domingo, outubro 10, 2010

Qualidade de Ensino

Já muitas vezes foi abordado o tema da qualidade do ensino em Portugal, neste e noutros fóruns. Ainda assim conseguimos encontrar provas numa base diária da dita qualidade. Quando temos como opção de marketing a escolha de fomentar um erro, basicamente está tudo dito. Como o meu amigo PO se encarrega de lembrar amiúde, o meu inglês não é perfeito, ainda assim chega e sobra para achar piada e captar momentos destes. O que é que diz um jovem estudante quando resolve falar no idioma de Shakespeare? É simples: "my scool is cool"! Scool? Nas traseiras de um transporte escolar? Quem foi o génio publicitário? Podia sempre ser pior, como "mai se cule ize cule", ou algo do género. Já imagino o slogan para a matemática: "1+1=11" com a legenda por baixo a dizer "... é fazer as contas". Espectáculo...

terça-feira, setembro 21, 2010

Brincar às Catástrofes

Se há coisa que sempre me fez confusão nas empresas por onde passei, é a realização periódica de simulacros. Na actual, o último foi realizado apenas há alguns meses, e não foi excepção. Não pelo simulacro em si cujo objectivo até é louvável, mas pela forma como é habitualmente conduzido e levado a cabo. Começa pelo aviso antecipado da sua ocorrência, que condiciona de imediato qualquer resultado a obter do mesmo. Algumas pessoas chegam a planear a sua permanência (ou não) no local de trabalho de acordo com este aviso! Depois, tal como qualquer bom estudante faz, toca a impinar todos os procedimentos a levar a cabo na véspera da ocorrência, para garantir que o simulacro corre limpinho que nem um assobio. Naquele dia em especial, todos desligam os computadores, todos têm a secretária limpa, todos sabem de cor e salteado as saídas de emergência a que se devem ordeiramente dirigir em caso de catástrofe, etc. Durante a realização do dito, é ver que apesar de toda esta batotice institucionalizada, tudo corre mal. As saídas de emergência não são adequadas, as portas abrem para o lado errado, apenas uma pessoa pode deixar penduradas outras 200 nas escadas do prédio, etc. Isto não é factor impeditivo de produzir um relatório a dizer que cerca de 2 horas de simulacro foram afinal um grande sucesso de 20 minutos... Por fim existe a triste e ridícula acção formativa sobre, por exemplo, os vários tipos de extintor e respectivas aplicações. No caso do meu último simulacro, esta foi quase a verdadeira situação de emergência, já que junto à entrada do edifício onde a multidão aguardava que tudo voltasse ao normal, os bombeiros resolveram provocar vários tipos de incêndio e aplicar os vários tipos de extintor, enquanto as pessoas em redor asfixiavam também de várias formas possíveis. Eu optei por me afastar e sentar numa esplanada a beber um copo de forma pouco simulada, até que aquela catástrofe terminasse.

domingo, setembro 19, 2010

Paletes de Pontapés na Cabeça

Já por algumas vezes utilizei aqui a expressão "pontapés na cabeça", referindo-me aos viciados das borlas que se vão apanhando por aí ocasionalmente ("à borla, até pontapés na cabeça"). Mas desta feita a história não é sobre um viciado, mas sim um grupo de viciados, nos quais eu me incluo. Estes viciados (ainda que à força) seguiam alegremente a caminho de um almocito, quando foram abordados violentamente ao parar numa passadeira, por vários homens verdes... funcionários da Sumol. Estes homens verdes deviam também estar com vontade de ir almoçar, porque ao invés da tradicional borla unitária (neste caso cada um de nós deveria ter levado uma garrafita do novo sabor da referida marca), praticamente atiraram um "six pack" pelas janelas do carro a dentro, para cada um de nós. Resultado: uma palete de Sumol no banco de trás. Mas como sou um amador nisto dos "pontapés na cabeça", confesso que acabei por ceder a minha quota da palete e fiquei sem saber qual o paladar da nova bebida (de qualquer forma não era cerveja...). No entanto espero que esta moda das ofertas em paletes não pegue, senão qualquer dia tenho de montar umas barras de tejadilho ou começar a andar com um atrelado, para poder circular em Lisboa...

