segunda-feira, abril 03, 2006

Paletes de Gerações

Sei que pode parecer aborrecido para alguns estar aqui a ler mais um post sobre "a vida...", mas foi hoje tema sobre a mesa de jantar, o conjunto de conceitos e ideias de certos e determinados super empresários da sociedade portuguesa, e os métodos que os mesmos aplicam aos que optam por trabalhar sob a sua alçada. Se é certo que Portugal é um país em que certas áreas estão votadas ao ócio durante o que deveria ser um dia inteiro de trabalho, outras há em que se faz bastante, e nas quais cada vez mais é exigido algo para além do que deveria ser. São assim os "yuppies", os "escravos" ou pura e simplesmente os "lambe-botas" numa vertente mais fictícia, em que se tenta agradar não se sabe quem nem porquê (ou não). A disponibilidade e o esforço exigido são cada vez maiores, sendo cada vez mais a tendência trabalhar até às tantas, trabalhar aos sábados, domingos, feríados... eventualmente sem ser preciso... sem motivo válido... fazer do trabalho a única família, sem os privilégios de uma família real. Alternativamente e como escape existem os bens materiais que se podem comprar com os trocos que se ganham durante o período de escravatura, bem como um ou outro evento de "team building" que possa ser realizado como medicamento para o esquecimento de que falta algo de importante. E porquê? Porque temos a tendência natural para esquecer que a simplicidade é das coisas mais belas na vida. Porque não vemos que uma boa conversa, numa esplanada de café no final da tarde, é o suficiente para nos fazer sentir vivos. O presente está rodeado de gerações que não compreendo, mas que são amplamente conhecidas e identificadas. A geração dos "yuppies"... a geração "kanguru", a geração dos "betos", dos "dreds", das "popstars" e do raio que os parta a todos. Porque é que têm que existir gerações para traduzir comportamentos todos eles de alguma forma anormais e aberrantes? Que tal sermos todos simplesmente pessoas focadas no que deve realmente ser importante para nós? Para mim, o que é mais importante é fácil de enumerar: são todos aqueles para os quais eu também sou importante.

2 comentários:

Dani disse...

Muito bem!
Clap clap clap (Ovação de pé! Não, não estou a mandar ovos. :) )
Então, para quando um cafézinho numa qualquer esplanada?
Um abraço

Anónimo disse...

Perdoem-me a franqueza, mas relativamente à situação laboral dos dias de hoje, só tenho uma coisa a dizer - A CULPA É NOSSA. Porque passámos - directamente sem passar pela casa de partida - de revolucinários que faziam greve porque faltava papel higiénico no WC da empresa, a "paus-mandados" que quando o patrão diz "Salta!", perguntamos logo " A que altura?". Quanto às questões comportamentais do "povo", elas estão resumidas, e muito bem, naquela canção do Paco Bandeira "Feitiços do Luar"- ouçam com atenção e vão perceber onde eu quero chegar. Daí até chegarmos à conclusão que a ESMAGADORA maioria das pessoas não sabe viver se não tiver alguém que lhe diga como... é um passo. Isto leva-me a pensar que se calhar a China do Mao até era um sistema correcto (pelo menos só havia uma tendência p/ a moda).
Abraço pra quem é de abraço e beijinho pra quem é de beijinho.