terça-feira, abril 15, 2014

Um Eclipse Eclipsado

Hoje é um dia (ou melhor, noite) especial, já que ocorre o primeiro eclipse lunar total do ano. De acordo com o Jornal de Notícias, o eclipse será visível na Ásia, Austrália, Oceânia, América do Sul, Antártida e África Ocidental. O título da notícia obviamente relata que não será visível a partir de Portugal. Será que a coisa está tão má para estes lados, que nem a lua quer nada connosco? Se pensarmos que na idade média tal evento seria considerado como mau augúrio, a interpretação poderia ser a de que os astros simplesmente não quiseram bater mais no ceguinho! Até estou a imaginar a conversa entre a terra e o sol: "Ah e tal, vamos lá fazer uma sombrinha na lua, mas com jeitinho para não assustar a malta em Portugal! Eles já lá tem o Passos Coelho e a restante corja para lhes meter medo que chegue!". Outra possível explicação é que o dito efeito não seja por cá visível por estarmos numa zona mais obscura da terra, como por exemplo, o olho do cu terrestre. Esta também seria uma explicação para se ver tanta merda todos os dias. Enfim, o que é certo é que toda a gente consegue ver o dito eclipse, até mesmo a malta das ilhas dos Açores, e só nós é que não, o que torna a coisa suspeita o suficiente... meditemos!

quinta-feira, abril 10, 2014

Diz-me Com Quem Andas

Alguns autores e palestrantes dedicados a melhorar a performance pessoal e profissional das pessoas, referem que as companhias com que nos damos são determinantes para o nosso desempenho. Nos dois níveis indicados (pessoal e profissional) a "qualidade" dos nossos pares afeta diretamente o nosso nível de desempenho. Uma frase de Robin Sharma com a qual concordo absolutamente diz que, "se somos a pessoa mais inteligente da nossa rua, o melhor é mudarmo-nos". Obviamente esta frase é uma metáfora, mas não deixa de ser verdade. Se por um lado ninguém gosta de parecer burro ou ignorante, por outro se estamos no extremo oposto de um determinado grupo ou comunidade, eventuais objetivos ou metas que poderíamos alcançar ficam pelo caminho. No mínimo será necessário um nível de autodisciplina elevado para manter o foco neles. Assim, parece-me que a solução, como sempre, está no meio. Uma forma de enfrentarmos o nosso receio de parecer pouco inteligente passa por assumir as nossas lacunas e falhas, e encará-las como uma oportunidade para nos melhorarmos. E para tal, basta por vezes falar com a pessoa certa, escutar com atenção e aprender. Se acompanharmos esse esforço com algum estudo, melhor. E com o passar do tempo, conversa após conversa, aprendizagem após aprendizagem, teremos evoluído naturalmente e quase sem notar. Este processo nem tão pouco pode ser apelidado de esforço, já que - se feito da forma certa - é bastante fácil de executar. Hoje tive uma destas situações, mesmo no final de um dia muito pouco produtivo. Uma hora de conversa e pensamento conjunto foi o suficiente para dar a volta e transformar o meu espírito, fazendo-me sentir útil e produtivo como não tinha sido nas horas anteriores. Ainda que muito provavelmente não leia este blog, um bem haja à companhia - a manter.

Porque é Que Ninguém Gosta do Seu Trabalho?

Há uns dias atrás resolvi quebrar a rotina habitual, típica de um dia de semana, aproveitar o sol e ir almoçar junto ao rio num ambiente agradável e com boa conversa a acompanhar. Um dos temas que surgiu foi a infelicidade generalizada que as pessoas expressam relativamente ao seu emprego, trabalho, o que lhe quiserem chamar. A pessoa com quem almocei tem um estilo de vida diferente do da maioria das pessoas e, actualmente de férias em Portugal, comentou comigo que eu fui das poucas pessoas com quem esteve durante este período e que não demonstrou sentir-se miseravelmente. Não sendo melhor nem pior que ninguém, confirmo que me sinto bem com a minha vida. É certo que profissionalmente ambiciono algo mais e talvez até diferente, mas se assim não fosse é que seria preocupante. Para já, sinto-me bem, e embora grande parte das pessoas que estejam a ler este texto possam estar nesta altura a pensar que eu sou um sortudo, acredito que neste sentido não dependo nem dependi apenas da sorte. Não quero também dizer que sou um trabalhador ou empregado mais ou menos esforçado que o meu próximo. Simplesmente penso que a forma como nos sentimos em relação ao nosso trabalho depende de vários factores, sendo um deles (e talvez o mais importante) a forma como encaramos as nossas tarefas, as nossas obrigações, o nosso dia-a-dia. Se pensarmos que passamos a maior parte do tempo que estamos acordados a trabalhar, e se durante esse período nos sentimos miseráveis, estamos então a assumir que grande parte da nossa vida é miserável. Independentemente do mais ou menos difícil que seja executar uma tarefa, conviver com um patrão ou colega que não gosta de nós ou passar por qualquer outra dificuldade semelhante, coloco apenas a pergunta: e se de manhã ao acordar simplesmente tentarmos fazer o exercício de sorrir? Se quando o tal patrão ou colega que não gosta de nós for desagradável, nós respondermos com um sorriso? Se em última instância, eu executar o meu trabalho de forma a que ele seja menos difícil de levar a cabo? A solução não tem necessariamente de passar por encontrar outro trabalho, até porque eventualmente, mais tarde ou mais cedo, iremos desenvolver o mesmo tipo de sentimento de insatisfação. Há bem pouco tempo li uma frase interessante que dizia algo do género: os pessimistas vivem tanto tempo quanto os optimistas, mas os optimistas vivem melhor. E é verdade. Por algum motivo o LinkedIn (rede social de âmbito profissional) está pejado de personagens "influenciadoras" que publicam diariamente dezenas de artigos sobre como viver melhor no trabalho, sobre como fazer melhor o seu trabalho, como deixar o trabalho se necessário for e como procurar trabalho. Engraçado que uma rede social directamente relacionada com trabalho, tenha um foco tão grande em simples técnicas de sobrevivência... No ano passado mudei de emprego por opção e não por obrigação. Não estava satisfeito, mas acredito que se a minha opção tivesse sido a de não mudar (já aconteceu anteriormente), neste momento teria sobrevivido e estaria simplesmente focado nas coisas que faziam do meu anterior emprego algo positivo em vez de negativo. Acredito que este tipo de factores positivos existem sempre, nós é que nem sempre temos a capacidade de os identificar, mesmo que estejam ali à nossa frente.