sexta-feira, setembro 17, 2010

Contrafacção Chega ao Circo

Se há coisa a que estamos já muito habituados, é a observar pequenas nuances nas marcas dos artigos de contrafacção. Quem nunca viu umas calças Linforn em vez de Uniform, ou uns ténis Nyke em vez de uns Nike, não está certamente atento aos pormenores. Se estas suaves nuances nas marcas de artigos são uma realidade no nosso quotidiano, o mesmo já se torna mais raro no que diz respeito a nomes de negócios ou empresas. Ainda assim, há motivos para que tal aconteça. Se o caro leitor puxar pela memória, certamente irá lembrar-se de um escândalo nos mídia, em que um circo em particular foi acusado de maltratar os seus animais. O circo em questão chamava-se Atlas, e este tipo de publicidade certamente surtiu o seu efeito. Nada mais fácil de resolver: muda-se o nome do circo! E há que dar a mão à palmatória... que mudança! De Altas passou para o fabuloso circo Walter Dias, "o maior espectáculo do mundo" (como aliás o bom aspecto do "trailer" da foto deixa antever). Mas o mais bonito nesta arte de disfarçar podres é o requinte de contrafacção que o estilo de letra aplicado a Walter Dias tem. Se pensarem na proximidade que as palavras Walter Dias têm de Walt Disney, este estilo de letra aplicado faz realmente todo o sentido! E viva a arte e engenho destes artistas!

quinta-feira, setembro 16, 2010

Electrodomésticos Arraçados

Já tinha visto animais arraçados... cruzamentos de pastor alemão com serra da estrela, de labrador com rotweiller, etc. O que nunca tinha visto até há pouco tempo era cruzamento de electrodomésticos. Se o caro leitor pensa que enlouqueci de vez, aconselho a reparar atentamente nas fotos que anexo. O que é que obtemos quando cruzamos um televisor de marca Panasonic com outro de marca Samsung? Mais do que óbvio: um Panasung!!! Aqui acho que também teria ficado bem um Samsonic... Deparei-me com esta maravilha tecnológica no Odivelas Parque num dia que lá fui jantar, e de imediato pensei "olha-m'estes cromos a venderem electrodomésticos da chino-candonga!". Nada mais errado! Aparentemente esta marca anda por aí (ou pretende andar) muito a sério, e poucos dias depois deparo-me com uma carripana de assistência técnica de que marca? Panasung! E aí está... se duvidam desta nova potência tecnológica mundial, o melhor é mesmo darem o benefício da dúvida... um dia destes podem ter uma geringonça desta marca lá por casa!

quarta-feira, setembro 15, 2010

Bute Nessa ou Bora Lá?

Uma vez mais uma ausência, uma vez mais um regresso. Passadas algumas semanas intercaladas de férias, e depois de outras tantas para recuperar do regresso ao trabalho, falta retomar este hábito da escrita para a rotina voltar ao que era. Assim, nada como começar com uma retrospectiva sobre o volume de posts que por aqui tenho deixado. Como alguns podem já saber por posts de anos anteriores, uma das coisas que recebo já por tradição no meu aniversário, é uma versão em papel encadernada pelo meu pai, com todos os posts do ano que passou. Tal como podem verificar pela fotografia, o que inicialmente começou por algo capaz de fazer o Dan Brown parecer um menino, está rapidamente a aproximar-se do volume de um Borda D'Agua sem algumas folhas. Vou esforçar-me por contrariar esta tendência, e desde que um certo diabrete que cá por casa habita me vá deixando ter uma ou duas horitas de descanso durante a noite, tenho a certeza que vou conseguir cumprir. Por isso convido desde já todos os que me costumavam ler a passarem aqui pelo estaminé, para ver as parvoíces que tenciono por cá deixar! Como diz um amigo meu, beijinhos, abraços e muitos palhaços!

