terça-feira, janeiro 31, 2006

Bill Gates a.k.a. Guilherme Portões

É hoje notícia de primeira página de qualquer jornal nacional que se preze, a vinda de Bill Gates a Portugal. Quem ler um pouco mais do que as letras gordas dos títulos, verá que uma das actividades presentes na agenda do dia, será a condecoração pela parte do nosso presidente Jorge Sampaio (ainda em actividade), com a Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique. É certo que o PR nos últimos tempos distribui condecorações como quem dá rebuçados a crianças... mas o Bill Gates? Para quem não sabe (eu também não sabia mas fui ver em www.presidenciarepublica.pt) a referida condecoração "visa distinguir os que tiverem prestado: serviços relevantes a Portugal (...) e serviços na expansão da cultura portuguesa, sua história e seus valores". O grau de "Grã-Cruz" é o de maior importancia dos 5 graus que pode ser atribuídos. Portanto, o motivo da condecoração, neste caso, é...? Já agora, e no meio desta onda do governo relativamente a algo chamado "choque tecnológico", bem como a suposta orientação que os serviços públicos deveriam ter em relação a software livre, de código aberto ("open source"), onde é que encaixa a Microsoft? Que custos estão associados ao plano de formação para um milhão de portugueses, que está a ser estabelecido entre a Microsoft e o Estado? "Curtia" saber, uma vez que também vou pagar... Possivelmente vai ser aberta uma excepção, devido à condecoração, e agora todo o "software" passa a ser "à borlix" para Portugal, ao que o Bill diria certamente: "Yeah right... Keep dreaming..."

sexta-feira, janeiro 27, 2006

Greve ao Blog

Caros leitores (sim, vocês os dois ou três que me visitam), venho neste post anunciar a minha greve como "blogger" por período indeterminado. A minha reivindicação está relacionada com o que tenho observado no "mercado de blogs" nacional e com a utilização que é dada aos mesmos, bem como com a pouca saída que o "Bute Nessa" está a ter em perante os leitores (os tais dois ou três), uma vez que os últimos três posts submetidos somam um total de 0 comentários. O que vejo a ter sucesso são "blogs" em que aproximadamente 90% dos posts estão limitados a um máximo de duas linhas de texto, mas que depois atingem os vinte ou trinta comentários. Por exemplo agora escrevia um post com a seguinte frase: "Hoje acordei e o meu testículo esquerdo pareceu-me maior que o direito!" e depois esperava comentários. Ou seja, a minha escrita é mais extensa do que a capacidade dos "blog readers" em geral permite (existem excepções). Não quero ser mal interpretado: eu escrevo em primeiro lugar, porque gosto de escrever. No entanto existe no blog o factor interessante de poder divulgar ideias e obter "feedback" sobre as mesmas, de uma forma descontraída e divertida. Em suma: se a segunda premissa não se concretizar, posso continuar a realizar a primeira com um simples diário pessoal, o que à partida satisfaz a minha necessidade mental de "descarregar" as merdices do quotidiano ou outras coisas menos desagradáveis. No dia em que quiser ter algo do género que mencionei acima em termos de "blogs de sucesso", não recorro a esta tecnologia, mas sim a um "fotolog" ou até mesmo um "fórum de discussão", que me parecem mais apropriados para o efeito. Se por acaso estiver errado e em vez de 2 ou 3 leitores, forem 4, deixo aqui o apelo à realização de um "abaixo assinado" para manter vivo esta espécie de pasquim em formato electrónico (e assim reconheço estar errado e prometo não tocar mais no assunto). Termino assim este meu devaneio sobre o qual também vou meditar um pouco mais. Até ao próximo post!

PS: estão a ver... se eu fosse o blogger diferente, em vez de escrever isto tudo escrevia apenas algo como "Então, não comentam o meu blog? Buááááááhhhhhhh!!!". Acho que se calhar o problema sou mesmo eu...

quarta-feira, janeiro 25, 2006

Enfega II - O Regresso...

