sábado, janeiro 31, 2009

Vontade...

Tenho saudades de uma mudança de rotina. O meu cérebro começa a ressacar a sério desde a última viagem, e os pensamentos sobre o próximo destino começam a formar-se em turbilhão. A indecisão entre o suave descanso de um clima mais ou menos tropical e a vontade de ver coisas novas e diferentes faz-se sentir. Sinto vontade de dar descanso ao corpo, mas por outro lado apetece-me ver aquilo que deve ser visto. A arte por exemplo começa a fazer-me falta. Confesso-me fã do Miró, e recentemente enquanto admirava umas obras pela Internet, senti uma vontade enorme de as ver de perto, com direito a observar todas as "imperfeições" das telas e da tinta aplicada sobre as mesmas. Todas as marcas de carácter que uma pintura tem direito a mostrar, de forma a transformar essas pequenas "imperfeições" na "perfeição". E isto é algo que só se vê de perto, enquanto se admira. Enfim, acho que esta espécie de desejos mundanos consiste naquilo que nos vai motivando a quebrar ocasionalmente a rotina, e quebrada a rotina uma vez essa vontade vai certamente voltar, mais tarde ou mais cedo. É o caso.

segunda-feira, janeiro 26, 2009

Publicidade Necrófaga

Recebi recentemente uma SMS proveniente de uma agência imobiliária, que dizia algo como "aproveite a crise para comprar imóveis muito mais baratos e ter uma prestação muito mais baixa". Pensei de imediato se o génio da publicidade que inventou esta campanha nunca teria ouvido dizer que é feio gozar com a desgraça alheia! Comecei logo a imaginar um vasto horizonte de possibilidades no que diz respeito a este tipo de publicidade (que correndo o risco de inventar um termo, apelidaria de "publicidade necrófaga"): "aproveite o endividamento nacional e compre jóias da família ao preço da uva mijona", ou "pneus semi-novos ao preço da chuva, recuperados de acidentes de viação mortais", ou "azulejos baratos, recuperados das derrocadas de prédios que ocorrerem durante as cheias". Piadas aparte, o que é um facto é que em tempos de crise muita gente enriquece, e hoje em dia parece que cada vez mais há espertos com esta noção. Pior: muitas das coisas que acontecem hoje em dia, que apelidamos de forma simplista como resultado da "crise", não passam de manobras desses espertos para ganhar dinheiro... muito dinheiro. Esta relação entra a ambição... perdão, ganância e a suposta "crise" é do tipo pescadinha de rabo na boca. Parece-me que é mais a ambição do que a crise, mas a crise é que nos vai afectar/afectando a todos. Oxalá esta imobiliária não venha a vender todo o seu património "muito mais barato" para amenizar um possível final menos feliz...

domingo, janeiro 25, 2009

Pesadelo da Ignorância

Meu Deus, será que este pesadelo nunca vai acabar?

sábado, janeiro 24, 2009

Art Noveau... To Be Continued

O instante em que pensamos que já vimos de tudo um pouco, é o momento em que podemos ter a certeza de que não poderíamos estar mais errados. Após um post que escrevi sobre a actividade artística que pode percorrer o cérebro de um pintor da construção civil, eis que tenho subitamente de focar-me noutro tipo de arte plástica dentro da mesma área: a "escultura trolha". Depois das célebres pinturas rupestres do "Interruptor de Escada Mickey" ou do "Interruptor de Escada Iupi", confesso que ainda me consegui sentir surpreendido quando tive a oportunidade de observar o "Urinol de Escada Tombado". Basicamente, todos os dias em que chego ao meu local de trabalho têm um forte potencial cultural e intelectual prestes a revelar-se. Repare-se no estilo único desta obra de arte, que para além de chocar o comum observador pela imagem invulgar que constitui, une a arte ao funcional, o abstracto ao prático, permitindo a qualquer pessoa que trabalhe neste edifício poder optar entre observar uma verdadeira obra de arte e... dar uma mijadela. Sabe-se lá quantas pessoas já entraram neste edifício, mesmo mesmo à rasquinha p'a mijar, e que dariam graças por ter uma obra de arte destas exposta em pleno piso 0? Prometo que num futuro próximo, assim que tiver algum tempo livre, vou percorrer todos os pisos deste edifício em busca de um alargamento dos meus horizontes culturais e intelectuais. Qualquer novidade, podem contar com ela, com direito a reportagem fotográfica, por estas bandas!