domingo, maio 30, 2010

O Vício da Fama

Desde pequeno que oiço uma máxima que cada vez mais considero ser verdade: "não interessa que se fale bem ou mal, o que interessa é que se fale". Pelo menos é assim que hoje em dia uma grande maioria das pessoas rege a sua vida. Há umas semanas atrás lembro-me de ter assistido a uma reportagem televisiva sobre uma pobre coitada professora de uma terra do "enterior desquecido e ostracizado" que teve de se despir para uma revista masculina, de forma a ganhar mais uns trocos (cerca de 800 euros) para sobreviver, já que o ordenado que auferia nem chegava aos 500 euros mensais. Em consequência desse acto tinha sido impedida de continuar a dar aulas (bandidos!). Mais recentemente cruzei-me com uma outra referência a esta pobre professora, numa revista com menos nudez que a Playboy, onde a sua história era contada com mais detalhe. Parece que a dita professora sempre teve uma obsessão com a fama, que neste momento já atingiu. Actualmente, atende o telefone a dizer que "se querem que fale, paguem"! É mais uma "relações públicas" de bares e eventos sociais. Além disso tinha já sido concorrente de um reality show onde - por amor, claro - tentava conquistar um suposto ricaço que afinal não o era e... que não conhecia. Felizmente agora esta professora poderá sair da miséria em que vivia, e os seus papás até poderão deixar de ter de lhe pagar as recargas de silicone e os cerca de 300 euros mensais que gasta só em manicure todos os meses (imaginem o que alguém que ganhe mais do que o ordenado mínimo poderia gastar). Resumindo e considerando, palavras ditas, escritas (inclusivé por mim) e mal empregadas, aplicando outras palavras um pouco mais cruas, trata-se de apenas mais uma gaja boa que mostrou as mamas e não só para arranjar forma de viver o resto da vida sem fazer nada que se aproveite (acho que o facto de deixar de dar aulas não será propriamente relevante). Pessoalmente, posso dizer me estou a borrifar para estes puritanismos todos, que aplaudo todas as mulheres que tenham atributos suficientes para aparecer na Playboy, e que ainda assim esta em particular não me levou a comprar a revista...

sexta-feira, maio 14, 2010

Intolerância de Ponto

Por regra não sou "invejoso" no que diz respeito a gozo de feriados, férias e afins. Sou até da opinião que - apesar de gostar muito de ter um diazinho de descanso, e gozar todos aqueles a que tenho direito - temos feriados a mais para aquilo que produzimos, enquanto país. Bater mesmo no fundo é ter um dia como o de ontem (13/5/2010), que entre outras coisas me permite inferir o seguinte:

a. somos um país em que 90% da população faz parte da (dis)função pública
b. se a (dis)função pública não "funcionar", não há trânsito em Lisboa, o que permite aos restantes 10% funcionar muito melhor
c. só a (dis)função pública é católica, em Portugal, sendo o sector privado genericamente considerado pagão
d. apesar do catolicismo da (dis)função pública, a tolerância de ponto é apenas usada por 1% no momento de ir ver o Papa, esse carismático líder espiritual que parece retirado de um documentário sobre os nazis
e. no futuro, todas as vindas a Portugal de líderes religiosos (islamitas, judaicos, budistas, etc.) serão alvo de tolerância de ponto para a (dis)função pública
f. aqueles que por não serem parte integrante da (dis)função pública - sendo portanto pagãos - devem ser castigados com o seu "não funcionamento" (ex.: serviços, escolas, etc.)

Apetecia-me dizer que aguardo a vinda de Belzebu a Portugal, para também ter direito ao meu dia da tolerância. Inclusivamente seria um daqueles que aguardaria a sua passagem numa das artérias principais da cidade, com um cartaz a dizer algo como "Viva a Besta!" enquanto vestia uma camisola do Benfica com o número 666 nas costas. Mas infelizmente o demo já por cá anda há muito tempo... só que ainda poucos deram por ele!

