domingo, abril 29, 2007

Rastejar, Se Preciso For

Depois de ter escrito o anterior post sobre Guernica, e já prestes a desligar o portátil, senti que me apetecia escrever um pouco mais sobre um assunto específico. Nos últimos tempos e por alguns motivos pessoais, tenho tido contacto com pessoas amigas ou conhecidas, que têm alguma facilidade em ir até ao que costumo chamar de "fossa". A fossa é um lugar relativamente comum, onde muita gente ocasionalmente vai parar (incluíndo eu) mas da qual devemos rastejar, se for preciso, para fora (até agora considero-me bem sucedido nessas circunstâncias, graças a mim e a quem me rodeia). A gaita é (e perdoem-me se o meu linguajar for piorando ao longo deste post) quando as pessoas se sentem estranhamente acomodadas na fossa e adquirem uma certa tendência para por lá ficarem. Sei que provavelmente nem todas as personagens que tenho em mente ao escrever estas palavras passarão por aqui, pois algumas nem conhecem este estaminé, mas quando um dia a oportunidade se me afigurar não hesitarei em transmitir esta minha opinião. A opinião de que, quanto mais atascados nos estivermos a sentir na merda da fossa, mais devemos chafurdar para sair dela. Quanto mais fracos e inertes nos sentirmos, mais devemos contrariar esse mesmo sentimento. A ideia de que a nossa vida é uma grande merda, raras vezes é verdadeira. Quanto mais não seja por poder sempre ser pior, ou porque nem sempre foi assim. Enquanto tivermos quem nos dê uma mão para sair da fossa... enquanto tivermos quem nos abrace... enquanto tivermos quem olhe para nós e sorria, então ainda não batemos no fundo. O meu principal conselho é que agarrem essas mãos que vos são estendidas. Não se prostrem, não cedam e optem por ir à luta e viver, por muito cómodo (ainda que pouco confortável) que possa parecer ficar apenas mais uns minutos na merda.

7 comentários:

desculpeqqc disse...

Fez-me bem ter lido o teu post. Obrigado.

Anónimo disse...

Posso vir a precisar de máscara por causa do cheiro, mas sabes que os meus braços estarão sempre abertos para te acolher!

Vida Envolvida disse...

Faço minhas as palavras do LFM!

Já visitei esse estaminé, e foi preciso levar uns estalos na cara, para "acordar" e agarrar as mesmas mãos que deram os estalos !!

Bjs

Susana P.

jomaolme disse...

Pois eu, sinto que nunca bati tão fundo!
Como dizia Pessoa:
" Pedras no caminho? guardo-as todas. Um dia vou construir um castelo."

beijokas

Vida Envolvida disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Vida Envolvida disse...

Marco, por favor preciso de ajuda!
Tenho umas merdas a passear no meu blog e não sei como retirar!

Passa lá e ajuda-me, please !

Bjs

Susana P.

Unknown disse...

Eu que infelizmente ou infelizmente já passei por esses locais dou-te toda a razão... Não há nada melhor do que rastejar o usar a ajuda que nos dão para sair desses locais e por dificil que pareça, acreditar que amanha poderá ser melhor...

Resta-me dizer, obrigado pela ajuda, foi muito valiosa!