quarta-feira, dezembro 20, 2017

Parabéns Para Mim!!!

Apercebi-me agora que na semana passada, este blog completou a honorável idade de 12 anos. 12 anos, como é possível... É verdade, foi em 5 de dezembro de 2005 que comecei a escrever aqui umas patacoadas, na altura porque não tinha nada de mais útil para fazer, redigindo sobre temas sem grande jeito. Fiz o exercício de recordar alguns dos meus primeiros posts, e se agora não sai nada de jeito, na altura muito menos. Ainda assim nota-se um claro amadurecimento (para não dizer passagem de prazo) na minha escrita. Continuo a não dar uma para a caixa a escrever, mas agora faço-o com muito mais estilo. Enfim, resta-me apenas cantar os parabéns a mim próprio e aqui ao meu menino e esperar ir tendo a disponibilidade mental para manter este meu diário, que já tantas vezes me ajudou na vida por me fazer verbalizar e colocar por escrito aquilo que sinto, fazendo-me pensar de forma mais objetiva sobre as coisas que me acontecem, e colocá-las em perspetiva.

Feliz aniversário!

terça-feira, dezembro 19, 2017

Como Partir Tábuas e Crenças

Na passada semana terminei uma formação corporativa que me foi proporcionada pela empresa onde trabalho. O objetivo da formação não tinha nada de extraordinário. Uma vertente comercial a trabalhar pela camada de gestão na qual me insiro. Mas o último dia de formação foi diferente. Deixámos de falar daqueles temas (aborrecidos para a maioria dos mortais) e falámos mais de nós próprios, da nossa motivação e das nossas capacidades, ou da perceção que temos delas. Já numa reta final, eis senão quando entram dois atletas de Taekwondo com umas malas cheias de tábuas. Depois de algum contexto, é-nos dado a conhecer que seríamos nós quem teria que partir as ditas tábuas… apenas com a nossa mão. Escusado será dizer que naquele preciso momento toda a gente achou que aquilo seria uma piada, e que tal não iria acontecer. O que é certo é que nos puseram a todos, homens e mulheres, alguns de fato e gravata, a praticar como deveríamos partir a tábua. A treinar o movimento, o grito que deveríamos dar a acompanhar o movimento, a intenção. Poupando alguns detalhes no relato, o que é certo é que quando o treino terminou, fomos todos chamados um a um, para partir a nossa tábua. Alguns tiveram mais dificuldade, outros menos, mas o que é certo é que todos conseguiram (incluindo eu - a minha tábua ficou conforme se pode ver na foto). A moral desta história, é que (independentemente de termos mais ou menos ajuda em determinadas situações) regra geral somos capazes de fazer muito mais do que aquilo que acreditamos conseguir. Falando por mim pessoalmente sinto isso na maioria do tempo. Sinto que o que faço não traz muito valor acrescentado, mesmo que por vezes até me digam o contrário. Por outro lado, em raras ocasiões que colocar as coisas em perspetiva, consigo sentir orgulho de uma coisa ou outra. Mais do que aprender a partir tábuas, no final daquele dia aprendi que tenho que trabalhar mais esta capacidade de me distanciar das minhas crenças e preconceitos, de ter mais confiança em mim próprio e nas minhas capacidades, e ter menos receio de me lançar para "fora de pé". Agora que se aproxima a tradicional fase do ano profícua em resoluções, esta poderá ser uma delas…

segunda-feira, dezembro 18, 2017

Rumo a Norte (Uma Crónica de 2014)

E porque recordar também é viver, depois de andar por aqui a vasculhar os meus arquivos fotográficos, encontrei o registo de uma viagem que fiz em 2014 e que me deixou um valente sorriso nos lábios na altura em que a vivi, e agora que a recordei. Como tal, achei por bem partilhar por aqui em estilo "crónica requentada", o que não deixa de ser um exercício de memória interessante...

O meu objetivo na altura foi o de viajar por terras mais a norte. Tracei então um plano para o fazer em 3 dias, com um companheiro que à última da hora "roeu a corda". Isso não foi o suficiente para me demover (apesar de lá por casa os problemas não terem achado grande piada à situação) e lá segui os meus planos iniciais, desta vez a "solo" (com a minha companheira de então, uma Kawasaki ZZR 1100 de 1997).

### Dia 1 ###



A partida foi no dia 15 de março de 2014, e o primeiro ponto de paragem foi o já na altura tradicional "Silas", para a bifana da praxe como base de qualquer pequeno almoço nutritivo.



Seguiu-se assim viagem, em direção a Tomar onde faria a próxima paragem. O Castelo de Tomar, parte integrante do Convento de Cristo, foi o lugar eleito para visitar, apreciar as vistas e esticar as pernas.





Foi depois tempo de seguir novamente viagem, agora em direção a Coimbra, onde faria nova paragem, mas desta vez para almoçar.



O local da bucha foi num restaurante mesmo em frente ao Jardim da Sereia, onde depois aproveitei para dar uma volta e tirar mais umas fotos, antes de ir visitar outros locais da cidade. Entretanto um tipo pediu-me para tirar fotografias à burra, enquanto eu almoçava, pedido a que acedi cheio de orgulho da minha velhota...



Um dos locais onde passei (e parei) foi a Igreja de Santa Cruz...





... onde se encontram os túmulos dos dois primeiros reis de Portugal.



Tendo ainda uns quilómetros pela frente, foi tempo de parar com o turismo e fazer-me novamente à estrada. Próxima paragem: Aveiro (passando junto à ria).



A indispensável visita à zona da Barra...







... onde aproveitei para beber o sumo de cevada que já me vinha a atormentar o pensamento.