Nota do autor: poderão perguntar-se sobre os vários "(dis)" que antecedem a palavra "função" no texto acima, pelo que segue a explicação: tal como a disfunção eréctil consiste na incapacidade recorrente ou constante de manter uma erecção permitindo a actividade sexual, a disfunção pública é a incapacidade recorrente ou constante de manter os serviços públicos permitindo assim qualquer actividade a nível nacional.

quinta-feira, maio 06, 2010

G'anda Novidade...

Foi esta semana notícia na revista Sábado, e consequentemente noutros canais noticiosos, o insólito caso do "furto" do deputado do PS Açores, Ricardo Rodrigues. A ocorrência teve lugar (agora até parecia um agente da autoridade...) na sequência de uma entrevista levada a cabo pela própria Sábado, no momento em que o senhor sentiu os calos apertados, e "irreflectidamente" levantou-se e... gamou os gravadores dos jornalistas. Azar dos azares, deixou ficar a filmagem do sucedido. Neste momento as duas partes andam à "batatada" nos tribunais, sendo que uns apresentaram queixa por furto, e o outro tentou uma providência cautelar para impedir a divulgação do vídeo. Acho isto tudo muito bonito, sim senhor, mas... onde raio está a novidade? Parece que é a primeira vez que vemos um político a gamar!!! Está bem que este senhor, como político, não tem grande nível... gamar gravadores é um bocado "chunga"! faltava apanhá-lo um dia destes na Praça de Espanha a vender autorádios! Por isso, exmo. sr. deputado, aprenda mas é exercer tráfico de influências, aprenda o que é a corrupção de alto nível, e mas é gamar o dinheiro de todos nós com'ós outros, !

terça-feira, maio 04, 2010

e-Paranóia

Existe hoje em dia uma fixação tão grande com o serviço de correio electrónico, que duvido até que grande parte das empresas sobrevivesse sem esta ferramenta de trabalho. Em última instância não sobreviveria à insanidade dos seus funcionários, caso se vissem despojados do seu maior entretém. Praticamente tudo é motivo para enviar um e-mail, tanto a nível de lazer como a nível profissional. Sendo que a chungaria, anedotas e pedidos para doadores de sangue e medula, perfazem o grande bolo da informação trocada por esta via, outros que a utilizam para comunicar a nível profissional... muitas vezes mal. Vejo diariamente pessoas que estão a meia dúzia de metros umas das outras, trocarem informação entre si por e-mail. Ao que parece, o e-mail serve também como uma espécie de prova forense de que se fez ou mandou fazer algo. Em última instância é a forma de apurar responsabilidades ("ah e tal... mas eu enviei-te um e-mail..."). Eu próprio vivo diariamente com esta (triste) realidade. Veja-se precisamente o meu caso: estive recentemente em casa, de licença, por um período de 4 semanas. Apesar dos telefonemas frequentes, evitei recorrer ao acesso remoto para resolver aquilo que fosse. O resultado prático disto foi o que se na imagem: em apenas 20 dias úteis, recebi um total de 848 e-mails (sim, viram bem, OITOCENTOS E QUARENTA E OITO), e posso-vos dizer que nenhum deles tinha anedotas ou chungaria. Isto quer dizer que durante esses 20 dias úteis, mesmo com o célebre "out of office" activo, recebi uma média de 42 e-mails por dia! que encarar estas coisas com a importância que merecem, como tal, na maioria dos casos optei por apagar as mensagens, de acordo com este meu princípio fundamental: se for muito importante, ligam ou voltam a enviar e-mail...

sexta-feira, abril 30, 2010

O Drama da Escassez de Esperma

De acordo com notícia divulgada hoje, existe falta de esperma em Portugal. Aparentemente este problema é uma "necessidade social" que deverá ser colmatada com a criação de um "centro de recrutamento e selecção" para recolhas de dadores. Neste momento a solução passa por "importar", sendo que os locais de origem têm de, obrigatoriamente, ser detentores de uma certificação para o efeito...

