terça-feira, fevereiro 01, 2011

Remar, Remar...

Por mais que goste dos vários trabalhos que já tive e por onde passei, algo sempre me incomodou: o factor burocracia. Parece sempre que em qualquer local de trabalho, existem os que trabalham e os que atrapalham. Para algumas pessoas, simplificar é o mais natural, enquanto outras não conseguem passar 2 minutos sem ligar o "complicómetro". Basicamente e como diz o meu amigo PO, se pensarmos numa equipa de remadores, dá ideia que uns remam na direcção correcta e em sincronia, enquanto que outros remam na direcção oposta. Podiam apenas estar sossegadinhos para pelo menos não incomodar quem rema, mas não... remar ao contrário é mais forte que eles! Sinceramente, e continuando a analogia, só me apetece aviar esta rapaziada toda com um remo na cabeça! Infelizmente tal não é possível, e temos de aprender a coabitar com a malta da burocracia, da gordurinha extra, do complicómetro. E o mais triste é que muitos deles se sentem felizes quanto mais conseguem atrapalhar os outros, porque na cabeça destas pessoas, efectivamente nada é simples, e tudo carece de uma profunda (e de preferência prolongada) análise, daquelas que facilmente podem levar a que nada se faça e nada aconteça. Infelizmente hoje em dia o meu maior desafio diário em termos profissionais não é levar a cabo a tarefa A ou concluir com sucesso o projecto B, mas sim conseguir ultrapassar os obstáculos que os burocratas do trabalho inventam, tentando levar a bom porto alguma coisa daquilo que me proponho fazer. A diferença é que quando ultrapassamos um obstáculo real graças ao nosso esforço, sentimos uma grande realização profissional, enquanto que quando ultrapassamos um obstáculo burocrático dos que referi, para além de pensarmos que a seguir só poderá vir outro igual ou pior, sentimos apenas um vazio e uma grande frustração. E com este desabafo me fico.

5 comentários:

Unknown disse...

Boa sorte!

Sunshine disse...

Como te compreendo! Aqui nas minhas bandas há desses também - PIOR conseguem ser procrastinadores ao mesmo tempo! Ao seja, além de dificultar a vida à malta que rema ainda ficam de lado a berrar em alto e bom som "isto e isto tem de ser feito..." - fazer alguma coisa é que não!
Grrr... irrita profundamente!
Em fim - desabafos!

Susy disse...

Olha como conheces a minha realidade, só tenho a dizer que, hoje em dia o bom é conseguir permanecer dentro do barco e não ser atirado borda fora. A esperança é sempre chegar a bom porto, de preferência seco mas se isso não acontecer pelo menos conseguir assentar pés em terra.

po disse...

Era mandar estes gajos todos borda fora e trazer novos marujos que sabem remar e não têm barco porque estes gajos andam a ocupar os lugares todos.
Pior! como alguns são "comandantes", levam o barco à deriva e assim é difícil chegar a bom porto.
Só tenho que agradecer poder contar com um marinheiro como tu na tripulação, caso contrário, não conseguiria enfrentar as tempestades que têm aparecido.
Abraço

Marco disse...

luis: bem preciso...

sunshine: procrastinadores é pouco...

susy: não te esqueças que quando andamos de barco, às vezes temos de gramar algumas tempestades... mas o bom tempo há-de voltar.

po: sem querer entrar na "troca de galhardetes", não fora o prazer de trabalhar contigo e era tudo muito mais difícil.