sexta-feira, agosto 31, 2007

Emigrantes Muridae

Hoje, enquanto curtia os efeitos de uma forte gripe, no desconforto da minha casa, assisti a uma notícia que me deixou perfeitamente horrorizado. Parece que o norte de Portugal está prestes a ser invadido por 750.000 ratos oriundos de Espanha em busca de comida. Já dizia o ditado: de Espanha, nem bom vento nem bom casamento. Tal facto está a preocupar os nossos agricultores uma vez que a praga poderá destruir por completo as colheitas. No entanto o ministro do ambiente assegurou que não era motivo para alarmes dadas as muitas barreiras naturais que existem para impedir tal acontecimento de suceder. Agora sim, veio aquilo que me horrorizou completamente: uma das barreiras naturais enunciadas pelo Sr. Ministro Francisco Nunes Correia, foi... o rio Douro. Apenas ainda não descobri se devo ficar horrorizado pelo facto de não me ter apercebido de que Portugal tinha já perdido todo o território a norte do Douro para os Espanhóis, ou se devo ficar horrorizado pelo facto de o Sr. Ministro, licenciado em engenharia civil pelo IST, doutorado nos Estados Unidos, não saber onde fica o rio Douro (coisa que até eu com os meus fracos conhecimentos de geografia, sei). Ao contrário do que o Sr. Ministro afirmou e de acordo com as últimas informações obtidas, os ratos encontram-se já próximo de Travassos em Bragança, e deslocam-se muito rapidamente. De qualquer forma, com a política de emigração em vigor, em menos de duas semanas estes ratinhos estão todos legalizados. Com um bocado de sorte, até ao final do ano meia dúzia joga na selecção! Na minha opinião, os bichinhos são bem vindos. Afinal de contas, se os asnos já nos invadiram, constituindo a classe política, os ratos também têm o seu direito.

quarta-feira, agosto 29, 2007

O Que é Natural...

Depois do meu regresso de férias e com a quantidade/qualidade do trabalho que tinha à minha espera, escrever no blog tornou-se uma questão de manter a minha sanidade mental. Por isso e mesmo que praticamente sem tempo para o efeito, preciso de "debitar" umas quantas palavras aqui para o meu cérebro não dar um mortal encarpado à rectaguarda... Assim, aproveitei uma curiosidade fotográfica que trouxe, resultado de uma incursão a um supermercado de uma pequena vila portuguesa, onde já noutros tempos encontrei raridades como a pasta dentífrica Couto, especialmente desenhada para "combater as afecções da boca". Desta feita foi a célebre marca cuja publicidade dizia algo como: "Preto loiro ou branco de carapinha, não é natural. O que é natural é cada um usar o seu cabelo". Certamente que a marca Olex é conhecida por todos, mesmo aqueles que já nasceram posteriormente à criação desta maravilha do mundo da publicidade. Como recordar é viver, aqui fica o meu contributo, encontrado de mão dada com uma embalagem de Organics.

terça-feira, agosto 28, 2007

Já Não Pode Caminhar

Um dos "benefícios" da minha actividade é ter direito a umas noites no local de trabalho, de quando em vez. Não é coisa que me aflija muito, tirando talvez as (fracas) condições para o efeito... A noite de ontem para hoje foi um destes exemplos. Com um pouco de barulho, calor e luz a mais, lá dormi umas horitas. Quando acordei e coloquei o meu pezinho no chão, reparei que alguns centímetros ao lado deste se encontrava o espécime apresentado na fotografia (chamemos-lhe prova A), acontecimento algo frequente por estes lados. Mas desta vez deparei-me com um problema: como ainda estava descalço, não podia esborrachar assim sem mais nem menos um bicho desta envergadura! Assim, resolvi entrar em diálogo, dizendo: "olha amiga, eu percebo que estás para aí toda divertida, virada de pernas para o ar, a estrebuchar... mas se quando eu voltar do duche estiveres aí, não respondo pelas minhas acções!". E lá fui eu a caminho da casa de banho, olhando atentamente para o chão, não fosse o bicharoco ter trazido a família atrás. Duche tomado e de regresso ao ponto de origem, o animal poucos centímetros se tinha deslocado, como que em ar de gozo ou até mesmo de afronta! Agora em silêncio, mas com o semblante carregado, vesti-me calmamente dando ainda uma segunda oportunidade à "cucaracha" em questão. De nada valeu. Assim que calcei o meu sapatinho não hesitei e esborrachei este maldito ser, capaz de sobreviver a um holocausto nuclear mas indefeso perante a minha sola tamanho 40.