me ocorre dizer... MAS QUE MERDA É ESTA!?!?!?!? Falta de esperma? Nunca ouviram falar em masturbação? Também conhecida por punheta, 5 contra 1, descabelar o palhaço, debulhar a espiga, afogar o ganso, bater uma, esgalhar o pessegueiro, escamar o besugo, espancar a cobra zarolha, jogar bilhar de bolso, limar a trave, tocar o bicho, em suma... fazer amor consigo próprio? Importar "esperma certificado"? Eu nunca confirmei, mas acho que o meu é ISO 9001... Quantos voluntários não existirão por esse país fora, à espera de uma oportunidade destas para contribuir de alguma forma para a nossa sociedade? Abram o "centro de recrutamento" que vai ser malta a enviar o "CV"! Até estou a imaginar os anúncios nos jornais:


Centro de recrutamento e selecção procura jovem macho para doação de esperma certificado. Requisitos obrigatórios: 15 cms de "berimbau" (equipamento mínimo para a extracção do produto por uma das nossas técnicas assistentes qualificadas), potência sexual regular, livre de doenças venéreas, experiência mínima desde o início da puberdade. Factor preferencial: carta de recomendação de 3 moças, também elas jovens e saudáveis. Vencimento a estabelecer de acordo com a litrada fornecida.


Esta história da inseminação artificial e das doações anónimas de esperma sempre me fez um bocado de confusão. Para , imaginando-me na qualidade de uma mãe que queira engravidar, não vejo como confiar em alguém que não conheço de lado nenhum para estar na génese de um futuro filho meu. Penso aliás que para quem tem dificuldade em engravidar, soluções como a adopção produziriam um resultado prático muito melhor, em todos os aspectos e para todos os intervenientes. Mas enfim, venham de esses punheteiros que, pelos vistos, a malta por agradece!

quarta-feira, abril 28, 2010

Uma Greve à Maneira

Nos tempos que correm são cada vez mais frequentes as greves de todo e qualquer tipo de profissão. Por cá, nos últimos tempos, o foco de luz esteve sobre os transportes públicos, habitualmente um sector que afecta a grande maioria da população. O que é difícil é ver esta forma de protesto sob uma perspectiva de originalidade. É sempre o mesmo aborrecimento... lá vem a greve... lá ficamos a pensar como vamos trabalhar... acabamos por ir de carro e demorar 3 horas a chegar. Já em Espanha a coisa começa a ser diferente. Basta ver o recente exemplo de protesto de... assistentes de bordo. As moças (tradicionalmente jeitosas e, aliás, escolhidas por esse entre outros critérios) pensaram no que haviam de fazer com a sua "jeitosice". Ah e tal, e se em vez de greve, nos despíssemos todas e fizéssemos um calendário connosco todas descascadas? Bem dito bem feito, e o resultado não foi nada mau (ver exemplo na imagem ao lado, referente ao mês de Abril). Se por um lado enalteço este tipo de iniciativa, por outro lado tenho de considerar os perigos que daqui advém. Imaginemos que, por cá, outra qualquer classe profissional tem a mesma iniciativa? Imaginemos que essa classe é, por exemplo, a dos taxistas? Eu pessoalmente detestaria ver um calendário de "Zé-Manéis-Taxistas" descascados, só com óculos "rébane" e palito no canto da boca, esparramados em cima do capô do seu Mercedes 190 D! E sinceramente, duvido que exista público alvo para tal matéria. O melhor é mesmo ter cuidado com estas modernices, por isso e apesar de uma vez mais enaltecer a iniciativa, prefiro jogar pelo seguro e gramar as greves da praxe...