Quem for leitor mais ou menos assíduo deste meu blog, percebeu certamente que no último post que fiz a relatar o primeiro episódio da série Enfega, me estava obviamente a referir a uma situação autobiográfica. Melhor se percebe então a continuidade que esta novela da vida real tem, no âmbito do post actual e de outros que possam vir. Assim, em ante-estreia nacional, aqui fica um novo episódio de... O Enfega!!!
Por vezes ocorre ter um prazer raro: uma manhã/tarde (quem sabe um dia inteiro) na companhia de um enfega. E o que é melhor, é que este tipo de confraternização assume tradicionalmente um objectivo específico (da parte dele) de enfegar (e eu - o enfegado - ainda por cima sei disso, o que torna tudo mais grave). Este episódio, resumidamente, relata a relação social que pode - ou não - existir entre duas espécies distintas, tal como mencionado anteriormente, podendo até ser alvo de uma tese sobre a capacidade de coexistência de ambas. Até hoje não está concretamente provado que, a longo prazo, estas duas espécies possam partilhar de forma continuada o mesmo espaço físico. Algumas teorias apontam para, em casos extremos, eventuais tentativas de suicídio (sobretudo pela espécie do enfegado, do latim enfegatus lixadus). Outros casos mais graves relatam histórias de pura aniquilação mútua e até mesmo de exterminação de terceiros que possam partilhar o referido espaço com seres destas espécies. Alguns profissionais da espécie dos enfegatus lixadus conseguiram misteriosamente sobreviver mais tempo através de um método pouco claro e que de alguma forma se manteve secreto até aos dias de hoje. O método consiste numa capacidade que alguns, como mecanismo de defesa, conseguiram desenvolver, de se fazer passar por enfegas, apesar de serem enfegados. Desta forma conseguem passar discretamente pelo meio da espécie sem serem alvos de qualquer tipo de questão (leia-se "pergunta parva") que possa comprometer a sua integridade física e emocional. Isto porque qualquer enfega que se preze sabe que não adianta colocar questões a outro enfega. Esta situação provocaria um ciclo infinito de comunicação entre os dois enfegas, que poderia ter consequências catastróficas como, por exemplo, a deslocação do eixo terrestre. A questão que, uma vez mais aqui deixo às autoridades competentes é: para quando um manual de sobrevivência para a espécie do enfegatus lixadus? Meditemos...

segunda-feira, janeiro 23, 2006

O "Enfega"

Existe uma expressão na cultura naval, que aprendi logo quando entrei para a Marinha: "enfega". O enfega é tradicionalmente utilizado no contexto de uma conversa comum, para descrever aquele que só atrapalha, que é considerado o "empata" ou até mesmo o "atraso de vida". Penso que todas as organizações deveriam oficializar um termo para descrever aqueles que assumem este papel dentro ou fora das próprias empresas. É que certamente vai-se tornar mais fácil relatar os factos associados aos extraordinários feitos que os "enfegas" conseguem, bem como as questões de elevada importância e demonstrativas de conhecimento técnico associado ao problema que descrevem. Por exemplo e vendo o meu caso, que sou informático: é frequente alguém ligar a colocar uma questão do género "posso-lhe enviar uma SMS por FAX para o seu GPS, de forma a gravar a informação numa cassete VHS para eu poder reproduzir no meu DVD?". Ora eu nesta situação e perante tal destreza verbal e pormenor técnico, respondo logo: "Hã?", ao que o outro interlocutor tradicionalmente responde com a mesma frase, mas reordenada: "Queria reproduzir num DVD informação em formato VHS, enviada previamente para um FAX por uma SMS, a receber num GPS", seguido de um "Percebe?", ao que eu respondo "Ahhh... 'Tou a ver...", enquanto penso "Hã?". A área tecnológica tem muito destas coisas. Mas não tenho a mínima dúvida de que estas situações abrangem todos os sectores de actividade e competências técnicas. Dado o facto de esta ser uma problemática tão abrangente e actual, propunha uma reestruturação a nível nacional de todo o tipo de formação académica, de forma a incluir uma disciplina responsável pela capacidade de comunicação com este espécime, o "enfega". A disciplina podia ser "Enfeguês", ou caso se dividisse em duas, "Introdução ao Enfeguês", seguida de "Enfeguês Avançado". Ao nível de formação profissional até já vejo a criação de manuais técnicos: "Enfeguês for Dummies (ou para tótós)"... bem, esta última não faz muito sentido porque um "tótó" é por natureza também um "enfega", logo um tótó nunca compraria um manual deste género. O importante é que se crie a capacidade técnica nos profissionais do nosso país, para conseguir de alguma forma lidar com este tipo de "aventesma" e não nos deixarmos ir abaixo com a pressão que a espécie exerce! Aqui fica este meu apelo às autoridades competentes.

