quinta-feira, março 16, 2006

Festival da Canção '06

No passado fim de semana assisti a algo na televisão, que foi (para mim) uma tentativa mais que falhada de reproduzir o era o Festival da Canção até alguns anos atrás. Assim, a RTP resolveu retomar a tradição, mas sem grande sucesso. O programa foi bastante mal produzido e, tirando o Jorge Gabriel que consegue ser profissional em quaisquer circunstâncias, todos os outros estiveram no seu pior. A Isabel Angelino não conseguiu "acompanhar" o Jorge Gabriel (apesar das monumentais pernas que um vestido "rachado" até ao pescoço insistia em mostrar). Quanto à dupla Clímaco/Ramos, o primeiro parecia um pouco "chéché" (desculpem, mas é o único termo que me ocorre) enquanto que a Helena Ramos parecia um misto de histérica com esquizofrénica (para além de estar vestida com algo semelhante a um saco de batatas). As músicas foram em tom cinzento, daquelas que passados 15 minutos já ninguém se lembra. Apesar das músicas não serem nada de jeito, na altura uma delas pareceu-me claramente material "festivaleiro" e a provável vencedora. Apesar de obter a mesma pontuação que a vencedora, não foi essa no entanto a seleccionada (foi a mais votada pelo público de casa e a preferida do público no estúdio, bem como a votada pelos 2 elementos do jurí que percebiam de música). A seleccionada foi a obra prima de um grupo que surgiu à cerca de 5 anos, com tudo o que precisava para dar certo, em termos de produção e apoio (concurso/"reality show" da SIC com o nome de "Pop Stars"), mas que ainda assim nunca teve sucesso (talvez por causa das intérpretes não saberem cantar). Passados 5 anos de uma existência apagada e sem êxitos associados, eis senão quando se descobre que estas meninas, agora com o nome de "Nonstop" (quando deveriam chamar-se "Stop, Please!"), são o "suprassumo da batata" e dignas de um festival da Eurovisão. A decisão foi um pouco mal aceite (pelo menos pelas vaias do público presente, pareceu-me) e o espectáculo ficou transformado em algo de deprimente (que ainda assim a RTP achou por bem retransmitir 2 vezes). Este tipo de "requalificação profissional" é interessante, porque em Portugal acontece frequentemente, até na Política. Só assim se explica que alguém outrora classificado por alguns como um mau primeiro-ministro possa ser um bom Presidente da República. Tal é possível por sermos um povo extremamente adepto da política "atrás de mim virá quem bom de mim fará" conjugada com a chamada "memória curta". Meditemos...

3 comentários:

Dani disse...

As coisas com que tu perdes o teu tempo... lol

Marco disse...

Como só vejo televisão "quando o rei faz anos", tenho de comentar o pouco que vejo... ;)

Anónimo disse...

Eu tive sorte... não consegui ver nenhuma das vezes que passou na RTP!