Um país que não potencia, nem sequer valoriza, a educação da sua população, é um país destinado ao fracasso. Os erros cometidos ano após ano ao longo de décadas, em quase tudo o que diz respeito ao sistema de ensino a todos os níveis, são já o motivo da iliteracia a que a classe estudante e a juventude dos dias de hoje está votada. Sei que esta minha frase soa a velho, mas efetivamente sinto-me priveligiado por me poder distanciar deste escalão etário social, já que aquilo que vejo e conheço é tudo menos promissor. Basta ouvir as conversas de quem admira e segue personagens de reality shows e outros géneros televisivos, basta ver as capas das revistas cor-de-rosa que enaltecem pessoas frustradas, fúteis e acéfalas elevando-as ao estatuto de exemplos para as gerações vindouras, basta ouvir e ler aquilo que se diz e escreve em contexto pessoal ou profissional, e percebe-se rapidamente que estamos perante um país de analfabetos e pessoas mal formadas... cada vez mais. Não posso evitar pegar no chavão recente que constata a inscrição de 40 mil jovens nas universidades a nível nacional, contra os cerca de 100 mil jovens inscritos na casa dos "degredos". É um chavão, mas é assustador. Uma pessoa licenciada não é mais do que uma não licenciada. Uma pessoa analfabeta pode ser sábia. O problema é quando não se tem absolutamente nada. Quando se assiste ao desenvolvimento de seres sem qualquer tipo de conteúdo... só forma. Espero realmente que os problemas no sistema de ensino se agravem rapidamente e de uma vez por todas, para que a situação bata no fundo. Talvez aí se possa recomeçar do zero. Talvez daqui a uma dezena de anos possamos ter novamente cidadãos dignos desse nome. Perdoem-me a generalização todos aqueles que fogem à regra e se recusam fazer parte do rebanho. Tal como eu disse, isto é apenas uma generalização, que como todas as generalizações pode ser injusta para alguns.
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