quarta-feira, outubro 17, 2018

O Valor da Preocupação

"Como deixar de se preocupar e começar a viver", é um título de um livro que li há já algum tempo, de Dale Carnegie, no chamado leque de publicações de "auto ajuda" que muitos criticam, mas do qual aprendi se conseguem retirar muitas reflexões e ensinamentos para o nosso dia-a-dia e a nossa vida em geral. Não venho escrever sobre o livro mas sim sobre o tema da preocupação, e como a mesma é um elemento psicológico que podemos (ou não) deixar jogar contra nós. A preocupação é algo que faz parte das nossas vidas, e isso é uma verdade incontornável. Por outro lado, se pensarmos nisso, cada um de nós vive a preocupação de formas diferentes. Quem nunca pensou no amigo ou colega do lado, que parece despreocupado em relação a tudo, e em oposição o outro que se preocupa por tudo e por nada? Cada um de nós vive a preocupação de maneira diferente, e muitas vezes é precisamente nas pequenas coisas que nos agastamos de forma desnecessária, deixando que uma migalha se transforme numa tempestade num copo de água.


Ontem quando cheguei a casa, apercebi-me que tinha (mais) um prego espetado no pneu de trás da mota. Rapidamente comecei a sentir o sangue subir-me à cabeça: em pouco mais de duas semanas era o segundo furo que tinha... daí a 15 minutos tinha o treino do meu filho mais velho, e já não poderia resolver atempadamente a situação... a logística da manhã do dia seguinte seria toda adulterada devido a este contratempo... Apercebi-me que se iniciava uma escalada de violência mental no meu cérebro, a qual decidi intencionalmente interromper ali mesmo! Desliguei a mota e deixei tudo como estava, e no dia seguinte logo lidaria com a situação. E assim foi, nesse dia fiz tudo o que tinha previsto fazer e não me preocupei mais com o assunto. Fui ao treino, jantei calmamente, coloquei a minha literatura em dia e ainda vi um pouco de TV antes de ir dormir. No dia seguinte levantei-me, fui levar os putos à escola e regressei a casa para ir buscar a mota e logo lidar com a situação. O pneu ainda tinha ar, pelo que me dirigi à estação de serviço próxima de casa, onde questionei se me poderiam aplicar um taco. Assim o fizeram e o processo todo não demorou mais que uns 10 minutos. Cheguei ao trabalho a horas decentes e sem grande atraso. Problema resolvido.

Por si só o acontecimento não vale nada e quase nem é digno de registo, mas sempre que sinto conseguir gerir mentalmente pequenas adversidades (e depois vejo o resultado positivo), tendo a celebrar e a orgulhar-me de mim mesmo por conseguir fazê-lo. Ainda mais porque diariamente vejo pessoas amargurarem-se por coisas que não valem o tempo a elas dedicado.

1 comentário:

mãe disse...

Uma boa lição filho. E eu entendi perfeitamente. Mais uma vez, quem me dera ter todo este teu poder de control mental e não só. Reconheço que só assim é possível viver mais ou menos em paz, conseguir viver sem conflito com os outros e com nós mesmos. Só que muitas vezes não depende só de nós.
Beijinho da mãe