiciei entre amigos umas cantorias desafinadas e uns saltos malucos às 3 da matina. No dia depois ainda com o gosto misto de um bom jantar com fondue, e de uma "quase ressaca" na boca, sabe sempre bem um almoço daqueles que nutrem mesmo um gajo. Almoço esse com uma ligação directa a um lanche ajantarado com enchidos picantes, que me fizeram prolongar a digestão pela madrugada de hoje. Resultado: às três da manhã, já com dois episódios do CSI vistos e um chazinho para acalmar as entranhas, andava a responder a mails de trabalho e a comentar blogs. Mas como tudo o que é bom acaba, cá estou eu hoje de novo no trabalho, com uma inércia das mais capazes, obrigando-me a mim próprio a fazer alguma coisa (excepto neste preciso momento dedicado à ginástica blogger dos dedos).

sexta-feira, fevereiro 16, 2007

Contagem Decrescente

Até o último dia de trabalho, antes de um pequeno período de férias à muito esperado, tem de ser arrancado a ferro e fogo. A tarde de hoje vai ser algo difícil... Ainda assim a contagem decrescente já não pára. Sei de certeza que o trabalho me vai assombrar nestes dias, porque ele é como as bruxas ("que as há, há"). Vou ignorá-lo. Quando me vier bater à porta digo que já dei para esse peditório (pelo menos vou tentar). De vez em quando é preciso despreocuparmo-nos um pouco para bem da nossa própria sanidade mental. Eu raramente o consigo fazer, em comparação com pessoas para quem os prazos e as responsabilidades não são assim tão importantes... vivem muito melhor do que eu. Também não sofrem qualquer tipo de consequência por causa disso. Talvez por isso hoje em dia a incompetência e irresponsabilidade seja uma constante, em todos os sectores. Mas enfim... pode ser que um dia não me importe de ser incompetente e talvez melhore a minha qualidade de vida. Até lá, limito-me a gozar uns diazitos de férias. Não desejo "bom Carnaval", porque sinceramente e desde algum tempo para cá, não acho piada nenhuma. Já vejo pessoas mascaradas todos os dias, umas de palhaço outras de coisas piores. Por isso mesmo desejo apenas um bom fim de semana!

quarta-feira, fevereiro 14, 2007

Para Quem Não Sabe...

História de São Valentim: Conta a lenda que Valentim era um padre que, no século III d.C., casava, em segredo, os jovens pares de namorados. A Igreja Católica regista pelo menos dois santos com o nome de Valentim. Um seria bispo de Interamna; outro sacerdote em Roma. É possível que se trate do mesmo santo, que terá sido levado em martírio da sua cidade para a capital do Império. Além disso, segundo o “Martirológio Romano”, ambos foram decapitados na Via Flaminia e têm a sua festa a 14 de Fevereiro. Conta a lenda que Valentim era um padre que, no século III d.C., casava, em segredo, os jovens pares de namorados. O Imperador Cláudio II, reconhecendo que os melhores soldados eram solteiros, tinha proibido os mancebos de contraírem matrimónio. Valentim, ao ousar celebrar casamentos, foi descoberto, preso e condenado à morte por decapitação. Actualmente, a Igreja de Santa Praxedes, em Roma, guarda as relíquias do santo e é um destino de romaria de muitos pares de namorados. Há também referências a um Valentim que, na mesma época, ajudava os Cristãos a fugir da cadeia romana, onde eram muitas vezes torturados.

Dia dos Namorados: O dia de São Valentim é fruto da mistura entre tradições pagãs e religião católica. O dia 14 de Fevereiro era, na antiga Roma, um feriado dedicado a Juno, a rainha dos deuses romanos, também conhecida pela deusa das mulheres e dos casamentos. Outra origem provável para o dia dos namorados é o festival dedicado a Fauno (Pã entre os gregos), divindade que velava pela fertilidade dos campos e pela fecundidade dos rebanhos, e que se celebrava a 15 de Fevereiro. Durante estes festejos, chamados de Lupercalia, eram sorteados os nomes das jovens solteiras entre os rapazes candidatos ao namoro. O romance podia ter a duração do festival ou ser mais longo. Muitas vezes os jovens apaixonavam-se e casavam mais tarde. O festival Lupercalia foi mais tarde adaptado pela Igreja cristã, que pretendia abolir as festividades pagãs. O sorteio dos nomes das raparigas foi sendo substituído por nomes de santos, e o ritual foi “apadrinhado” por São Valentim, que tinha morrido, precisamente, a 14 de Fevereiro de 269 d.C. A data coincidia, também, com o início da época de acasalamento das aves. O nome “Lupercalia” deriva de “Lupus”, lobo em latim. “Lupercal” era a gruta sagrada onde a loba tinha alimentado os gémeos Rómulo e Remo, fundadores de Roma. Todos os anos, a 15 de Fevereiro, os sacerdotes reuniam-se nesta gruta e sacrificavam pequenos animais, tiravam-lhes a pele e tocavam nas pessoas com tiras de pele dos animais, para curar a esterilidade. Daí a associação entre esta altura do ano e o amor/sexo.
IN spg.sapo.pt