sábado, abril 24, 2010

Apontar o Dedo

Esta história já não é novidade... daqui a algum tempo deixará de ser notícia... no entanto os seus subtis contornos continuam todos os dias a dar-me aquela azia das histórias que teimam ficar mal contadas e das responsabilidades que teimam ficar por apurar. Vejamos o caso resumidamente: uma criança, aparentemente vítima de "fanfarronice" (existe um termo técnico para aquilo que existe desde sempre entre miúdos, com a denominação de "bullying"), chegou a um estado de desespero suficiente para o levar a cometer suicídio atirando-se a um rio. A conclusão prática de todos os intervenientes legais no caso (com o apoio da comunicação social), é a de que existe um senhor cuja função é ser porteiro/telefonista/pau para toda a obra numa escola, e que é responsável pela morte da criança. Mais concretamente, por ter deixado naquele dia o Leandro sair das instalações do dito estabelecimento de ensino. Num país que não fosse de faz de conta, importaria perceber de que forma se pode provocar tal desespero numa criança de tão tenra idade, que o leva ao suicídio... num país que não fosse de faz de conta, importaria perceber se foi exactamente isso que se passou ou se outra(s) criança(s) poderão ter algum envolvimento na dita "queda ao rio"... num país que não fosse de faz de conta, alguém apontaria o dedo no nariz da indignada (não triste, não chocada, não pesarosa) mãe da criança, que NUNCA se apercebeu que algo de errado se passava com o filho, mas que agora dispara em todas as direcções. Mas como estamos num país de faz de conta, parece que o culpado pelo suicídio de uma criança que era abusada frequentemente pelos seus colegas, cujos pais nunca tiveram qualquer preocupação em saber ou perceber se algo de errado se passava... é o porteiro da escola. Tivéssemos nós a pena de morte em Portugal, era enforcar o homem! Como assim não é, vamos apenas colocar-lhe um processo e impedi-lo de voltar a trabalhar em qualquer estabelecimento de ensino, para sempre. Viva Portugal... Viva!!!

sexta-feira, abril 23, 2010

Palavras que Alguma Vez Direi - Parte III

É com algum pesar que verifico ao fim de três dias, que a minha iniciativa de tentar trazer mais gente anónima a ler este estaminé, foi completamente infrutífera. Depois do exercício intelectual de escrever um post com as palavras classificadas pelo Google como as mais pesquisadas desde o início de 2010, verifiquei através do meu serviço de estatística que continuo a ser mais pesquisado por hemorróidas, almorródias e (esta é nova) aomorrodeas, do que por quaisquer outras palavras chave. Estou inclusivamente a pensar mudar o nome do blog para "o-blog-das-almorróidas"... O valor intelectual do meu blog limita-se à malta que quer saber os "10 mandamentos do aluno" que se mantém no top das pesquisas, bem como a malta que quer saber como passar do estado "sólido para gasoso", que também ocorre amiúde. De resto, e como podem constatar pela imagem actualizada com as mais recentes estatísticas, posso concluir que a malta que vem aqui parar através de pesquisas no Google, tem "hemorróidas" e quer "pachacha"... Com tristeza e pesar me despeço, agradecendo aos que aqui vêm sem fins javardolas, e que gostam apenas de ler as javardices que escrevo.

terça-feira, abril 20, 2010

Palavras que Alguma Vez Direi - Parte II

Na sequência da promessa feita no meu último post, em que me comprometi a escrever um outro post com várias palavras chave incluídas, de forma a trazer mais leitores anónimos ao meu blogue, parti em busca das palavras chave mais pesquisadas durante os últimos meses. Desde o início do ano, as palavras mais pesquisadas no Google (em português), segundo a ferramenta Google Trends, foram as que estão apresentadas na imagem. Como tal, aqui fica uma pequena história em que me dei ao trabalho de incluir todos estes termos (assinalados a bold). Podem achar à primeira vista que é impossível, mas vejam lá o resultado final:

O meu nome é
Sapo, José Sapo, a minha profissão é tradutor e sou viciado em Internet. De manhã acordo, e vou logo ver o meu gmail e o hotmail. Depois vou jogar ao farmville e outros jogos, fazendo login no meu facebook. Quando me farto vou ver gajas em bikini no hi5. Se ficar aborrecido com as miúdas de abebras à mostra, vejo uns vídeos no youtube (gosto muito das galas dos ídolos, sobretudo aquela do malho do Abrunhosa) ou oiço música. A outra face do uso que dou à net passa por coisas mais sérias, como entregar o irs. Para tal, dirigo-me ao portal das finanças. Também costumo comprar bilhetes online, como fiz no ano passado para o rock in rio.