quinta-feira, janeiro 22, 2009

Deixar Marcas

Desde os primórdios da humanidade que temos o instinto natural de marcar os locais por onde passamos. Quer seja como uma forma de relato da nossa evolução, como forma de perpetuar situações ou momentos importantes, ou simplesmente por mero acaso. Desde Stonehenge (independentemente dos objectivos que tal estrutura pudesse servir), passando pelas gravuras rupestres de Foz Côa, até ao escrito que o Zé Manel deixou na parede do metro das Olaias para que a Teresa soubesse que ele a considera "boa com'ó milho", a nossa capacidade de deixar marcas pelos locais por onde passamos é absolutamente impressionante. Por vezes esta marca é bastante profunda, mediante o impacto que possa assumir. Veja-se por exemplo a cratera de proporções gigantescas que conseguimos construir em Portugal, em pleno parque natural da Arrábida. Outras vezes esta marca é quase indelével, até mesmo imperceptível ao olhar menos sensível do comum mortal. Vejamos por exemplo o seguinte cenário (real): quem poderia estar à espera de descobrir a existência de um pintor de construção civil, que consegue aliar a um espírito criativo traços humorísticos na sua obra (e quando refiro "obra" refiro-me mesmo a "obra", imaginando que o objectivo seria pintar "toda" a parede)? Aqui fica então eternizado no éter cibernético, aquilo que artisticamente posso chamar de "Interruptor de Escada Mickey", seguido do "Interruptor de Escada Iupi". Admirai, oh incultos...

quarta-feira, janeiro 21, 2009

Se Isto Te Aconteceu...

E se um dia resolveres ir assistir a uma peça de teatro na Casa do Artista, chegares mesmo em cima da hora e não existirem lugares para estacionar o carro na rua? E se resolveres entrar para o parque de estacionamento do teatro em questão e te deparares com uma placa que diz "Pagamento antecipado de 1 € (quantia certa)"? E se no teu bolso só existir uma moeda de 2 €, que obviamente não serve para introduzir na máquina que abre a cancela do parque? E se a cabine onde deveria estar um funcionário para controlar e dar apoio aos utentes do parque de estacionamento subterrâneo estiver vazia, de luzes apagadas? E se atrás de ti de repente se formou uma fila de carros para entrar no maldito parque? E se no carro que está imediatamente atrás de ti ninguém tiver uma moeda de 1 € que te possa emprestar, porque se o fizerem também não conseguem entrar no parque? E se isto tudo, em vez de te acontecer uma vez na vida, acontecer duas? Amigo leitor... se tudo isto alguma vez te aconteceu (para além do facto de ser completamente surreal), então é porque tu não és tu, mas sim... eu! Aconteceu-me (pela segunda vez, com umas ligeiras nuances) há uns tempos e agora lembrei-me de contar...

quinta-feira, janeiro 15, 2009

Au Revoir, Frio Polar

E pronto... de um dia para o outro e quando menos se esperava, lá se acabou a "vaga de frio polar", queira lá isso significar o que quiserem. Ainda agora estive a ver as previsões meteorológicas para os próximos dias e é só temperaturas de Verão, praticamente na casa dos 10º! A gaita é a chuva... mas enfim, não se pode ter tudo. Confesso que sou mais adepto do frio do que da chuva, até porque dava um certo gozo aquele ritual matinal de tirar o gelo dos vidros do carro... ver o termómetro marcar temperaturas completamente diferentes do que é habitual... etc. Resumindo e concluindo, acho que vou sentir saudades daquele singelo sinal negativo antes da temperatura assinalada.

quinta-feira, janeiro 08, 2009

Uma Porcaria de Post

Como sou um gajo sem um pingo de originalidade, e tendo hoje reparado que este é o meu 369º post, resolvi imitar um gajo amigo e, assim como ele fez isto com grande sucesso entre o público alvo do seu blog, publiquei uma mensagem também de cariz sexual, mas muito mais "gráfica" e com muito mais nível, brincando com a questão da numeração. Amigo gajo, sei que no teu caso foi mesmo o 69º post, mas eu vou 300 posts à frente, por isso... toma! De resto hoje não me apetece mesmo dizer ou escrever nada de especial, porque para além de andar um bocado cansado, tive um final de dia com alguma "azia" que optei por colocar de lado. Por isso aqui fica uma porcaria de post, com porcos a fazerem cenas porcas.

quarta-feira, janeiro 07, 2009

Sempre a Facturar...