terça-feira, fevereiro 06, 2007

Interrupção

Hoje estava aqui por casa nos meus afazeres, quando algo interrompe o som da habitual música que acompanhava a minha rotina. Eram os meus novos vizinhos. Entraram no prédio aos gritos, e aos gritos continuaram para dentro de casa, com a filha pequena a assistir certamente. O meu prédio não tem grande insonorização pelo que mesmo com não sei quantas paredes pelo meio, a música a tocar, coisas a partirem-se e a criança a chorar desalmadamente, consegui ouvir a troca de "carinhos" entre o casalinho, que envolvia frases como "és um monte de merda", "não vales nada", "arranja outro" ou "não preciso de ti para nada". Não sei se sou eu que sou romântico ou talvez até antiquado, mas uma relação supostamente não tem a ver com necessidade, a não ser a de estar com alguém. Também me parece que alguém que de alguma forma se pode assemelhar a um monte de merda, não suscitaria qualquer interesse logo de início, muito menos no desenrolar de uma relação. Arranjar outro ou outra é sempre uma hipótese, mas raramente uma solução. Assim, quer-me parecer que a conclusão disto tudo é que as pessoas não dão valor às palavras que saem da sua própria boca. Eu sei que nunca se deve dizer nunca, mas não me imagino a ser protagonista de um episódio semelhante, fosse o motivo qual fosse. Ninguém é perfeito e todos temos os nosso dias não e os nossos stresses, mas sobretudo quando existem terceiros que podem ser afectados para todo o sempre só por assistir a cenas destas, deve-se pesar bem os prós e os contras. Para se resolverem os problemas não é necessário as pessoas serem iguais, só é necessário descobrir uma fórmula comum para lidar com as situações.

sexta-feira, fevereiro 02, 2007

Já Cá Toca

Procurei e voltei a procurar... Escolhi e voltei a escolher... Foi difícil porque a maior parte dos álbuns que vi não estavam catalogados no sistema da FNAC e consequentemente não era possível dar uma "espreitadela". No entanto resolvi arriscar e eis o resultado. Este ("Coltrane's Sound") já cá canta, ou melhor toca. E de que maneira. Entretanto descobri um outro também muito bom mesmo. "The Best of Miles Davis & John Coltrane" reune um conjunto de músicas gravadas entre 1955 e 1961 ao som das quais é possível sonhar alto. Dou por mim a dar ao pé enquanto trabalho no computador, ao som desta excelente música. Aos que tal como eu são apreciadores, ou para quem ainda não conhece, recomendo qualquer um destes. Divirtam-se e apreciem.

quinta-feira, fevereiro 01, 2007

Mundo da Fantasia

Sem saber muito bem como nem porquê, e quase sem me aperceber, a minha vida profissional foi sofrendo uma evolução que me levou a, neste momento, exercer funções em que é preciso gerir e chefiar. Para além das várias questões inerentes a esta posição, que já resultaram em muitas horas de introspecção e discussão entre amigos e companheiros de trabalho, há uma frase que eu gostava de debater um pouco mais. Costuma-se dizer que "com o poder vem a responsabilidade". Eu no meu caso diria que a parte da responsabilidade é verdade, já o poder... No entanto e na qualidade de "chefe" vejo-me já ocasionalmente arrastado para o mundo dos outros "chefes", em que existem pessoas com muito mais experiência e conhecimento... err... tempo do que eu. Gosto de chamar a estes momentos, carinhosamente, de "viagem na maionese", ou como ainda ontem ouvi, "mundo da fantasia". Muitas vezes são realizadas reuniões úteis, quando os participantes são pessoas práticas, com fins claros e precisos, e das quais se produzem resultados. Estas reuniões são tradicionalmente curtas, mas eficazes. Por outro lado temos as outras reuniões, que se enquadram perfeitamente no espírito da tal "viagem na maionese". Tradicionalmente têm uma duração mínima de 4 horas e são caracterizadas por não produzirem qualquer tipo de resultado prático (ocasionalmente consegue-se agendar mais trabalho para eventualmente nenhum fim em concreto). Além disse consegue-se falar de muita coisa, sem dizer absolutamente nada. Em várias ocasiões servem também de escape para os participantes desabafarem sobre os mais variados temas, em nada relacionados com as agendas propostas. Uma vez que, em princípio, não devo perder as responsabilidades que tenho, anseio por desenvolver as minhas capacidades de "engonhanço" de forma a poder fazer verdadeiros brilharetes nestas reuniões. Até lá vou ter de me concentrar em produzir efectivamente resultados úteis...