segunda-feira, agosto 27, 2007

Há Ir e Voltar...

E pronto... lá se acabaram. Quinze dias sem ter de responder a mails de trabalho a pedir isto e aquilo (tirando uma ou outra melga que insistiam muito e me fizeram gastar uma fortuna em GPRS). Quinze dias a trabalhar para a engorda. Quinze dias que já lá vão. E continua tudo na mesma. Em duas semanas, umas análises milagrosas que ditariam tudo sobre o caso Maddie e que estavam mesmo mesmo a chegar... não chegaram ainda. O país que este ano estava finalmente livre de incêndios graças ao forte dispositivo e aos meios aéreos que tem por licenciar para o fim que servem, afinal ainda tinha dois ou três metros quadrados para arder. A "dream team" que foi composta por Scolari para jogar pela selecção nacional, afinal parece não ser suficiente para os objectivos que almeja (ou para o que quer que seja). O Instituto de Meteorologia continua indubitavelmente a não dar uma para a caixa, e a protecção civil brinca com lápis de cor no que diz respeito a estabelecimento de estados de alerta para o país (cuja finalidade ainda não foi propriamente bem definida). Por falar em cores, aceitam-se propostas para atribuição de apitos a todos os dirigentes de clubes de futebol. Na última prestação da casa já se nota a última fracção do contínuo aumento da Euribor, que não mostra tendências de abrandar. A espera nas chegadas ao aeroporto da Portela cresce exponencialmente, de forma a justificar a construção de uma qualquer OTA em qualquer parte, mostrando que nem um novo terminal consegue solucionar este problema. Afinal de contas a linha de emergência 112 tem problemas, pelo menos de acordo com as melhorias de que vai ser alvo até 2008. A CML continua a encaixar milhares por dia com a PIDE automobilistica instalada nas principais artérias de Lisboa. Ah, e fiquei hoje a saber que o meu "patrão" não vai ter dinheiro para o subsídio de Natal deste ano. Enfim, tal como disse... tudo na mesma! E no meio disto tudo, o que aborrece mais é a notória incapacidade de dar notícias sérias - de acontecimentos ainda mais sérios a decorrer no seio da nossa sociedade - pelos media (todos) limitando a sua actividade a relatos improvisados e autistas de um ou dois jornalistas acampados à porta de um qualquer McCan, esquecendo que o seu trabalho é procurar a notícia e não esperar que esta lhe caia em cima. Será que é bom estar de volta?

quinta-feira, agosto 09, 2007

Leitura de Férias

Apesar de os dias de férias que tive até ao momento não serem o mais pacífico possível em termos de descanso, ainda assim consegui como de costume colocar a leitura em dia. Confesso que regularmente por motivos profissionais/académicos/outros não tenho grande hipótese de o fazer (...ou talvez hábito), por isso aproveito estes escassos dias para o efeito. O primeiro a merecer a minha atenção foi uma agradável surpresa: "O Príncipe de Fogo" de Daniel Silva, é uma história actual que aborda o terrorismo sob uma perspectiva quase histórica, colocando factos e acontecimentos um pouco em perspectiva para o leitor (e mais não digo para não ser desmancha prazeres). O segundo foi muito mais suave: "Ser Como Um Rio Que Flui" de Paulo Coelho, é uma colectânea de textos e histórias deste autor, que como sempre obrigam à reflexão. Considero algumas das palavras que Paulo Coelho escreve ocasionalmente "lamechas", ainda assim o resultado final costuma ser sempre positivo, e este livro não foge à regra. Estes foram os primeiros já que foram também as minhas últimas aquisições (cortesia do Luis, Lina, Miguel e Rita). Actualmente em curso está a leitura de "O Confessor", também de Daniel Silva. Apesar de a leitura estar a ser em ordem cronologicamente inversa (os livros estão relacionados) está a valer a pena, e espero ansiosamente o regresso da próxima semana (de férias novamente) para o terminar.

