Não tive oportunidade de ver o final do programa "Grandes Portugueses", mas confesso que o resultado não me surpreendeu minimamente. A surpresa (positiva) seria se o resultado fosse diferente. Este resultado em concreto leva-me a pensar sobre algumas situações pouco abonatórias em relação a nós portugueses, enquanto povo e cultura. A primeira que me ocorre é que não sabemos separar as coisas, entre uma votação que pretende destacar alguém que seria o representante máximo de um povo, e uma birrinha do tipo "diz que é uma espécie de protesto", perante a situação actual do país. Outra é a de que politicamente os portugueses não sabem o que querem ou não têm qualquer tipo de conhecimento sobre idealogia política, ao eleger em primeiro lugar Oliveira Salazar e em segundo Álvaro Cunhal (de qualquer forma também me parece que o público que procedeu à votação deve ter sido "concentrado geograficamente" nesta votação). Depois de passar todo o meu crescimento e formação enquanto pessoa e cidadão deste país, a ouvir as descrições de situações vividas pelos próprios intervenientes, referentes à época da qual Salazar foi um dos protagonistas, é com tristeza e alguma confusão que assisto hoje a este tipo de situação. Eu, sem ter vivido esses mesmos acontecimentos, aprecio bastante a liberdade que temos em poder, por exemplo, realizar e assistir a programas como este. Algo que seria absolutamente impensável no tempo do "orgulhosamente sós". É certo que por podermos falar, não quer dizer que alguém nos ouça, mas caramba... podemos falar! Parece-me que realmente somos um país de terceiro mundo, caracterizado pela aptência que os seus habitantes têm para viverem dominados e subjugados... Quando assim for oficial e assumidamente, agradeço que alguém me informe para mudar de ares. Estes começarão concerteza a ficar putrefactos.
4 comentários:
...Marco, podes crer...eu também não vi mas quando li a noticia fiquei petrificado e a partir de agora vou começar a andar mais desconfiado, pois um país que vota na sua maioria num ditador é porque gosta do regime ditatorial, então só falta o ditador!...ora com isto não tarda aparecem os ditadores em fila a fazerem protestos para derrubar o governo democrático e a incendiarem a Assembleia da República...enfim, até compreendo que atribuam mérito ao senhor Salazar pelas politicas orçamentais, financeiras e por ai fora porque foi nesse período que o país mais enriqueceu e cresceu(diz-se que a sua inteligência chegou ao ponto de conseguir ter ouro do Hitler sem entrar na guerra), mas dai a ser considerado o "Maior Português de todos os tempos"!!!!!...O nosso povo tem MEMÓRIA "RAM" é volátil...apaga-se á noite quando desligam para dormir...Eu, se hoje consegui-se voltar ao tempo de D. Afonso Henriques, tinha-lhe dado um enxerto de porrada por desobedecer aos pais e começar a conquistar território por ai baixo....
incendiarem a Assembleia da Republica......hummm.....onde será que já vi isto?:
Remember remember, the 5th of November
Gunpowder, treason and plot.
I see no reason why gunpowder, treason
Should ever be forgot...
Se alguém souber onde fica a fila dos ditadores que me avise...prometo jobs...para todos os boys (and girls) ;)
Haja juízo!
E mais não escrevo para não gerar polémica...
gonçalo: é que nem o Afonso Henriques teve direito a um lugar no pódio...
kabeludo: vejo aí um argumento de um filme a nascer... quanto à fila dos ditadores, será concerteza muito menor que a dos aptos a subjugados...
marco, o filme já foi feito, é o V de Vendetta, um bom filme devo dizer.
Quanto aos tamanhos das listas ditadores/subjugados, obviamente que a primeira seria menor, o povo é sereno e é só fumaça como dizia o outro...
Caso fosse eleito (vamos lá supor que havia votação) o ditador de Portugal e arredores (madeira e açores), regia a banda com 3 máximas:
Pão, Circo e 1/4 de volta antes de partir.(por vezes o 'aperto' necessário para fazer passar a mensagem)
Tenho dito!
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