domingo, setembro 19, 2021

De Lisboa a Cidade Rodrigo - Dia 4/4

O quarto e último dia, começou ligeiramene mais cedo. Tínhamos a primeira parte do trajeto bem definida e a segunda parte mais em aberto, pelo que tomaríamos a decisão sobre eventuais ajustes ao percurso de regresso mais adiante...



Antes de ir tomar o pequeno almoço, viemos respirar o ar fresco na rua e ver das nossas meninas que continuavam aparcadas em frente ao hostal. Pequeno almoço tomado na companhia dos outros quatro tugas que, dada a estirpe e pedigree aventureiro, acabaram por não fazer muita conversa com estes dois mal vestidos.



Como não tivemos direito a café expresso, tivemos de fazer uma paragem pouco tempo depois de sair de Cidade Rodrigo, imediatamente antes de o Pedro voltar às suas lides com a fauna envolvente. Desta feita dois labradores que mais pareciam dois bezerros, que tentaram primeiramente uma pega de caras contra ele e que depois ainda tentaram por-se a jeito para uma pega de cernelha da minha parte.



Ultrapassado o "code brown" do dia, seguimos em frente em direção a Navasfrias.





As curvinhas de Valverde del Fresno também já eram terreno familiar, e apesar de as estarmos a fazer no sentido errado (que é como quem diz a descer), não desiludiram, tal como a paisagem envolvente.









Depois de uma paragem contemplativa, passado pouco tempo estaríamos a atravessar a fronteira com Portugal. Seguimos em direção a Penamacor, virando pela N233 em direção a Castelo Branco. Ainda tentámos cravar umas minis a alguns autóctones que conhecemos na Idanha, mas estava tudo a dormir e ninguém respondeu. Como estava tudo em "radio silence", fomos até ao Bar Esplanada Jardim onde finalmente matámos a sede às nossas próprias custas.



Olhámos para o percurso e fizemos alguns ajustes. Lembrei-me de um spot porreiro para almoçar em Abrantes, pelo que faríamos assim um trajeto que incluiria a N3 e uma passagem pelo Fratel, antes da próxima paragem.



O local escolhido foi o restaurante Aquapolis, que tem uma vista magnífica para o Tejo, e onde tivemos a sorte de chegar 10 minutos antes de começar a corrida de MotoGP, à qual assistimos durante a refeição enquanto degustávamos uns bons bifes, acompanhados por um rosé Dez Tostões bem fresco, que o calor naquele dia já se fazia sentir e bem. Foi o remate gastronómico perfeito para uma viagem que correu extremamente bem nesse aspeto (e já agora em todos os outros).







Ao sair do restaurante, dada a quantidade de bicharada morta em cima das motas e talvez devido ao sol que lhes batia em cima, circulavam autênticos enxames de vespas em torno delas. Tivemos de colocar as motas a trabalhar e afastar-nos rapidamente, para não termos novo episódio dedicado à apicultura como o que o Pedro teve em Béjar.



O caminho que se seguia já tinha pouco que saber. Rumámos em direção a Ponte de Sôr, percorremos as margens da barragem de Montargil, e parámos nas bombas junto à praia fluvial para abastecer e hidratar (as últimas cervejas do dia...). O fim da viagem estava a aproximar-se e claramente que isso já se fazia sentir..



Retomámos o nosso caminho em direção ao Couço e depois seguimos até ao Infantado, onde nos despediríamos para percorrer caminhos diferentes.

E terminaria aqui a nossa viagem entre terras lusas e terras de "nuestros hermanos". Restava limpar a bicharada internacional que trouxemos à boleia connosco, e que não era pouca...



Este tipo de aventura que nós, motociclistas, temos o privilégio de volta e meia conseguir fazer é algo que devemos valorizar. Numa experiência só, temos a oportunidade de fazer algo que gostamos como andar de mota, de conhecer outros locais, outros hábitos, outras gentes e outras culturas, e quando temos a oportunidade de o fazer acompanhados, temos a possibilidade de fortalecer amizades e camaradagens pela partilha das experiências e pelas conversas que vamos tendo ao longo dos dias em que partilhamos roda. Da minha parte só posso deixar um grande bem haja ao Pedro pelo desafio que me lançou, pela navegação que acabou por ficar a seu cargo, pela roda certinha que me deu ao longo destes quatro dias e pelas horas de conversa (nem sempre fiada) e copofonia que partilhámos. Venha a próxima!

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