domingo, junho 29, 2008

Bem Podia Ser Verdade

Morte em Viena é o título do último de três livros que li do Daniel Silva. Apesar de este ter sido o que menos cativou a minha atenção, dentro do género é mesmo muito bom. Um tipo de escrita ficcional que gira em torno dos grandes acontecimentos da história mundial mais recente, chamando a atenção para os grandes problemas que ao longo dos anos têm afectado e muitas vezes moldado a humanidade. Desta vez o tema principal é o holocausto, revelando pormenores sórdidos de acontecimentos como a "marcha da morte", entre outros. É aqui também abordada a questão dos criminosos de guerra que escaparam e se embrenharam na sociedade sob novas identidades, acabando eventualmente por ingressar de forma interventiva na vida social e política dos dias de hoje. Em última análise, se pensarmos nisso, a nossa vida é regida maioritariamente por este tipo de pessoas, que passam incólumes por entre os eventos que directa ou indirectamente despoletam, sob o disfarce de pessoas respeitáveis. Mas mais não digo, e também não quero aprofundar o tema. Quem gostar, fica a saber que se trata de ficção, mais concretamente sobre espionagem. O tema de fundo já referi, pelo que só falta descobrir os detalhes e o desfecho. Recomendo, este ou outro do mesmo autor.

sábado, junho 28, 2008

Palavras Para Quê?

Se há sinal de que estou a ficar velho e gasto, é assistir à forma como os outros escrevem. É certo que sempre existiu gente a escrever mal... é certo que o "acordo ortográfico" já viu dias melhores e hoje em dia é permitido escrever quase tudo da maneira que nos apetecer... mas quando esta nova forma de escrita chega às letras garrafais de jornais e revistas, pelas mãos dos nossos profissionais da comunicação, não tenho como deixar de ficar surpreendido. Parece que numa qualquer novela, temos a boa da Rita Pereira a fazer papel de "espiã". Sim, confesso que fiquei algo confuso quando confrontado com este título, porque não sabia ao certo qual era o dito papel. No caso de fazer de "espia", ainda chegaria lá, mas assim não. Enfim, após rasgar esta página com o único intuito de o apresentar aos meus caros (e poucos) leitores, posso apenas dar-me por satisfeito, porque nestas situações poderia ser sempre pior. Sei lá... podiam ter escrito que a senhora fazia papel de "espiona", "espiolhosa" ou até de "espionésia". Enfim, conforme disse, sinto-me velho e gasto. Parabéns ao 24 horas pelos seus jornalistas e por quem faz a revisão dos textos.

sexta-feira, junho 27, 2008

Tenho Uma Pen de 4 GB...


Legenda (imagem e texto cortesia da Carla): disco rígido do 305 RAMAC da IBM, construído em 1965, com o peso de 1 tonelada, e com a capacidade de... 5 MB!

quinta-feira, junho 19, 2008

Confiança e Esperança

Vivemos numa era em que depositamos as nossas esperanças nas mais variadas coisas. Embora cada vez transpareça mais que o difícil é ter confiança em nós próprios, não temos qualquer dificuldade em fazer com que uma festa popular ou um europeu de futebol tome conta dos nossos corações e dite a nossa disposição para o dia a dia. Essas estranhas forças movem-nos de formas inexplicáveis pela lógica. Fazem qualquer trabalhador sair mais cedo, qualquer patrão permitir que tal aconteça, cria hordas de automobilistas a caminho de um qualquer lugar onde possam ter acesso a uma televisão, levam multidões à loucura em locais públicos e, quando o fim (bom ou mau) surge, é hora de voltar cabisbaixo à rotina do nosso quotidiano. Quão mais interessante (não necessariamente mais fácil) seria depositar este tipo de energia num qualquer outro objectivo, pessoal ou profissional, e vivê-lo com o mesmo ânimo? Poderíamos até ter a sorte de esse ânimo ser vivido justificadamente, pelo que daí pudesse advir. Mas muitas vezes estas pequenas coisas que vamos fazendo e que acabam por ditar o nosso futuro, são experiências que passam incólumes à nossa própria emoção, isentas de qualquer descarga de adrenalina. Posso dizer no que concerne a minha experiência própria, que ao longo dos últimos anos senti este tipo de emoção em alguns acontecimentos. A única diferença é que nem sempre os outros estão preparados para os viver de uma forma colectiva e partilhar a nossa alegria. E aí é que reside o busílis da questão: este tipo de energia gera-se mais facilmente quando em grupo, mas será que perdura da mesma forma? Penso sinceramente que não, e desafio qualquer um que discorde a olhar os eventos realmente importantes (para si próprio) de uma outra forma... a festejar essas ocasiões com outro ânimo... esse exercício vai servir certamente para ver tudo o resto por uma perspectiva diferente... uma perspectiva melhor.

quarta-feira, junho 18, 2008

G'anda Malha!

