quarta-feira, junho 06, 2007

Pequenas Diferenças

Na minha ronda matinal pelos jornais diários li o título de duas notícias na mesma página, daqueles que fazem click no nosso cérebro. Uma dizia "Governo Vai Estudar Iniciativas para Internet nas Empresas". Outra dizia "China: Utilizadores de Banda Larga São Quase 100 Milhões". Se relacionarmos estas duas notícias podemos dizer que enquanto portugal anda a pensar na possibilidade de as empresas terem acesso à Internet de forma mais generalizada, na China onde supostamente a malta só tem (ou tinha) dinheiro para comer arroz, já existem 100 milhões com acesso. Espectacular. Ainda na mesma página, outra notícia referia que "Governo Apresenta Programa de Computadores de Baixo Custo", o que ao contrário do que o vago título indica, quer dizer que formandos do programa Novas Oportunidades, alunos (que serão divididos em escalões) e alguns organismos terão no futuro (próximo ou não) computadores e acesso à Internet a um preço desconhecido até ao momento, através de um acordo firmado com a Microsoft e os operadores nacionais de comunicações móveis (tudo malta pouco interessada em ganhar dinheiro). A minha questão é: com estes "patrocinadores" e com o nível de incerteza quanto ao prazo e condições do referido programa, vai ser apresentado hoje porquê? Epá... lembrei-me agora que com este tipo de comentário ainda posso ser "reconduzido" do cargo que ocupo, à imagem e semelhança do pessoal da DREN. Tenho de ver se o meu cargo também pode ser classificado como "de confiança política". É verdade, já alguém se lembrou de um nome para quem impõe estas medidas de coacção em nome do estado? Qualquer coisa tipo NPIDE (Nova PIDE)...

1 comentário:

Anónimo disse...

Sou um acérrimo defensor e utilizador das novas tecnologias. Se o não fosse bem podia, a esta hora, estar a coçar o cu numa qualquer esquina de uma qualquer rua da cidade ou a "fingir" de sinaleiro à porta duma escola onde já existem semáforos (conheço algumas situações). No entanto também tenho conhecimento (por familiares ligados à educação) que ainda há miúdos que vão para a escola em jejum e já nem quero mencionar as poupanças a que o governo nos tem forçado em ramos como o ensino e a saúde. Quando, com tanta insistência se fala em 500 mil computadores a preços reduzidos e banda larga com descontos especiais, não estaremos perante mais uma "construção" a começar pelo telhado. Ou teremos de interpretar estas medidas como um modo de "pagamento" das negociatas do governo com a Microsoft?