sexta-feira, agosto 19, 2016

A Lei da Diplomacia

Durante a minha leitura matinal dos dois ou três sites de jornais que costumo visitar, assisti tal espectador de um filme de ação, à notícia acerca da violenta agressão de um jovem de 15 anos, em Ponte de Sor, pela parte de dois rapazes de 17, ambos filhos do embaixador do Iraque em Portugal. Rapidamente as notícias sobre o ocorrido se transformaram na discussão de teorias e conjeturas acerca das várias hipóteses no sentido de obter alguma justiça neste caso, o que estou 100% seguro nunca irá acontecer. A única coisa que aconteceu foi a expulsão de uma escola de aviação que frequentavam (informação útil aos países árabes: se por motivos óbvios não tiverem mais nenhum local no mundo que aceite os vossos cidadãos em escolas de voo, pelos vistos Portugal é o sítio). Uma das hipóteses seria a de Portugal pedir ao Iraque o levantamento da imunidade diplomática, de forma a prosseguir com uma ação judicial contra os agressores. Outra hipótese seria o próprio embaixador solicitar o levantamento dessa imunidade. Considerando que logo na manhã do dia em que ocorreu a agressão, o embaixador foi visto a levar os seus filhos no carro diplomático (o mesmo que foi usado no atropelamento que antecedeu o espancamento do jovem), para fora da cidade, julgo que esta hipótese dificilmente ocorrerá. Por último, o governo português pode considerar o embaixador "persona non grata" e assim, resumidamente, correr com ele e com a respetiva família daqui para fora. Esta última seria a mais simples, mas também a que menos justiça representa, já que o resultado é uma mera explusão do embaixador e família para o país de origem. Ocorre-me uma quarta alternativa, muito mais simples e eficaz. Considerando os detalhes da imunidade diplomática instituídos em resultado da convenção de Vienna, julgo sinceramente que o mais simples seria procurar um outro embaixador qualquer em Portugal, que tenha também dois ou mais filhos. Depois bastaria pedir a esses filhos de diplomata que agredissem violentamente os filhos do outro diplomata (iraquiano) até os deixar a comer por uma palhinha para o resto da sua vida. Et voilá, problema resolvido, justiça feita.

sexta-feira, agosto 12, 2016

Fevereiro a Setembro em 5 Minutos

Mais uma vez, muito se passou desde a última vez que escrevi. Algumas coisas têm sido constantes. O trabalho, a rotina diária, etc. Mas desde fevereiro até agora, algumas novidades aconteceram. Acho que a melhor forma de retomar a escrita, é colocar aqui um breve resumo desses acontecimentos (ainda que mais à frente me reserve o direito de detalhar alguns deles). Na sequência de ter mandado um carro para a sucata em janeiro (sim, o estrago foi muito maior que apenas uma frente danificada), comprei carro "novo" em março. Um Peugeot disfarçado de Volvo, que ainda assim tem-se portado bem e esperemos que assim continue. Em abril, o meu filhote mais novo fez 2 anos, e no alto desses curtos dois anos de vida, revela uma personalidade que no mínimo pode ser classificada de surpreendente e admirável, e que não deixa de me espantar todos os dias. Em maio foi tempo de celebrar os meus 9 primeiros anos de casamento, sendo que para o ano o número é mais redondo, já deve dar direito a umas bodas quaisquer. Ainda em maio fiz uma das coisas que mais prazer me dão: um passeio de mota, durante 4 dias, entre Portugal e Espanha, percorrendo cerca de 1500 kms acompanhado (e bem) de meia dúzia de amigos. Em junho voltei a dar formação em contexto profissional, algo que gosto muito de fazer e que (desta vez) tive oportunidade de fazer nas minhas próprias condições e nos meus próprios termos. Ainda em junho, o meu filho mais velho completou o seu primeiro ano escolar, o que - podendo para alguns parecer uma pequena conquista - me deixou ainda assim cheio de orgulho pelos resultados alcançados. Ainda em junho, um "boost" na boa disposição, com o regresso do bom tempo, praia, santos populares e passeios ao fim-de-semana com outra dinâmica. Em julho, uma notícia menos boa em termos de saúde, na família, deixou o meu núcleo em choque. A reação deste mesmo núcleo do qual me orgulho de fazer parte não podia ter sido a melhor, deitando mãos à obra rapidamente, e rapidamente atacando o problema, o que fazemos até hoje e faremos nos próximos tempos. Vai correr bem. Antes desta luta começar foi tempo de ganhar forças numa semana de férias em terras algarvias, que deixou as crianças com um tom dourado na pele salgada e um sorriso nos lábios. Já em agosto, os fins de semana são para viver em família, nos tradicionais festejos populares. Uma das festas já foi, outra das festas está para vir. E depois? Em setembro é tempo de promoção, o que me provoca "mixed feelings". Orgulho por ter chegado lá, por alguém depositar essa confiança em mim. Ansiedade pelo cumprimento das expectativas, pela responsabilidade acrescida. Em termos financeiros e depois de ter dado um passo atrás numa situação que há muito se mantinha inalterada, o aumento será bem recebido! Ainda em setembro, tempo de mais uma voltinha de mota, que se está neste preciso momento a "desenhar". Isto é sem dúvida algo a que me conseguiria facilmente habituar, a fazer com muito mais regularidade.

Curiosa a diferença do estado de espírito com que se começa (e acaba) uma retrospetiva destas. Surpreendente aquilo que nos acontece e pelo qual nem damos conta... Acho que devia fazer este exercício mais vezes. Mas para já quero acreditar que (pelo menos durante uns tempos) vou voltar a escrever aqui com regularidade suficiente para não ter de o repetir.