Sei que não é novidade nenhuma para quem já ouviu. Sei que não é original dizer que se gosta, bem como escrever sobre isso. Mas não consigo evitar fazê-lo. Quando saiu, gostei muito de X&Y, mas este novo álbum é sem dúvida uma g'anda malha! Viva la Vida é diferente... mas diferente para melhor. Este álbum tem um ritmo que parece pouco ter a ver com o anterior. E Violet Hilll é sem dúvida um grande cartão de visita para quem quiser ouvir melhor o que estes senhores andam a fazer em termos de música. Para quem achar que a minha opinião vale alguma coisa, recomendo...

PS: para quem não sabe, estou a falar dos Coldplay!

terça-feira, junho 17, 2008

Tecnologia Ecológica

Uma das coisas mais observáveis por cá (leia-se, no nosso país) é a existência de cidadãos de primeira, segunda, terceira e por aí fora. Enquanto alguns têm direito a tudo, outros têm direito a muito pouco. Coisas tão simples como "telefone" não chegam ao país inteiro, ou pelo menos não chegam nas condições mais adequadas. Tenho um exemplo disso. Na terra onde residem alguns dos meus ascendentes, e onde passo uns tempos ocasionalmente, não existe rede móvel. Até aqui tudo mais ou menos normal. É uma aldeia pequena, no fundo de um vale, cuja população não justifica qualquer tipo de esforço para resolver a situação. Mas o problema é que até o telefone fixo que lá chegava há já alguns anos, parece estar condenado a morrer. Se pensarmos que esta é uma aldeia onde reside uma população idosa (ainda que reduzida) e que o contacto com o exterior é fundamental pelas mais variadas razões, é preocupante pensar que em 80% das vezes, não se consegue fazer de e para lá qualquer ligação telefónica. Há alguns dias atrás, enquanto lá estive, vi o porquê deste tipo de problemas, e não resisti a tirar umas fotos. Pelos vistos é assim que os senhores da PT fazem as instalações telefónicas no interior do país. Deve ser por uma questão de "harmonia ecológica", porque cheguei a confundir esta molhada de fios com um ramo de flores no meio da erva. Muita gente defende que se deve falar com as flores e plantas, mas caramba, até pelo telefone!?

segunda-feira, junho 16, 2008

Som da Bossa Nova

Comecei o dia a ouvir bossa nova... acabo o dia a fazer o mesmo. Durante o jantar bebi o suficiente para me levar a sentir, lembrar e escrever coisas, comi o suficiente para ter a energia adequada a sentar-me em frente a um teclado e deixar as palavras fluir, não bebi o suficiente para ficar com a mente turva e a visão difusa. A visão difusa por vezes ajuda-nos a colocar as coisas em perspectiva... ajuda-nos a colocar de lado o racionalismo e a ver o passado, presente e futuro com cores diferentes. Só por isso bebo mais um copo. As cores do meu não parecem más, mas se a espécie humana é por natureza insatisfeita, eu muito menos me satisfaço com este tipo de visão. E continuo a escutar a bossa nova... neste preciso momento, Barney Kessel. E continuo a escrever. Gosto de escrever... gostava de escrever melhor, mas ainda assim, sinto-me feliz quando o meu cérebro dita as palavras que os meus dedos agilmente transcrevem para o mundo lá fora. Como eu gostava de um dia ter a coragem de escrever um livro. Um livro, independentemente das opiniões que suscite, é como que um marco que deixamos para o mundo. Uma pequena afirmação do nosso "estamos aqui". Gostava de ter o meu marco. Será que um dia conseguirei? No meio de tanta coisa que deixei para trás (hesitei em escrever esta frase, chegando a apagá-la pela metade). Não sei se consigo ser sincero o suficiente para escrever algo, porque para um escritor a sério (daqueles que ao contrário de mim sabem escrever), suponho que até a ficção e a mentira tenha algo de verdadeiro... tenha algo de si... algo de quem a escreve. Que mentiras terei eu para contar com seriedade? Tenho de pensar, mas hoje já não consigo, por isso vou deixar esta escrita, aparentemente depressiva, a não ser para quem me conhece e me imagine neste preciso momento sentado a escrever no computador, com um balão de CRF de um lado (já se acabou a D'alma e ainda não abri a Fim de Século), e o som da bossa nova a brotar do outro... Alguém me conhece assim? Estarei eu enganado sobre mim próprio?

