terça-feira, setembro 21, 2010
Brincar às Catástrofes
Se há coisa que sempre me fez confusão nas empresas por onde passei, é a realização periódica de simulacros. Na actual, o último foi realizado apenas há alguns meses, e não foi excepção. Não pelo simulacro em si cujo objectivo até é louvável, mas pela forma como é habitualmente conduzido e levado a cabo. Começa pelo aviso antecipado da sua ocorrência, que condiciona de imediato qualquer resultado a obter do mesmo. Algumas pessoas chegam a planear a sua permanência (ou não) no local de trabalho de acordo com este aviso! Depois, tal como qualquer bom estudante faz, toca a impinar todos os procedimentos a levar a cabo na véspera da ocorrência, para garantir que o simulacro corre limpinho que nem um assobio. Naquele dia em especial, todos desligam os computadores, todos têm a secretária limpa, todos sabem de cor e salteado as saídas de emergência a que se devem ordeiramente dirigir em caso de catástrofe, etc. Durante a realização do dito, é ver que apesar de toda esta batotice institucionalizada, tudo corre mal. As saídas de emergência não são adequadas, as portas abrem para o lado errado, apenas uma pessoa pode deixar penduradas outras 200 nas escadas do prédio, etc. Isto não é factor impeditivo de produzir um relatório a dizer que cerca de 2 horas de simulacro foram afinal um grande sucesso de 20 minutos... Por fim existe a triste e ridícula acção formativa sobre, por exemplo, os vários tipos de extintor e respectivas aplicações. No caso do meu último simulacro, esta foi quase a verdadeira situação de emergência, já que junto à entrada do edifício onde a multidão aguardava que tudo voltasse ao normal, os bombeiros resolveram provocar vários tipos de incêndio e aplicar os vários tipos de extintor, enquanto as pessoas em redor asfixiavam também de várias formas possíveis. Eu optei por me afastar e sentar numa esplanada a beber um copo de forma pouco simulada, até que aquela catástrofe terminasse.
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4 comentários:
Até podes ter razao mas...
um dia quando de facto acontecer uma fatalidade...
quero sempre ver se irás estar nessa esplanada a beber um cafezinho nas calmas....
Recuso-me a usar oculos para ler o teu blogue :)
estás a querer poupar linhas é isso?
o teu pai pode imprimir mais papel :)
Talvez fosse mais adequado chamar ao "SIMULACRO" "ACÇÃO FORMATIVA" ou "TREINO". Pelo menos numas quantas primeiras vezes... Isto para dar aos intervenientes, através de formadores credenciados, o conhecimento dos procedimentos mais adequados; oportunamente, seria então feito um "SIMULACRO" para ajuizar da capacidade de resposta e efectuar os ajustes necessários à mecanização dos comportamentos em caso de situação real. Mas esta é apenas a minha opinião...
É sempre bom haver nas proximidades uma esplanada, pois em caso de situação real, pode ser o local privilegiado para assistir ao magnífico espectáculo a que já ao longo de alguns anos para cá temos vindo a assistir, por todo o país, principalmente no verão: refiro-me ao trabalho desenvolvido pelos BOMBEIROS, ou alguém pensava que eu iria dizer outra coisa?
Já agora informo que nas lojas dessa magnífica instituição que designamos por "O CHINÊS" existem óculos graduados a 3,50 €, de qualquer modo com mais ou menos papel as impressões irão continuar, pois quem sabe, pode ser que um dia algum virus apague o registo informático e sempre fica a memória em papel.
Beijinhos e abraços
pai do Marco
tu mesma: estás mesmo a querer iniciar um motim aqui no estaminé! deixa lá que um dia destes eu compenso-te!
pai anónimo: não vale a pena agoirar com a história dos vírus... já tenho problemas informáticos que cheguem (e até sobram)!
Eu participei nesse simulacro porque embora noutro piso passo algumas horas por dia no dito edifício.
E quero que saibam que estive mais de 10 minutos parada nas escadas sem poder descer porque estavam totalmente preenchidas e dá-se prioridade às pessoas que saem dos andares inferiores.
Ora, acho que 30 minutos para descer uns 12 andares dava origem a bastantes mortes caso fosse real, portanto edifício novo e... poupança de espaço na construção das escadas.
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