... e por não ter. Já diz o ditado. Quando tantas famílias vivem hoje em dia à sombra de um fantasma de uma crise que não percebem (eu pelo menos não percebo), em relação à qual são julgadas e dadas como culpadas, e sobre a qual vêm ser aplicada uma fatura que cresce dia após dia onde quer que se possa imaginar, eis senão quando temos um primeiro-ministro que vem a público culpar novamente essas mesmas famílias. Se no primeiro momento, a "culpa" assentava sobre "gastos excessivos", sobre "viver acima das posses"... afinal agora o problema é que as pessoas "gastaram menos do que deviam". Aparentemente essas pessoas, perante um cenário financeiro quase apocalíptico fizeram algo que ninguém poderia imaginar: começaram a poupar. E ironia das ironias, essa mesma poupança (oposta ao motivo inicial do fim do mundo enquanto o conhecemos) tornou-se agora inimiga da recuperação económica do país. O mais engraçado é que efetivamente, nas pessoas, no dia-a-dia, na forma como as coisas acontecem, começaram a notar-se diferenças. Diferenças essas fomentadas por discursos de uma classe política a que, apesar do descrédito e da falta de confiança, foram dados (alguns) ouvidos. E para quê? Para agora se repetir o discurso da culpa, sobre os culpados do costume. Eu já deixei de ouvir há muito tempo, porque para mim os culpados do costume são outros. E são os mesmos há muitos e longos anos. Quando oiço falar em culpa, a única coisa que me ocorre é vê-los a todos com o pescoço numa guilhotina. E só quando estivessem todos decapitados, se poderia apenas começar a falar em justiça, porque muito faltaria para ser compensado.
Nota: a ler aqui notícia relacionada do DN.
Nota: a ler aqui notícia relacionada do DN.
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