sexta-feira, junho 13, 2008

Sardinha Baratinha

Confesso que ontem (e provavelmente hoje) não me dei ao trabalho de ir festejar os santos populares. Muitos podem achar uma vergonha que alguém nascido em Lisboa e que vive em Lisboa, como eu, não se dê ao trabalho de sair de casa para este efeito. Conforme os anos têm passado (e se tem tornado moda ir aos santos populares) tenho-me progressivamente distanciado destes festejos, por cada vez serem menos aquilo que eu conhecia e gostava (devo estar a ficar velho...). Como em tantos outros acontecimentos que de repente se tornam moda em Portugal, também os santos já são uma "feira das vaidades". Para além disso, aquilo que custa este festejo a quem nele participar tem tudo menos algo a ver com "popular". Digamos que pagar 1,5 euros por uma sardinha (chegava para pagar um quilo), ou 3 euros por uma bifana, não é o que mais gosto de fazer. Realmente depois do preço dos combustíveis, só faltava mesmo o desvario do preço das sardinhas. Mas enfim, os habitantes de Alfama e outros bairros típicos que se dedicam a esta actividade, têm que facturar o suficiente para o resto do ano... só espero que a ASAE não dê cabo dos planos à malta. Se começarem a incomodar muito, é questão de convidar o Sr. António Nunes e oferecer-lhe uma sardinha no pão com um charuto a acompanhar, que certamente se arranja um "buraquinho" na lei...

quinta-feira, junho 12, 2008

O Futuro é Hoje

Confesso sentir que algo de errado se passa comigo. Dou por mim em desacordo com a maioria das pessoas, mais ou menos conhecidas, cuja opinião costumo partilhar. Mais concretamente, dou por mim a conseguir ver os dois lados da última guerra civil de que o nosso país está a ser alvo: o bloqueio/paralisação/piquete dos camionistas. Começo por dizer que concordo com a iniciativa, por considerar que defende os interesses de todos nós. Assim sendo, em que é que reside a minha falta de acordo com a generalidade das opiniões expressas sobre esta matéria? Percebo a pressão exercida pelos camionistas que aderiram ao movimento, sobre os que não o desejam fazer. Percebo que se uma meia dúzia de pessoas "furar" esta manifestação, a mesma deixa de sortir o pouco efeito que ainda assim está (ou estava) a ter. Percebo também, e no entanto, o receio de quem não deseja aderir, que ao ver-se "atacado" em plena estrada chega certamente a recear pelos bens que transporta e pelos quais é responsável, assim como em alguns casos pela própria vida. Na prática, consigo ver o pior e o melhor de dois mundos diferentes e duas faces de uma mesma moeda. O que é um facto é que já há muitos anos que vivemos num estado sem direito, sob um regime ditatorial mascarado de democracia, pelo que medidas drásticas começam a ser a única solução à vista... Chego muitas vezes a perguntar-me se alguma vez em algum ponto do mundo, a democracia chegou a existir verdadeiramente. Aqui neste cantinho da Europa certamente não existiu, não existe e aparentemente não existirá... Uma vez mais e após apenas alguns dias, estas forças de bloqueio estão a desmobilizar, perante uma pseudo-negociação que se pode resumir em 3 medidas insignificantes, que poucos percebem, de uma entidade como a ANTRAM que não representa ninguém, para com o estado, que por sua vez também não representa ninguém. Assim sucedeu com os professores, assim está a suceder com os camionistas, assim sucederá com todos nós. Conseguimos com estas cedências dar passos vertiginosos para o fundo do abismo em que vivemos. Temo pelo futuro, porque o futuro é hoje.

quarta-feira, junho 11, 2008

Aproveitar o Dia

Por outras palavras, "seize the moment", como dizem os ingleses, ou "carpe diem" como dizem as pré-adolescentes ignorantes com página pessoal no Hi5 (originalmente era latim). Foi o que fiz com um diazito entre o fim de semana e o dia que era de Portugal (mas que entretanto passou a ser de Camões, depois também dia das comunidades e recentemente foi restaurado como dia da raça, numa alusão saudosista à época do Estado Novo) que me permitiu ter um fim de semana para distrair os poucos neurónios que me restam, longe da cidade, para apreciar o bom tempo e a natureza em simultâneo. Apesar de o fazer no meio de uma tarefa a que me propus, deu ainda assim para descansar a mente, enquanto dava cabo do físico. Algumas preocupações pareceram deixar de existir por momentos, o que foi mesmo muito bom. Não fosse o ocasional bombardeamento da comunicação social, daquilo que mais parece o aproximar dos dias do fim em Portugal (e também noutras partes do mundo), teria mesmo sido perfeito. Sinceramente, com tantas coisas más a acontecer à nossa volta, prefiro não escrever nada sobre qualquer uma delas, para não cair num colapso nervoso. Prefiro assim passar o dia a lembrar-me do som do vento, do calor do sol, do barulho das árvores e do fim de semana no meu pedaço de céu.

quinta-feira, junho 05, 2008

O Meu Amigo Sasha...

