Ontem fiquei a trabalhar até tarde. Mais uma noitada daquelas em que tudo corre mal, ao serviço não sei bem do quê. A determinada altura comecei a lembrar-me do tempo em que, apesar de estrebuchar com as noitadas que tinha de fazer, no final seguia para casa com um sentimento de realização, orgulho e sentimento de dever cumprido. Acho que tinha sobretudo a ver com acreditar no que estava a fazer, no objectivo que queria alcançar... em suma, por toda a motivação que sentia e inevitavelmente me movia e fazia seguir em frente. Hoje não é assim. A noitada é um sacrifício, do início... até ao fim. O caminho de regresso a casa parece cada vez mais longo, acompanhado do sentimento de tempo perdido, de que nada ficou resolvido, de que nada mudou para melhor apesar do meu esforço. Numa altura em que a crise poderia até ser um elemento motivador para levar as pessoas a quererem e fazerem mais, parece que alguns acabam por condicionar o trabalho de muitos (leia-se, eu), e de fazer parecer que nada vale a pena. Luto todos os dias quando me levanto para não passar as horas seguintes como se fosse um autómato, e espero vir a vencer esta tendência por mim próprio, uma vez que já perdi a esperança que outros possam contribuir para que as coisas melhorem. Julgo aliás que isto reflecte o sentimento de muitos nesta altura. Enfim, como diz um amigo meu... para a frente é que é caminho! Mesmo que seja o de regresso a casa...
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