segunda-feira, junho 16, 2008
Som da Bossa Nova
Comecei o dia a ouvir bossa nova... acabo o dia a fazer o mesmo. Durante o jantar bebi o suficiente para me levar a sentir, lembrar e escrever coisas, comi o suficiente para ter a energia adequada a sentar-me em frente a um teclado e deixar as palavras fluir, não bebi o suficiente para ficar com a mente turva e a visão difusa. A visão difusa por vezes ajuda-nos a colocar as coisas em perspectiva... ajuda-nos a colocar de lado o racionalismo e a ver o passado, presente e futuro com cores diferentes. Só por isso bebo mais um copo. As cores do meu não parecem más, mas se a espécie humana é por natureza insatisfeita, eu muito menos me satisfaço com este tipo de visão. E continuo a escutar a bossa nova... neste preciso momento, Barney Kessel. E continuo a escrever. Gosto de escrever... gostava de escrever melhor, mas ainda assim, sinto-me feliz quando o meu cérebro dita as palavras que os meus dedos agilmente transcrevem para o mundo lá fora. Como eu gostava de um dia ter a coragem de escrever um livro. Um livro, independentemente das opiniões que suscite, é como que um marco que deixamos para o mundo. Uma pequena afirmação do nosso "estamos aqui". Gostava de ter o meu marco. Será que um dia conseguirei? No meio de tanta coisa que deixei para trás (hesitei em escrever esta frase, chegando a apagá-la pela metade). Não sei se consigo ser sincero o suficiente para escrever algo, porque para um escritor a sério (daqueles que ao contrário de mim sabem escrever), suponho que até a ficção e a mentira tenha algo de verdadeiro... tenha algo de si... algo de quem a escreve. Que mentiras terei eu para contar com seriedade? Tenho de pensar, mas hoje já não consigo, por isso vou deixar esta escrita, aparentemente depressiva, a não ser para quem me conhece e me imagine neste preciso momento sentado a escrever no computador, com um balão de CRF de um lado (já se acabou a D'alma e ainda não abri a Fim de Século), e o som da bossa nova a brotar do outro... Alguém me conhece assim? Estarei eu enganado sobre mim próprio?
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5 comentários:
Podes escrever que pelo menos um leitor terás...(vá dois, contando com a Xu)
Boa escolha nas palavras...boas escolha na musica...boa escolha na bebida...boa escolha nos leitores (cof cof)
E depois há aqueles três marcos na vida de um homem que são plantar uma arvore, escrever um livro e ter um filho...
PS. Manuais de utilizador contam como livro?? :P
Haja juízo!
Escrevi este comentário ontem... por qualquer motivo não entrou, de modo que vou reescrevê-lo na expectativa de que hoje possa ficar registado.
Escrever um livro... Fazer um filho... Plantar uma árvore...
Há qualquer coisa assim, não é?
Se contabilizares tudo quanto já deixaste registado neste teu "BLOG" já terás escrito mais do que muita gente que se intitulará de escritor e cujos escritos não adiantarão grande coisa a quem quer que os leia. Aliás, conto oferecer-te no próximo mês, em papel, o terceiro volume destas tuas crónicas urbanas... Quanto a gostares de escrever melhor, deixa estar como está, que não está nada mal... (a menos que possas vir a ser incomodado pela ASAE do novo acordo ortográfico)!!!
Do que deixaste para trás, apenas poderei dizer que foi porque não interessava, ou porque não era oportuno naquela altura, até porque o futuro reserva surpresas e nunca se sabe o que nos pode trazer: o que hoje é, amanhã poderá não ter qualquer importância, o que hoje foi semente que se relegou para um canto, amanhã poderá germinar e dar fruto... (vidé aquela semente de palmeira, encontrada num túmulo egípcio, com dois mil anos, que foi agora plantada e já está a germinar)...
Ainda bem que reconheces que a tua escrita de hoje, é apenas aparentemente depressiva, pois eu considero-a antes nostálgica, sendo verdade que o equilíbrio só se alcança através da alternância entre o sério e o brincalhão; até porque acabar o dia ouvindo BOSSA NOVA e bebendo um trago de CRF será sempre um prazer nunca um sintoma depressivo...
Bons sonhos!
Beijinhos
Pai do Marco
Obrigado aos meus leitores, essa vasta audiência... O que não vale ter família e amigos (os verdadeiros são poucos mas bons)! Só por isso... vou continuar a escrever, mesmo que por vezes não faça muito sentido.
Fascinas-me.
:)
Voltando... este post fez-me lembrar alguém...
Escreve assim sempre. Gosto.
:)
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