terça-feira, fevereiro 21, 2006

Neura das Grandes

Cheguei agora a casa e estou só. Ponho um CD de Portishead e sento-me ao computador. Deixo os meus dedos escreverem umas linhas que por vezes apago logo de seguida, como quem elimina o rasto de um assassino profissional que invadiu a nossa vida e levou mais um pedaço de nós durante um dia mal aproveitado. Os “gajos” não param de vir, nascem como cogumelos do chão e dão cabo de nós a cada hora que passa. Estes “hitmen” estão por toda a parte. São os “enfegas”, “empatas, “troles”, “broncos”, “mentecaptos” e seus derivados, como se de leite azedo se tratasse. Às vezes apetecia-me fumar, não porque goste, mas vejo quem fuma (não sei porquê) conseguir abstrair-se melhor do granel que faz da própria vida. Por muito más que estejam as coisas, saca-se de um cigarro, e durante uns tempos “’tá-se nas tintas p’á cena”. Eu cá me vou aguentando, mas como não fumo nem sou alcoólico (ouvi dizer que também resulta) lá vou tendo de aguentar as pastilhas sem artifícios... e que pastilhas! Às vezes também penso que esta treta de escapes e truques para aguentar são uma tanga, e podia-se tentar algo de radical, tipo comprar uma arma e fazer uns assaltos (ou limpar o sebo a alguns dos “hitmen”). Mas depois penso: “onde se pode comprar uma arma?”. Não sei... Compreendo que seja um pergunta cretina para alguns, mas de facto não sei a resposta. Outra solução possível era enveredar pela carreira de “sem abrigo”. No entanto a minha autoestima e amor próprio não são assim tão baixos que me permitam trocar um “molho de bróculos” (leia-se problemas) por uma vida de piolhos, lêndias e frio, ainda que isenta de impostos. Fazer uma merda qualquer e ir parar à “choldra” também era uma opção. Faz-se muito pouco e também não se paga impostos, renda e afins. No entanto a cena dos enrabanços é lixada e também não tem nada a ver comigo. Fugir para outro país também só rende para quem tem dinheiro, o que não é o caso... Ou seja, bem vistas as coisas, estou mesmo lixado. Bem... lá tenho eu de me começar a mentalizar outra vez que existem coisas boas na vida, blá blá blá... Acho que devia ler os meus outros posts em que digo isto mesmo, cheio de convicção. Quem sabe, talvez me convença...

5 comentários:

Unknown disse...

Relativamente às armas, ouvi dizer que na praça de Espanha se arranjam (felizmente nunca senti vontade de comprar nenhuma).

Tal como grande parte das pessoas, eu por vezes também me sinto assim e existem duas coisas que me fazem melhorar o estado de espirito.

Uma delas é fazer exercicio físico, no meu caso jogar Polo Aquatico. Aí, apesar de também estar povoado de "enfegas" e afins o facto de me estar a cansar fisicamente ajuda-me psicologicamente. O meu conselho é que devias calçar uns ténis e ires correr um pouco. Assim, sempre podes ter a sorte de apanhar um gajo que te tente roubar e descarregas no gajo toda a tua fúria (se já tiveres a pistola tens a vida facilitada :) ) ou então vai para um ginásio...

Outra coisa que faço com bons resultados é brincar com a cadela (se me puser a treina-la fico pior!). Uma vez que não tens cão essa não dá para ti...

O meu conselho se nada disto resultar é agarrares no carro e ires fazer-me uma visita. Se as tuas neuras forem como as minhas vais certamente saber qual é o top speed do teu carro (tb ajuda). E assim podes parvar um bocado e tens a oportunidade de brincar com a cadela ;)

Ups! parece que me estiquei!!
Abraço

Anónimo disse...

Não te rales, mas não te entales, lembras-te ???

Marco disse...

"não te rales, mas não te entales"... efectivamente dessa nunca me esqueci, como de tantas outras vindas da mesma pessoa. só que por vezes os ensinamentos são difíceis de levar a cabo...

Unknown disse...

Desculpem-me mas de vez em quando ficar "entalado" até é muito agradavél!

Dani disse...

Concordo com o Luis! :)