segunda-feira, outubro 30, 2006

Imaginação...

Deito-me muitas vezes a pensar no pormenor de uma gota de água do mar que escorre pelo pescoço dela quando se move no meio das ondas. O sal que fica quando a sua pele seca ao sol de um mês quente de Verão... Esta imagem percorre a minha mente e projecta-me para um outro sítio mais bonito, melhor... O reflexo do sol na sua pele é intenso e ofusca-me a visão. Vejo-a deitada na areia e imagino o som do vento quando faz esvoaçar o seu cabelo, exibindo os seus traços finos e delicados, os contornos do seu rosto, a sua pele clara e os pequenos sinais que fazem realçar ainda mais toda a sua perfeição. Quanto mais imagens dela consigo projectar com a minha mente, mais os meus restantes sentidos me pregam partidas. Passado um pouco chego a sentir o aroma do seu perfume e até o toque das suas mãos. Começo a sentir o calor do seu corpo quando está próximo do meu e a respiração quando se mistura com a minha. Subitamente as imagens tornam-se ainda mais definidas e a realidade cada vez mais difícil de distinguir da fantasia. Será que ainda estou a imaginar coisas ou será que isto é a realidade? Não pode ser realidade porque ela não está aqui, mas será possível que esteja? Talvez a minha vontade de acabar com a distância e o tempo que nos separa seja tanta que me tenha tornado capaz de voar... Se não quero apenas acreditar que amanhã vou acordar e vou tê-la a meu lado. Se tal não acontecer vou passar mais um dia a sonhar, e outro se for preciso, até o sonho se tornar realidade...

sexta-feira, outubro 27, 2006

Músicas Intemporais

Estava para aqui na minha saga de trabalho, que a cada dia que passa, em vez de parecer reduzir parece cada vez mais interminável, quando me apercebi de que estava há uma eternidade a ouvir Pink Floyd, e a gostar. Já sei que gostos não se discutem, mas também não é esse o meu objectivo neste post. O objectivo é pensar um bocadinho no bem que nos faz a música e em como é um elemento importante para nos fazer ultrapassar dificuldades e viver melhor os nossos dias e consequentemente as nossas vidas. A música, por exemplo quando estamos sozinhos, não só nos faz companhia como nos faz muitas vezes lembrar de quem gostamos (consequentemente deixamos de estar sós). E dentro dessa "área" até me posso aventurar mais e dizer que nos faz lembrar momentos que tivemos com quem gostamos (quem não tem uma música qualquer que associa a... digamos... certas e determinadas circunstâncias de carácter "lúdico"... se é que me entendem). Sinceramente não me imagino a estar muito tempo parado em frente a um computador, por exemplo, sem colocar uma qualquer musiquinha a tocar... Os tais outros momentos (muito mais interessantes do que o trabalho) são também um bom alvo de uma música a acompanhar... enfim, todo um manancial de situações em que podemos dar uso a uma das poucas coisas bonitas que o homem foi capaz de criar (uma vez que até a natureza gosta). Para ser sincero, acho que (para além do facto de ter acabado um documento importante neste momento) foi o facto de estar a ouvir música que me fez descontrair o suficiente para dar aqui uma saltadela e escrever umas linhas. Gostava de deixar aqui mais um pedido de intervenção de quem ler este meu humilde blog: comentem este post indicando (se se lembrarem...), qual foi a última música que utilizaram para acompanhar um daqueles "momentos mais divertidos" que vos falei. Para não dizerem que isto é só pedir e não se dá nada, digo já aqui que a minha última banda sonora foi o CD do André Sardet. Ah... "jingles" comerciais de 30 segundos não contam... nem como música... nem como o resto.

