domingo, outubro 19, 2014

Olhos Nos Olhos


Não costumo habitualmente colocar aqui vídeos ou outro tipo de conteúdos além de algumas imagens e muitas palavras. No entanto, este vale a pena ser publicado e sobretudo visto. Nem de propósito, hoje fui jantar fora e já depois de estacionar o carro e estar prestes a entrar no restaurante, apercebi-me que não tinha o telemóvel comigo. A minha primeira reação foi voltar atrás e regressar ao carro para ir buscar este pedaço de tecnologia que nos acompanha a todos, e nos torna sempre disponíveis mas tão inalcançáveis em todos os momentos. Sempre disponíveis porque temos a possibilidade de falar com toda a gente através de chamadas telefónicas, sms, facebook, google hangout, skype, whatsapp, viber... Tão inalcançáveis porque deixamos de olhar para quem está à nossa frente... deixamos de ver o rosto da pessoa que fala connosco... deixamos de ouvir e passamos a esperar o momento de sermos nós a falar alguma coisa, apenas até chegar o próximo silêncio incómodo. Quantas pessoas se sentam à mesa da refeição com o telemóvel ou tablet ao lado do garfo e da faca, distanciando-se automaticamente do(a) companheiro(a) que está ao lado... do filho que está em frente... do amigo(a) que temos a sorte de ter connosco? Nesta noite, deixei o telemóvel no carro. Nesta noite jantei, conversei, sem olhar para o pequeno visor para ver se tinha mensagens, chamadas ou simplesmente as horas. Nesta noite saí e bebi um copo sem iluminar a mesa escura do bar com a luz do pequeno ecrã. Nesta noite fui e estive só para quem foi e estava comigo. Quero ser assim mais vezes. Quero ser assim com mais pessoas. Quero que as pessoas sejam assim comigo. Quero. E posso. Podemos todos. A mudança só depende de nós.

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