É óbvio que as palavras chave mais pesquisadas na net, não são estas, mas sim coisas que envolvem pessoas sem roupa, e pior. Mas como era politicamente incorrecto os motores de busca divulgarem a lista destes termos, ficamos por uma versão softcore da história. Talvez um dia o José Sapo tenha um episódio mais picante relatado aqui no estaminé...

segunda-feira, abril 19, 2010

Palavras que Alguma Vez Direi

Falava hoje com o editor da versão impressa do meu blogue (leia-se o senhor meu pai), produzida com periodicidade anual (leia-se no meu aniversário), sobre o facto de a quantidade de posts ter vindo a diminuir por este estaminé, nos últimos tempos. Tendo que assumir que é bem verdade, recordo ainda assim em meu favor, que a maioria dos blogues congéneres dos meus amigos e conhecidos, está completamente abandonada (certamente em detrimento de coisas que requerem mais atenção dos seus autores, como o facebook e respectivos jogos online, na malha dos quais quase fiquei enredado). A maioria dos links aqui ao lado apontam para estaminés cujo último sinal de vida foi dado em 2008 ou 2009! O que é certo é que, dada a redução da frequência da minha escrita, consequentemente as visitas diminuíram. A curiosidade em verificar estes números levou-me a consultar as estatísticas que tenho afectas ao blogue, processo durante o qual me deparei com dados assustadores: as palavras chave utilizadas em motores de busca, que trazem perfeitos estranhos aqui ao estaminé! Pois bem, fiquem sabendo que o meu blogue é consultado diariamente por pessoas estranhas, que padecem na sua grande maioria do mal das "hemorróidas" (ainda que não saibam escrever o nome desta doença, conforme se pode ver na imagem). Alternativamente, há pessoas que vêm aqui parar porque andam à procura de "pachachas boas" e "gajas hermafroditas". Mas não pensem que a minha escrita só atrai javardolas! Para os mais intelectuais, a procura de "mandamentos do aluno" também é um motivo de visita. Posto isto, sinto que tenho um novo desafio: escrever um post sem qualquer tipo de interesse, que reúna no entanto palavras chave suficientes para aumentar significativamente a afluência de estranhos a este ponto de encontro da blogoesfera! Fiquem atentos às cenas do próximo post...

domingo, abril 18, 2010

Desabafo...

Numa altura em que os 30 se aproximam e os 20 parecem cada vez mais distantes, ocorre-me pensar amiúde na vida. Vejo o que fiz, o que pensava que iria fazer e aquilo que gostaria de fazer ainda. Vejo quem sou, quem sonhava ser, quem poderia ter sido... e vislumbro quem ambiciono tornar-me. Algumas coisas parecem cada vez mais distantes, outras já se concretizaram, outras quantas deixaram de fazer sentido. Parece que ocasionalmente me deparo comigo próprio numa crise de meia idade antecipada, mas por outro lado não me sinto nada assim por dentro. Sinto frequentemente que ainda (quase) tudo se encontra ao meu alcance, mas ao mesmo tempo e enquanto os anos passam vou sentido a percepção do inalcançável que muitas coisas têm. Em suma vivo numa espécie de turbilhão interior, que a realidade e o próprio quotidiano em que nos prendemos teima em esmagar... espezinhar. Vejo algumas oportunidades concretizarem-se e outras serem oprimidas da forma mais vil pela própria vida (leia-se, por isto ou aquilo). Resumindo, sou feliz mas insatisfeito... sou realizado, mas ambiciono algo diferente para o futuro... ainda não sou bem o que gostaria de ser. Faz lembrar um pouco o "contentamento descontente" de Camões, mas aparte as pretensões literárias e românticas, é algo muito mais básico do que isso. Vi nos últimos dias oportunidades surgirem e concretizarem-se... e outras a cair por terra. E sei que o futuro será um espelho disto mesmo. Só posso desejar fazer as escolhas mais certas (que são sempre as mais difíceis), porque escolher o mais certo entre algo que é incerto é o melhor que podemos fazer e ambicionar ter o discernimento adequado para tal. Assim termino este meu desabafo, e desculpem qualquer coisinha.