domingo, janeiro 22, 2006

Presidenciais na TV

Eu não queria, mas não é possível passar este dia sem falar do dossier "Presidenciais 2006". Não vou dizer quem ganhou porque neste momento ainda não sairam os resultados definitivos, e eu não sou nenhum canal televisivo nem nenhum "tablóide" para dar notícias por confirmar! Por isso se quiserem saber que ganhou o Professor Silva (soa tão melhor que Cavaco...), não vai ser por mim! No entanto no meio disto tudo há algo que me aborrece e que acontece em todas e quaisquer eleições neste país: a programação televisiva vai por água abaixo! É que eu não vejo muita televisão, pelo que optei por não ter TV Cabo. No entanto, se no dia das eleições por acaso me apetecer ver qualquer coisa, gostava de poder fazê-lo. E o que é que resulta desta minha tentativa? Quatro canais a transmitir o mesmo. Sinceramente, será que alguém fica meia dúzia de horas em frente à televisão, a assistir a um programa que se resume a repetirem vezes intermináveis os resultados dos milhares de frequesias apuradas até ao momento, ou até a opinião de alguns populares que optam por festejar o resultado das eleições como se fosse o Euro 2004 (literalmente, porque neste preciso momento oiço foguetes aqui no meu bairro)? É que ainda por cima os broncos das televisões dão o resultado logo no início, através das sondagens (que realmente até hoje falharam pouco)! É a mesma coisa que oferecer um livro a alguém, acompanhado com uma nota que diz logo o final da história!!! Sinceramente... estava eu hoje a ver o 007 com a jeitosa da Hale Barry e nem deixaram acabar a cena final! Claro, porque cortar nos anúncios é que não! É melhor cortar um bocado do filme! Enfim... lá tenho eu de ir à minha pilha de DVDs por assistir e ignorar o facto de existirem quatro canais de televisão. Aposto que hoje nem o canal 2 dá o programa do Hermano Saraiva, que até "curto" ver, só para lixar um gajo! Preferia ter 6 horas de anúncios da Jamba do que esta treta! É nestas alturas que sinto que faz falta em portugal um canal do tipo TV Shop...

sexta-feira, janeiro 20, 2006

Sem Comentários

Estava ontem envolvido numa conversa daquelas tipo "revolta dos pastéis de nata", quando abordei um assunto interessante. Desde sempre e tal como se tem visto nos últimos tempo sobre os mais variados tópicos relacionados com questões políticas, que os dirigentes políticos têm o hábito, na minha opinião insuportável, de dizer sobre qualquer questão com a qual sejam confrontados, a frase "sem comentários". É caso para dizer "sem comentários o car...apau"! Ora então vejamos a seguinte teoria: supostamente e se a constituição não foi mudada nesse aspecto também nos últimos tempos, o governo e quaisquer responsáveis políticos são, em suma, funcionários públicos. Sendo funcionários públicos, não deixam de ter uma entidade patronal. Ao contrário do que muitos (sobretudo funcionários públicos) pensam, a entidade patronal não é nenhuma massa anónima chamada "Estado" e muito menos o Presidente da República. É o povo português. Ora, em termos práticos, o que um político faz quando a situação referida ocorre resume-se ao seguinte: um funcionário diz ao patrão "sem comentários". Como se costuma dizer que o exemplo vem de cima, então vou ter de deixar de encontrar explicações e soluções para problemas com os quais possa vir a ser confrontado. A partir de hoje, sempre que o meu chefe me perguntar qualquer coisa, basta-me dizer que não tenho comentários a fazer em relação a esse assunto, e pronto! Isto realmente não é coisa que qualquer um se lembre... é preciso ter estudos! Mas eu estou confiante que a pouco e pouco irei aprendendo com estes exemplos de profissionalismo e conduta, chegando quem sabe um dia a poder seguir uma carreira política! Mas para já, se me perguntarem se é mesmo isso que eu quero, terei de responder: "sem comentários"!