quarta-feira, agosto 08, 2007

Mais Uma do País-Faz-de-Conta

Até alguns anos atrás, confesso que por opinião assimilada numa espécie de osmose, e tendo em conta a relação entre os meios e os resultados produzidos, considerava a Polícia Judiciária uma das melhores do mundo. Para já não contrario essa opinião própria, pelo menos de forma extrema, considerando no entanto que no presente lhe falta muita coisa para além dos meios. O problema é que aquilo que se nota mais falta é inteligência e tacto. Inteligência na forma de actuar, e tacto na demonstração dessa mesma actuação. Os últimos acontecimentos no caso de Maddie, cuja elaborada história já aborrece qualquer um, é uma prova disso mesmo. Não é preciso ser um cientista para perceber que algo de muito errado aconteceu nesta investigação, quando uma cena do crime o deixa de ser, para passados 100 dias voltar ao mesmo estatuto. Não é preciso ser investigador para perceber que as novas teorias apontadas não são baseadas em nada de concreto (saber as marés de há quase 3 meses ou investigar um local que foi literalmente contaminado por várias pessoas entretanto, não me parece que ajude em alguma coisa). Não é preciso ser vidente para perceber que a pequena Maddie vai ser mais um nome a figurar numa lista de crianças cujo rasto se perdeu. Nesta história toda há realmente algo muito mal contado, e isso é perceptível desde o início. Pena que a certa altura se tenha perdido essa perspectiva. Já agora, se no início de uma investigação se assume o carácter mediático que foi assumido, mudar de atitude a meio não vai ajudar em nada, sobretudo a nível da opinião pública. Que sirva de lição para, no futuro, se fazer silêncio até efectivamente se descobrir alguma coisa de concreto, e talvez assim ninguém tenha a imprensa nacional e internacional à perna.

segunda-feira, agosto 06, 2007

Status Report

Aproveitei um pequeno interregno de uma semana entre o meu período de férias para fazer o "status report" da situação actual. Até agora o balanço foi positivo. Uma semana de férias na praia com direito a bom tempo e muito sol. Curiosamente correu melhor do que nos últimos anos tem sido hábito, apesar de o destino continuar a ser comum a muita gente: o território anexo a Portugal, pertença dos ingleses, habitualmente designado por Allgarve (e abater o gajo que inventou esta merda, não?). A segunda semana, na qual depositava muito mais expectativas, não podia ter corrido melhor. Ficar a conhecer de uma ponta a outra uma das capitais mais interessantes do mundo: Praga. Foram muitos quilómetros a pé ou de eléctrico, durante quase uma semana inteira, mas valeu a pena. Arriscaria dizer que aquilo que se vê é praticamente demasiado para o nosso cérebro assimilar. Uma cidade construída de forma que, para qualquer direcção que o nosso olhar aponte, algo de interessante aparece. Uma cultura diferente e em 99% dos casos para melhor. Enfim, são assim os checos (e as checas...). Agora resta-me aguardar que passe esta semana o mais rapidamente possível e sem grandes atribulações para poder retomar o meu ritmo de férias, ainda que um pouco mais calmo (espero). O interior do país e as festas de verão, temperado com a companhia da família e amigos, para acabar em beleza. Retomarei depois certamente a segunda e última parte deste relatório para contar como foi. Até lá e entretanto, talvez escreva mais qualquer coisita...