sexta-feira, março 17, 2006

Guerra Preventiva

Apresento hoje perante o leitor assíduo um pedido de desculpa pela eventual frequência de críticas a acontecimentos de carácter nacional. Assim, e como forma de redenção, permito-me apontar as minhas "armas" intelectuais para outro estado, tão mau ou pior (ainda que em aspectos diferentes) que o nosso. Começo então a missiva por apresentar uma palavra que rapidamente vai dizer quase tudo ao leitor: Bush (ainda que por alguns possa ser considerada uma interjeição ou espécie de "grunho", é uma palavra). Como desenvolvimento apresento as últimas novidades associadas ao espécime referido anteriormente, que passam por um novo conceito, inovador e bem ao estilo americano: a "guerra preventiva". Como não consigo descobrir e/ou perceber o significado deste conceito, passo a especular. A "guerra preventiva" é introduzida no contexto de obrigar mais um país a tomar uma decisão. Aliás, a tomar "A" decisão, porque uma vez indicada pelos Estados Unidos, parece não existir alternativa diplomática que valha a ninguém. Assim, perante a possibilidade de uma nação poder entrar em guerra com alguém, avança-se antes e... "guerreia-se preventivamente". Sim, porque como diz o povo, "não vá o diabo tecê-las" e depois entra-se na guerra atrasado, ou às tantas e como diria o Raul Solnado, "chegava-se à guerra e a guerra estava fechada". Perante a utilidade reconhecida da medicina preventiva ou da prevenção rodoviária, será facilmente reconhecido o potencial que uma "guerra preventiva" apresenta. Aliás, mesmo no âmbito dos conceitos anteriores, poderiam ser feitas algumas alterações neste sentido. Por exemplo, a medicina preventiva poderia passar por realizar uma série de intervenções cirúrgicas a todos os seres humanos, logo à nascença. Ou no caso da prevenção rodoviária, devendo todo e qualquer condutor, durante os primeiros minutos de condução, ser obrigado a colidir com a sua viatura contra uma parede. Se a prevenção de qualquer área seguisse o exemplo do que está actualmente a ser feito em termos de guerra, o mundo seria muito melhor. Meditemos...

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