1º dia: Lisboa - Odeceixe (Roteiro do Sado)

Começou assim a aventura num ponto de encontro habitual de outras voltas - bombas da Galp da 2ª circular - para dar início à viagem percorrendo os poucos quilómetros de autoestrada que iríamos fazer e que se resumiram à ponte Vasco da Gama e A33 em direção a Setúbal. Aí iríamos apanhar o Ferry em direção a Tróia, ponto a partir do qual começaria a viagem a sério. Esticadas as pernas às burras, lá aguardámos pela nossa vez de fazer a travessia.

Uma vez em Tróia seguimos alguns quilómetros em direção à Comporta, virando depois para a Carrasqueira, onde se impunha a visita ao cais palafítico que nenhum de nós conhecia mas já tínhamos ouvido falar. Uma paisagem sem dúvida muito bonita e invulgar onde vale a pena ir e conhecer. Nota: há por lá uns restaurantes a caminho do cais que têm muito bom aspeto, e podem ser um complemento a um passeio de fim-de-semana a organizar.



Após algum TT feito pelo meio dos arrozais com os pneus errados, regressámos à estrada em direção a Alcácer do Sal, onde parámos para descansar as burras e dar de beber aos burros. Depois de recuperar era novamente tempo de nos fazermos à estrada, para ir em busca do que seria um excelente almoço no restaurante "O Besugo", localizado no Torrão, com direito a um bife e uma costeleta de novilho tamanho XL que praticamente se cortavam com as costas da faca. Antes foi tempo ainda de parar na barragem de Vale do Gaio e observar a espetacular paisagem onde a frescura do Sado se contrapõe com a aridez circundante.



Depois de recuperadas as forças no Torrão, seguimos para sul até Ferreira do Alentejo (com uma paragem pelo meio na barragem de Odivelas) e depois em direção ao Lousal, onde visitámos as minas abandonadas. Este local é digno de cenários de filmes, e impressiona assim que nos deparamos com ele de repente à saída de uma curva. A ver, as várias ruínas que compunham o complexo e as duas lagoas, uma de cor verde e outra de cor vermelha (devido aos resíduos ácidos). Nova paragem para descansar as burras, hidratar os burros e visitar o local. Estas minas foram geridas por Frédéric Velge durante as décadas de 60/70. No local existe um museu que conta a história deste homem e do que fez pela terra e pelos mineiros (e suas famílias) que ali trabalhavam.



Seguimos depois viagem em direção a Ourique, onde parámos apenas para beber umas minis em frente ao local de eleição de muitos para os almoços das viagens a caminho da concentração de Faro. Mudança de direção para oeste, parando na barragem do Monte da Rocha, nova paisagem deslumbrante e alguns minutos para descanso no meio dos sons do silêncio. Como o sol começava a dar sinais de querer desaparecer, decidimos rumar em direção ao nosso destino final do dia: Odeceixe.


Chegados a Odeceixe, antes de pararmos na vila seguimos diretos à praia. A vista da praia a partir do miradouro foi uma forma excelente de terminar a viagem, acompanhada de banda sonora já que havia festa no areal. Os quilómetros percorridos faziam-se sentir, por isso fomos ver do nosso alojamento, que se revelaria a última aventura do dia.

Depois de chegar à hospedaria D. Maria, deparámos-nos com um edifício decrépito e com ar de abandonado, que em nada se parecia com as fotos do local aprazível que tínhamos visto na net... Após várias tentativas de contacto para o número que tínhamos (sem sucesso) e de começarmos a ter dúvidas se o dito alojamento ainda estaria a funcionar, lá nos atendeu o Sr. Silvério que nos encaminhou para o restaurante em frente, onde a senhora que dá nome à hospedaria viria ter connosco para então nos fazer o "check-in". Depois de atender um par de alemãs, indicando-lhes que "pequeno almoço... 9h... 10h... depois... finito" (uma verdadeira poliglota), lá nos orientou a nós com maior facilidade. Largámos os tarecos, refrescámos-nos e fomos ver da janta. Escolhemos o restaurante que tinha menos gente - o restaurante "Retiro do Adelino" - onde bebemos um verde bem fresco e comemos um arroz de marisco fenomenal que incluía camarões, pernas de sapateira, ameijoas... acho que o que menos tinha era mesmo arroz! Depois de rever o percurso do dia seguinte foi tempo de passear pela vila, beber mais uns copos e ir descansar.

O segundo e terceiro dias estavam ainda para vir...
1 comentário:
Fotografias e resumo da viagem espectaculares.
Beijinho da mãe
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