terça-feira, outubro 09, 2007
Estamos Quase Lá
Comecei hoje o dia a ver a notícia de que a preparação de uma acção de protesto para a visita de José Sócrates, pela parte de alguns sindicatos de professores tinha sido interrompida pela visita de dois bófias da PSP à paisa, que entraram nas instalações onde decorriam os referidos preparativos, avisando os professores para "terem cuidado com a linguagem" e levando alguns dos panfletos que tinham já sido impressos. As minhas perguntas são: Alguém tem outro nome para isto que não "censura"? Alguém tem outro nome para estes bófias que não "PIDE"? Alguém tem outro nome para o nosso regime que não "ditadura"? Mas enfim, a pouca imprensa que resolveu tocar no assunto, optou pelo nome mais politicamente correcto de "acção intimidatória". Já os partidos políticos da oposição, nem tão pouco tocaram no assunto. É por isso que escrevo este texto com muita tristeza e coloco ênfase nas três palavras mais carregadas, para fazer uma experiência. Sei que aquilo que fazemos, dizemos e escrevemos na Internet, não é isento de responsabilidade. Tão pouco tento sequer ocultar a minha identidade, relativamente ao que escrevo, pelo que assumo total responsabilidade por isso mesmo. Resta-me então aguardar que a bófia pidesca do Salazar dos tempos modernos com nome de filósofo, que já tem pessoal a monitorizar o que se passa por estas e outras "cyberandanças", me venha bater à porta. Por isso, meus caros 2/3 leitores, já sabem que se eu deixar de escrever por um período mais prolongado de tempo, certamente fui apanhado. Será que têm TV Cabo no forte de Caxias?
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3 comentários:
Penso que o povo embora sereno, não é parvo (ao bom estilo de uma grande superfície que vende artigos electrónicos).
Nas próximas eleições, penso que não será necessário a oposição relembrar de forma martirizante o eventual eleitor (sim, porque para eleger é preciso perder aqueles 10m no domingo de eleições e colocar um X no quadrado) com as cenas ditadurescas com que este governo nos presenteou: a directora do CS de Vieira do Minho, por não ter 'antempadamente' ordenado retirar faixas do muro, pelo professor que 'gracejou' com a licenciatura do Sócras e agora este ultimo, a visita social da da PSP à sede do sindicato dos professores...é por estas e por outras que sinto que um sistema democrático como o nosso evita situações mais extremas como na Espanha...até um dia.
Haja...democracia.
O grande problema nesta democracia é que, tal como muitos outros, não me revejo em ninguém nem em nenhum partido politico. É uma sensação triste mas tenho a sensação de ir para as urnas votar noutro partido mas sei que este não vai fazer melhor que o último...
Talvez por isso é que eu costumo votar nos partidos que sei que não vão ser governo (e não quero que o sejam)
Apesar de tudo há uma "figura" para quando vamos às urnas, darmos conta do nosso descontentamento: chama-se VOTO NULO!
De há umas quantas eleições a esta parte, é expressão que vejo desaparecida nas contagens...
Fala-se da abstenção, dos votos brancos, mas do voto nulo nem sinais, e se bem me lembro, (como diria o Prof. Vitorino Nemésio), que existe, existe, e tem um significado diferente de todos os outros, como é natural.
A abstenção significa a desistência, o desinteresse..., o voto branco é a aceitação do que quer que seja; na prática o resultado é idêntico e quem não vota ou quem vota em branco, não tem o direito de se queixar do que quer que seja!
O voto nulo é diferente, significa que nenhum dos que ali se me apresentam tem o meu assentimento para me representar. Bem sei que o que vou dizer é utópico, porém gostaria de ver administrando o "poder", os homens ( e as mulheres) bons do meu país, independentemente de serem engenheiros, doutores ou mesmo iletrados: o poder devia ser administrado, essencialmente, com bom senso!
Pai do Marco
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