sábado, abril 17, 2010

Foi Rápido, Caraças!

Na sequência do meu último post, e enquanto circulava pelos diários digitais que costumo visitar, deparei-me com mais uma mostra de democracia e liberdade deste nosso jardim à beira mal plantado. A imagem consiste num "printscreen" da notícia relacionada com o post, do jornal online Sol, onde supostamente estaria disponível o vídeo com a situação relatada. Em vez disso, aparece a mensagem "o vídeo não se encontra disponível". Só me ocorre dizer... foi rápido! Como se tem dito recentemente, este ano não pára de chover porque o Sócrates não deixa o Sol sair...

PS: como o meu blogue ainda não foi alvo de censura, aqui fica o link para o vídeo, no Youtube...

Ponham-se Mansos!

Não obstante a quantidade de vezes que vemos saírem pérolas da boca dos prezados deputados em pleno parlamento, outro episódio voltou a acontecer. Desta feita, consequência de um diálogo entre Louçã e Sócrates, que transmitem habitualmente uma aura de amor fraterno a quem os costuma observar. O diálogo em causa assumia mais uma forma de pergunta-resposta, sendo que a determinada altura Louçã refere que "de intervenção em intervenção" o primeiro ministro ia "ficando mais manso". O que as câmaras da SIC captaram, foi a posterior resposta de Sócrates a este comentário, devolvendo ao deputado bloquista um elegante "manso é a tua tia, pá". Muito sinceramente, é nestes momentos que fico orgulhoso da nossa classe política. Ninguém os pode acusar de serem uns bananas... de ouvirem e calarem! Espero com uma certa ansiedade pela próxima intervenção do género, tendo esperança de ouvir um dia algo com mais classe, como um "morde aqui a ver se eu deixo", ou "vai mas é mamar na quinta pata do cavalo". Caso estes exemplos sejam demasiado elaborados, basta que os deputados troquem entre si carinhosas referências, como "chupista", "g'anda boi" ou "azeiteiro". Se por outro lado o deputado em discurso for mais eloquente, pode recorrer a algo mais elaborado. Antevejo por exemplo, Jerónimo de Sousa, citando a célebre frase do nosso estimado Fernando Rocha, por exemplo em referência ao nosso primeiro ministro, com o devido sotaque do norte: "olhó filha da puta! azeiteiro! habias de dar c'os cornos la embaixo num rochedo, cabrão, e bir de lá um cangarejo e comer-te o cú!".

domingo, abril 11, 2010

Ninguém é Insubstituível

Sempre ouvi dizer, e é bem verdade. Ninguém é insubstituível. Estou apenas há uma semana em casa e a minha entidade empregadora já arranjou alguém para ocupar o meu lugar. Não acreditam? Então vejam bem e com detalhe, as foto que aqui deixo! Só espero que lhe apareçam uns dedinhos para escrever, ou que dê muito bem aos seus pequenos cotos, porque na sexta-feira liguei-me remotamente ao estaminé, e já ía nos 210 e-mails por ler (em 5 dias dá uma média de 42 e-mails recebidos - e garanto que não é com as últimas miúdas descascadas da Playboy, com o último grande sucesso do Zé Cabra ou até mesmo com o pedido para dadores de sangue ou de medula óssea). Acho que a minha estratégia, ao regressar, vai ser a de apagar tudo e começar do zero. Partir do princípio que se for importante, voltam a contactar... Isto se o meu substituto não der conta do recado, é claro...