quinta-feira, janeiro 19, 2006

Branco Velho, Tinto e Jeropiga

Fiquei hoje a saber que as estatísticas divulgadas pela DGV em termos de crimes de condução sob o efeito do álcool ocultam valores sobre um terço deste tipo de infracção. Ou seja, uns largos milhares de bêbados estão escondidos nesta estatística. Acho isto escandaloso! Então um gajo apanha uma "narsa" do caraças, é apanhado e depois ninguém lhe liga! É injusto. Com tanta gente a esforçar-se por aparecer nas estatísticas e depois fazem isto! Quem nunca apanhou "uma" de caixão à cova e depois conduziu, que atire a primeira garrafa de cerveja (e depois pague outra rodada). Existe maior prazer do que "arrendondar" as esquinas aos carros estacionados, raspar as jantes de liga leve novinhas em folha contra um passeio, partir um espelho em marcha atrás e só nos apercebermos disto tudo no dia seguinte? Com um bocado de sorte ainda chegamos ao carro e achamos que fomos vandalizados! Mas tudo por uma boa causa, porque ver as coisas enevoadas é do melhor que há! Agora a sério: parece que a tal notícia se deve a um problema de cruzamento de informação da PSP com a DGV. O problem é que a PSP não consegue processar, através de meios informáticos, os dados em tempo útil para os enviar à DGV. Pudera! Eu da única vez que tive de apresentar uma queixa numa esquadra, porque fui alvo de um furto (que é como quem diz: fui "gamado"), apanhei uma seca do caraças! Cheguei lá, expus o meu problema e o senhor agente da autoridade começou lentamente a introduzir uma folha, acompanhada de papel químico, na máquina de escrever. Prosseguiu então com uma velocidade estonteante, debitando em média duas teclas por minuto, ao elaborar o auto. Mais ou menos no fim, apercebeu-se que se tinha enganado, sendo necessário reiniciar todo o processo. Em suma, foi uma manhã do melhor que há. Toda esta velocidade estonteante só foi ultrapassada pela rapidez com que o processo foi arquivado (menos de um mês), o que tendo em conta que se tratava do furto de um veículo, é bastante impressionante! De qualquer forma e voltando novamente ao "busílis" da questão, será que podemos definir uma teoria da conspiração no sentido de encobrir uma vergonha nacional que tem a ver com o facto de sermos um povo dado à "vinhaça"? Por mim, não é coisa que me envergonhe muito, por isso venham de lá mas é essas estatísticas! Se possível que venham sob a forma de classificações para poder comparar com os meus amigos a ver quem é o maior bêbado! Quem sabe até não daria origem a um novo campeonato desportivo com temporadas anuais, várias ligas, etc.? Meditemos...

quarta-feira, janeiro 18, 2006

FÉ NO PROF!!!

