terça-feira, outubro 16, 2018

#metoo e os Beijinhos aos Avós

Ontem à noite assisti horrorizado a um debate no programa Prós e Contras, da RTP, sobre o movimento #metoo. Começo já por dizer que considero este "movimento" uma ação abjeta de ódio puro, regra geral contra os homens, em que pessoas (mulheres mas não só) de ideologia extrema (seja lá ela qual for) em posições de poder (ou em busca delas) tentam impor regras e leis disparatadas na sociedade para que todos aqueles que forem acusados de algum tipo de assédio sejam considerados culpados até prova em contrário. Não deixo de reprovar e condenar este tipo de abuso sempre que o mesmo ocorre, não se trata disso. Simplesmente considero ainda mais perigoso que a ocorrência do abuso, o extremismo acusatório que se começa a sentir nos dias de hoje. Questiono-me como farão os rapazes e raparigas, hoje em dia, para se envolverem emocional e fisicamente. Será que endereçam uma carta registada um ao outro, redigida por um advogado com termos que não sejam passíveis de ser considerados ofensivos e que portanto não constituam qualquer tipo de assédio? Quando um casal se une por via do casamento, será que os padrinhos prolongam a sua função de testemunhas até à noite de núpcias, de forma a garantir que alguém está presente quando o sexo ocorre, e que o mesmo é levado a cabo de forma consensual?


Acham que estou a exagerar? Acreditem ou não, no dito programa (ver aqui, minuto 36:20 da segunda parte), um dos comentários da parte de um iluminado e jovem professor universitário de Ciências da Comunicação, pela Universidade Lusófona, foi o de que é errado dizer às crianças para "darem um beijinho à avó". Isto porque forçar as crianças a este tipo de saudação é uma "violência coerciva sobre a intimidade da criança". Portanto a criança, se quer dar um beijinho à avó, ao avô ou seja lá a quem for, dá. Se não quiser, não dá. A meu ver a consequência de uma lógica destas é que a criança em causa nunca fará nada por iniciativa própria, porque não detém naturalmente a lógica das regras sociais e - portanto - nunca sentirá a necessidade de as seguir. Mas afinal, o que é isto senão a desconstrução da sociedade que criámos e na qual todos vivemos? A apresentadora e moderadora Fátima Campos Ferreira não evitou ficar de queixo caído, e perguntou a um outro membro do painel qual a sua opinião sobre isto, ao que a resposta me deixou ainda mais atónito: "nos dias que correm, não se diz a uma criança que se bater com a cabeça na parede, lhe vai doer; deixa-se que bata para perceber que dói"! E o que veio a seguir, foi ainda melhor: "se uma criança cuspir na cara da mãe, a mãe não lhe deve bater... basta que decida não brincar com ela, e a criança perceberá que o que fez foi errado"!

Por esta altura e perante os devaneios de tão ilustre e intelectual painel, já me era difícil conter o vómito pelo que tive literalmente de desligar a televisão. O que é assustador é que são pessoas como esta que acabam por moldar negativamente a sociedade em que vivemos, e que no limite nos vão levar a perder coisas como o direito à presunção da inocência, a bem do que é politicamente correto sob o ponto de vista de uma mão cheia de iluminados. Devemos todos olhar por cima do ombro quando fazemos algo em público, não vá alguém interpretar de forma errada um gesto nosso e logo de seguida acusar-nos de algo. Deus nos livre de dar uma palmada no rabo de um filho nosso em público... certamente alguém fará uma denúncia e a segurança social encarregar-se-á de dar os nossos filhos para adoção pela parte de um qualquer casal que partilhe as ideologias progressistas e que fará certamente um melhor trabalho que nós. Estes indivíduos são uma espécie perigosa que prolifera e espalha a sua ideologia como se de um vírus se tratasse, e são eles que nos vão roubar o que tanto nos custou a obter, ao longo dos anos: a nossa LIBERDADE. Espero sinceramente nunca me ver numa situação em que possa ser falsamente acusado de algo do género, porque sinceramente não sei como iria reagir perante tal injustiça, nem o que iria fazer sobre isso...


Nota: à data desta publicação fiquei feliz por não ser o único a ficar admirado (para não dizer outra coisa pior) com as afirmações do dito professor universitário, cujo perfil já foi entretanto dado a conhecer. Trata-se de um indivíduo que pratica o poliamor (alguém que mantém várias relações amorosas em simultâneo com outras pessoas - homens ou mulheres), fotógrafo amador com uma obra dedicada ao sadomasoquismo. Portanto, alguém perfeitamente apto para determinar o que é normal e deixa de ser, no que diz respeito a educar uma criança. Ver mais aqui.

1 comentário:

mãe disse...

Costumo ver este programa, mas esta semana não vi. E pelos vistos ainda bem que não vi. Dou graças a Deus por ter a idade que tenho, porque felizmente quando estas mentes brilhantes estiverem no poder eu já cá não estarei.
É tão ridículo todo este movimento que se gerou nos últimos tempos. Concordo que há assédios, até porque passei por eles, que são, alguns muito maus. Mas qual a mulher ou homem que não gosta de ser assediado com um olhar um piropo, faz bem ao ego, faz-nos sentir bem enquanto mulheres ou homens, faz parte do jogo de sedução que toda a mulher ou homem aprecia.
Haveria tanta coisa para dizer sobre isto.
Sinto-me tão triste por se viver numa época em que as coisas mais naturais da vida servirem como arma de arremesso para tudo. Mais uma vez ainda bem que já não sou jovem. Porque gostei muito de ser jovem e apreciada. E quando isso era demais e eu não gostava, tive sempre o bom senso de dizer basta.
Beijinho
Mãe