Durante o dia de hoje, uma escola do Porto foi palco de um dia no mínimo insólito. Tudo começou quando, durante uma aula, aconteceu aquilo que já não é novidade. Uma aluna estava entretida a brincar com o telemóvel, quando o mesmo lhe foi retirado pela professora. A aluna pediu o telemóvel de volta, a professora explicou que segundo as regras o telemóvel seria entregue na direção, e só aí poderia reclamá-lo. A aluna não gostou da resposta e ligou aos pais (cuidadosamente identificados nesta notícia do Público como "feirantes"), que se deslocaram de imediato à escola, não para repreender a filha mas sim para agredir fisicamente a professora, o que conseguiram. Entretanto foi chamada a polícia ao local. Até aqui, tudo no infeliz retrato já habitual do país em que vivemos. A parte mais insólita começa quando em simultâneo é dado um falso alarme pela parte de algum aluno, em como existia um caso de Ébola na escola. Os pais acorrem em massa ao local, e sentem as suas suspeitas confirmadas ao ver o aparato policial. Começa a loucura generalizada, impossível de acalmar mesmo com as explicações da polícia, que tentava sem sucesso conter a entrada dos pais em fúria no estabelecimento escolar. Resumindo os dois casos juntos, ocorre-me dizer que um povo intolerante, ignorante, desordeiro e medroso é suficiente para destruir o modelo de sociedade em que vivemos. Certamente este foi, no mínimo, um dia lamentável.
PS: a professora agredida decidiu não apresentar queixa contra os pais "feirantes".
PS: a professora agredida decidiu não apresentar queixa contra os pais "feirantes".
2 comentários:
Possivelmente porque sabe que se apresentar queixa ainda será mais agredida.
É o que temos e o que vemos diariamente e ninguém faz nada.
Beijinho, mãe
mãe: se ninguém nunca apresentar queixa é que me parece que as agressões vão continuar, já que é um ciclo que nunca termina...
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