sexta-feira, setembro 16, 2016

Terceiro Passo de um Caminho Mais Longo (3/3)

3º dia: Serpa - Lisboa (Regresso a Casa)



O descanso que a "Casa da Muralha" em Serpa nos proporcionou foi 5 estrelas. Assim como o foi o pequeno almoço que nos esperava, preparado pela amistosa D. Helena, sempre pronta a dar dois dedos de conversa no seu tom cantado alentejano. Ficámos a saber que aquele alojamento não era dela, mas sim de uma pessoa do norte, que depois de ter desistido de viver só daquele negócio, depositou naquela simpática senhora a confiança de o manter. O queijo com doce, as fatias de pão alentejano e o sumo de laranja seguidos de um café, antecederam os cuidados com as burras, entre os quais verificação de níveis e lubrificação de correntes. Burros e burras a postos, lá nos despedimos e seguimos viagem.




Os quilómetros que percorremos, passando por Pias até chegar a Mourão, foram absolutamente fantásticos. Uma estrada com curvas pouco acentuadas e uma visibilidade sobre a planície alentejana, intercaladas com passagens sobre o Alqueva, foram simplesmente refrescantes e tiveram um efeito regenerador! Como não podia deixar de ser, tínhamos de parar na mítica Aldeia da Luz, onde nos dirigimos ao museu para descobrir mais um pouco sobre aquela localização. Já lá tinha ido algumas vezes, mas nunca tinha visto a informação acerca do processo de preservação das ruínas de um castelo, que se encontra também submerso naquela barragem, à imagem e semelhança da antiga aldeia. A quem quiser visitar o museu, recomenda-se que vá de manhã, já que durante esse período a visita não é paga.




Visto o museu, mais uma passagem pelo empedrado da versão "geométrica" da Aldeia da Luz, no regresso ao caminho pela N265. O próximo destino era Monsaraz, e a estrada até lá manteve as mesmas caraterísticas do percurso anterior. Uma vez chegados a Monsaraz, a subida obrigatória ao castelo, onde havia festa. Um passeio pelo interior das muralhas, visitando a igreja e o recinto das festas, onde apesar dos toiros ainda não darem sinal de vida, já havia muita gente a fazer o aquecimento para a garraiada. Observámos a vista fenomenal que ali se tem sobre o Alqueva e aproveitámos para reidratação, já que o calor começava de novo a apertar (ou não estivessemos em pleno Alentejo).





Depois de sair de Monsaraz, que ficou a pedir nova visita com mais tempo, seguimos rumo a Vila Viçosa. Chegados a Vila Viçosa, que também estava em festa, contornámos o rebuliço e dirigimo-nos ao paço ducal, passando primeiro pelo castelo. Deixámos as burras numa sombra junto ao paço e aproveitámos mais alguns momentos para reportagem fotográfica, sobre aquela construção imponente a evidenciar uma fachada de 150 metros revestida a mármore da região. Não visitámos o palácio porque sendo visita guiada, levaria mais tempo do que o desejável, além do custo de 6 euros (que ainda assim na minha opinião e em resultado de visitas anteriores, é justificável). Fomos assim em busca de restaurante ali perto, tendo encontrado o "Safari", um estabelecimento que por ali existe desde a década de 50 onde se pode apreciar a gastronomia da região. Mais uma excelente escolha, como se viria a constatar pelo bife e pelos secretos de porco preto que nos serviriam numas telhas. Forrado o estômago, já se fazia sentir uma espécie de nostalgia pelo final do percurso se estar a aproximar.






Depois de Vila Viçosa o restante percurso já não apresentava grande novidade. Seguimos em direção a Évora, apenas para uma breve paragem na praça do Giraldo tendo em vista a hidratação. O movimento do costume naquela linda praça, debaixo de um sol e uma brisa igualmente quentes. A constatação de que o almoço que ainda estávamos a digerir, não nos permitiria comer uma bifana daí a nada, tal como tínhamos planeado, quando chegássemos a Vendas Novas.




Depois de partir de Évora, nova paragem numa esplanada mesmo em frente à Escola de Artilharia de Vendas Novas, onde tivemos de nos hidratar novamente. O calor, o trânsito da nacional e algum cansaço estavam a ser agressivos, pelo que umas minis seriam o medicamento ideal. Tempo de ligar para casa a avisar que daí a nada estaríamos a chegar, e lá nos fizemos ao caminho em direção à Póvoa de Santa Iria, fazendo a travessia sobre o tejo em Vila Franca de Xira.



Paragem na zona ribeirinha para a hidratação final da viagem, com direito a gin tónico e a retrospetiva dos espetaculares 3 dias que tínhamos acabado de viver.




A ver se começo já a planear a próxima...

1 comentário:

mãe disse...

Excelente viagem.
E já que é uma coisa que te dá tanto prazer, deves sim tirar de vez em quando estes momentos para ti. Como já te disse várias vezes, a vida não pode ser só trabalho.
Beijinhos da mãe