... deixou-me hoje. Por mais que custe à maioria das pessoas perceber isto, a única coisa que consigo sentir é que morreu um grande amigo meu. Não um animal de estimação, não um cão... simplesmente um amigo. Alguém com quem vivi e convivi durante mais de 11 anos, diariamente. Alguém que devido à longevidade própria da espécie, tive oportunidade de ver crescer, envelhecer e por fim, desaparecer. Lembro-me como se fosse ontem do dia em que o fui buscar. O pormenor das suas já grandes orelhas juntas em cima da cabeça... o calor que emanava enquanto viajava no meu colo... o seu receio de entrar em casa... as suas traquinices (e algumas palmadas)... os seus momentos brilhantes... as constantes demonstrações da sua capacidade de compreensão... a sua companhia sempre oportuna, nos momentos mais complicados... a sua inteligência e o seu enorme coração, até ao fim. Sinto um turbilhão de sentimentos contraditórios para com a partida deste amigo que me deu tanto e a quem sinto ter dado tão pouco, ainda que para ele tenha sempre parecido ser suficiente. Sinto-me triste por ter partido, mas de alguma forma aliviado por o seu sofrimento ter terminado, porque não partiu da forma mais pacífica (se é que tal coisa existe). A sua última expressão era serena, como se estivesse a dormir... como se finalmente estivesse descansado. Tentámos dar-lhe a dignidade que merecia neste seu último dia de existência, e como sabemos que sempre gostou de companhia e nunca quis a solidão, deixámo-lo junto a muitos outros amigos de quatro patas, de muitas outras pessoas que desejaram fazer o mesmo que nós. Apesar de as recordações nunca o deixarem partir, agora tem uma nova morada no único local que me pareceu minimamente digno dele... o cemitério do Zoo de Lisboa. Marco assim este dia como o ponto final de um ser que, apelidado por muitos de irracional, me ensinou mais do que a maioria das pessoas com quem me cruzei até hoje... um ser que contribuiu durante quase 12 anos para moldar quem eu sou... um ser que fez de mim alguém melhor. Adeus, meu grande amigo Sasha. Vais viver nos meus pensamentos, nas minhas recordações e nos meus sonhos, durante muitos e longos anos. A tua ausência vai ser sentida, mas a tua presença, ainda que efémera para nós, vai perdurar para sempre. Queria escrever mais, mas não consigo. Nada do que eu possa acrescentar será suficiente para descrever este meu amigo, nem tão pouco aquilo que sinto neste preciso momento... por isso, e como me custa reler as minhas próprias palavras, termino com a palavra... fim.

quarta-feira, junho 04, 2008

Os Histéricos da Bola

Confesso que tenho sempre gostado de acompanhar os eventos desportivos, ainda que demasiado profissionalizados, relativos às incursões da nossa selecção por esse mundo fora. Tenciono manter esse mesmo interesse na época desportiva que vivemos actualmente, mas recuso-me a alinhar com histerias, passando a enumerar os meus motivos:

1. A histeria do futebol parece servir para esconder o desgosto que todos sentimos com a situação actual do país aos mais variados níveis;
2. A histeria do futebol torna os jogadores cada vez mais arrogantes, ignorando que o principal do desporto é a componente humana que os apoia (mesmo quando não conseguem ser os melhores);
3. A histeria do futebol faz ignorar o facto de o melhor treinador do mundo (ou pelo menos o mais "special one") ser imbecil ao ponto de recusar falar português, enquanto acede a responder em inglês e italiano numa conferência de imprensa;
4. A histeria do futebol é capaz de levar os mais fanáticos à violência, ainda que os mesmos não mexam uma palha para mudar o que de mal tem a sociedade em que estão inseridos;
5. A histeria do futebol dá milhões a muita gente que se limitou a ter sorte na vida, em vez de ajudar(em) quem sempre lutou com muito mais afinco, por ter um mínimo para sobreviver;

Resumindo, há muita gente para quem o futebol é tudo. Mas para quem representa o futebol, essa gente é precisamente o oposto... nada. Há que ser moderado nos sentimentos e emoções, não esquecendo que o futebol, é isso mesmo: apenas futebol, merecendo por isso também atenção moderada. Vamos lá mas é a ligar o cérebro e pensar (também) em coisas mais importantes...

