Até alguns anos atrás, confesso que por opinião assimilada numa espécie de osmose, e tendo em conta a relação entre os meios e os resultados produzidos, considerava a Polícia Judiciária uma das melhores do mundo. Para já não contrario essa opinião própria, pelo menos de forma extrema, considerando no entanto que no presente lhe falta muita coisa para além dos meios. O problema é que aquilo que se nota mais falta é inteligência e tacto. Inteligência na forma de actuar, e tacto na demonstração dessa mesma actuação. Os últimos acontecimentos no caso de Maddie, cuja elaborada história já aborrece qualquer um, é uma prova disso mesmo. Não é preciso ser um cientista para perceber que algo de muito errado aconteceu nesta investigação, quando uma cena do crime o deixa de ser, para passados 100 dias voltar ao mesmo estatuto. Não é preciso ser investigador para perceber que as novas teorias apontadas não são baseadas em nada de concreto (saber as marés de há quase 3 meses ou investigar um local que foi literalmente contaminado por várias pessoas entretanto, não me parece que ajude em alguma coisa). Não é preciso ser vidente para perceber que a pequena Maddie vai ser mais um nome a figurar numa lista de crianças cujo rasto se perdeu. Nesta história toda há realmente algo muito mal contado, e isso é perceptível desde o início. Pena que a certa altura se tenha perdido essa perspectiva. Já agora, se no início de uma investigação se assume o carácter mediático que foi assumido, mudar de atitude a meio não vai ajudar em nada, sobretudo a nível da opinião pública. Que sirva de lição para, no futuro, se fazer silêncio até efectivamente se descobrir alguma coisa de concreto, e talvez assim ninguém tenha a imprensa nacional e internacional à perna.
3 comentários:
Há que ressalvar alguns aspectos:
1. O que se diz que a PJ disse ou fez, não é necessáriamente aquilo que a PJ disse ou fez, a menos que seja a própria PJ a dizê-lo.
2. Quando a PJ não diz nada, alguém toma sempre a iniciativa e diz que ouviu dizer que a PJ tinha dito, ou parecia que a PJ poderia dizer ou fazer, porque, claro, está muita gente ávida do que se passa e as audiências não se desperdiçam.
3. Quando a PJ diz alguma coisa, ou foi pouco, ou foi muito, ou foi confuso, ou parece que quer dizer outra coisa...
4. Se a PJ não tem nada para dizer, então, de facto, é melhor não dizer nada, mas, claro está, arrisca-se às consequências do ponto 2.
Em suma, sem querer defender a PJ, e usando uma metáfora mineira, temos sempre de usar uma peneira para retirar o ouro do lodo que corre por toda a parte...
Tenho aqui em casa uma colectânea com as temporadas dos CSI's ...se alguém da PJ costuma vir aqui, disponibilizo-me para emprestar (no máximo por um mês) os DVDs para visionamento.
Haja juízo.
De regresso após umas merecidas férias e ainda a ler os emails que me enviaram.
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