Saiu hoje uma notícia no âmbito da educação em Portugal. Como eu gosto destas coisas do país, aqui vai então um breve comentário sobre a referida notícia. O título em si causava logo algum impacto: "FENPROF Ameaça com Greve Nacional de 5 Dias a Actividades Não-Lectivas"... ao que os responsáveis do estado nestas matérias devem ter dito (como diz a filha pequena de um bom amigo meu...) "Ui qui medo!!!". Caros amigos da FENPROF - esse belo sindicato composto por professores que já não devem saber o que é dar aulas não sei à quantos anos - eu diria que essa já não pega! Se em vez de servirem para única e exclusivamente marcar férias aos alunos (basicamente é para isso que essas greves servem) tentassem encontrar formas realmente eficazes de defender os interesses de quem representam, era melhor! Já que é para isso que vocês existem... supostamente. É que não sei se já repararam que com todas as cedências que foram feitas nos últimos dois anos, em relação à classe dos professores, já é um pouco difícil parar a bola de neve. A medida a que se refere esta greve (actividades de substituição que prolongam o horário dos alunos, gerando muitas vezes problemas de relacionamento aluno-professor) já está efectivamente em funcionamento e outras ideias muito mais graves estão também em andamento. Veja-se o caso das colocações terem um período de 3 anos em vez de serem anuais: os professores contratados que ficarem mal colocados (são só quase todos) assim podem gozar de uma vida merdosa durante 3 anos em vez de 1! Por aqui se vê que, em Portugal, temos verdadeiros génios a zelar pelos nossos interesses. E o que andam os sindicatos (sim, porque não é so a FENPROF, há vários) a fazer? Publicam revistas mensais e agendam greves que não surtem o mínimo efeito. Uma vez mais... Portugal no seu melhor. PS: a greve está marcada para os dias 20 a 24 de Fevereiro (semana que antecede o feríado - e possivelmente uma "ponte" - de Carnaval)... e acho que está tudo dito.

sexta-feira, janeiro 13, 2006

Há Lodo no Cais...

"Há Lodo no Cais": título de um filme que conta com a representação de Marlon Brando... e agora a única frase que me ocorre quando penso no meu país... quando penso que o meu país é esse cais, e que nesse cais não só há lodo como também uma porcaria tão asquerosa, que nem existe um nome minimamente aceitável para a descrever. Todos os dias conseguimos ver pessoas e instituições a cometer atrocidades contra valores como a democracia e a liberdade, que uma geração que não foi a minha (e ainda assim eu sei dar valor) lutou tanto para tornar realidade, e que agora perdem dia após dia o seu significado. A sensação do "ninguém está a salvo de..." emerge e as pessoas começam a andar aterrorizadas (faz-me lembrar qualquer coisa...). Costuma-se dizer que quem não deve, não teme, mas na realidade não é bem assim. Eu temo e sem dever. Temo por acusações falsas que me possam fazer, temo por me cobrarem dívidas que eu nem imagino ter, temo por não saber ao certo o que devo temer. O que me aterroriza ainda mais é saber que daqui para a frente vai sempre piorar. Isto porque não consigo sentir qualquer confiança por ninguém que possa vir a tomar o leme de um país que parece perdido para sempre. Isto porque já ninguém se importa ou preocupa com nada... ninguém se importa que o preço dos combustíveis aumente todos os dias, depois de uma privatização de gasolineiras que devia fazer baixar os preços... ninguém repara que na passagem de ano uma portagem qualquer sobe 25 cêntimos em vez de um escudo... ninguém liga que se gerem reacções em cadeia que levem bens essenciais a um preço que poucos podem pagar. Não. O importante é comprar um carro que gaste ainda mais combustível... uma casa com uma prestação que não se consegue pagar... e continuar a nadar alegremente no meio do lodo e de toda a porcaria que nos rodeia. Perante este lodo, eu vomito. Vomito em cima das empresas com monopólios e que se aproveitam disso. Vomito em cima de quem abusa do poder. Vomito em cima de quem se julga acima da lei. Vomito no processo da Casa Pia. Vomito na prepotência e arrogância de quem se devia curvar perante um povo a quem devia servir, mas nem sequer pergunta a opinião sobre nada. Vomito em quem é incompetente, quem não sabe o que faz e quem não tem emprego mas não quer fazer nada na vida senão passear alegremente pelos centros comerciais em pleno dia de semana e horário de trabalho. Gostava de conseguir nadar para longe deste lodo... mas não consigo... prende-me as pernas... ou será que na realidade gosto tanto do cais que não me consigo afastar dele? Acho que mesmo agora ainda tenho a esperança que venha uma corrente e leve este lodo todo, deixando o meu cais banhado apenas com a água mais cristalina que se pode imaginar...

terça-feira, janeiro 03, 2006

Oh Tempo.... Volta Para Trás!