terça-feira, junho 03, 2008

Sabedoria dos Manéis

Dúvidas houvesse que estamos numa república das bananas e de bananas, governada por personagens dignas d'Os Sopranos, basta ler o relatório elaborado pela autoridade da concorrência no que concerne as últimas acusações relativamente ao comportamento cartelizado da subida de preços de combustível em diferentes gasolineiras. Resultado do relatório, elaborado em tempo recorde (ao contrário do anterior estudo sobre o mesmo assunto que se encontra pendente desde o ano passado), resumido numa só frase: "não existem indícios de concertação de preços"! Parece que o facto de as gasolineiras subirem todas o preço (nunca descendo) em simultâneo na mesma hora e no mesmo valor quer dizer... absolutamente nada. Qual será então o conceito de "concertação"? Melhor ainda, qual será então a explicação para estes aumentos paralelos? Pura coincidência? Se calhar ainda há quem acredite em coincidências, mas eu não... só acredito em corrupção. A mesma corrupção que pelos vistos chegou à AdC. Neste caso em particular não podia estar mais de acordo com a afirmação do Louçã: "a montanha pariu um rato"! Se a conclusão da não existência de um cartel é aferida a partir da investigação da existência ou não de reuniões entre as gasolineiras para acertar os preços, então não podia estar mais de acordo com estes resultados, ainda que dignos de um acéfalo, autista, cego e surdo-mudo. Uma palavra aos dois "manéis" (o Pinho e o Sebastião): se gostam tanto um do outro, porque é que não alugam um quarto e se vão foder em vez de foderem os outros?

segunda-feira, junho 02, 2008

Tarde na Feira

Afinal sempre consegui furar a barreira invisível que se levantava em torno da zona onde moro, e lá fui passear até ao Parque Eduardo VII, para visitar a feira do livro. Confesso que apesar de já ser esperada uma grande afluência, pelo facto de ser o dia da criança, fiquei surpreendido. Estava naquele ponto tecnicamente chamado de "lata de sardinha", pelo que passado algum tempo acabei por acelerar o passo e ver as coisas em "fast forward" (padeço de um mal que me provoca um sentimento claustrofóbico quando estou em espaços com mais de 10 pessoas por metro quadrado). Fico sempre triste ao ver o consumismo à flor da pele, neste tipo de evento, quando se vendem livros para crianças com meia dúzia de páginas ao triplo do preço de outro tipo de obras para os mais crescidos (estrategicamente, é claro). Hoje em dia quem é pai tem de optar entre comprar coisas para si ou para os filhos, pelo que a exploração deste factor é extrema. De que outra forma se explica o facto de os CD's e DVD's da Carochinha, do Ruca, do Nodi e afins, estarem sempre em primeiro lugar no top musical nacional? Apesar de todas estas considerações, valeu a pena. Só não entrei naquela espécie de centro comercial que estava no topo do parque, com umas barracas de cor diferente e seguranças à porta (sim, a área tinha entradas com detectores, como nas lojas). Quero ver se volto lá num dia em que consiga fazer uma coisa espectacular: colocar um pé em frente do outro e andar, de forma a ver a coisa com mais calma.

domingo, junho 01, 2008

Barricada Urbana

Queria sair de casa, mas... tenho medo, caraças! Tendo em conta a zona onde moro, pode acontecer uma de várias coisas: se entrar para a segunda circular devo apanhar o trânsito cortado por causa da chegada da selecção nacional ao aeroporto (não sabia que isto agora era motivo para cortar o acesso aquela zona... como será que fazem todas as outras pessoas que têm os respectivos voos para apanhar?); se tentar ir pela zona da Rotunda do Relógio, vou apanhar o trânsito cortado por causa da tradicional feira dos domingos; se resolver ir pela zona ribeirinha, vou apanhar o trânsito cortado na Praça do Comércio... o meu receio é que tenham marcado para hoje alguma maratona da qual eu não tenha conhecimento, e fico também com o trânsito cortado na Vasco da Gama. Caso isso aconteça, estou completamente barricado! Mas nem tudo é mau... desta forma vai ser muito fácil aderir ao protesto dos três dias sem abastecimento de combustível. Abastecer para quê, se não posso ir a lado nenhum? Vou mas é ficar em casa a ver o futsal na SIC ou as novelas na TVI! Mentira, nem eu consigo descer assim tão baixo! Vou tentar furar por qualquer lado até chegar à Feira do Livro. Acho que hoje têm lá daquelas publicações que até eu consigo ler, por ser o dia da criança. Depois conto como foi.