segunda-feira, outubro 16, 2006

Termos Técnicos

Após mais uma ausência de uns dias pelo facto de andar "atascado" de trabalho, entre outras coisas, aqui volto eu. E nada melhor que umas pérolas da língua portuguesa para servirem de inspiração a umas linhas de escrita bloguista para descontrair. O motivo de hoje é uma daquelas expressões que se ouvem frequentemente, sobretudo em reportagens televisivas. Mais concretamente, quando em casos de acidentes o repórter se quer referir a alguém que morreu (ou faleceu), diz "chegou cadáver". Isto parece um bocado mórbido, mas se pensarmos um pouco em torno do assunto até consegue ter alguma piada... pensem nas possibilidades e potencial de um verbo associado a esta situação: "cadaverizou". Exemplo: "ah e tal... o gajo saiu à rua, um jipe passou-lhe por cima e ele cadaverizou" (este é um mau exemplo porque também é classificado como a doença da "jipose"). E a conjugação? Espectáculo! Eu cadaverizo, tu cadaverizas, ele cadaveriza, nós cadaverizamos, vós cadaverizais, eles cadaverizam. Então e outra ainda melhor e muito na "berra" actualmente: "interrupção voluntária da gravidez". Uma vez que esta expressão designa algo de proibído no nosso país, que tal chamar-lhe outra coisa diferente? "Cadaverização de potencial futuro rebento". Hoje em dia existe muita gente a deslocar-se a Espanha para fazer uma cadaverização destas... Alguém que um dia utilize os "termos técnicos" utilizados pelos senhores repórteres como fonte de inspiração, consegue escrever um novo dicionário da língua portuguesa com aproximadamente 50 volumes. Enfim... vou aproveitar o facto de agora poder descansar um pouco e vou ali "visualizar imagens produzidas por um canhão/tubo de raios catódicos" para ver se aprendo mais qualquer coisa.

sexta-feira, outubro 06, 2006

Assalto ao Balcão do BES

Resolveu-se na madrugada de quinta-feira mais um caso de polícia à portuguesa. Desta feita foi um senhor de 53 anos que se passou da "marmita" com a arrogância e prepotência de um banco que já lhe tinha garantido um empréstimo mas que nunca mais lhe passava a "guita" para as unhas. Como tal, toca de apanhar umas dicas nos bons filmes de acção do antigamente e pimba... toca a tomar de assalto o balcão. Com a devida logística composta por uma 6.35 e um pacote vazio que passava muito bem por um engenho explosivo (já repararam que todo e qualquer objecto que possamos imaginar, pode eventualmente fazer-se passar por um engenho explosivo?), lá foi ele armado em "bad guy". O problema foram os "Bruce Willis" todos que temos nos GOE que lhe lixaram o esquemático, levando a cabo uma elaborada operação que consistiu em entrar no banco e algemar a malta toda (não fosse o gajo ter visto o "Infiltrado" no cinema, e resolvesse passar-se por cliente ou mesmo emparedar-se atrás de umas placas de contraplacado). Este "filme" da vida real trouxe-me também à memório outro grande vulto dos casos de polícia nacionais, que foi a situação do Manuel Subtil nas antigas instalações da RTP. A saudade que me traz a memória daqueles gritos histéricos vindos de um gajo com idade para ter juízo... Fico assim contente pela evolução que temos tido tanto a nível dos maus da fita, como dos heróis, que estão cada vez mais sofisticados e profissionais na resolução deste tipo de situações de conflito. Deixo aqui um apelo a quem de direito para começar a transportar estas situações da vida real para a cena cinematográfica nacional. Já é tempo de dar protagonismo aos heróis e vilões deste nosso "piqueno" país!

quarta-feira, outubro 04, 2006

Sim Sim, Pois Pois, Mas...

No final da minha passagem diária pelos jornais de hoje, vejo que uma vez mais as notícias confirmam aquilo que já sei. Posso classificar o nosso Portugal como o país do "sim sim, pois pois, mas...". Se assim não fosse, que outra explicação existiria para termos a nossa vara de ministros (repare-se que poderia ter dito matilha, rebanho ou até mesmo cardume, mas deliberadamente não o fiz) a reconhecer constantemente que as medidas que tomam até aos porcos cheiram mal? Os seguintes diálogos são reconstituições baseadas em factos verídicos:

Episódio I
- Sr. Ministro da Saúde, não considera que mais do que uma hora de caminho para chegar às urgências hospitalares é demasiado?
- Sim sim, pois pois, mas... "pelo menos 90% dos utentes vai chegar em 45 minutos"!

- Ah... assim sendo... que se f$%a os restantes 10%...


Episódio II
- Sra. Ministra da Educação, não considera que a alteração do estatuto da carreira docente causa graves problemas aos professores?
- Sim sim, pois pois, mas... "apenas percebi que não estavam contentes, não sei porquê"...

- Se calhar não é só isso que não percebe, Sra. Ministra...


Enfim... o manancial de inspiração para relatos de situações é tanto que nunca mais acabava este post. Como tal opto por ficar por aqui, desafiando o caro leitor a participar, comentando com diálogos semelhantes que incluam a expressão "sim sim, pois pois, mas...". Quanto ao nível de QI do público alvo desta crítica, há que lembrar que o mesmo deverá estar limitado a QI com apenas um dígito, tal como nos casos apresentados anteriormente.