Tinha feito um apontamento mental para escrever algo sobre um assunto neste novo ano e já me ía esquecendo! Uma vez mais tem a ver com a dimensão dos problemas com que os portugueses se preocupam nos dias de hoje. Há uns dias fiquei chocado, repito, chocado, quanto ouvi uma notícia assustadora. Então não é que no último dia do ano tivemos mais um segundo? E ainda por cima o senhor que deu a notícia disse que quando fizesse a contagem para o novo ano, em vez de comer 12 passas tinha de comer 13, só por causa disso! Já viram o que houve para aí de gente supersticiosa a deparar-se com um dilema do caraças!? Eu não comi, porque as sultanas dão-me cabo do estômago. Por isso uma a mais era suficiente para me dar cá uma azia daquelas... De qualquer forma tive o cuidado de acertar o relógio em 1 segundo. É que um outro senhor, nessa mesma notícia, disse que se estes acertos que ocorrem em alguns anos não fossem sendo feitos, poderíamos correr o risco de, um dia, ter as estações trocadas! Epá... é assim... eu não sou nenhum astrónomo nem matemático, mas... se todos os anos acontecesse este desfasamento (o que nem sequer é o caso), daqui a 100 anos tínhamos 1 minuto e 40 segundos de diferença... por isso... do que raio é que aquele "besugo" estaria a falar? E quem é que anda com um relógio atómico no pulso, para se preocupar com uma treta de 1 segundo? Uma vez mais, aqui ficam os meus parabéns a quem se deu ao trabalho de transmitir esta notícia, com o relevo que ela merece. Um bem haja a todos os profissionais que nos livram destes males horríveis que nos espreitam em cada esquina!

domingo, janeiro 01, 2006

Feliz Ano Novo!

Como qualquer "blogger" que se preze, não pude deixar de assinalar o primeiro dia do ano com um "post". Em primeiro lugar e para simplificar, vou formular apenas um desejo para 2006: que todos os desejos das "misses" se concretizem!

Posto isto e abrangendo desta forma todos os problemas da humanidade, vou passar a escrever sobre algo que me tem assombrado nos últimos dias. Nos poucos momentos em que tenho conseguido ver televisão, tenho-me apercebido de um fenómeno fantástico... é que já não precisamos de canais eróticos ou pornográficos para, e peço desculpa pela expressão, ver "xungaria" na TV. Eu vou baptizar esta questão com o nome de "fenómeno Jamba". Então não é que o negócio de "jorda" para telemóveis está a render tanto, que estes senhores e outros com fins semelhantes conseguiram erradicar da televisão anúncios normais, para dar espaço a intervalos publicitários com 30 minutos de "envia clube sexo para o número 4002 e apenas por 4 euros por semana recebe gajas nuas no teu telemóvel" acompanhados de imagens ilustrativas, como é óbvio. E o mais fixe no meio disto tudo, é que já não é preciso esperar pelas 23h ou meia noite para ver coisas destas! Ainda na véspera de Natal, enquanto via um bocado do "Shrek", versão em português, para as crianças mais pequenas poderem assistir, estas tiveram uma boa hipótese de "gramar" com vários intervalos preenchidos destas pérolas! E ainda dizem que somos um país atrasado! Tsss Tsss... Parabéns aos senhores que mandam nas televisões pela iniciativa refrescante e por fazerem este país andar para a frente com esta nova forma de educação sexual!

Vou voltar à questão do novo ano e aproveitar para fazer mais um desejo... Que até ao final de 2006 acabem com os intervalos de 30 minutos com anúncios a pasta de dentes e aspirinas, para podermos passar a ter 60 minutos de fenómeno Jamba intercalados com 5 minutos de programação televisiva!