Enquanto criança as minhas férias eram passadas maioritariamente num local onde andar de bicicleta era imperativo. Foi nesse local que aprendi a andar e era o meu meio de deslocação para todo o lado, sempre que lá passava aqueles meses de férias (na altura em que as crianças ainda tinham períodos de férias decentes). Não me recordo com muito detalhe como foi a minha aprendizagem ou a primeira vez que consegui andar sozinho. Recordo-me do tradicional truque, levado a cabo pelo meu pai, para deixar as rodinhas auxiliares: passava por fazer-nos crer que ao andar sem as ditas rodinhas, tinha no entanto a segurança da mão que apoiava o selim, não deixando cair a bicicleta para nenhum dos lados. Quando nos apercebíamos que estávamos a andar sem qualquer apoio (nem o das rodinhas, nem o da mão), fazia-se magia. Não me recordo tão pouco da minha primeira queda, ou sequer de quantas vezes caí (acreditem, foram muitas). No entanto posso garantir que nunca me vou esquecer da primeira queda do meu filho, enquanto ontem andava na sua bicicleta, cheio de alegria. Sinto um aperto no coração sempre que me recordo do olhar dele, do susto no seu rosto, do choque de perceber que podiam acontecer coisas menos boas enquanto se divertia, das lágrimas misturadas com sangue que teimavam em escorrer... Não aconteceu nada de especial, tirando um nariz amassado e um corte no lábio, mas ainda assim... inesquecível. É nestes pequenos momentos em que percebemos a capacidade que temos de amar alguém incondicionalmente e infinitamente mais do que qualquer outra coisa. Amo-te Alexandre. Cá estarei para te ajudar a levantar sempre que caíres, ao longo da tua vida.
3 comentários:
Adorei o texto, as melhoras para os dois :)
Mãe do Marco e Avó do Alex
E assim meu amor, compreendes aquilo que te digo tanta vez.
Beijinho da mãe
luis: obrigado! quando acontecer contigo, partilha também... ;)
mãe: compreendo... tal com compreendo que estas coisas são inevitáveis! ;)
Enviar um comentário