E como mais quilómetros se afiguravam até ao destino final daquele dia, foi novamente tempo de montar a burra e seguir viagem, que o sol já se escondia.



Chegado ao local da pernoita (Hotel Girassol na rua Sá da Bandeira) foi tempo de desalbardar a burra e pensar num local para jantar.



Ora estando na cidade do Porto, a ementa que se impunha era óbvia: a bela da Francesinha. Como a confusão do Capa Negra não me chamava, acabei por ficar ali mais por perto, tendo corrido a coisa muito bem no restaurante Confeitaria Cunha.



Seguiu-se uma volta pela cidade para beber mais um copo, olhar para o mapa e o "roadbook" do dia seguinte, antes de voltar ao hotel para o "sono dos justos".











### Dia 2 ###

Depois de recuperadas as forças, ao sair do hotel ia tropeçando numa espécie de feira da ladra que se tinha montado ali mesmo no passeio ao longo daquela zona da Sá da Bandeira. Saltei por cima de uns quantos feirantes e dirigi-me ao estábulo da burra para a albardar devidamente antes de seguir viagem.



Como na noite anterior acabei por me deixar ficar pela zona circundante à Av. dos Aliados, decidi visitar o lado de lá do rio antes de seguir viagem.



Era bastante cedo ainda, motivo pelo qual as ruas se encontravam vazias.





já de ce cafezinho tomado, era tempo de seguir novamente viagem, sendo o próximo destino e ponto de paragem o Castelo de Guimarães.







A inevitável foto junto ao tipo com a espada...



... seguida de uma visita ao Paço dos Duques de Bragança, que curiosamente nunca tinha visitado antes.











A estrada chamava-me novamente, pelo que montei de novo a burra e segui viagem em direção a Terras de Bouro.



Digamos que o mês de março surpreendeu com uns dias em que se conseguia ter bastante frio e bastante calor num curto espaço de tempo. Por esta altura já procurava alguma sombra como paragem, e nisso o Parque Nacional da Peneda-Gerês é profícuo.





E já que estava ali porque não um saltinho até à Galiza?



Mas como o objetivo não era fazer nenhuma rota internacional (ainda :)), voltei a terras nacionais e comecei à procura de local para almoçar. Honestamente não fixei o nome do restaurante onde parei, o que é um crime grave considerando a qualidade do almoço a que tive direito: uma bela posta, no ponto, com castanhas, batatas e legumes salteados. Ainda hoje salivo só de recordar...



Alimentado o burro e descansada a burra, tempo de fazer mais uns quilómetros, no meio da bela paisagem que toda aquela região proporciona.





Em alguns locais era "hora de ponta", pelo que me vi forçado a fazer alguns compassos de espera...



De resto as belas paisagens iam-se sucedendo, desde as mais naturais...



... até ao asfalto e curvas de deixar qualquer um a implorar por mais...



... até a alguns cenários inesperados!



Uma breve paragem em Ponte de Lima para mais um sumo de cevada...





... para logo depois seguir em direção a Vila Real.





Antes de chegar, uma paragem para apreciar o por-do-sol por cima das vinhas, que claramente indiciavam a proximidade do meu destino final do dia.



Em Vila Real o meu local de pernoita foi o hotel Miraneve, que tal como o nome indica, tinha uma vista que era qualquer coisa de especial. Assim como o bife que me foi servido essa noite, na tasca mesmo ao lado.



Uma voltinha noturna em busca de um "spot"...





...  para beber uma CR&F, olhar novamente para o mapa e antever o caminho do dia seguinte.



### Dia 3 ###

No dia seguinte de manhã sabia automaticamente qual seria o primeiro ponto de paragem: a Casa de Mateus.



Tive a sorte de poder entrar e visitar livremente o local, que bem merece que o visitem!





À saída, uma paragem na tasca em frente, onde um velhote simpático me serviu um belo rosé, enquanto me perguntava de onde vinha e para onde ía.



Despedi-me com um obrigado e recebi uma recomendação para fazer um ligeiro desvio ao caminho que tinha planeado e lhe tinha acabado de descrever, para visitar uma terriola de nome Provesende. Gosto sempre quando estes improvisos acontecem, porque normalmente é isto que nos faz descobrir locais interessantes e menos conhecidos.



Resolvi seguir as indicações que me tinham sido dadas, e visitar a dita aldeia vinhateira. Iria revelar-se uma das mais agradáveis surpresas da minha viagem.





O miradouro junto à entrada da aldeia, a partir do qual se podem observar as impressionantes encostas a ladear o Douro.





Mais próximo do rio...



... e passando por algumas vinhas bem conhecidas.



A estrada continuava a chamar por mim, por isso lá segui caminho, desta feita em direção a Viseu.





Uma paragem planeada na Cava de Viriato, uma misteriosa fortaleza construída em forma octagonal, sem dúvida impressionante.



Mais uns quilómetros se impunham, pelo que novamente regressei à estrada.



Uma paragem na subida à Serra da Estrela, pelo lado de Seia.



Naquele dia, aquela estrada foi só minha...







... e assim se manteve até chegar à Torre.







A fome começava a fazer-se sentir, pelo que era tempo de começar a descida em busca de local para "abastecer".





Antes de iniciar a fase final do meu regresso, o Restaurante Medieval foi o local escolhido para matar a fome.







Um último olhar para trás, já com a barriga cheia, e antes de atacar os últimos quilómetros da viagem.



E pouco antes de chegar a casa, numa paragem para abastecimento (da burra e do burro), enquanto observava alguns insetos que perderam a vida para que eu pudesse curtir a minha, ao longo de uns cerca de 1100 kms feitos maioritariamente por estradas que deixam muita saudade.