sábado, junho 27, 2020

Sair para Esticar as Rodas

O confinamento faz-me mal. Habituado que estava a rolar um mínimo de 50 kms por dia, desde que a cegada começou deixei de andar diariamente de mota e os poucos passeios que fiz (alguns meio que a medo) contam-se pelos dedos de uma mão. Só serviu para me aperceber a falta que me faz. Não sei explicar porquê, mas simplesmente pegar na mota e percorrer quilómetros faz-me sentir bem. Sei que parece algo irracional, até talvez infantil, mas é o que é. Por isso mesmo hoje ainda estou a saborear a voltinha que, de improviso, dei ontem. Saí de casa de manhã e encontrei-me com um par de amigos que padecem da mesma dependência que eu. Sabíamos que a voltinha não seria muito extensa, por isso deu para parar com mais frequência do que é habitual, ir petiscando pelo caminho e sobretudo por a conversa em dia. Saída de Loures, bifana extra salgada em Torres Vedras com imperial a acompanhar, as tradicionais curvas do Bombarral, paragem para uma tosta XL na Serra de Montejunto, uma ginja bem aviada na Serra do Socorro, o regresso pelo Gradil, Mafra e por fim a chegada a casa. Nem um depósito gastei, mas ainda assim soube bem, soube muito bem. Como eu costumo dizer, era capaz de me habituar a fazer isto todos os dias.

1 comentário:

mãe disse...

Boa, filho. Ainda bem.
Andamos todos a necessitar de ar livre. Principalmente os que levaram isto a sério e têm estado confinados.Como eu te entendo. Faz-me tanta falta a minha liberdade. E o poder sair sem medos. Parece que nunca mais.
Beijinhos da mãe