quinta-feira, março 21, 2013

Encruzilhada

As grandes decisões nunca são fáceis. Isto porque as apelidamos de "grandes", e normalmente porque quanto "maior" for o apelido, "maior" é o risco que lhes associamos e maior é o receio de tomar essa decisão. Muito concretamente e sem qualquer espécie de mistério, o meu dilema actual passa por aproveitar uma oportunidade que a minha entidade empregadora me dá, de deixar o meu trabalho com algumas regalias e contrapartidas interessantes, versus o "downside" de não ter para já outro emprego à vista no qual me "apoiar". A sociedade de hoje em dia conspira para nos incutir o medo da mudança, mas ao mesmo tempo que sinto vontade de arriscar, e alguma confiança em como me poderia dar bem, imagino que poderia também simplesmente continuar o meu exercício de mudar de atitude diariamente em relação ao que faço, encarar simplesmente a coisa de forma mais positiva, e viver bem mesmo assim. Por outro lado, acontecimentos e pequenas ocorrências e pessoas fazem-me questionar quase todos os dias o que raio estou a fazer e em que direcção estou a caminhar. É mau quando sentimos que não sabemos isto. Acho que sob essa perspectiva é mais feliz um tipo a virar hamburgers no restaurante de "fast food" do que alguém que procure um significado e objectivo mais concreto e elaborado daquilo que faz no seu dia-a-dia. A sensação de fazermos parte da banda que toca, sem perceber se o barco está a afundar ou não, também não é das melhores... Enfim, só sei que se nos próximos dois ou três dias me aparecesse uma oportunidade de trabalho minimamente interessante, a minha decisão estaria provavelmente tomada. No entanto o facto de ter de fazer equilíbrio sem rede, faz-me ver as coisas de maneira diferente, sobretudo quando outros tantos objectivos individuais (e alguns outros colectivos) se envolvem nesta amálgama de pensamentos, conjecturas e dúvidas. Resta-me o conforto de poder sempre recorrer a uma moeda e fazer o jogo da cara ou coroa. Antes de chegar a esse ponto, no entanto, optarei por um fim de semana de "retiro espiritual" e meditação sobre o assunto. Provavelmente na segunda-feira decidirei o sim ou sopas sobre esta matéria, mas acredito que qualquer que seja a minha decisão, as dúvidas e incertezas sobre o futuro permanecerão. Se calhar temos todos de aprender a viver mesmo assim, e pronto.

4 comentários:

ACCM disse...

Gostava de ser capaz de te ajudar a tomar uma decisão, só que a ajuda que posso dar-te limita-se a apoiar-te na decisão que tomares. Tens conhecimentos e capacidades que podem fazer toda a diferença. Autoconfiança também não te falta. Força.
Beijinhos
Pai

Marco disse...

accm: por acaso a minha autoconfiança não anda muito em cima... mas vou fazendo por isso.

mcaa disse...

Queria muito ter capacidades para te dizer o que fazer, mas não tenho essas capacidades.Até porque como bem sabes já tomei algumas decisões na minha vida que não foram as mais acertadas. Só te posso dizer que contigo vai correr tudo bem, ainda tens a vida toda pela frente, tomes a decisão que tomares estamos cá para te apoiar. Força
Beijinhos
Mãe

Marco disse...

mcaa: uma das coisas que ponderei nos últimos dias, é que em última instância, depois de tomar uma decisão destas, nunca saberemos se a alternativa preterida (seja ela qual for) teria sido pior; devemos apenas focar-nos no futuro e em fazer que se torne aquilo que queremos, sem olhar para trás.