quinta-feira, julho 17, 2008
Linha Imaginária
Terminei hoje de ler este livro, e é daqueles que quando chega ao fim, temos pena que acabe. Foi a primeira vez que li algo mais do que um artigo de opinião ou um comentário do Miguel Sousa Tavares e, não me decepcionou. Sinto sempre uma dualidade de opinião quando falo deste jornalista/comentador/escritor. Em primeiro lugar porque, como jornalista, apesar de bom já há muito tempo deixou de ser imparcial. Em segundo lugar, porque enquanto comentador, ora estou completamente de acordo com opiniões expressas, ora estou no mais completo desacordo. Em terceiro lugar, porque como escritor é bom, mesmo muito bom. Este livro foi para mim mais uma prova disso. Quanto à forma, algures entre a escrita de um jornalista transformado em escritor, e entre estilos literários mais tradicionais, encontra-se o relato desta história, recheada de humanidade, sensualidade, erotismo, aventura e... drama. Quanto ao conteúdo, deixa no ar a sensação de nostalgia e beleza selvagem, mesmo de quem nunca viveu nas colónias, de uma África quente e distante que todos sonharíamos conhecer. Um trabalho considerável de pesquisa, enquadrado numa época histórica, com um enredo digno de qualquer produção cinematográfica (talvez fosse melhor do que a realização da série que se encontra já em curso). Se o equador é uma linha imaginária, "Equador" é uma linha de imaginação que nos faz viver outras épocas e outros locais. Sei que não será eventualmente novidade para ninguém, mas como só agora tive oportunidade de o ler, recomendo.
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