Se há coisa que me enerva são os oportunistas com que nos cruzamos diariamente, que não olham a meios para obter os fins, sobretudo quando esses fins são... dinheiro. Tenho em vista neste momento aquela malta que vê oportunidades para lucrar com qualquer coisa. Exemplos? Na terça-feira passada estacionei o carro num parque... se é que posso chamar parque a um terreno baldio, em terra batida, com umas oliveiras e calhaus espalhados lá pelo meio. E acreditem que não estou a exagerar. Mas tentem lá adivinhar o que é que não faltava nesta espécie de parque de estacionamento: Alcatrão? Marcações de lugares de estacionamento? Passeios para os peões? Nada mais errado. O que não faltava neste parque era... o parquímetro, bem plantado no meio da lama! Outra situação deste género que me enerva é o cenário apocalíptico em que se tornou um centro comercial que, por fugir à confusão (e dimensão) dos restantes, eu costumava frequentar: o Olivais Shopping. Enerva-me porque é o único centro comercial que conheço que se dá ao luxo de fazer obras durante dois anos (e ainda não acabou), sem nunca fechar portas. Interessa lá alguma coisa que para entrar no centro tenhamos de utilizar elevadores sujos de entulho e tinta... interessa lá que para ir ao supermercado tenhamos que passar por uma nuvem de poeira... interessa lá que para ir ao banco tenhamos de falar aos gritos para nos sobrepormos ao martelo pneumático que não pára? A componente mais sui generis foi mesmo a zona da restauração onde se podia comer tranquilamente numa área desprovida de tecto, com as tubagens do ar condicionado e ventilação abertas directamente para cima de nós, e onde em vez de candeeiros pendiam lâmpadas fluorescentes nos pilares. Escusado será dizer que estes locais entram rapidamente na minha lista negra de pontos de passagem, mas não deixam de me irritar por isso. Pela ganância de alguém que, como cada vez mais é hábito, vê o mundo girar em torno do seu umbigo (e da sua carteira).

sexta-feira, janeiro 02, 2009

Ano Novo, Vida Igual

Fiz uma pequena pausa, por opção, durante a época de festividades, no que diz respeito à actividade de "blogger". Assim, venho desta forma dar início a mais um ano de escrita e consequentemente de relatos daquelas pequenas coisas que nos acontecem e tornam a nossa vida muito mais interessante. Sim, porque de grandes coisas não podemos ter muitas expectativas. Tal como alguém já escreveu, parece que 2009 vai ser um ano difícil... o que é de estranhar, tendo em conta os anos espectaculares que temos vivido. Assim, resta-me baixar a fasquia nos objectivos e resoluções de ano novo, para vir a ter tudo o que desejo e evitar a frustração. Começo então por desejar manter a minha saúde... desejar manter o meu trabalho... desejar manter a minha casa... desejar manter por perto os meus amigos e familiares... desejar continuar a ser feliz com aquilo que tenho e acima de tudo desejar fazer felizes todos aqueles que me são importantes e que me consideram importante também. Acho que esta é uma lista simples mas rica em termos daquilo que podemos ambicionar e sobretudo daquilo que temos a real possibilidade de concretizar. Se alguém tiver uma opinião diferente da minha, considere aberto o debate. Até já tinha um rol de situações ridículas para relatar, no que diz respeito aos acontecimentos típicos da época de Natal e Ano Novo, mas a minha boa disposição de hoje (apesar de um pneu furado que condicionou o meu começo de dia) impede-me de recorrer a sarcasmo, ironia e afins para efeitos de escrita.