Costuma dizer-se que se somos a pessoa mais inteligente na sala onde estamos, então é porque estamos na sala errada. Hoje senti-me assim, e apercebi-me do fácil que é uma pessoa deixar-se estar nesta zona de conforto. Existe um agradável sentimento e sensação de à-vontade no cenário descrito, aquele em que somos quem mais sabe e domina uma matéria em discussão. Na minha perspetiva não existe nada de errado em termos um contributo a dar em determinadas ocasiões e circunstâncias, mas efetivamente vejo os perigos de nos agarrarmos a essas circunstâncias e tentarmos fazer com que perdurem no tempo, sem que nada evolua dentro de nós. Percebo bem o quão importante é irmos mudando de sala, depois de darmos os nossos contributos. E darmos os nossos contributos mesmo quando não somos a pessoa mais inteligente da sala. Isto porque a aprendizagem é um processo dinâmico e contínuo que nunca acaba, e deve ser alimentado por nós. Quando tal não acontece, existe uma disrupção que afeta quem somos e a forma como nos posicionamos no mundo, quando deixamos de aprender, deixamos de poder ajudar. E quando deixamos de poder ajudar, deixamos de ter um papel no mundo, em relação aos que nos rodeiam mas também em relação a nós próprios. Hoje fui a pessoa mais inteligente da sala, mas no final do dia, saí, e não mais voltei.
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